Seguindo mote, e sempre com ritmo, estava na altura de falarmos do farol do Iluminismo.
La France!
País de história e cultura singular, marco do pensamento moderno quer a nível filosófico, quer a nível artístico. Mas a nível político, nunca foi uma referência. Ou melhor, existe quem o considere uma referência. Mas esses são aqueles que se esqueceram que a França, sempre foi um país ingovernável.
Desde os Romanos, a Carlos Magno, aos Duques durante o feudalismo, aos Cardeais Primeiros Ministros, aos Reis Sol, a Bonaparte, a De Gaulle. A França sempre conheceu o progresso económico e o seu desenvolvimento social e cultural durante as épocas de forte repressão e autoritarismo. A Revolução Francesa, convém não esquecer, não chegou a durar uma década.
Seria importante saber porquê. Porque será que um país com esta história comum, com uma influência no mundo além fronteiras, nomeadamente no mundo africano, verdadeiramente apenas comparável com a Inglaterra, Portugal e Espanha, tem esta aptência para o autoritarismo.
Não querendo ser pretensioso (embora esta análise padeça desse vício, hellas!), como se viu nos últimos meses o País é ingovernável. Até parece Portugal! Tem imigrantes que não se encontram integrados nos país receptor (Exactamente como POrtugal em relação às antigas colónias - nisto incluo o Brasil), e que tendo produzido uma nova geração de jovens a quem tudo foi e é prometido, não aceitando o facto de a vida, sendo na Argélia, em Marrocos ou na França, exige acima de tudo, trabalho, estudo, dedicação e paixão a uma Nação.
Ora esses mesmos 2ºs imigrantes não são franceses... ou melhor, até podem ser franceses mas não sentem a nação francesa.
Mas estes não são o maior problema, até porque Sarkozy está em cima deles. O maior problema encontra-se na classe burguesa... a conhecida classe média, média baixa. Os remediados. Ora em França, tal como cá, as eleições são vencidas com os votos da função pública. Função pública que lá, tal como cá, possui similar gigantismo e ineficiência, levando o défice francês aos píncaros!
Em cada família há um funcionário público. E em cada famíla há um estudante. Estudante este que, tal como cá, tendo aptência para a burrice e estupidez política, vive em ambiente onde tudo se encontra garantido: casa, comidinha, e emprego que os país tiveram a vida toda, no mesmo sítio. E é isto que aprendem e querem.
Querer não me parece mal. Eu tb quero um emprego espectacular a vida toda, e que me dê condições de vida. Mas parece-me que isso, foi chão que deu uvas. Todos já percebemos.
Menos os jovens franceses.
Agarrados a uma ideia de defesa da lei laboral que proteja os seus interesses, os interesses dos páis e dos filhos remediados, esquecem-se que a França já não é aquilo que foi, que já não tem a segurança interna tão imaculada, que os imigrantes muçulmanos que por lá vão habitando, serão daqui a 50 anos, cerca de 35% da população, e que grandes líderes políticos com uma visão de futuro já não conhecem há 35 anos.
A situação só tende a agravar-se. E se os subsídios aos agricultores acabarem? Temos tractores no relvado dos Champs Elysees?
Quanto a Chirac, sempre foi um líder menor que a história se encarregará de esquecer. Substítuido por Sarkosy, talvez a França ultrapasse o momento complicado, embora pelas declarações do mesmo relativamente à LPE (lei do primeiro emprego) não auguro nada de fantástico.
No fundo, com esta fotografia polaroid (porque se mostra curta e sumarizada) resta perguntar. Mudam eles ou a realidade muda-os?