Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

quarta-feira, março 29, 2006

Maternidades

Hoje, durante o debate mensal, o Sr. Eng. que governa esta país disse que "deverão fechar todos os centros de partos que não denotem as condições regulamentadas por directivas e regulamentos comunitários".

Pergunta: Vai fechar todos? Portanto mais nenhuma criança poderá nascer em Elvas ou em Vila Real ou em Castelo Branco ou na Guarda ou em Cascais?

Portanto deixará de haver naturais dessas terras certo?

Qualquer dia somos todos do Porto e de Lisboa... por obrigação do Sr. Eng..

Sim sr. De facto um homem que defende o interior. E que nasceu numa terra onde mais ninguém vai nascer.

É Obra!

terça-feira, março 28, 2006

Allons, enfants de la patrie!


Seguindo mote, e sempre com ritmo, estava na altura de falarmos do farol do Iluminismo.
La France!
País de história e cultura singular, marco do pensamento moderno quer a nível filosófico, quer a nível artístico. Mas a nível político, nunca foi uma referência. Ou melhor, existe quem o considere uma referência. Mas esses são aqueles que se esqueceram que a França, sempre foi um país ingovernável.
Desde os Romanos, a Carlos Magno, aos Duques durante o feudalismo, aos Cardeais Primeiros Ministros, aos Reis Sol, a Bonaparte, a De Gaulle. A França sempre conheceu o progresso económico e o seu desenvolvimento social e cultural durante as épocas de forte repressão e autoritarismo. A Revolução Francesa, convém não esquecer, não chegou a durar uma década.
Seria importante saber porquê. Porque será que um país com esta história comum, com uma influência no mundo além fronteiras, nomeadamente no mundo africano, verdadeiramente apenas comparável com a Inglaterra, Portugal e Espanha, tem esta aptência para o autoritarismo.
Não querendo ser pretensioso (embora esta análise padeça desse vício, hellas!), como se viu nos últimos meses o País é ingovernável. Até parece Portugal! Tem imigrantes que não se encontram integrados nos país receptor (Exactamente como POrtugal em relação às antigas colónias - nisto incluo o Brasil), e que tendo produzido uma nova geração de jovens a quem tudo foi e é prometido, não aceitando o facto de a vida, sendo na Argélia, em Marrocos ou na França, exige acima de tudo, trabalho, estudo, dedicação e paixão a uma Nação.
Ora esses mesmos 2ºs imigrantes não são franceses... ou melhor, até podem ser franceses mas não sentem a nação francesa.
Mas estes não são o maior problema, até porque Sarkozy está em cima deles. O maior problema encontra-se na classe burguesa... a conhecida classe média, média baixa. Os remediados. Ora em França, tal como cá, as eleições são vencidas com os votos da função pública. Função pública que lá, tal como cá, possui similar gigantismo e ineficiência, levando o défice francês aos píncaros!
Em cada família há um funcionário público. E em cada famíla há um estudante. Estudante este que, tal como cá, tendo aptência para a burrice e estupidez política, vive em ambiente onde tudo se encontra garantido: casa, comidinha, e emprego que os país tiveram a vida toda, no mesmo sítio. E é isto que aprendem e querem.
Querer não me parece mal. Eu tb quero um emprego espectacular a vida toda, e que me dê condições de vida. Mas parece-me que isso, foi chão que deu uvas. Todos já percebemos.
Menos os jovens franceses.
Agarrados a uma ideia de defesa da lei laboral que proteja os seus interesses, os interesses dos páis e dos filhos remediados, esquecem-se que a França já não é aquilo que foi, que já não tem a segurança interna tão imaculada, que os imigrantes muçulmanos que por lá vão habitando, serão daqui a 50 anos, cerca de 35% da população, e que grandes líderes políticos com uma visão de futuro já não conhecem há 35 anos.
A situação só tende a agravar-se. E se os subsídios aos agricultores acabarem? Temos tractores no relvado dos Champs Elysees?
Quanto a Chirac, sempre foi um líder menor que a história se encarregará de esquecer. Substítuido por Sarkosy, talvez a França ultrapasse o momento complicado, embora pelas declarações do mesmo relativamente à LPE (lei do primeiro emprego) não auguro nada de fantástico.
No fundo, com esta fotografia polaroid (porque se mostra curta e sumarizada) resta perguntar. Mudam eles ou a realidade muda-os?

Escolhas...(Plágio!!)

Aproveitando o mote dado pelo meu caríssimo amigo AOC, seguimos no tema por este lançado que por ser interessante merece que se maçe o nosso bom leitor com o mesmo. Parece que andam para aí uns iluministas inspirados que ao abrigo de nada e mais um pouco põe em causa valores e posições que devem ser tidas como indiscutíveis. Referimo-nos claro ao problema das relações transatlânticas e da intervenção iraquiana e da qual a crispação resultante se deve principalmente ao Sr. Chirac.

Mas ao Sr. Chirac lá iremos mais tarde...
Parece que as luminárias iluministas se arrogam de uma superioridade moral enorme em comparação a nós, pequenos marretas e filhos da melhor tradição política internacional, a escola realista construtivista. Mas, em honra ao mote do presente blog, partamos para a crítica tendencialmente destrutiva, os iluministas, filhos de Montesquieu e Rousseau vêm o Mundo com os olhos da razão, que o homem é um ser racional e que tende, independentemente dos valores culturais que o norteiam a ser semelhante a todos na sua busca por conhecimento, paz social e demais aspirações. O iluminista acredita no primado da razão, a razão conforme ele a molda e através da qual vê o mundo. Transpondo para a política internacional, a razão e o direito são os eixos principais da sua visão. O pensamento destas iluminárias europeias especialmente é complementado pela visão internacionalista de Kant que busca a paz perpétua entre as nações que partilhem iguais valores de paz e prosperidade.

Obviamente que aos olhos dos filhos da razão fora do direito e da paz só pode haver fome e guerra, que o direito internacional é o garante da estabilidade entre as nações e da prosperidade dos povos. A utópica federação de Kant corresponde a muitos dos desejos europeístas de segurança colectiva na qual o mundo obedece à razão e esta é um princípio axiológico imutável.

Que gente sem graça! No mínimo, os iluministas na sua busca pela razão ignoram a História dos povos e civilizações, ignoram a própria natureza do homem e esquecem que a conjugação entre ambas resulta que a linha da razão desde os tempos imemoriais do homem é ténue e pouco iluminada. Senão vejamos na mui iluminista europa do século XX, foram praticados os piores genocídios e crimes de guerra, não nos referimos somente ao nazismo e comunismo já que esses sãoi cliches fáceis mas falamos da Bósnia e do Kosovo por exemplo que foram praticados bem dentro da esfera de influência europeia e numa zona em que a projecção de forças da UE era tida como forte. Pois claro que a razão não se compadece com estes genocídios e trucidamentos afins, sujar as mãos nesses chiqueiros, que fique pros yankees imperialistas...

Continuando, os iluministas na sua quimera jurídica preferem criticar Guantanamos e afins, Bushismos e Sound Bytes do Grande Homem, bem como tudo o que vêm do lado de Lá do Atlântico ou do Canal da Mancha. Preferem os iluministas pregar da sua cátedra que resolver e lidar com os problemas deste mundo, com os Bin Ladens e os Assad's ou os Kim il Sungs e os Fideis, afinal de contas estes também são filhos do mesmo deus ateu iluminista.

Nos por cá preferimos uma "Pax Americana" imperfeita, na qual alguns são aliados participantes e responsáveis que uma Cátedra Iluminista na qual se ignoram que as realidades do mundo são complexas e na qual de quando em vez e com o apoio dos aliados é necessário tomar em mãos os destinos dos povos. Esquecem os detratores desta "Pax" que dormimos todos melhor sabendo que muitas vezes a vanguarda da defesa dos direitos humanos não está nos Códigos e Cimeiras Internacionais mas sim no Convés de um porta aviões. Não é um sistema perfeito mas têm a virtude de ser o melhor que humanamente se pode arranjar... É um raciocínio um pouco crú mas é assim a natureza humana.

Ao Sr Chirac voltaremos outro dia...

segunda-feira, março 27, 2006

Escolhas

Na semana passada, surgiram novas notícias quanto à forma de tratamento e futuro julgamento dos prisioneiros detidos em Guantanamo, Cuba, não pelo regime democrático de Fidel Castro, mas antes pelo regime autoritário e violador dos direitos humanos de George W..
Os nossos iluministas, quais Rosseau's e Montesquieu's, afirmam que a criação de tribunais militares com vista ao julgamento de crimes de guerra são injustos e violam os princípios de um julgamento justo em igualdade de armas e de acordo com o principio do contraditório e o direito a uma defesa. Tem sido negado aos prisineiros informações relativas à acusação (convém relembrar os ditos iluministas que o conceito de acusãção conhecida pelo arguido é algo muito recente e ainda nebulouso, quer nos EUA quer em Portugal).

Também as instâncias de recurso não vão ser executadas por juízes federais (essa classe tão despolitizada), mas antes por mais militares nomeados pelo "Falcão da Guerra".
O advogado, aliás pago a peso de ouro, pelo Caucus Democrata, afirma que «A partir do momento em que deixamos um Presidente dizer que decide sozinho se determinado indivíduo é ou não um prisioneiro de guerra, outros países farão o mesmo connosco», diz Katyal.
Estas posições são desavergonhadas e perfeitamente injustificadas. Alguém acredita que, nos dias que correm, algum muçulmano será condenado sem provas evidentes do seu envolvimento em acções terroristas, seja através do financiamento , seja através de cumplicidade?? Dirão os iluministas que isso acontece todos os dias. Respondo desassombradamente: Em todas as instâncias jurisdicionais, todos os dias, são cometidas injustiças a arguidos. O sistema não é perfeito, e, a meu ver, não o tenciona ser. Pretende julgar e condenar rapidamente... cada vez mais rapidamente. Se possível com razão. Mas existem os danos colaterais.
Querer escamotear que sem medidas que restrinjam os nossos direitos legais e processuais, será impossivel punir alguém por actos criminosos, devido à panoplia de instrumentos que permitem adiar sine dia um julgamento, ou de pôr em causa a todo o momento a integridade do juiz, é não viver com conhecimento da realidade jurídica existente aqui e na China (hum... mau exemplo).
Guerras são guerras e eu aceito que me seja retirada alguma liberdade no sentido de protejer a comunidade destes "terroristas", que não são nem mais nem menos de pessoas que se aproveitam da liberdade que lhes concedemos para se financiarem, planearem, e executarem todo o tipo de actos abjectos e injustificados.
Quem acha que é com direitos que se combate o terrorismo, com o típico argumento bloquista, que não se pode combater o terrorismo com as mesmas armas com que ele nos ataca, está a não querer falar do problema.
A pergunta é: Como se julga uma pessoa que participou na morte de 3000 pessoas? Da mesma forma do que a pessoa que roubou uma carteira na rua? Concedendo-lhe os mesmos direitos?
A justiça é cega? Será que devia sê-la, nestes casos concretos?
(continua)

Espetáculo Degradante...

Dizer que a comunicação social que temos corresponde ao nível cultural do país é algo ou insultuoso para o pais ou elogioso para os profissionais dos media. A cobertura da recente expulsão de emigrantes que se encontravam em situação ilegal no Canadá é prova sem discussão disso.
Enquanto somos bombardeados com a cobertura do evento, desde o check in no aeroporto no Canadá ás imagens da chegada a Lisboa, que ocorrerá ao longo do dia de hoje não deixo de me questionar se o espetáculo da informação em Portugal não poderá deixar de ser mais degrandante e repugnante desprezando por completo quaisquer noções básicas de Humanidade e de dever de informar.
A ordem de expulsão não chegou ontem, esta situação era previsível desde pelo menos o ano passado, ao longo do qual foram realizadas eleições no Canadá, durante as quais a emigração foi tema de campanha, sendo vencedor um partido que fez questão de publicitar a medida ora adoptada, já existente à data de eleições mas cuja aplicação havia sido amenizada. Desde o ano passado pelo menos a situação era previsível, obviamente e sendo este um tema político já de si controverso na Branda Lusitânia (mito falso e ao qual voltaremos), foi completamente negligenciado e ignorado pelos mass media locais.
Igualmente se exigem responsabilidades ao Sr. Professor Freitas, que desde há muito deveria ter conhecimento da presente situação. Que medidas tomou junto do seu homólogo canadiano de forma a salvaguardar os interesses de cidadãos portugueses? Que pressões diplomáticas foram realizadas? Do Prof. Diogo já se conhecem as larachas acerca de campeonatos euro arabes de futebol e outras diatribes mas desconhecem-se diligências realizadas a respeito do presente assunto, bem mais gravoso mas enfim voltando aos abutres...
A comunicação social se se arroga o estatuto de 4º poder deveria igualmente estar ciente dos correspectivos deveres como os de dar voz às minorias de emigrados nacionais no Canadá ou noutros locais do mundo.
Infelizmente os media nacionais são de gente vil e cruel, quando o espetáculo é bom lá está a câmara amiga para predar nas emoções das pessoas, à despedida dos emigrantes ou à sua chegada lá estarão eles para se alimentarem das emoções de quem sofre na pele a tragédia, filmando todas as lágrimas, um último beijo ou abraço ou cenas piores ainda. Á chegada a Lisboa ou aos Açores lá estaram os abutres, perdão as equipas de reportagem de forma a captarem com a maior minúcia a revolta dos que foram expulsos de uma forma previsível mas brusca, filmando a sua revolta ao voltarem a uma terra que deixaram por não terem expectativas pessoais e profissionais de monta...
Uma vez obtidos umas imagens fortes e que nos tocam a todos, pelo menos a mim, uma vez assente a poeira, uma vez que deixe o espetáculo de render em termos de emoções, em que não hajam mais gritos de revolta ou desespero porque a gente que foi expulsa é seria e sã só procurou uma vida melhor nada ficará a não ser meia dúzia de sound bytes e imagens tristes já que a carcassa deixou de ter carne indo os abutres pastar para outras pastagens mais férteis.
Pois é contra este primarismo que nos devemos insurgir, a comunicação de sentimentos e imagens numa sociedade que se realize desta forma somente levará a um caminho de indiferença pelo próximos, pois e infelizmente por mais fortes que sejam as imagens já muito pouco nos choca e o que nos choca é somente o que nos toca, nas nosssas realidades quotidianas. Somente o que nos diz respeito directamente nos afecta pois crescemos numa indiferença quotidiana.
A espiral noticiosa é cada vez mais exigente, o escândalo cada vez maior e as vítimas ou a massa humana da qual se faz a notícia deve ser cada vez mais amasssada e pontapeada pelos media no diário espetáculo da mórbida informação diária...
Lamentavelmente o post de hoje não é dos mais animados, pede-se ao bom leitor que compreenda que hoje é mais uma vez 2ª feira.

sexta-feira, março 24, 2006

Treguas...

Motivos de índole profissional impediram este autor de dar um contributo tão intenso como o desejado ao longo desta semana. Aproveitando a trégua laboral debruçamo-nos precisamente acerca deste mesmo tema, as tréguas decretadas pela ETA.

O quasi-demencial executivo de Zapatero que a nos muito nos repugna teve a genial ideia de aceitar a trégua proposta pela ETA. Parece que a organização terrorista decidiu por iniciativa própria declarar uma trégua unilateral a partir da meia noite do dia 24/3, deixando assim a voz do povo basco exprimir-se livremente a respeito da sua autodeterminação.

Gente abjecta e repugnante, desde a década de 70 a organização terrorista é responsável pela morte de centenas de pessoas, não somente membros de forças de segurança mas também políticos do PP e PSOE, lembrem-se o caso de Miguel Angel Blanco, vereador do PP e outros, inclusive um primeiro-ministro (Carrero Blanco).

Durante anos a fio a ETA foi responsável por um reinado de terror que percorrendo toda a sociedade basca, intimidou e condenou a um medo constante boa parte de populações. Tive a oportunidade de há uns anos conhecer bascos que se recusavam a falar em público problema ETA por receio de quem estivesse a ouvir...

A ideia de trégua repugna-me profundamente, qual deve ser a resposta a esta inversão de discurso na ETA, curiosamente não compreendo como podem os que amordaçaram durante anos a fio o seu próprio povo, assassinando os seus representantes democraticamente eleitos ao mesmo tempo que exerciam coacção e represálias múltiplas e indistintas sobre ricos e pobres pode agora mudar de linha estratégica sem que seja feita uma análise mais crítica a esse respeito.

O ror de congratulações foi sem limite, desde Zapatero ao nosso Engº Pinto de Sousa que somente demonstram desconhecimento histórico e uma forma de tentar a expensas do sangue de muitos e da luta incansável desenvolvida pelas forças de segurança tirar um sound bite fácil pro telejornal de logo. Às duas liminárias recomendo o filme que ontem tive a oportunidade de ver, "uma História de violência" que em breves palavras nos relembra da natureza animal e violenta dos seres humanos que por mais que se esconda ou se relege para as profundezas da alma tornará sempre a emergir com o estímulo exterior adequado.

A ETA meus senhores não é boazinha, nem se democratizou, de menos descobriu as virtudes do sistema representativo espanhol cujos representantes assassinou e coagiu durante anos a fio, a ETA está sim de joelhos por conta de trabalho policial e de uma nova conjuntura política. Durante anos a fio as autoridades francesas praticaram uma política de não ingerência com a ETA no país basco francês, a rede da ETA estava espaldada em França, fruto da pressão do Governo Aznar e de menos também de Zapatero consegiu-se em ambos os lados levar a cabo a eliminação dos pontos de apoío da ETA, leia-se que operações destas começaram em 1996-97, levando a ETA ao desespero assassinando ainda com mais indistintamente. Estando de joelhos como é o caso é altura sim pra desferir um golpe que erradique seriamente a ETA do mapa por muitos e bons anos, não é altura de entrar em compromissos políticos ou em mesas redondas.

Terminando aduzem os detractores de uma política forte para com o terrorismo que terá a ETA sempre matéria humana para continuar a sua senda de terror, é verdade, mas treguas e apaziguamentos nunca conseguiram melhor, pelo contrário até. Infelizmente os decisores de hoje não conhecem o pensamento de Giap(líder vietnamita) e Lenine, basta uma meia dúzia de homens bem organizados e determinados para instigar e animar o medo ou o terror. Com o terrorismo não pode haver compromisso ou cedência pois a luta contra o mesmo nunca terá fim enquanto subsitir quanto mais não seja um indivíduo bem determinado a levar a cabo a sua campanha. Incapazes que somos de conceber que uma trégua implicará um abrandamento da acção das forças de segurança perguntamos valerá a pena a presente trégua?

terça-feira, março 21, 2006

Vários...

Lançou no seguimento de post do presente autor o Dr. AOC um tema interessantíssimo e que só per si justificaria post's e post's. Contudo e à moda do "Pingo Doce", esta semana só nos Velhos Marretas dedicamo-nos ao Marxismo Leninismo... Os motivos que presidem à escolha são ignotos, poderam prender-se com algum fetiche especial do autor contudo os bons leitores( não só por serem poucos mas tb por serem conhecidos), certamente me perdoaram.

O tema lançado pelo Dr. AOC pode ser reconduzido a mais um jargão vermelho, " o revisionismo histórico", interessantemente pergunta o meu colega porque temos de pedir desculpa por coisas que se passaram há mais de 500 anos como a escravatura etc... tal... Questões como esta levam-nos ao seguinte ponto porque insistimos em reescrever a história hoje de forma mais politicamente correcta?Porque tentamos criar uma visão histórica inaudita que ignora simplesmente as realidades mais simples do homem? Eu pessoalmente não sei... mas posso tentar...

Marx e Hegel(que tivemos de papar no 12º ano e do qual ainda hoje tenho aversão) fizeram-na linda, simplesmente reescreveram a história das relações humanas e socias de acordo com os dogmas pre concebidos nas suas cabecinhas, resultado, o triunfo do proletariado era inevitável, ditadura das massas iria triunfar nos paises industrializados entre outros aspectos. O marxismo nada mais é que uma religião sem Deuses sobrenaturais da qual partindo da visão dos seus apóstolos criaram uma visão do passado completamente deturpado que com base na mesma estabeleceram um futuro... Já dizia a Viúva Porcina no Roque Santeiro, Pau que nasce torto nunca se endireita, obviamente que o disparate continuado só leva ao disparate, este blog servindo como excelso exemplo.

Voltando à linha, da visão deturpada só poderia nascer um futuro e consequentes premonições demenciais, daí nada de novo, Marx e outros falharam redondamente, o que o operário quer é ser burgês, motivo a balofa vida burguesa com todo o seu materialismo e sentimentalismo são bastante agradáveis e suportáveis, vejam-se as legiões de consumidores de crédito nos centros comerciais, a satisfação, tão burguesa da aquisição de novos meios de prestígio social (carros, casas e demais vacuidades etc... não meus claro, nos por ca contentamo-nos com uns bons livros e filmes!), o culto material de aspectos como a linha do corpo, umas idas à praia, bom tempo sol e prato bem cheio...

Pois Sr. Marx as reuniões do partido ficam pra outro dia, a constituição da sociedade mais fraterna e justa ficam pro regresso das férias na segunda casa no algarve, as leituras dos manifestos da II e V internacionais ficam pra depois da leitura da Caras ou Lux na praia e os programas sobre a história do comunismo dão sempre na hora do Castello Branco, o Avante é pra ler depois da Bola etc...

Moral da história, o revisionismo histórico é tema pra mtos posts, a ele voltaremos, nota final, hoje começa a mui burguesa primavera como todos os animus burgueses daí inerentes. Perguntam os leitores, a que classe social pertence o autor deste desabafo, ao clero obviamente... a predilecção de hoje é para nos lembrar do balofismo materialista de hoje, terminando com as palavras sábias de S. Lucas, «nem só de pão vive o homem».

segunda-feira, março 20, 2006

Auto-crítica??? O diabo raios!

Ora aí está... A autocrítica de todos sobre tudo. Bom tema!
Uma das coisas que no final do século passado (XX) entrou muito na moda foi pedir desculpa. Pedir desculpa sobre factos históricos.

A Descolonização, a Cristianização, o Holocausto, os massacres feitos por espanhois e outros, a Escravatura, o Index, a Inquisição, e assim sucessivamente até ao princípio dos tempos.

A pergunta que eu gostava de fazer é:

Pq?

Pq é que pedimos desculpa sobre factos que em grande parte não praticamos e lutamos contra? Nenhum de nós objectivamente praticou escravatura... não discriminámos pessoas pela sua raça ou credo.

Então pq pedimos desculpa? POr actos com 500 anos ? Actos que todos praticavam devido a diferentes razões económicas, históricas ou sociais?

A meu ver, e tal como DML sublinha na sua posta diária, é pela necessidade de auto-critica. Precisamos de dizer mal de nós próprios para nos sentirmos bem, mesmo quando não precisamos disso para a nossa vida, ou quando isso não faz sentido.

Assim sendo, resta afirmar que, o necessário não é, em meu entendimento, a auto-critica, mas antes a constante e dura crítica onde estes males ainda se praticam.

E os exemplos não são poucos. Em grande parte de Africa continua a existir mão de obra escrava, e as pessoas são chacinadas por terem credos diferentes ou provirem de tribos diferentes.

No maior país do mundo, os cristão são discriminados e obrigados a rezar às escondidas para não serem torturados ou mesmo mortos.

Será que não seria útil o Sr. Vox, esse grande artista que vende discos à custa das crianças africanas, tb referir estas pequenas questões em vez de culpabilizar os países ocidentais de todos os males do povo africano? Será que apenas o ocidente tem prejudicado estes países?

Não serão os seus líderes e ditadores, os primeiros a não serem honestos e sérios no sentido de progredirem as suas sociedades, com todas as dificuldades que existem (e ninguem as está a escamotear), sem entrar em constantes guerrilhas contra irmãos de sangue, mas desconhecidos de religião, tribo ou cor de pele ?
"Hum... Acho que não me expliquei bem" (autocritica para justificar o post).

Auto-critica...

A auto-crítica é um dos princípios fundamentais marxistas, de um nobre instrumento o qual deveria ser praticado por cada ser humano na privacidade do âmago do seu ser este evoluiu para um instrumento repressivo e até mesmo purgativo.

Vamos por partes a "boa e sólida" teoria marxista defende a auto-critíca individual face à grupo ou colectividade como forma de se expirem males individuais pela remissão ao colectivo, fazendo esta análise, em sociedade marxista deveria o colectivo remir as falhas do individuo, tudo de forma muito socialista e igualitária devendo então depois de admitida a falha sujeitar-se o individuo ao conselho amigável do colectivo comunista, maximizando o individuo a experiência e benefício do colectivo. Este processo era igualmente uma forma de aproximar os indivíduos ao mesmo tempo que se expiam os individualismos excessivos que punham em causa os objectivos e sã vivência colectiva.

Grosso modo é este o traço geral, daí as sessões de auto-crítica colectiva que deveriam ser realizadas em todos os níveis produtivos da sociedade. Infelizmente o comunismo de livros nunca nos convenceu, nem da sua bondade teórica nem dos seus méritos práticos. A auto critíca colectiva marxista foi usada de forma vil e torpe de forma a reduzir a pó indivíduos, nada menos que escolher o elo mais fraco e lança-lo aos chaciais ou às hienas que a mando do chefe ou dos funcionários do partido se encarregavam de crucificar o bode expiatório, leia-se que o bode expiatório em caso algum seria o culpado das infames acusações que lhe eram imputadas. Normalmente estas incluiam, nos bons tempos do estalinismo «desvios direitistas e conluio com potências estrangeiras capitalistas». Uma sessão de crítica marxista normalmente significava o fim ou a deportação para o Gulag de uma pobre alma e... a sua família, se isto não nos convence da bondade do sistema pergunto o que servirà.

Vejamos pois a perversidade da coisa, um indivíduo em sessão colectiva dominado pelo arrependimento ou qualquer outro motivo admitia a sua culpa, sendo crucificado e ostracizado pelos seus era condenado, na melhor das hipóteses eram-lhe retirados todos os benefícios sociais condenando-se a ele próprio e aos seus a uma existência fora do estado, ou seja sem alojamento, sem emprego e sem a menor hipótese de sobrevivência, os sortudos eram destinados a uma estadia no Gulag, depois da qual consoante o arbítrio do partido ou do ditador de serviço eram readmitidos enquanto membros reeducados da sociedade, nascendo do Gulag um novo homem. Infelizmente não o presente post refere-se somente à experiência soviética, ficando de fora a experiência chinesa ou cambodjana que dada a natureza cultural dos povos a torna mais interessante do ponto de vista antropológico.

Moral da história, auto-crítica e arrependimento, tentativa de remissão de pecados frente à sua comunidade e devante si próprio, o comunismo ensina-nos que a perversão humana das ideias cristãs e de parte do pensamento cristão é sem limites e que no que toca à pervesão poucos batem o marxismo ou o comunismo.
Lamentamos profundamento a coluna ter sido lúgebre mas afinal de contas hoje é 2ªf...

sexta-feira, março 17, 2006

Paridades

Se o dr. Monteiro merecesse uma linha da minha parte seria no seu elogio fúnebre (o político obviamente, como até lá não o merece... para esse dia nos guardamos.

Como hj é 6ª F. blogamos duas vezes, desta vez em homenagem à paridade...

O dr. Vitorino na sua cronica pestilenta no DN de hoje fala de quotas e do dia internacional da mulher, nos por cá repugnamos a ideia de quotas seja para quem for a democracia é representativa mas não á la minute. Depois das quotas para as mulheres vêm as quotas para as minorias e travestis etc... Estabelecer quotas para quem quer que seja é criar uma sociedade de estereotipos ou de grupos que pensam, agem e actuam de forma indistinta na qual o pensamento individual é subjugado a uma lógica de classe ou grupo através do qual o Estado decide tratar para efeitos representativos os homens.

Martelar na representaão democrática grupos ou estereotipos é a negação do voto e da escolha individual, a igualdade adquire-se por meio da competência e do reconhecimento social, não de artificialismos legais embarcar por este prisma é negar a igualdade de sexos entre outras acepções do princípio da igualdade.

Aceito quotas masculinas em estabelecimentos recreativos nocturnos penso seriamente que os porteiros deveriam tratar de estabelecer uma proporção de 70/30 entre mulheres e homens a bem da procriação masculina, o darwinismo nocturno começava à porta na qual somente os mais capazes seria permitido entrar... Imaginemos então o interior de paradisíaco Valhalla, no qual valquírias bem arranjadas, com decotes convidativos e ares pouco desgrenhados e libidos em altos níveis hormonais lutavam com as melhores armas femininas pela atenção dos homens...A bem das quotas suportariamos de bom grado a ordalia imposta pela selecção natural.

Nota final: a eulogia fúnebre do dr Monteiro está já no prelo...

Operation Swarmer

Na zona de Samarra no Iraque a tribo local decidiu tomar por conta própria o monopólio do exercício da força e demais serviços tornando a referida zona uma zona livre de forças de segurança, de lei e de ordem. Parece que a referida tribo decidiu criar a sua pequena nação na qual bandos armados de bandoleiros e pistoleiros exercem a justiça, cobram impostos e demais funções do Estado.

Numa altura em que passam 3 anos a contar da invasão do Iraque lembram os do costume que a situação no Iraque está cada vez pior, que a jogada imperialista da administração Bush foi um erro e que seria muito melhor se Saddam ainda estivesse no poder já que a situação no Iraque estaria pacífica ao mesmo tempo que os líderes amantes da paz do Iraque proporcionariam ao seu povo o céu na terra, com todas as amenidades sociais do progressivo estado social iraquiano de inspiração albanesa certamente.

Acreditamos que esta é uma maneira de ver as coisas, outra é a de que o compromisso assumido pela Administração Norte Americana é para cumprir, doa a quem doer e custe a quem custar, nomeadamente aos do costume. Das lições mais importantes aprendidas no Vietname foram que a adopção de uma data de retirada enfraquece as posições no terreno e apenas adia os conflitos para o pós retirada, de que a situação no terreno deve ser entidida pelo average american e de que quando a maior superpotência mundial decide empregar forças no terreno e empreender uma acção bélica esta é para levar a cabo até ao fim, doa a quem doer e custe o que custar para os EUA a perda de face em relação aos outros estados é simplesmente inaceitável.

A presente operação em curso é um clássico militar na guerra contra subveversiva, uma operação frequentemente empregue no Vietname e por Portugal nas guerras coloniais(especialmente na Guiné com diversas nuances), esta desenrola-se nos seguintes termos:

i)criação de um perímetro em torno da zona foco de problemas (forças convencionais iraquianas e US army)

ii) Utilização componente aéreo-mecanizada de forma a permitir aplicação de forças especiais dentro da zona de Samarra de forma a neutralizar os supra mencionados grupos armados, procura e captura de líderes dos movimentos e depósitos logísticos (armamento, bases de mantimentos, estruturas de comunicação)- 101 Divisão Aerotransportada / Divisões Blindadas

iii)Levantamento minucioso dentro do perímetro, por meio de movimentações rápidas dentro do perímetro permitindo alocações de forças consoante as necessidades

iv)Eliminação de eventuais bolsas de resistência dentro do perímetro com meios aéreos preferencialmente evitando ao mínimo eventuais baixas

A operação vista deste modo reveste-se de bastante simplicidade, o seu sucesso contudo depende de dois aspectos fundamentais que esperamos terem sido acautelados com sucesso, em primeiro lugar a informação no terreno sobre o Inimigo e em segundo lugar do elemento surpresa que permita o levantamento e manutenção do perímetro, bem como a consequente não porosidade do mesmo permitindo que o inimigo disperse para fora do mesmo.
Frequentemente no Vietname era este o problema devido ao terreno e também à má qualidade das informações secretas.

Três notas, em primeiro lugar o papel do helicóptero como meio de alocação de forças, daí as imagens televisas do dia de ontem, e em segundo lugar, ser esta operação mista realizada por forças americanas e iraquianas. Em último lugar que as considerções acima realizadas são da responsabilidade única e exclusiva do seu autor.

Crónica de uma morte anunciada

Hoje tive o prazer de estar num colóquio com o Dr. Manuel Monteiro.

Se bem se recordam, o agora presidente da Nova Democracia, foi durante largos anos, presidente do então Partido Popular (onde foi deputado ao parlamento europeu), invenção que ele próprio criou, e de que foi vítima.

Após as longas horas de debate relacionado com o Estado-Nação e em que medida um pode ser a perdição do outro (tema interessante mas sem a aquidade pratica de outras discussões), entramos na fase de perguntas aos convidados entre os quais o dito.

Tive o prazer de endereçar 2 perguntas ao referido ex-presidente.

1- Qual a sua posição relativamente à Europa, nomeadamente, e sabendo de antemão que o Dr. não aprova uma federalização da mesma? O que fazer perante os desejos federalistas dos países suporte - França e Alemanha?

2- O que pensa da impossibilidade prática do cidadão comum, informado e opinativo, não conseguir enveredar numa carreira política, por si só, sem ter de respeitar a opinião comum do Partido onde se insira?

Esperando uma larga dissertação sobre ambas as matérias, as respostas foram simples e concisas.

1- Não esta. Não à Europa Federal. Não à alienação inopinada do poder soberano dos Estados. Respeito por diferentes visões da Europa. Possibilidades de vários blocos de integração.

2- O poder paga o poder. Na Europa, em Portugal, e sobretudo no país real.

Vindo de quem vem, nomeadamente de quem conhece o sistema por dentro, ambas as respostas me parecem sintomáticas, e explicam o porquê do referido Sr. não estar em nenhuma força política relevante, nem venha, num espaço de tempo razoável, a ter qualquer relevância política.

No entanto deixo duas questões:

1- Quem, neste Portugal Democrático, tem coragem para dizer sim à Europa, mas não a qualquer Europa?

2- Quem, neste Portugal Democrático, tem a hombridade de não se queixar do que o "sistema" lhe fez, e continua a lutar, sabendo à partida que todo o lugar é pago, que o poder paga para lá se manter, e que este poder não ter ideologia nem valores, pelo que não é complacente?

Ao Dr. Manuel Monteiro, o meu agradecimento, pois sabendo que o caminho quase impossível (como o próprio afirmou na Sic Notícias, só luta até 2009-Europeias), continua a demonstrar que tem uma ideia, uma estratégia, e uma visão, para a Nação e Estado que é Portugal.

Pena é que Portugal continue a rejeitar as pessoas com visão e aceite uma miragem de políticos...

(Continua)

quinta-feira, março 16, 2006

Boa Noite e Boa Sorte...

O mais recente filme de George Clooney é interessantíssimo, alvo de inúmeras críticas do já costumeiro" esquerdalho", estas sim devem ser vistas como fazendo parte de uma agenda política encapotada que serve os seus propósitos e nomeadamente a forma como vê os EUA presentemente.

Infelizmente boa parte da nativa intiligência portuguesa (contradição nos termos?), leia-se os acólitos do Politicamente Correcto e outros pseudo intelectuais que gozam de demasiado tempo de antena nos media fazem uma apologia heroíca do filme, no qual transpondo os factos para os dias de hoje os actores mais conscientes de Hollywood se levantam contra o monismo dos costumes impostos pela moralista América do Midwest e Bushista...

Uma análise destas é, na melhor das hipóteses cretina e básica que ilustra somente que os senhores do politicamente correcto deste país têm uma visão deturpada dos factos e realidades políticas norte americanas.

O que aconteceu nas "Mccarty Hearings" foi um abuso à privacidade e direitos dos americanos bem como uma campanha prossecutória contra pessoas que tinham putativas ligações ao Partido Comunista americano, leia-se que isto aconteceu em 1953-1954. Curiosamente a campanha do referido senador foi de tal forma excessiva e paranoíca que, «a montanha pariu um rato» ou seja, redundou em pouco ou nada. Nesse período vivia-se de facto uma depuração nos Estados Unidos face a membros de espionagem infiltrados nas estruturas do Governo dos EUA, o caso Rosenberg( que vendeu os planos da Bomba Atómica à URSS no final da decada de '40), Alger Hiss e outros estavam frescos, bem como outros cuja memória me falha.

Curiosamente o que aconteceu ao Senador Mccarty foi o mesmo que aconteceu ao PREC, à retórica comunista e aos entusiasmos de alguns membros da intiligência nacional com o recém descoberto comunismo, maioismo ou outra qualquer doutrina política de pacote no período pós 1974 em Portugal. Mccartty esvaziou-se a si próprio e foi afastado pelos seus pares, condenado a uma carreira política e ignota desde o fim dos seus 15 minutos de fama. Estes eventos e outros demonstram somente a vitalidade e fibra da democracia Americana, o funcionamento de um sistema do qual o media são um elemento construtivo, simplesmente a América e seus dirigentes fartaram-se de ver enxovalhos públicos fomentados por delatores e infiltrados de cidadãos, essa não era a American Way.

Aplausos a Clooney que não caiu na tendência revisionista ou imediatista de promover a sua agenda própria. Good night and Good Luck!

Nota final: Estaline era ainda vivo em 1953 e os Gulags estavam em plena laboração...

quarta-feira, março 15, 2006

História de Encantar...

E se vos contasse uma história…

Há muito tempo, um senhor de barbas era presidente de um país. Um país democrático, livre, e com recursos variados e que permitem, se bem explorados, um futuro brilhante à população.

Esse presidente era um homem rude. Vinha do povo, dos trabalhadores, tinha gostos simples, era um homem sincero. Rodeado dos seus amigos políticos de sempre, com quem travou inúmeras batalhas (normalmente perdedoras), foi de derrota em derrota até à vitória final. Um dia, ganhou o poder.

E o que fez? Resolveu os problemas dos mais carenciados, através de subsídios que mataram a fome de milhões de pessoas, e que curaram as mais singelas doenças que vitimavam outros tantos.

No entanto, os seus amigos de sempre, sem ele saber, iniciaram o processo de enriquecimento do partido e deles próprios, através de uma “africanização económica”, onde para obter determinados serviços ou vantagens, as empresas teriam de despender largas quantias de dinheiro, para obterem os votos necessários.

É claro que o nosso homem honesto não sabia. Ele vivia isolado. Com sua família. No entanto, alguns ministros, lider do Senado e da Câmara dos Representantes, todos eles foram incriminados no Esquema. Inclusivamente o Presidente do Partido, amigo pessoal do Presidente honesto, foi incriminado e incriminou o Presidente.

Logo silenciado, tudo passou. Criaram-se comissões, departamentos de investigação; deu-se a ideia que tudo estava a ser tratado, e os prevaricadores a serem punidos.

O nosso Presidente passou entre os pingos da chuva. Pretende recandidatar-se, e detém vários pontos de vantagem sobre o seu principal oponente.

Os adversários, que tendo fama de participar em várias tramóias, não foram incriminados neste escândalo, nomearam um cavalheiro, com larga experiência política, mas que é tão simpático que não vai, seguramente, dizer aquilo que tinha de ser dito.

“Se não sabia, tinha obrigação de saber. Se sabia, é cúmplice e portanto deve ser incriminado e investigado.”

Entretanto, para o nosso honesto Presidente que só pensa no bem geral da Nação, tudo vai bem. Os intelectuais mantêm-se unidos à sua volta, e os mais desfavorecidos (trinta a quarenta milhões – 20 a 30% dos votantes), uma vez que vivem à conta do Estado, não querem largar o “nosso Presidente”.

Será possível que ninguém consegue ver para além dos pingos da chuva?

terça-feira, março 14, 2006

Tempos modernos, penas antigas

Inicia-se hoje o julgamento de três pessoas que mataram uma criança, com requintes de malvadez, depois de a torturarem sei lá durante quanto tempo.

Pena Máxima que poderá ser aplicada: 25 anos.
Ou seja, estão cá fora ao fim de 15 ou 16 anos.

Nos EUA, um cidadão foi condenado a 5 prisões perpétuas, por multiplos assaltos a bancos, assaltos a mão armada, e roubos de carros.

Pergunto: Será que entre e o 8 e o 80, não podemos, na próxima revisão do Código Penal, proceder ao aumento da pena máxima aplicável, sob pena do país onde vivemos, país este que sempre foi conhecido pelos seus brandos costumes, se tornar numa "favela europeia", onde vale tudo menos tirar olhos.

Se pensarmos, nos últimos tempos, e para além do caso Casa Pia, tivemos o assassinato de duas crianças, na sequência de anos de maus tratos, sendo que em ambos os casos os corpos ou não apeceram ou foram mutilados.

Será que ninguém se encontra preocupado? O governo parece que não, uma vez que a revisão do Cod. Penal apenas adiciona ainda mais crimes, mas não aumenta substancialmente as penas aplicáveis...

O Telmo e o Ruben...

Ontem entre na SIC Noticias TElmo Correia(CDS) e Ruben .... (comuna) discutiram temas da actualidade política num frente a frente cujo nome me escapa de momento. Chegados ao tema do anúncio preliminar de lançamento de OPA do BCP sobre o BPI deparamos com a pobreza do nível do debate político em Portugal que salta a nú quando o tema do debate é sério, já que ultrapassa as costumeiras "larachas" políticas que se fingem discutir no circo de S. Bento pago principescamente pelo contribuinte. Duvido que poucas companhias de circo a nível mundial contem com um número de 230 palhaços...
O Telmo e o Ruben discutiam com fervor a OPA lançada, esgrimindo argumentos ideológicos, demonstrando preocupações sociais, saudando a manutenção dos centros de decisão nacional o nível de debate era elevado, poucas conversas nos cafés da Cova da moura ou da Rinchoa poderiam aspirar à elevação cultural daquela verdadeira Batalha de Ideias...

Para os que saltaram o parágrafo anterior, numa palavra, TRETAS!! O TElmo e o Ruben percebem tanto de economia como o merceieiro do meu bairro... Ah ja me esquecia o merceieiro do meu bairro, que era comuna faliu ou fechou portas há mais de 14 anos... Bom prenúncio...

Do lado do muro soviético o Ruben apontava que nunca se tinham visto em Portugal operações financeiras de tão elevado valor e tão complexas ao mesmo tempo que, os vis empregadores encareciam os direitos das classes trabalhadoras. As OPA's devem ser vistas com temor já que implicam despedimentos aleatórios etc... etc... etc...o rol vermelho do costume. O Ruben, que já foi mais alinhado com o Partido continua com o repertório autorizado do Comité Central preferindo demonizar a economia do mercado. A demonização não é mais que uma forma encapotada de ignorância por um sistema que nunca entenderá... Segundo o mesmo os movimentos de concentração devem ser vistos com cautela, sendo os especuladores inimigos da classe trabalhadora ao mesmo tempo que se avizinham novas lutas e etc... Muito me diverte a retórica comunista mas raspando-se com a unha a superfície apenas se vê que os comunas temem verdadeiramente o mercado, bem como qualquer eventual alteração à rotina das 9h as 16.30. Por fim salienta o Ruben que operações como esta não trazem nenhuma mais valia ao país ou aos seus trabalhadores... Pois é... Avante Ruben...

Por seu lado o Telmo, esse grande Liberal da velha escola, defletia os pungentes argumentos do Ruben com distinção, ora dizendo que o Estado não tinha nada a que ver com os movimentos da Banca (Genial) ora salientando a vitalidade do mercado nacional de capitais, ao mesmo tempo que louvava a manutenção dos centros de decisão nacionais... Genial Telmo, vai em frente... O Telmo sim já entende o pulsar das vivas forças de mercado, da criação de riqueza e etc... Citando o Manifesto Anti Dantas do Almada Negreiros, se o Telmo é de direita eu quero ser de esquerda!

REndido á complexidade dos debate e dos sofistas que o protagonizaram mudei de canal afinal de contas aquele debate para os seus intervenientes foi o coroar de horas de preparação de estudo de argumentos, de revisão de relatórios de gestão e de outros indicadores económicos, vil criatura a que afirmar que o Telmo e o Ruben, que nunca geriram o que quer que fosse para além das suas carreiras políticas se limitaram a mandar as "Charutadas" dos costume pra fazer render os cobres que a SIC lhes pagará pelo serviço público de esclarecimento...

Recado pros meninos, deixem as coisas sérias para gente séria... Nota pessoal, tenho de passar a sair mais pra não ver programasa que fazem mal á cabeça...

Mais uma OPA, mais uma volta...

Pois bem... e eis senão quando mais uma OPA (ao que dizem não hostil) foi anúnciada.

Pelo que percebemos durante o dia de ontem, o Millenium BCP pretende adquirir o BPI (ainda não sabemos bem em que termos), de modo a tornar-se o maior banco nacional.

O seu presidente, Paulo Teixeira Pinto, disse na conferência de imprensa que em princípio "não fazia sentido manter as duas marcas, uma vez que o que se pretendia era manter a marca mais forte e com mais penetração do mercado". Com esta explicação ficamos a saber que o Millenium irá mandar às urtigas o BPI, sendo que passaremos a ter balcões rosa todo o lado.

No entanto, afirmou que "o BCP não pretende proceder a nenhum despedimentos, mas dar novas funções aos seus novos trabalhadores".

Ora, salvo o devido respeito, embora essa notícia seja boa para o Governo que assim vê o número do desemprego manter-se em 500.000, faz com que um dos objectivos da fusão esteja imediatamente posto em causa.

Se o objectivo, tal como foi afirmado, era tornar-se o grupo bancário maior e mais competitivo, seria necessário libertar um conjunto vasto de trabalhadores do BPI, de modo a agilizar este "monstro financeiro", não cometendo os mesmos erros da CGD. Mantem a marca forte, reduz-se o número de trabalhadores no sentido de obter ganhos de eficiência.

Se ruas ficariam com dois balcões (como aquela onde trabalho), faz sentido encerrar um deles? E se sim, o que acontece às pessoas que lá trabalham? Vão servir cafés aos do balcão de cima ?

No último fim de semana, o prof. Daniel Bessa afirmou que não se deve ter medo do desemprego, pois é ele que faz a economia agilizar-se e tornar-se mais eficiente.

Se assim é, e estou de acordo que assim seja, pergunto-me muitas vezes se aqueles que não tem qualquer cargo político relevante, deviam falar aquilo que pensam ou falar aquilo que os "outros" deixam falar...

Notas de um país onde o Governo está em cada esquina... aliás só por isso é que se compreendem os comentários dos ministros às OPAs que tem sido lançadas.

Artigo do DN de 9 de Março

Artigo de Luciano Amaral, título «Cinquenta mil labregos»

Passam hoje 90 anos sobre um dos momentos mais gratuitos, mas com mais consequências a longo prazo, da História das Relações Internacionais Portuguesas: a entrada directa de Portugal na I Guerra Mundial. A 9 de Março de 1916, a Alemanha declarava-nos guerra, na sequência do aprisionamento de todos os navios mercantes alemães estacionados em portos nacionais. Os navios alemães, na verdade, nunca passaram de um pretexto do Governo de Afonso Costa para lançar o País num conflito em que desejou ardentemente lançá-lo desde o início, em 1914. Se a entrada portuguesa não se verificou logo nesse ano, foi sobretudo porque a nossa "velha aliada", a Inglaterra, não o quis. A Inglaterra sempre preferiu a estranha situação portuguesa dos dois primeiros anos, a não beligerância alinhada, que lhe permitia usar alguma colaboração portuguesa para certos fins logísticos sem ter de se co--responsabilizar pela defesa do nosso território, tanto na Metrópole como no Ultramar, ou financiar (como acabou por fazer) o esforço de guerra português. Foram as suas necessidades desesperadas na guerra submarina que a levaram a pedir o aprisionamento dos navios invocando a "velha aliança", do que resultou a declaração de guerra.
O desejo de entrar naquele que terá sido o mais absurdo dos dois conflitos mundiais foi sempre português desde o início, em particular da facção dominante do regime da I República. Este desejo teve origem no carácter fundamentalmente radical e não consensual do regime. É preciso perceber que a I República não foi a mera substituição do Rei pelo Presidente (que, aliás, poucos poderes tinha). Foi a passagem para um regime que tentou aplicar um programa de transformação radical (se necessário, violenta) da nossa sociedade de então. Por isso, a República nunca representou uma solução política estável e com a qual a maioria do povo (ou talvez fosse melhor dizer da opinião pública) português(a) soubesse conviver. Desde o início capturado por uma clique que entrou em conflito com o País, o regime foi um notável catálogo de arbitrariedades e violência. A tradicional conversa sobre a "longa noite fascista" do salazarismo parece pressupor que ela interrompeu um "longo e radioso dia democrático". A verdade é que a I República conseguiu o feito de juntar (sob uma aparência, estritamente formal, demo-liberal) o pior do autoritarismo formalizado, como as prisões e as deportações (tão vastas como durante o salazarismo), a proibição de partidos, a fraude eleitoral ou as limitações à liberdade de expressão, com o terror da violência informal, às mãos dos famosos Batalhões de Voluntários ou da Formiga Branca, mais próprio dos regimes totalitários.
Foi este regime que viu na I Guerra Mundial uma janela de oportunidade para finalmente se afirmar no País, criando um "sentimento nacional" ou uma "unidade nacional" que, evidentemente, o conflito com a Igreja e os chamados "monárquicos" (um conceito muito elástico) não criaram, bem pelo contrário. Em consequência, agarrou a oportunidade mal pôde, pôs o ministro da Guerra (Norton de Matos) a fabricar um Exército moderno à pressa e lá enviou, em 1917, para a Flandres um Corpo Expedicionário Português (CEP), que chegou a mobilizar cerca de 50 mil homens. Ou, como diria Aquilino Ribeiro, enviou para "o matadouro os meus pobres, ignorantes e pacíficos labregos". A estes juntou mais cerca de 50 mil, enviados para as colónias. Tosco, mal equipado e mal preparado, o CEP foi punido sem piedade pelos alemães, até à humilhação última de La Lys. No final (entre a Flandres e África), não voltaram cerca de dez mil "labregos". Para além desta carnificina, a participação portuguesa na guerra não serviu para praticamente mais nada, a não ser para uns convenientes empréstimos ingleses, já que os benefícios a pretexto das chamadas "reparações de guerra" arrancadas pelos aliados aos alemães foram irrisórios.
Serviu, porém, embora involuntariamente, para outras coisas. Para adicionar mais uma causa de insatisfação com o regime, que se juntaria às outras todas, e para uma importante expansão do Exército, que acabou por se constituir no repositório de todas as frustrações nacionais. Foi o que se viu com o golpe de 5 de Dezembro de 1917 de Sidónio Pais e, mais tarde e ainda mais, com o golpe de 28 de Maio de 1926, que poria termo à I República para dar origem ao salazarismo. Perante um regime incapaz de se fundar numa legitimidade política substancial, acabou por restar a última instância da violência legítima militar, sendo que um dos veículos para o surgimento do Exército enquanto agente político (tanto por via do aumento dos seus efectivos como da sua razão de ser) foi a participação na I Guerra Mundial. Depois viria, efectivamente, a "longa noite fascista". Mas, sem a explicar por inteiro, ela não é compreensível sem primeiro compreender a prévia "noite republicana".

segunda-feira, março 13, 2006

Os de lá da terra...

Na página final do Jornal o Público de ontem(12/3) VPV num dos seus mais interessantes artigos traça em breves linhas a herança de 30 anos de poder local. Em síntese estabelece o mesmo uma relação entre a descentralização, o caciquismo e a corrupção, ao mesmo tempo que traça a evolução histórica da descentralização administrativa desde os tempos do "vintismo" e da primeira constituição liberal de 1822.

A tese, da qual somos também defensores, é de que quanto maior a descentralização, maior a corrupção, de entre as causas desta curiosa relação salienta-se precisamente o elemento em falta nesta ligação, os caciques locais. Os caciques nada mais são que grupos de interesse centrados em torno de dois ou três notáveis da terra. Notáveis não pelos feitos profissionais ou cívicos mas somente por serem os "campeões" do partido lá da terra. Dado a organização partidária (c/especial relevo para o PSD e PS) ser decalcada do mapa de concelhos do país, o que acontece não é demasiado difícil de entender, os Adelinos, Isaltinos ou Fatinhas, à moda de Luis XIV, «Le parti c'est moi». Se juntarmos a este fenómeno o facto de que o povão é ignorante em qualquer lado é torna-se fácil ver ao nível a que chegaram estes autênticos "senhores do sistema" lá da terra.

Por oposição, na única urbe deste pequeno país os "Senhores do Sistema" de Lisboa, que têm a seu cargo a governação preferem vacilar e ceder aos interesses locais, dada a fraca força das lideranças partidárias centrais que pouco se opõe ao caciquismo local forjando as Direcções Nacionais alianças com os donos dos partidos lá no interior, afinal de contas julgam eles política local é coisa pra "malta lá da terra" .

É curioso ver que nos momentos em que o País adoptou políticas centralistas, mau grado os urros dos alarves lá da província a corrupção desceu para níveis maís aceitáveis, assim o foi durante a I República, durante a qual Lisboa governou contra a Província e assim o foi durante o Estado Novo.

Os caciques locais proliferam fundamentalmente por dois motivos, a inércia e debilidade das lideranças nacionais partidárias que ascendem a esta posição através de compromissos com os de lá da terra e ainda por a Justiça ser fraca e estar mais vocacionada para a protecção dos seus interesses corporativos, permitindo aos caciques a impunidade que se conhece...

Terminando, e aproveirando o mote dado pelo Estado Novo e a I República, nos por cá preferimos o país sob a rédea férrea de Lisboa que sujeite aos Adelinos, Fatinhas, Valentins ou outros piores lá da terra...

sexta-feira, março 10, 2006

A ELES!!!! (ao menos vemos um jogo porreiro...)


A ELES!!!!

quinta-feira, março 09, 2006

Quartos de final... apenas mais um passo rumo à final

Depois da exibição de ontem, sem um dos jogadores
mais influentes do plantel, qualquer benfiquista, por muito
que tenha criticado os jogadores em anteriores jogos, tem de
demonstrar felicidade e respeito face à fantastica exibição
realizada ontem, em Anfield Road.

Nunca nenhum clube português tinha ganho neste mítico estádio, e provavelmente nunca tinham marcado sequer dois golos.

E que golos! Desde já candidatos aos melhores golos da Champions deste ano.

Agora? agora que venha o Arsenal ou o Villareal.

Tudo menos o Barça. Era bom ver o Ronaldinho, o Messi e o Deco, mas as hipóteses de passar seriam menores.

Viva o Benfica!

P.S. Parece que hoje alguém tomou posse de alguma coisa... não me lembro que o SLB tivesse eleições hoje...

La teve que ser...

Algum dia saltaria um assunto importante para o blog...

Aproveitando o patriótico repto lançado pelo meu co-blogger, assinalamos o nosso júbilo pela vitória do SLB motivo, patriótico ibidem, senão vejamos, "vermelhos" pouco me agradam especialmente na política mas também no futebol, contudo quando a escolha é entre os nossos vermelhos e os dos outros países preferimos sempre o produto de cá da terra nem que seja apenas só por isso...

Espero que num dia tão fértil em acontecimentos não se limitem as inteléquias cá da terra ao comentário acerca do esférico, obsessão, vício naciona e único assunto que atravessa transversalmente a sociedade portuguesa numa autêntica comunhão social...

Nos por cá a devido tempo a voltaremos por ora ficam as felicitações pela justa vitória do SLB.
Votos de boa sorte para o sorteio de amanhã.

quarta-feira, março 08, 2006

É hoje!



Quem não quiser sofrer(ou quem não for do SLB) pode ver as 10 novelas da TVI e o Jornal Nacional.

Quem fizer parte dos 6.000.000, pode começar a rezar, que isto é para homens.

Esqueçamos os problemas do país e vamos a eles!

SLB! SLB! SLB!

P.S. Embora o blog não tenha uma unanimidade clubística, hoje é dia de Liga dos Campeões!

Who's the lady?

Encontramo-nos já nas ultimas 24 horas finais do mandato de presidencial de Jorge Sampaio. Aproveitando o mote a imprensa diária têm optado por força dos eventos por uma de duas posições, ou o elogio ao mandato do Estadista ou a antecipação do próximo Mandato presidencial... Escolha interessante mas sensaborona já que hoje se comemora o dia internacional da mulher.

A figura da primeira dama ou do primeiro cavalheiro (quando esse dia chegar) são meramente ornamentais, a modos como uma jarra no palácio de belém que somente devem comparecer em ocasiões protocolares e se o interesse de Estado o justificar. Entendo que se saiam uns cobres do Erário público para que a Madame ande com o cabelo bem arranjado e de traje bem aprumado. Mas de resto nem mais um euro pro ornamento.

Apontam frequentemente os detratores do sistema Monarquico o papel enobrecedor do voto, a legitimidade da escolha popular, a democracia em acção, a possibilidade, ainda que académica de de qualquer plebeu ascender à Chefia do Estado e a costumeira lenga lenga que termina sempre com o rei demente e absolutista que quer governar e cortar cabeças, como se isso fosse o mais interessante do mundo para um monarca moderno.

Embora não seja frequentador de eleições para o PR não posso deixar de questionar os seguintes aspectos:
i)vinha no boletim de voto a primeira dama, penso que no presente status quo ainda so dificultava mais a escolha?
ii)quanto custou aos contribuintes o "ornamento"?
iii)porque é que o "ornamento" têm um gabinete em Belém com o correspectivo pessoal?
iv)qual é o interesse de criar este estatuto de primeira dama?
v)porque temos de gramar com a agenda social do "ornamento" se este nem sequer foi eleito?

Não lamentamos a aspereza da palavra ornamento já que a doutrina republicana pura e dura é que trata assim a mulher do presidente, tanto quanto sabemos o Dr. Sampaio sempre se orgulhou de ser um republicano dos duros.

Terminando resta somente o veredito, a primeira dama não é mais que imitação, provavelmente mais cara do Estatuto de uma Rainha, que em muitos países (RU, Holanda etc...) é a Chefe de Estado, com a agravante de não servir para absolutamente nada já que se o PR se encontrar impedido de exercer o cargo a Primeira DAma apenas serve para levar caldinhos à cama do PR, ao invés que numa Monarquia chefia do Estado é lhe confiada em termos semelhantes ao de uma regência provisória.

Dia internacional da mulher e República não combinam já que a segunda remete a mesma para o papel de ornamento. Case study interessante seria se o PR fosse uma mulher com o seu inerente ornamento, imagine-se somente....

terça-feira, março 07, 2006

Maravilha do PREC ou Bloguista?

Mais do mesmo?

O Eng Pinto de Sousa encontra-se na Finlândia, parece que se maravilhou com a civilização por lá vista, pelas vistas e pelo desenvolvimento tecnológico lá da terra. Infelizmente nunca visitei até à data as terras Escandinavas e portanto não posso falar da terra nem das suas nativas...

Poderemos contudo comentar o pindérico parolismo do Engº que saindo da indóspita e atrasada Lusitânia se rendeu aos encantos da mui civilizada Finlândia. Mais uma vez o "saloio e bacoco" complexo de inferioridade português vêm ao de cima, desta vez pasmando-se o Engº com o progresso daquele povo nórdico. Rendido às suas virtudes e inflamado pelo sopro da civilização e finlandesa que em boa verdade nada mais são que um cocktail abastardado de eslavos (russos) e nórdicos, parece que redescobriu a paixão pelo ensino, almejando reproduzir copiosamente o modelo daquele belo país ao mesmo tempo que o seu modernista choque tecnológico embalará os espíritos nacionais para uma nova época de progresso e prosperidade.

Há no português um complexo de inferioridade e uma vergonha muito características, qual campónio em primeira visita pasmado pelas luzes da cidade e seus modernos costumes. Tristemente copiar per si não é mais do que "ir atrás" de um certo modelo que já nos leva uns quantos anos de avanço. O Engº não entendeu que copiar não aporta nenhuma mais valia específica a Portugal, infelizmente as apostas nos sectores estratégicos que Portugal beneficia continuam a ser ignoradas...

Dois brevíssimos exemplos históricos, o Engº é do Fundão, assim sendo deveria conhecer a história da sua região, no século XVIII tentou o conde da Ericeira trazer para Portugal as manufacturas texteis de forma a que os Portugueses conseguissem produzir produtos texteis de qualidade que fossem suficientes para abastecer o mercado nacional e estacar o fluxo para o exterior do país de ouro e prata que compunham a moeda em circulação. A experiência como nos sabemos resultou no que se sabe, nunca Portugal se tornou um portentado do textil e mais tarde o proteccionismo levou às infames "Pragmáticas" que consistiram na imposição de uma pauta aduaneira demasiado pesarosa para os produtos internacionais que concorrriam com os nacinais. Resultados já se conhecem, e também a política pagar subsídios para financiar industrias nacionais pouco competitivas também...

Outro Exemplo histórico. Vejam-se os documentos do Reino desde a sua fundação até hoje... Qual é o produto que encontramos sempre nas importações? Cerais, Portugal nunca foi capaz de satisfazer o seu consumo doméstico de cereais desde os tempos imemoriais. Resultado, gastam-se centenas de milhões de euros para a construcção do Alqueva que não servira para a ponta de um corno.

Enfim, nós por cá achamos que a Santa terrinha Lusitana tem muito para dar, desde que se saiba aonde tirar.

Infelizmente tirando os japoneses poucos povos sabem copiar de forma a que a cópia não seja mais que uma pálida reprodução do original. TErminando com a teoria muito em voga em "O mundo é plano" num mundo globalizado interessa produzir algo que seja diferenciado da concorrência, que aporte a mais valia determinante, não que seja somente mais um sensaborão gelado de baunilha como parece ser o modelo do Engº Pinto de Sousa.

Mais uma taxa, mais uma volta...

Parece que em Portugal, o Governo para demonstrar que existe e está vivo a única coisa que sabe fazer é inventar mais um imposto, ou no caso concreto, mais uma taxinha.
Mas desta vez não é bem uma taxa... é um ajustamento. Que pode chegar a uma subida de 23%, mas um "pequeno ajustamento". Alega o Ministro da Saúde, que com esta subida, o Sistema Nacional de Saúde continua a ser financiado inteiramento pelo Orçamento de Estado e por outras receitas próprias, sendo que as taxas moderadoras apenas financiam cerca de 0,5% do SNS, pelo que não viola a Constituição.
Ora, ao ver estes números, existe uma pergunta que é inevitável: Se as taxas moderadoras apenas representam este valor, para que aumentá-las? Qual é o impacto que poderão ter?
É sempre dinheiro a mais - dirão os defensores do Governo.
É mais um assalto à mão armada (com seringas, neste caso) - dirão todos os outros
Ainda assim, outra dúvida me assaltou ao saber desta inexplicável subida: Quando o anterior 1º Ministro, PSantana Lopes afirmou que desejava criar escalões para o pagamento das taxas moderadoras, subindo as referidas taxas para quem podia pagar, e descendo para quem não tinha rendimento disponível, foi apelidado de Fascista (pergunto-me quem não é apelidado assim...), de querer assassinar o SNS, de fazer um ataque à Constituição (considerada um baluarte do constitucionalismo Europeu). Enfim... de um conjunto de banalidades e de estupidezes.
É claro que estas banalidades e estupidezes, vieram da bancada parlamentar que hoje é Governo, e que perdeu a preocupação de defender com "unhas e dentes" o SNS.
Resta saber se a população terá unhas e dentes... Mas isso é trabalho para outro Governo...

segunda-feira, março 06, 2006

Faço minhas as palavras de Deus

Quando o cidadão eleito gosta que o confundam com a cadeira onde está sentado
(ò senhor presidente, ajeite-se aí que isto não demora nada).O trabalho que o Diário de Notícias tem feito, em várias páginas diárias, sobre os mandatos de Jorge Sampaio é talvez um dos maiores fellatios jornalísticos na história da democracia, da ditadura e da primeira república juntas. Tem tudo a que temos direito: falta de enquadramento, falta de rigor, falta de contraditório, falta de perspectiva e, sobretudo, falta de vergonha. É um mau trabalho jornalístico. Também francamente mau enquanto fellatio.Em vez de coisa sentida ou apaixonada saiu uma sinopse murcha e por episódios desse fracasso editorial que foram os catorze volumes de “Portugueses”. Os artigos têm o mesmo interesse dos livros que por sua vez têm o mesmo interesse do seu autor. Aliás, é só por esta inesperada capacidade de síntese que percebemos que não foi o próprio Sampaio que assinou os afoitos actos. Não quer isto dizer que o presidente não goste ou que não queria. Tenho para mim que ele gosta muito e quer muito. E sabemos que para este género de práticas é preciso, no mínimo, o consentimento de ambas as partes. Seja por provincianismo ou falsa modéstia, nem o pobre Almirante sonharia alguma vez ir tão longe...pelo menos à frente de tanta gente.

[Rodrigo Moita de Deus] PS:
Teixeira Gomes? Esse não foi aquele que fugiu? in o Acidental http://oacidental.blogspot.com

Apenas acrescento que nada me admira vindo dessa grande mente republicana, laica e, obviamente, socialista, António José Teixeira.

O fim do Estado do Comentador único?

Aproveitando o tema lançado em intervenção do meu ilustre colega, próximo dia 7 de Março, com o início das suas intervenções na SIC notícias abre-se um novo espaço em televisão. A partir dessa data o espaço do comentário televisivo deixará de estar confiado exclusivamente ao centrão compreendido entre o "semi-domesticado"(expressão de VPV, embora o autor prefira a"domestico") Prof Marcelo, que qual António Sala no seu livro de anedotas faz comentários pro menino e pra menina, pro pai e pra mae, pro avô e pra avó (admitimos a piada é fraca!) e o "piqueno pigmeu" com as suas notas soltas, tão soltas que mais parecem a linha oficial do Partido Socialista que são polvilhadas com interessantes diatribes que começam sempre com: Quando eu não paguei o imposto de sisa e fui desterrado pra Bruxelas falava-se destre problema....

Sem negar a simpatia com parte do estilo protagonizado pela liderança de Paulo Portas cumpre sublinhar que transformar o comentário monopólio do centrão é tornar sensaborão no mínimo. Pela primeira vez a uma direita moderna, liberal, plural não obstante um pouco revenchista (fado comum neste país) é uma oportunidade ímpar para trazer à liça temas como o papel do estado na sociedade (no qual marcelo e vitorino pouco alternam), a segurança e o desagravamento fiscal aliados ao papel de um estado primariamente regulador por oposição a um estado socialisticamente intervencionista.

De saudar a terceira via entre a Homilia marcelista e o Estado Geral de Vitorino na qual PP terá uma oportunidade que será certamente tomada como "populista" "demagógica" e certamente "direitista e quasi-fascista" mas enfim como normalmente quem faz esse género de comentários são os herdeiros culturais do PREC e da construcção da sociedade socialista que nem são para levar a sério.

Consequência do sucesso de Portas que podemos desde já antecipar será uma enorme fricção e tensão com a presente direcção do CDS, não pelo que Portas dirá certamente mas certamente pelos seus efeitos dentro do partido, especialmente tendo em conta o estado de derrelicto(termo naútico para navio que foi abandonado pela sua tripulação mas que continua a flutuar) da presente Direcção Nacional.

É dito que o fim de uma era termina com um pequeno acto, certamente o fim do domínio ideológico do centrão nos média está bem consolidado e para durar, contudo abrem-se novos horizontes, radiosos ou não, cá estaram os velhos marretas pro que der e vier...

Votos comprados ? Impossível !

O problema da função pública é grave e fracturante na sociedade portuguesa. Todos afirmam a necessidade de uma "revolução permanente" (até Mao se invoca neste blogue), aspirando a uma eficácia e rapidez que transformem a burocracia em produtividade.

No entanto, e como escrito por João Pereira Coutinho no Expresso desta semana, no Brasil, milhões de pessoas (trinta, pelas últimas estimativas) encontram-se a ser ajudadas pelo Estado Federal, através de cheques para ajudar no orçamento familiar ao nível das necessidades mais básicas como alimentação e saúde.

Tendo em consideração que não podemos comparar os dois países, os 121 mil funcionários públicos são exactamente pessoas com as mesmas características.

Pessoas com fraca formação académica, empregados graças cunhas de amigos, e com um trabalho fraco (fraquissímo para ser franco), pululam por vários organismos públicos, desde as camaras municipais até aos vários institutos públicos criados por todos os governos.

Assim, com votantes certos e fidelizados através do orçamento de Estado, não admira que o centrão governe!

O Paizinho

Desde 2001 a 2006 o Estado empregou directa ou indirectamente mais 121.000 pessoas, verdade seja dita que a maioria foi para os serviços da Administração Local.

Hobbes em "Leviathan" concebeu o estado como um monstro que se impunha sobre a comunidade de cidadãos tendo como principais funções impôr a justiça e a segurança de forma a que os cidadãos pudessem viver em relativa paz social. A intervenção estatal era então vista como uma necessidade imperativa servindo o braço forte do estado para proteger os mais fracos e impor o característico "rule of law" britânico. Caricatura (é já uma tendência dos autores modernos recorrerem a este blasfemo recurso estilístico, ao mesmo tempo que se aproveita a piada enquanto está fresca), é o monstro que se impõe sobre a comunidade.

Transferindo esta imagem para o Portugal de hoje, o Estado será o "paizinho" de feições benevolentes, com a simpática " barriguinha" que cada vez mais é a imagem de marca do macho português, que qual figura paternalista ajuda os seus "filhinhos" nas agruras do dia a dia. Estas "ajudazinhas" manifestam-se de diversas formas, ou seja protegendo os caloteiros e os delinquente s com um sistema judiciário primitivo e lento, seja encontrando na sua "casinha" um lugarejo no qual dá guarida e trabalho aos seus filhos.

Nos por cá abominamos o presente status quo, pessoalmente irrata me a ideia do paizinho pois é precisamente a ideia do paizinho que permite à classe média (mediocre valores e cultura burguesa reprimida pelos idos de Abril de 1974) que legitima autênticas extorsões fiscais, manutenção de um funcionalismo público para o qual a causa pública é a manutenção de regalias e direitos adquiridos que mantém uma mentalidade estatizante e vindicante socialista da qual o único benefício que retiram é serem eles próprios mal servidos pois em Portugal como em todo o lado só recorre aos serviços públicos quem não pode recorrer ao privado....

Admitimos que a imagem é bastante crua e despojada de pormenor, carecendo de aprofundamentos vários, no entanto não deixa de ser uma boa caricatura (mais uma vez este vício estilísticos, pedem-se desculpas ao outro leitor/autor)...

Tempus fugit!

Boxe Vs Política

Será que o Portas vai bater no Marcelo na próxima 3ª feira? Será que o Vitorino vai antever o Portas? Será que o Pacheco vai bater no Portas? Será que o Portas vai bater no Monteiro? Será que Menezes vai bater no Mendes (ui! que novidade)? Será que o Sócrates vai comentar o Portas? Será que todos se juntam na 5ª para aplaudir Cavaco? Será que Cavaco vai gostar dos comentários de Portas? Será que Manuela & Borges vão puxar o tapete a quem for líder do PSD? Será que Santana vai servir cafés no programa do Portas? Será que Guterres vai visitar um país com refugiados? Será que Souto Moura está à espera de uma ajudinha de Portas?

(Há dias em que acordo muito interrogativo...)

Visto assim parece tão interessante. Argumento para Óscar. Só falta um elemento feminino. Manuela não conta!

"Como eu gosto da Finlândia!!"


Todos nós conhecemos alguém que é completamente
apaixonado por algum país ou cidade. Londres, Paris ou Nova Iorque são, normalmente, objectos destas paixões incondicionais.

No entanto, o nosso caro Eng. Pinto de Sousa (also known as José Sócrates), apaixonou-se pela Finlândia. País conhecido pela sua cultura milenar, e larga história independente, entendido pelos peritos como o berço do Plano Tecnológico que o nosso caro Eng. pretende implementar em Portugal.

Não me vou dar ao trabalho de explicar ao Eng. Pinto de Sousa porque é que a Finlandia não devia ser exemplo para ninguém. País onde os suicídios se sucedem, onde o sol apenas aparece durante umas horas por dia, e onde as (poucas) igrejas existentes, ou estão vazias ou servem para almoçar, não devia ser comparável, a um país como Portugal.

Mas pior do que isto, ainda é o facto de o Sr. Eng. ir visitar uma escola no referido país, onde rezam as crónicas, "toda a pedagogia e aprendizagem é baseada nas novas tecnologias".

As crianças coitadas, que não tem culpa de nada, vão ter de ver o nosso poster boy a aparecer no seu facto Armani, provavelmente com um sobertudo Hugo Boss e um telefone Nokia. E vão perguntar... " O Sr. é o... o Sr. é o amigo do Gattes"?

Pergunta: Será que o Sr. Eng. não pode ficar ficar lá uns meses para aprender suomi? De preferência através de um telefone Nokia, ou de um computador com Windows. Deste modo, ninguem ficava aborrecido com o nosso rapaz propaganda das grandes marcas.

P.S. Não estava na altura deste Sr. Eng. ficar por cá uns dias consecutivos para conhecer o país em que vive, com as suas condicionantes naturais e conjunturais, só para variar? Eu sei que não dá dinheiro da publicidades, mas era bom termos um 1º Ministro que, de facto, trabalha em prol de Portugal

sexta-feira, março 03, 2006

E como hoje é 6a feira

Porque a excitação pueril de hoje ser 6ª Feira?

Fácil porque ontem foi quinta e há uns dias segunda.

Parece idiota não é? A verdade é que se nos anima o espírito...

Pas de probleme a 2ª Feira já está a caminho.

Parabens aos autores do título do Blog foi bem concebido(um pouco de auto elogio mesmo que comparticipado faz sempre bem já que hoje é 6ª Feira e o blog só têm dois leitores.

Pergunta que não quer calar?

Mas porquê é que um país onde não existe um atentado terrorista desde o tempo da Carbonária, resolve determinar que o terrorismo é o alvo primordial das investigações da PJ? E o tráfico de droga? e o branqueamento de capitais?

Com governos destes, continuaremos a ser o porto de entrada da droga na Europa, e o local onde traficantes e construtores civis trabalham em parceria para a construção de mais cogumelos de cimento, ou melhor, a "lavandarias de cimento".

P.S. De notar que Maria José Morgado ainda não levantou a voz contra esta inversão de prioridades... de facto, a protecção a governos do PS continua... Daqui a uns meses deverá ser nomeada para um qualquer cargo importante. Ofereço uma moeda a quem adivinhar. Pista: Que magistrado vai ser substituido nos próximos meses?

Prioridades...

Corre nos principais títulos da imprensa escrita da urbe a notícia de que a criminalidade económica não consta das prioridades de investigação pela Polícia Judiciária, felizmente a presente lei de investigação criminal é suficientemente confusa para culpar os diversos intervenientes deste processo, bem como para depois de uma breve excitação em torno do tema, dois debates bem intencionados com efeitos formativos e duas notas soltas do pequeno anão cair pela base, ou seja perder o interesse. Infelizmente a plebe pouco se interessa com a corrupção nos serviços públicos, especialmente os da administração local.

A "labregada" cá da zona fica chocada com a corrupção desportiva, campeonatos escamoteados, penalties roubados, foras de jogo, quantas horas por ano se passam a discutir a suposta corrupção desportiva. Dentro de cada "Zé" cá da terra vive um jurisconsulto romano, senão vejamos qualquer discussão sobre corrupção no fenómeno desportivo é feita com paixão, mas também com razão, invocando precedentes(jogos e lançes das ultimas 20 épocas), discutindo a matéria de direito, pedindo justiça...O que interessam o caso Eurominas, o Saco Azul da Fatinha ou as negociatas do senhores do sistema político quando comparados á última jogada de um jogo qualquer...

Infelizmente dentro do "ZÉ" da terra não vive um cidadão exigente quanto aos negócios públicos, à forma de governação, um consumidor exigente e consciente vive sim um "paineleiro de arbitragens".

Facilmente toleramos a corrupção nos negócios públicos, infelizmente grassa por cá a mentalidade de que "todos roubam mas aquele ao menos é amigo do povo".

Citando Maquiavel, «Quão suave é a mentira tão doce o engano»...

Um dia diferente... ou igual?

Todos os dias acordo com o pensamento de que hoje é que vou aprender coisas novas, alcançar novos objectivos, definir novas metas.

No fim deste dia que passou apenas tenho a dizer que:
(i) o SEF cheira mal;
(ii) chamar desaorganizado àquele serviço era demasiado simpático e não tinha em consideração a bandalheira de senhas, funcionários incompetentes, advogados vigaristas e seguranças que se julgam inspectores do SEF ou mesmo polícias;
(iii) existem mais estrangeiros ilegais em Portugal do que estrangeiros legais;
(iv) foi preciso 4 horas para ser atendido, e 1h e 30m para proceder ao devido pagamento de taxa, coima, e o raio que o parta... 100 contos (na moeda antiga)...

Com este retrato, como é que as brasileiras giras hão de vir para Portugal??? é óbvio que o que vem é o Camafeu do Nordeste, o encaracoladinho da Bahia, e o vigarista do Rio.

Não podes fazer nada...

A não apresentar a reclamação devida... mas... espera...se reclamares nunca mais poderás resolver nenhum assunto lá... nem a tua empregada... nem o problema do carpinteiro ou do electrecista... pois... se calhar o melhor é mesmo comer e calar...

É esta mentalidade que existe, conforme confidenciada por um colega lá presente, que faz com que o funcionalismo público funcione tal qual a época da pedra lascada, onde até os computadores de última geração não funcionam na mão dos trolhas que estão atrás do balcão.

E se alguma coisa poderia ser alterada pelo "Plano Tecnológico", era preciso não saber como estes planos são delineados para acreditar nos mesmos. O que é preciso não é mais windows ou word ou explorer ou internet. O que é preciso é uma classe de servidores públicos que queiram servir a Causa Pública, que estejam disponíveis para ajudar e que sejam remunerados em condições. Para que isso aconteça é preciso despedir uns largos milhares de funcionários públicos que não conseguem inserir um dado no computador, que não sabem fazer uma pesquisa na internet (nem querem aprender), e que, consequentemente passam o dia em pausas para café, água, ou mesmo para conversar com a vizinha do lado enquanto 50 pessoas esperam a sua vez (aconteceu tantas vezes meu Deus!!!).

Finalmente, é preciso ensinar as pessoas. Como dizem os nossos páis, "ninguém nasce ensinado" e portanto deve o Estado - maior entidade empregadora do país - formar os seus trabalhadores, como é exigido no Código de Trabalho. E se estes não trabalham como é devido, devem ser punidos, sancionados e se for necessário substituídos por pessoas mais capazes.

Se o Estado não cumpre o que exige, com que moral podes exigir a terceiros o cumprimento das referidas disposições legais?

quarta-feira, março 01, 2006

Velhos Marretas

Na senda de mais uma conversa de café nasceu o presente que para alem de nao ter fins lucrativos também nao ambiciona a ter fins educativos, para os que discordem ou que não agrade o seu conteúdo resta-lhes não o lerem ou atirarem umas pedras ao computador (o seu próprio preferencialmente) por profanarem estas linhas um qualquer dogma ou sacro pensamento...
Para mim e um prazer partilhar este espaço com o meu colega
Sobre o titulo apenas mencionar que é uma alegoria no mínimo interessante quanto aos seus membros fundadores. Nota final de agradecimento a boa entidade patronal que certamente prescindirá de muitas horas de trabalho próprias em prol do presente Blog.

E assim nasce...

Num dia onde parece que descobrimos que existem hospitais sem condições... nasce um espaço para a opinião livre, onde existem condições, respeito pelos cartoons alheios, e uma pura visão das coisas.

Vão existir opiniões perfeitamente infundadas, ódios de estimação e referências àqueles que admiramos.

Tentaremos (pelo menos inicialmente) não dizer muito mal de alguém, embora me pareça que este designio será rapidamente esquecido.

Os velhos dos marretas estão de volta! E prontos para tudo...