Milho e Hordas Mongois!
Dois assuntos ocupam o nosso espaço de hoje. Um de política nacional, outro de internacional.
(i) Milho e Circo!
Começemos pelas hostes indígenas. O assunto não é novo mas é merecedor da nossa atenção. Falamos obviamente da ordalia de destruição praticada pelos jovens anti-transgénicos no milheiral Algarvio. Problema de ordem pública sem dúvida, mas que ordem? Mais, pelo contrário síndroma de complexada actuação do Estado de Direito. Ao Ministro da Administração Interna recomendo um retrocesso aos bancos do primeiro ano e do conceito de Estado de Direito, é que a razão de ser do Estado de Direito é este assegurar o legítimo uso da força para protecção dos interesses públicos ou privados se tal se justificar.
Lamentavelmente a actuação da garbosa GNR foi triste mas pior ainda foi débil, não é para isso que se pagam impostos. Imagine o bom leitor que as explicações do ministro foram as de adequação e proporcionalidade da actuação, sempre dentro do quadro de legalidade. Além de erradas pois o artigo 255º do CPP requere outra actuação, especialmente por nos encontrarmos em flagrante delito. Cabe ao ministro tecer considerações sobre a legalidade de actuações que são de apreciação do foro judicial? A verdade é a propriedade privada,valor e sustentáculo de qualquer sociedade, assim como o respeito pelos bens alheios, públicos ou não conhece em Portugal pouco respeito e muito menos consideração.
Somos de facto um povo estranho e de estupidificante concepção de propriedade, intolerantes no nosso "quintalejo" e desplicentes pelo dos outros. Assim não se vai a lado nenhum.
Ondas de choque deste episódio, o bloco de esquerda na voz de Portas manifestou a sua solidariedade com a causa. Nada de novo, o sotão de cacos velhos, rejeitados pelo PC e pseudo-marxistas, ecologistas ou somente crianças que não ultrapassaram os dogmas dos 70, ou seja cuja concepção social e politica estacou em 11 de Março de 1975 ou mesmo antes não é de esperar grande coisa, portanto ao Bloco um louvor pela seu sectarismo e coerência estupidificante.
Óbvio que o episódio escalou, como todas as imbecilidades nacionais a proporções do PR, a ver as ondas de choque que certamente serão fracas. Votos de imbecilidade aos ministros da agricultura e administração interna.
Aos jovens ecologistas anti trangénicos recomendo mais transa e menos parvoeira!Bandidos!
(ii) Hordas mongois?
Vaticinado longamente neste Olimpo de Liberdade(o nosso blog), no qual postam deuses, a escalada de agressividade russa era esperada, fora pelo seu acossamento contínuo pela NATO com a deslocação da fronteira a Leste, fora com o poderio económico e de recursos naturais, fora por mais dez motivos a verdade é que se sentia a crispação entre a UE e a Rússia. Prudentemente Bush há muito colocou os pontos nos í´s e mostrou a Vladimir quem é que venceu a Guerra fria. Estupidamente as lideranças europeias, com excepções, mas encabeçadas por Chirac e Shroeder, e influenciados pelo acefalismo das teses de Vidrin e da «hyperpuissance» andavam virados para Oeste, demonizando o aliado americano, a par de procurarem parcerias novas com a Rússia e a China.
Em boa hora mudaram as lideranças, o que só por si já justificava um post contudo os sinais de tensão são maiores, exacerbados pelo facto da NATO e da UE terem um pé no antigo pacto de Varsóvia com a nova vaga de alargamentos. Resposta de Moscovo, além de transformar a Ucrania em foco de tensão e campo de batalha de primeira linha com influências de lado a lado, regressamos aos tempos da velha guerra fria, com a nuance de procurar um melhor relacionamento com a China. Resultado, exercícios militares conjuntos, parcerias estratégicas em áreas de aeronautica, espaço e outros domínios tecnológicos, assim como uma alteração da retórica, ontem demonstrada pelo ensejo russo de ter a melhor tecnologia de aviação militar, como alias decretou Putin na abertura da Feira Aeroespacial de Moscovo.
Os tempos são bem diferentes, especialmente por conta da ameaça do terrorismo islâmico que obriga a novas parcerias pois a Rússia comunga interesses em áreas como o Afeganistão e as Repúblicas vizinhas ou mesmo do Irão, contudo Putin, com pompa e circunstância anunciou que voltou a realizar vôos com a frota de bombardeiros estratégicos russa, junto da ilha de guam e do Reino Unido. A ameaça é séria e não deve ser levada levianamente, contudo o material russo estratégico é do tempo dos Ladas, e embora com capacidade nuclear, não passam de chassos velhos que se arrastam pelos ceus com dificuldade suponho.
A estes voos, que relembramos junto do Reino Unido a RAF com o acompanhamento da Força Aérea Noruguesa corresponderam fazendo «sombra», ou seja acompanhando as latas velhas do tio Vladimir, a par de uma monitorização constante pelas estações de terra. Obvio que hoje e mais do que nunca com o 11 de Setembro os sistemas de defesa antiaereos conhecem uma maior capacidade e desdobramento mais flexível a par de manterem um nível de prontidão tão ou mais elevado que nos tempos da guerra fria. Não foi sem ironia que um porta voz da Casa Branca salientou que se a Rússia quisesse tirar a naflatila dos seus bombardeiros era o seu problema. Não são boas notícias contudo a aproximação de Merkel primeiro e de Sarkozy, assim como a forte coesão a Leste de Paises como a Polónia, a Chéquia ou os Estados Bálticos são salutares e mesmo desejáveis.
Novos desenvolvimentos são de esperar, como o aumento das patrulhas agressivas de submarinos russos balisticos e não só no Mediterrâneo e Atlântico entre outras pequenas jogadas de pressão.
Terminamos pois com o repto já antes lançado por inúmeras vezes aqui, mais e melhor NATO e acima de tudo bom ambiente no "pond"(lago atlântico) e melhores relações com a Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e especialmente o Japão!
Etiquetas: Governo; BE; Rússia, NATO, UE