Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

terça-feira, setembro 26, 2006

Classe!

Não queria, não gosto e pouco me apraz recorrer a figuras ou temas costumeiros como Espanha e Portugal e suas figuras. Não gosto demasiado de espanha nem de seus encantos castelhanos, salvo Uma grande excepção, não me deixo enamorar pelos touros, o sol, o flamenguito, as copas e as coisas espanholas, conheço-os bem fruto de convivÊncias pessoais acompanhei durante anos a actualidade e política, contudo não posso deixar de fazer o elogio, Espanha é um grande.

No final da Governação Zapata depois conversamos, contudo hoje é a 8ª economia mundial, uma potência emergente, com indústria, marcas etc...

Espanha têm classe porque investiu nisso, não somente nas calles de madrid, do Bairro Salamanca, mas também classe porque os serviços (nao wc) são bons, restaurantes, bares, as ruas mais limpas e seguras etc... Como , é lógico trabalho, trabalho e trabalho, melhores salários e qualificações, um estado dinâmico e que incentiva o fomento sustentável (q.b.), regulador mas não estrangulador, uma banca e sectores financeiros pujantes, telecomunicações idem, rivalizando com as maiores empresas da Europa. Ora nunca, desde o ouro Americano conheceu Espanha tamanha prosperidade com a vantagem de ser sustentado. Why?

Não conseguiria explicar, mesmo que quisesse, mas posso certamente dizer que tal se deve a um homem entre outros, Aznar! Não obstante a buçal jornalista, sempre opinativa qual porteira do prédio, Aznar distribuiu classe. Num programa sobre relações bilaterais, a Fatima aproveitou a borla (Aznar prescindiu de seu cachet habitual) e marterizou o convidado estrela com perguntas, do Iraque à ETA entre outras sempre interrogando de dedo levantado, sinal de sua educação doméstica, mas também sempre em tom absurdo, escondendo no seu monopólio da palavra uma ânsia em mostrar conhecimentos e tentar, através de perguntas de jornal de liceu conduzir uma entrevista com uma grande figura internacional.

Coisa rara não sem dúvida aqui no pequeno circuito mediático nacional que na maior parte das vezes espelha a grandeza da figura e a ignorância atávica do jornalista, cujo entendimento de política é o mesmo que de futebol ou outros temas mais triviais. Apontando a marreta ao crivo novamente....

Aznar, com Classe deu a sua lição, uma lição de política para quem não conhecia o estilo, de liderança, perseverança e convicção. Num tom sempre corrosivo e duro explicou que os milagres económicos não são produto do Estado, de ministros ou partidos, são desígnios nacionais, em nenhum ponto da entrevista foi vincadamente partidarizado. Com classe explicou o que poucos cá no burgo percebem, que o proteccionismo é normal dentro dos Estados e com respeito a leis e regulamentos. Nada de novo? Parece que por cá as coisas não passam com tamanha facilidade...

Continuando Aznar, também em política externa deu cartas... Contudo foi no momento de falar da grandeur de Espanha que se vê a diferença, Espanha é um grande na Europa, de pleno direito, sem perder de vista os mercados oferecidos pela potencialidade linguística e afinidades culturais a Espanha, prossegiu uma política de grande, sempre pautada pelo seu interesse nacional e não assente em miríficos projectos de integração política. Quanto às relações com Portugal explicou que a rede viária Ibérica é uma realidade fruto de consensos, que o mercado ibérico é único, mesmo que não implique comermos tapas e dançar flamenguito uns com os outros, em suma e numa perspectiva castelhana mostrou que soube prosseguir o interesse de seu país e empresarios, ora recomendando uma postura low profile e não agressiva ao penetrar em Portugal, sem nunca deixar de exercer pressão do lado de cá da raia quando estes eram prejudicados.

Porque gostava eu de Aznar, sendo português e sabendo que o vizinho não é tonto, porque este nos obrigou a andar nas pontas, atentos e desconfiados, palmadas nas costas sim, amigos e tal mas olho aberto.
Aconteceu com a política externa de Durão BArroso, com o Prestige, com outras que fomos menos comidos que o costume, sim até com o Guterres. Muitos erros se apontam internamente a política portuguesa contudo, durante os consulados Aznar ganhou também Portugal, quando nos associamos a eles, caso Cimeira dos Açores, tratado de Nice e no assalto aos Fundos de Bruxelas, mas também quando polarizamos outros enquanto segundo foco de poder ibérico e servimos de contrapeso, apoiados pela Inglaterra Holanda e outras potências.

Aljubarrota já la vai, também os Filipes, mas a política e a conveniência de interesses ora nos juntam, ora nos separam, daí por ora se ter invertido o clássico sonho português, da desagregação de Espanha, não nos serve, pelo contrário, fragmentar a Península e causar uma perda de influência no nosso papel de contraponto, união muito menos, perdemos a nossa identidade histórica e poder de contrapeso a Espanha crescentemente grande, ao mesmo tempo que consagramos um mercado que nos invade mas também nos dá saídas, quanto maior a Espanha, melhor para nós se jogarmos os nossos trunfos, é caso para que se diga:

Nunca estivemos tão bem assim, as nuvens sobre o futuro de Espanha não pressagiam nada de bom, fazer reformas com forças que servem outros propósitos que engrandecer Espanha, ao mesmo tempo que se rompem

Voltando ao título, muita classe Sr. Aznar, não resistindo como monárquico ao ver a forma como falou do Rei:
«Pues el Rey es una instituicion....» É muita classe, quantos dizem em Portuga que o PR é uma instituição em vez de o confundirem com expedientes e bafos de urna que cheiram sempre a partidinho e cacique?

Pues Sr. Aznar tienes mucha classe! Olé!

PIN Society

Se há algo que caracteriza a nossa sociedade é a necessidade de meter um código de três ou quatro dígitos para se fazer uma enormidade de pequenas tarefas inúteis e repetitivas, ao qual foi dado o nome de PIN (Personal Identification Code).

Vejamos. Eu tenho dois telemóveis (antes que me massacrem, um é de rede portuguesa, outro de rede espanhola), logo tenho de decorar dois números diferentes. Continuo sem perceber por que raio é que os telemóveis têm PIN se passaml igados a maior parte do tempo em que podem ser acedidos por terceiros (exemplos: trabalho e casa antes de ir dormir).

Azar dos azares, também tenho três contas bancárias abertas em Portugal e uma aqui em Espanha. Resultado, mais dois códigos de cartões em Portugal (a terceira conta...não conta) e um (da caderneta) aqui deste lado da península.

Não é de admirar que já tenha tido em momentos diferentes dois cartões com o mesmo PIN. Qual é a probabilidade de issoa acontecer?

Tenho também um cartão de crédito só para compras na Internet e, naturalmente, para o usar tenho de saber os 16 dígitos correspondentes de cor e salteado mais o denominado código de segurança de três dígitos. Este, mais não é que um PIN travestido de outro nome.

Felizmente, tanto no escritório como no prédio de casa não há - ao contrário de muitos sítos em Lisboa - a necessidade de inserir qualquer código secreto para poder entrar.

Sumariando tenho de decorar 6 códigos de três ou quatro dígitos só para levar uma vidinha descansada.

Assim, parece-me que não precisaremos de fazer exercícios de Sudoku para manter o cérebro ocupado, basta ir mudando de cartões multibanco ou de crédito todos os anos ou de dois em dois anos. Isto para não falar nas passwords de computador, mail, segunda conta de mail, blog, acesso à internet, terceira conta de mail, etc.


segunda-feira, setembro 25, 2006

O fundo da questão

Ao longo dos últimos dias, notícias tem sido veiculadas pelos orgãos de comunicação social (Expresso e Sol à cabeça) que tem como único objectivo vangloriar o governo, como força renovadora e reformista da sociedade portuguesa. É claro que não são apenas estes dois marcos da democracia jornalística portuguesa que o têm feito, mas relativamente a jornais ou televisões diárias e mundanas, a minha reacção é nula.

No entanto, e uma vez que muitas notícias aconteceram desde a última vez que postei neste bonito espaço de liberdade, um denominador comum renasceu da análise:

O fundo da questão.

Expressão utilizada por todos, inclusivamente aqueles a quem o fundo das questões não dá rigorosamente jeito nenhum, o fundo da questão é algo subjectivo. O que é o fundo para um pode ser a tona para outros... e é isso que se passa na sociedade portuguesa.

Ao ver as notícias e ao falar com amigos (até co-blogueres), chego à conclusão que este país não progride, não evolui, não avança porque não existe o trabalho de casa em chegar ao fundo das questões. Fica-se pela rama... alguns pequenos exemplos.

1. Declarações do Papa relativamente à religião muçulmana.

Quantos defenderam ou sequer tentaram perceber a opinião expressa pelo papa? Sem dogmas laicos ou agnósticos? Sem visões de esquerda quanto a uma opinião religiosa?

Nos partidos políticos portugueses ( e até europeu) ninguém. Do partido do governo e PSD um silêncio ruidoso. Dos restantes é melhor nem falar... a vulgaridade e os disparates são demasiados.

2. Abortos nos hospitais públicos

Ministro lança a atoarda. PM diz que apoia o aborto. Eu pergunto... alguém já pensou em saber se, partindo do pressuposto que a despenalização vence o próximo referendo, não existirão médicos para os fazer, uma vez que a taxa de objectores de consciência roda os 80%?

3. Finanças Locais. Ministérios da Saude e da Educação. Retirar cegamente 15% do financiamento.

Eu nem digo que devam ou não existir cortes nas mencionadas áreas. A minha pergunta é obviamente anterior. O que devem fazer estas entidades? Quais as suas verdadeiras competências? O dinheiro ora transferido chega? Ou é demasiado?

Dizer que cortar é em si mesmo bom, não me parece ser sério nem responder ao problema em análise. Se o ministério da saúde tem de médicos a menos, enfermeiros a menos, dívidas brutais às farmácias e um sistema em perda por base, não me parece que o problema resida do dinheiro (muito ou pouco) que para lá transferimos. O problema está naquilo que queremos que este serviço seja... algo que se veja ou algo para dizer que se têm.

Voltarei a este ponto proximamente.

terça-feira, setembro 19, 2006

Dalí nada de novo!

As recentes declarações de Bento XVI em Ratisbona estão a causar estertor pelo mundo árabe. Não seria de esperar menos, parece que o Santo Padre se lembrou de dizer algo espantosamente estranho ou polémico, ou seja que as religiões e o diálogo entre estas não poderá ocorrer pela via da violência que separa os humanos mas sim pelo amor que nos une. Para ilustrar parte desta construcção dogmática deu o exemplo de uma citação de Manuel II o Paleólogo, que governou no ultimo suspiro do Império Bizantino, quando as muralhas de Constantinopla se encontravam já sob ameaça.

Acerca da citação creio que os tempos são outros, seu condicionalismo histórico e tudo o mais. Sobre a sua felicidade ou infelicidade, creio que o exemplo poderá não ser o melhor aos dias de hoje, contudo é pertinente a máxima de que a conversão não poderá ser sob o fio da espada, Manuel perguntava e bem o que vêm de bom de uma forçada conversão ao islamismo. Na realidade para ele e os seus nada de bom mesmo, em menos de 30 anos Constantinopla caiu e as populações foram massacradas pelas tropas de Suleimão. Contudo divergimos...

Diálogo, Fé e amor inter religioso entre as diferentes confissões são possiveis sem compreensão, tolerância e razão? Creio que não, quem não quer perceber não percebe. Só de má fé propositada ou simplesmente estúpida podem ser mal vistas as declarações de Bento XVI, que como qualquer frase, fora do seu contexto perde o seu significado, quanto mais uma citação que sendo matéria assente, não é politicamente correcta.

A indignação de um certo mundo árabe manifesta é precisamente a dos sãos e equilibrados membros da Al Queida e outros que se satisfazem com nada menos que a dominação total do seu credo sobre todos os outros, vituperando tudo e todos que se pronunciem no seu exercício de liberdade de expressão. A esses nada se pode dizer a não ser que a pobreza de espírito é latente, provavelmente os mesmos que celebraram o 11 de Setembro entre outras coisas, dando razão a afirmações, fora do mencionado contexto por parte como a de Manuel II o Paleologo. Exige, a rua árabe desculpas pelas afirmações, nós por cá pensamos que através da violência não há diálogo possível, sem diálogo bem podem bradar os animais do costume, que nós assobiamos para o lado...

A reacção de Bento XVI, de lamento aos protestos acríticos de fundamentalistas só poderia ser de lamento, lamento por serem assim, lamento por acharem que tudo lhes é devido e nada exigido, lamento por a mentalidade humana ser por vezes tão soez e exígua e acima do lamento a piedade que as pobres almas nos inspiram. Tud vale para alguns num combate contra os valores humanos mais elementares, o amor, a tolerância e a solidariedade derivada da condição humana.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Consequências das baterias explosivas

Há uns dias coloquei aqui um post sobre os riscos das baterias explosivas de portáteis.

Pois bem, há já algumas companhias aéreas a tomarem medidas contra este perigo.

A Korean Air proibiu-as simplesmente e a Virgin Atlantic apenas permite que as baterias da Dell e Apple (ai o meu portátil...) entrem dentro dos seus aviões separadas do respectivo portátil, qual apartheid tecnológico.

Assim, quem tem um portátil sujeito a segregação, ou tem a sorte de ter uma tomada ao seu lado na cabine, ou arrisca-se a fazer voos longos sem poder ver os seus dvds favoritos.

PS: Perdoem-me os erros com acentos, mas este teclado espanhol mata-me.

quinta-feira, setembro 07, 2006

POTUS... who's next?

Muitos que irão ler este post perguntaram o que raio é POTUS. Outros mais informados, sabendo que POTUS quer dizer President of the United States perguntarão porque raio se fala deste tema, quando ainda faltam cerca de dois anos até às eleições americanas.

Eu explico... foi um misto de falta de tema com tempo para pensar em o que escrever... deu nisto.

Se há 2 anos todos saibiamos quem iriam ser os candidatos do partido republicano e democrata (Bush para o segundo mandato e John Kerry, as eleições correram como esperado, com um landslide onde todos os estados do midwest e grande parte dos estados do centro norte deram a vitória por larga margem ao presidente Bush.

No entanto, se na altura eram conhecidas as fraquezas do W, o facto do país estar envolvido em vários conflitos no Médio Oriente e não ter uma visão conciliadora do mundo, pretendendo fazer valer o peso da sua influência por si só, nos nosso dias olhamos para aqueles que se perfilam para disputar as próximas eleições. De um lado o ex- Mayor de Nova Iorque Rudd Juliani, homem que depois de vencer a luta contra o cancro e o 11 de Setembro, tem feito uma gestão da sua imagem suficientemente próxima para manter os votos do Sul, mas suficientemente autónoma para vencer Nova Iorque, local onde é adorado.

Do outro lado temos uma mulher. Nós aqui nos marretas apreciamos mulheres. Achamos que fazem parte da vida política (ainda que a história das quotas seja uma questão controvertida). Mas a Hillary? A primeira presidente dos Estados Unidos ser uma cuidadosa senhora ex-primeira dama, casada com um presidente que a enganava na sala oval.

Nem fica bem às mulheres, nem aos homens. É o triunfo da mediocridade moral, já para não falar das características intelectuais (que não conheço).

Não tenho dúvidas que a campanha pro Clinton vai ser feroz.

Agora gostaria de deixar a pergunta?

Que dizer de Juliani? Um homem que mudou a imagem de Nova Iorque. Que colocou em prática um plano de irradicação da violência numa metrópole de 10 milhões de habitantes. E que o conseguiu. Que deixou a cidade após a resolução de todas as crises derivadas do 11 de Setembro. Sendo a imagem lutadoura de um povo face à destruição terrorista. Um homem que sabe falar perante as Câmaras, que amadureceu com a idade e que, embora tenha uma vida pessoal complexa, nunca permitiu ser dela feita um espectaculo mediatico que só empobrece a vida pública.

Embora preveja uma luta equilibrada, parece-me que, com um vice-presidente sulista e com presença, Juliani deverá limpar a corrida.

Ps: tenho ajuda das sondagens publicadas na CNN.

P.S.2. Gostava de perguntar se acham mal postar sobre as eleições presidenciais portuguesas de 2011? Eu acho que o Cavaco limpa...

quarta-feira, setembro 06, 2006

Lugares Comuns quotidianos

Enquanto nos aproximamos a passos largos da mais infame data do século XXI, uma ideia perpassa os generais "bancada", que as coisas estão piores que há 5 anos e a guerra contra o terrorismo se encontra cada vez mais distante de ser ganha. Gostaria que os Generais me explicassem o conceito de vitória contra o terrorismo, que não têm uma existência física palpável como um estado internacional ou não exerce soberania de facto sobre nada, a não ser uma estéril zona do Afeganistão...

Pois é Meu General, aí começam as dificuldades, e quando a ignorância aperta, recorremos ao cliché e ao lugar comum habitual e que concordamos em combater o terrorismo, que este é mau e vil mas que contudo a estratégia Bush não resulta e que esta tudo errado, e que os Guantanamos os voos da CIA (nova companhia aérea??), a actuação unilateral e a arrogância do cowboy americano está a deitar tudo a perder. Mais ainda etc e tal, alias dedicam tanto tempo os Generais de Bancada a elencar os erros da Administração Americana, que pergunto se ainda conhecem estes militares, cujas marchas se fazem em linhas de jornal, se se lembram da ameaça e de qual é o verdadeiro inimigo da liberdade individual, e basicamente do nosso modo de vida...

Não, e creio que poucos lhes interess, salvo quando se trata de fazer a sua agendazinha política, seja a do BE, PCP ou somente a idiótioca de cada um deles. Tristemente o cliche useiro e vezeiro revela somente a profunda ignorância e crescente alheamento da realidade que, manifestando-se a 11 de Setembro, vêm de trás e terá tendência a agravar-se porquanto são operações de segurança interna e policiais, não operações militares internacionais. Curiosamente foi na Europa que se sentiram ecos do 11 de Setembro, os atentados de Madrid e Londres, bem como as inúmeras tentivas goradas pela correcta actuação das polícias e agencias de informação...

Pois é caros generais, é que é dentro dos muros que se travará a 2ª fase que terminou com a invasão do Iraque. A arrogância é vossa ao acreditarem que todos e mais alguns gostam do nosso modus vivendi e dos nossos valores sociais, do papel da mulher, das relações sociais etc...

As coisas estão piores porque na Europa não se previu o problema das comunidades migrantes que simplesmente não são nada, para além de um ser híbrido que predando e usufruindo das nossas liberdades individuais, sociais e políticas escolhe usar um modelo de vida não compatível com o europeu, e culpar a sociedade, Bush, os ricos, o Ocidente ou outra coisa qualquer para o facto muito simples de não se integrarem porque não querem e não prosperarem porque simplesmente não o desejam nem o procuram. Sendo isso outras conversas para lá nos remetemos, contudo repetir infinitamente que tudo está igual é somente não querer ver as coisas como elas são e ajustar as suas colunas (jornalisticas!!)a uma mediocridade de pensamento banal e reducionista, mas enfim da Ana Gomes, do Vicente Jorge Silva, do Jorge Coelho e outros pouco se espera porque para além da trica de mercearia pouco sabem e lhes interessa.

terça-feira, setembro 05, 2006

O caso Mateus

E num Blog que tem tendência para só falar de assunto relacionados com política, faltava escrever a nossa (minha, vá!) posição sobre o caso que tanta tinta tem descorrido nos jornais.

Em primeiro lugar, um pequeno resumo do caso:

O Mateus veio para Portugal jogar à bola. Ele só sabia jogar à bola. Logo foi para esse concelho onde a lei mora ao lado (Felgueiras), onde lhe deram contrato de trabalho e o registaram na Liga e FPF, como jogador profissional.

Infelizmente, como em tudo o resto em Felgueiras, não havia dinheiro... tudo no saco azul. Clube foi a voar e os jogadores também.

Isto a meio da época. Como o Mateus não sabia fazer mais nada tinha que arranjar dinheiro para comer. Logo, fez dois contratos com o Lixa. Um de jogador de futebol não profissional , de modo ao clube não pagar impostos e ele poder jogar, e outro de porteiro ou contínuo para receber o salário que, enquanto jogador da bola, tinha direito.

Passado uma época, em Dezembro, o Fiuza Futebol Clube (Grunho F.C.) quis contratar o grande Mateus. Ao saber de toda a situação, pediu um parecer à liga e à FPF no sentido de determinar se o poderia increver, uma vez que existia um contrato simulado.

Dizendo que não percebem nada disso, a Federação chutou o assunto para os tribunais (ou seja para 5 anos depois), por entender que o assunto não era de matéria estritamente desportiva. A liga recusou o pedido de inscrição.

Os "Fiúzas", espertalhões como eles só, intentaram uma providência cautelar no sentido de inscreverem o jogador (com efeito suspensivo) de forma provisória. Reconhecendo que a matéria era extra desportiva a Liga acata o ofício do Tribunal, os "Fiúzas" inscrevem o Mateus e este, jogando apenas quatro jogos, safa os "fiuzas" da Segunda.

Ao fim de um mês, os "Fiuzas" perdem ambas as acções intentadas (entretanto tinha pedido a nulidade do contrato no T. Trabalho do Porto), e logo deixam de poder jogar com a máquina angolana.

Desde então, tivemos pagode no Conselho de Disciplina da Liga (duas vezes, com demissões e escusas à mistura) e no Conselho de justiça da Federação (com reuniões em restaurantes etc).

Pergunto: O que é que os Fiuzas fizeram de mal?

Recorrer as tribunais? Fizeram com o acordo da Federação e com o respeito posteiror da Liga.

Mas a matéria é desportiva? Se o é, porque é que o Tribunal Administrativo não se julgou incompetente? E porque é que existe jurisprudência de vários tribunais superiores que atribui o poder de recorrer para as instâncias comuns?

Metem a pata na poça e depois a culpa é dos Fiuzas?

Setembro Maoista?

Lamentando a falta de tempo, é em Setembro que voltamos ás lides. Ai Setembro, Setembro, mês da reentrée politica, o que per si é um conceito estranho uma vez que profissão que pouco faz e muito come está em férias a nossas expensas todo o ano. Pois é parece que no mÊs de Agosto o exasperante e cansativo trabalho politico vai de ferias e torna em Setembro, supostamente com novas ideias e um novo impeto.

Dá-me música como diria o grande Carlos Paião (será??).

A sempre nova reentre do PCP brindou-nos com o mais belo ajuntamento de solidariedade proletária, na qual durante um fim de semana, artistas, músicos, intelectuais e muita "malta" convive em grande harmonia proletária lá para os lados da quinta da Atalaia, já costumeira festa do avante, na qual todos contribuiem em espécie ou em cash... Desde os tempos que o camarada Mao-Tse-Tung nadou através do rio Amarelo que não se via um secretário geral de um PC tão dinamico, montando andaimes, erigindo estruturas, dando os já costumeiros bitates vermelhos entre o árduo mas gratificante trabalho sob o vermelho preferencialmente. Pois é camarada Jerónimo, desde os tempos de Estaline que a propaganda continua na mesma linha e a encenação foi tão boa como as de sempre, ou seja parola e saloia. Tristemente ou não os comunas nunca chegaram aos calcanhares dos grandes mestres supremos, Mussolini, que curiosamente como o camarada Jerónimo também andou na ceifa e em trabalho braçal, nos campos do sul de Itália (aí a memória é uma coisa chata), ou o supra sumo Hitler que conseguia que colocar as multidões num transe colectivo com encenações que colocariam o Kim il Sung num canto com inveja e fazendo o camarada Estaline passar por um buçal campónio georgiano cujas encenações eram mediocres e de pouca alma... ahh pois o gajo era mesmo de lá...

Adiante, num festival de artistas da melhor escola realista socialista que raiaram de cor a quinta da Atalaia a festa dos povos vermelha la decorreu com a já costumeira melange de rap com orquestras de musica classica (desvios burgueses??), juntando-se os artistas do repertório abrileiro das grandolas e dos zecas afonsos que tocam sempre o mesmo, pensam sempre o mesmo e dizem sempre o mesmo, no local do costume, à hora do costume, no palco do costume, enfim a "festa do costume", enfim...boring, lamentavelmente o santo antonio não ajudou à festa com uma "mijinha" dos ceus para separar os crentes dos que estão lá para a música...

Se a maior força do retrocesso deste pais fez a festa do costume, a segunda força politica do retrocesso tenta rivalizar a linha do PC, com a marcha contra o desemprego, ou seja uma surriada de artistas do chapito e outros palhaços amadores marchando pelas ruas a baixo contra o desemprego, a precariedade, os empresários, o capitalismo etc... Eventos galvanizadores da marcha, jogos de futebol entre empresários e empregados, mochilinhas à tiracola, fotos do Ché, o rol de criticas do costume, a redução do horário de trabalho, o fim à precariedade laboral, etc... Pois o que interessa é todos termos um vínculo férreo com a sempre vil e exploradora entidade patronal por forma a que quando os patrões queiram despedir não possam, enfim não há paciencia para o de sempre.

Voltemos ao âmago do post, a Marcha, desde os tempos imemoriais da Mao e da Grande Marcha que não se via tamanha movimentação, aquela gente de esquerda e pouco criativa, é marchas, festas e palhaços, balões e muito, muito folclore, palavras como demagogia só se aplicam as já costumeiras falanges de direita, não aos orfeus de esquerda cuja grandiloquência do nome espelha sempre uma pobreza de espírito...

Oh Louçã, a marcha é a pé ou nem por isso?

E os palhaços do Chapito fazem os km's todos de andarilhos?

Há testes de doping?As drogas duras valem? E as leves?

Pois é as usual como diz o outro... Marchas, festas e mais não sei o quê, esta gente não cresce?

O louçã pelos vistos não pois ainda anda de mochilinha às costas, o camarada Jerónimo, esse já nasceu velho, pergunto se por vezes não acordará nostalgico à noite pelos tempos da PIDE dos idos corajosos em que lia o avante na casa de banho sem correr o trinco, afinal de contas um homem têm de ter convicções...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Geração Morangos

De acordo com notícia hoje veiculada, parece que o número de reprovações no 9º ano aumentou 20% face ao ano anterior.

A ministra da Educação (aquela que tá na rua mais tarde ou mais cedo...) disse que estes resultados derivam de "insuficiente qualidade das aprendizagens".

Bravo Sra. ministra! Uma pessoa reprova porque não aprendeu os conceitos necessários. De facto... esta mulher é uma bomba!

Por outro lado a FENPROF (também conhecida por "Ex-PCP mas ainda um bocado comunas") atiraram umas explicações do tipo (i) as crianças não têm tempo para estudar, (ii) o curriculo é extenso, (iii) os exames são mal feitos, por serem nacionais logo feitos no Ministério e não nas escolas.

Bem julgadas as posições cumpre dar um lamiré:

POUCA VERGONHA!!!!!...

(I) tem a Ministra ao vir dizer que derivam de insuficiente qualidade... pois claro que é... E o que fazer perante isso? Nada?

Se calhar está na altura de correr com os professores das escolas onde se verifiquem o maior número de reprovações não?

Se calhar devia ser instituir uns exames na 4ª classe (Salazar a voltar!) para que este desastre seja detectado quando ainda há possibilidades de o tratar não?

(II) tem a FENPROF. Muitas disciplinas? Falta de tempo? Exames difíceis? O que há é tempo a mais para morangadas, floribellas e porcarias do género que discutem os problemas sociais distraindo a malta dos assuntos mais importantes. Muitas saídas à noite.

Todos nós tivemos essa idade. Mas está na altura de dizermos que o trabalho (ou estudo) tem de vir primeiro e não antes do lazer, sob pena de estarmos a criar um bando de ineptos que não soma 1+1 e não sabe raciocinar ou escrever sem erros uma frase.

E os professores? Não terão de assumir a responsabilidade deste desaire? Não será deles uma parte da responsabilidade?

Se calhar eles não participam no processo educativo... aí está mais uma razão para estas notas...

P.S. Lembro-me sempre das equipas de futebol. Os que jogam tem culpa, mas os que os escalam e escolhem os jogadores também as têm. E são sempre os primeiros a assumir. Para quando um sindicato comuna no futebol? As responsabilidades passavam para o tratador da relva.