Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

quarta-feira, abril 26, 2006

Um dia em casa

Todos os meus caros leitores, deverão ter tirado um dia de férias para ficar a vegetar em casa. Espero que sim... para V. bem.

Bem sei que o tempo está mais para praia, mas uma conjugação de factores obrigou-me a estar em casa, num dia solarengo, supostamente a terminar um trabalho...

É claro que de trabalho, podemos dizer que teve pouco. Um misto de cansaço com algum desinteresse momentaneo confesso. No entanto este dia deu para verificar um conjunto de coisas, e que passo a descrever através de bullets, até porque não tenho tempo para dissertar sobre estas questões.

- Passar o filme "O nome da Rosa" às 3 da tarde. Parece-me bem, mas talvez um pouco violento, enquanto nos outros canais passava o grande beethoven (não o compositor mas o cão) e o pEstinha. Questão de serviço público...

- Morangos com Açucar. Posso afirmar que não faço parte daquela geração... pensava que sim, mas pah... não vai dar. Malta de gel no cabelo ás 9 da manhã (hora da série), pintadas até mais não, com roupa fashion e colorida como se vivesemos no Rio de Janeiro. Ah! E um rapaz que faleceu, que continua a aparecer e muito (será que já era assim antes?).

- Noticiários das 8. Erros de português, perguntas descabidas, reportagens escabrosas, entrevistas com o Bibi, e MSTavares dizendo que o dia mais feliz da vida foi o 25 de Abril de 1974. É caso para dizer: "Miguel, não se passou nada mais interessante de lá para cá?".

- Discussão de bola. Fiquei a saber que existiam acordãos do Ministério Público que ilibavam pessoas. Esta história de qualquer badameco falar sobre questões de direito, invocando o in dubio pro reu, como quem pede uma sande de chouriço... enfim... Não podes fazer nada.


P.S. Poderá dar a ideia que não fiz mais nada senão ver televisão. Errado. Tive com um olho no trabalho, e outro nos ciganos, vulgo, as televisões.

segunda-feira, abril 24, 2006

Campeões, Férias e fait divers...

Todos nós temos o nosso descanso.

Enquanto o Dr. DML passeia pela areia branca da praia de Copacabana, e o seu Porto, já campeão passeia pelos relvados portugueses a classe de dois jogadores - Lucho e Quaresma, este V. servo trabalha para fazer relatórios para uns inergúmenos que nem ler sabem.

Fica a pergunta. De quem estou a falar?

a) Octávio Machado
b) José Veiga
c) OA

P.S. a possibilidade das três alíneas supra estarem correctas é grande...

sexta-feira, abril 21, 2006

excitação

Na eminência de ir de férias e para melhores hemisférios, uma excitação pueril e semi infantil lateja pelo meu corpo afinal de contas férias são férias.

O sol desce no horizonte que do meu biombo não vejo, o trânsito la em baixo flui a cidade esvazia-se novamente e eu, felizmente vou de férias implicando que 2a nao estarei cá.

Notas finais, o FCP está a beirinha de ser campeão pelo que se aguarda ansiosamente um post do Dr. AOC a esse respeito. Os marretas completaram dois meses muito em breve o que suplanta a média duração de um blog , pelo que antecipadamente agradeço ao leitor que se castiga de forma repetida e perde do seu precioso tempo lendo as minhas palavras que tal como o sol caem em direcção ao horizonte...

Ou ao RJ como é o meu caso...

Até breve

Hoje até vêm ilustrado!

Pose de Estado!

Seja por ser sexta feira, seja por estar o presente marreta em vias de se deslocar para hemisférios mais quentes, seja por simplesmente ter apreciado dois gestos que não podem passar em claro, seja por dedicar à figura do PR um escrutínio diferente e quase irracional dadas as minhas sobejamente conhecidas simpatias monarquicas, seja por neste último dia de trabalho durante uns tempos querer fazer um apontamento positivo seja por simplesmente me apetecer, seja porque for... Ahahahah! Ja me esquecia seja para agradar ao meu có blogger AOC!!

O recém empossado PR realizou uma viagem à Bosnia de forma a visitar o contingente português aí estacionado em missões de paz e de afirmação da soberania portuguesa. Portugal ao contrário de Espanhas e Itálias é um pais de gente que honra os seus compromissos e missões internacionalmente realizadas. Foi assim no Iraque não obstante os bácoros brados de certas figuras do PS e assim será durante alguns anos ou pelo menos é a minha convicção pelo menos enquanto em Belém estiver o presente PR, que embora não se apreciando o estilo, e muito menos a forma de Estado lidou em mandatos de primeiro ministro com crises internacionais, intervindo nas mesmas com responsabilidade somente face aos compromissos do baluarte da liberdade atlântico, a NATO, mas também face à UE. Infelizmente não concordando com a presente abordagem mais europeísta do presente Governo saudamos no domínio da política externa a responsabilidade do mesmo que não entrou em episódios de retiradas unilaterais ou outros mais tristes e dos quais só resulta o seu descrédito. Somos pobres, pequeninos, mas tesos e honrados... Nada mau nos dias que correm...

Voltando ao périplo do PR na Bósnia, Cavaco soube vestir, dentro do seu estilo o papel de Comandante Supremo das Forças Armadas, seja por ter tido formação militar, seja pela sua educação o PR em funções é respeitador do protocolo, um estilo mais rígido e formal que quiçá resulta das suas origens, da sua maneira de ser ou somente de algum bom senso que de quando em vez se deve demonstrar quando se exerce o mais alto magistério. Ao contrario do seu predecessor o PR adoptou uma postura de Estado não concorrendo pará os soundbites fáceis como o seu antecessor que em diálogo com um praça qualquer lançava tiradas como «Esse bacalhau está bom pá?» ou outras piores que certamente não ficaram em vídeo. Sauda-se então a pose de estado que fruto do que seja é salutar num país pequeno no qual o abastardamento das maneiras, regras de trato social ou somente de protocolo é usual e que contribuiu somente para a perda de prestígio do Estado.

Segundo elogio, durante o mesmo périplo tive a oportunidade de observar a foto institucional do novo PR que mais uma vez, em dissonância com a linha do seu antecessor optou por posar para a mesma com o traje protocolar do PR, ou seja com as condecorações e faixa que são suas por inerência no exercício do cargo, bem como com o "fato de gala"(lamento desconhecer o termo adequado) dos diplomatas. Sampaio optou por posar no segundo mandato somente de fato, sem as honrarias e traje supra mencionado. Cavaco é sêco e sem graça, um estilo mais austero e formal há quem desgoste e queira ver o PR com tons mais coloridos eu discordo por inteiro. A figura máxima do Estado deve ser sóbria e cinzentona pois é mesmo esse o seu papel, veremos se Cavaco se mantém fiel ao exemplo que começa a lançar e não se deixa acomodar para obter os soundbites fáceis que embora garantindo alguma simpatia entre os nativos em nada abona para a sua pose de Estado.

Oh AOC depois não digas que não sou amigo!!

quinta-feira, abril 20, 2006

Um ano...

Hoje apetecia-me originalmente blogar acerca da "falsa"escalada da Crise Internacional que opõe o Irão aos EUA e seus aliados atlânticos mas deixemos essas insignificâncias para outro dia, já que por culpa minha passou em claro o ano que ontem se cumpre sobre a eleição do Papa Bento XVI.

Rotulado ou etiquetado pelos media e por muitos católicos e outros o Bento XVI continua a surpreender os que pouco esperavam ou preferiam não esperar, caindo em comparações fáceis ou comparando incessantemente este com o seu antecessor, ambos homens de Deus, ambos homens e assim sendo ambos muito diferentes. Antes de ir ao âmago do post de hoje lembremo-nos que o nome Bento foi escolhido propositadamente por conta do seu antecessor directo no nome, Bento XV que tentou unir a Europa antes e durante a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Coube a Bento XV a espinhosa tarefa de diriguir o Vaticano durante um dos conflitos mais sanguinários de sempre que opôs cristãos de diversas religiões. Também Bento XVI, com um sentido político e religioso muito apurado tentou desde o dia um do seu pontificado unir os cristãos em torno de uma matriz cristã e europeia, saudando os valores que quer se queira quer não são parte da matriz cultural europeia, o amor ao próximo, a tolerância, o perdão, a auto-crítica mas também a defesa deste património contra agressões e desvios que criam ou são artificialmente criados por alguns que insistem em negar este património axiológico judaico-cristão de matriz europeia.

Bento XVI empreendeu esta defesa no plano axiológico ou dos valores, pondo o enfoque não no catecismo católico mas sim nos valores cristãos que são a cola que junta os povos que se designam europeus. Resulta daí pois o seu papado ter no primeiro ano sido marcado por afirmações de doutrina eminentemente políticas também, os que ao comparar Bento XVI com o seu sucessor e o consideram com menor intervenção política estão para além de rotundamente enganados a demonstrar a sua grossa má interpretação dos problemas sociais e culturais que afligem a Europa nos dias de hoje. João Paulo II beneficiou de um sistema com templos e fachadas e um património cultural muito mais fácil de atacar, o comunismo que desde Stettin no Báltico a Trieste no Adriático encerrava detrás de uma cortina de ferro mihões de seres humanos, amordaçados nas suas liberdades e que há muito ansiavam uma palavra de esperança de alguém que os compreendia e tinha passado pelo mesmo. Bento XVI foi eleito 5 anos depois do 11 de Setembro, evento que mudou a nossa percepção estratégica e geográfica do mundo. Entende o mesmo que os adversários do Cristianismo não são como alguns querem fazer crer outras civilizações ou religiões, mas sim os que por beneficiarem das liberdades e modo de vida europeu e logo eminentemente cristão o destroiem quotidianamente seja por acções seja por omissões. A esta luz faz sentido que se faça em momentos solenes como a Páscoa um apelo, mais uma vez propositadamente deturpado para que as pessoas deixem dispender tanto tempo em futilidades como a televisão e a internet que importantes que são, não devem ser extrapoladas ou glorificadas e as suas criações idolatradas como hoje vemos.

Chegados que somos atão ao âmago do longo texto de hoje, na sua primeira celebração eucarística Bento XVI fez um apelo contra a «ditadura relativista moral» dos dias de hoje. Sem qualquer novidade os do costume entenderam de forma dolosamente errónea um apelo simples, que no fundo no fundo os seres humanos sabem sempre distinguir o bem do mal e que este julgamento de cada um não deve ser relativizado, ou seja que não devemos deixar questões incidentais ou secundárias toldar o bem relativizando-o de forma a que o que é claro deixe de o ser e o que é escuro ibidem, tornando tudo uma grande zona cinzenta na qual liberdade implica criar regimes de excepção, ou criar na mesma sociedade valorações diferentes conforme a raça, religião, nível económico ou qualquer outra forma de diferenciação entre seres humanos que habitam numa sociedade que deva activamente defender e partilhar os valores comuns de tolerância, amor, respeito ao próprio e liberdade de escolha ou livre arbítrio.

Obviamente não podemos deixar de sublinhar algo que muitos se esquecem ao ouvir a mensagem de qualquer Papa ou membro da Igreja, sublinhamos as palavras do Evangelho de São Mateus que nos dizem que para escutar, entender e partilhar a mensagem é necessário que se abra primeiro o coração a Cristo.

Comemoramos pois um ano de pontificado.

quarta-feira, abril 19, 2006

Exemplos...

« A casa pinga sempre pelo tecto»

Provérbio Vietnamita

Aproveitando a passagem da marreta dada pelo egrégio doutor AOC voltamos a um tema que permite demagogias sempre fáceis e pungentes. Vamos a isso atão, o episódio das faltas dos deputados da AR.

Entenderam os deputados gozar um diazinho de descanso indo de aproveitando a 5ª Feira por inteiro.

Ahh gente sábia e de bons costumes e moral, de facto quando o exemplo é este o que mais se pode dizer. A situação per si é já suficientemente estúpida contudo quando pensamos que mais baixo não se pode descer eis que vêm ao de cima o maior vício de que padecem os 230 inúteis que servem de espectro e de exemplo a um país, a falta de vergonha.

Que os cretinos dos deputados não estejam presentes 8 horas por dia no hemiciclo ainda entendo e agradeço pois caso se discutissem todos os dias 8 horas incessantemente na AR viria ainda mais ao de cima a pobreza institucional já é sabida. A falta de vergonha a que nos referimos é a de certos deputados irem assinar o ponto e depois ir... fazer política para qualquer outro lado.

Tal comportamento é no mínimo desonesto e é mais uma das costumeiras gozações diárias a que somos submetidos aquando vistas certas actuações dos que se alimentam à custa do erário público. Continuando, na terra onde o rei vai nú, a reacção é a já costumeira puritana do PS que doravante obrigará os deputados a estarem sempre presente, a justificarem-se por escrito nas ausências e etc e tal à grunhesca reacção do Nuno Mello do CDS que diz que o regimento da AR não pode ser alterado« por conta de incidentes mediáticos»

O sr. Nuno Melo, figura a quem aprazem prédicas moralistas mostra a sua verdadeira fibra, o que aconteceu em S.Bento foi uma vergonha desonesta e escandalosa, não uma inventona das já de si costumeiras da classe jornalística. Concordo plenamente com os jornalistas que não só deveriam aproveitar este incidente mas também outros que exponham a hipocrisia reinante de uma classe profissional, na mais pejorativa acepção possivel que não se julga apenas acima da lei mas também e mais grave acima da moral e da censura pública. Ora com tamanho exemplo de cima não admira que "chova dentro da casa" que é a função pública.

Provavelmente depois de umas semanas de zelo inaudito, de afincadas presenças no hemiciclo para discussão de importantes peças legislativas como o transporte de criancinhas, ou outra porcaria qualquer voltaremos aos costumes relaxados e atabalhoados de sempre, afinal de contas vêm aí o Mundial e depois daí ás férias de Verão é um tirinho, la para Setembro volta-se ao trabalho pois afinal de contas o Verão é para gozar...

Aí saudosos tempos do Professor Salazar durante os quais, não obstante as diversas maleitas públicas, umas conhecidas, outras exageradas, a vergonha ainda era uma maleita pública e as pessias tinham algum pudor com comportamentos como estes. Alias evocando esses tempos os imberbes que frequentavam a Camara Corporativa e a Assembleia Nacional que funcionava por uns meses ao longo do ano não eram nem políticos da Assembleia a tempo inteiro, nem recebiam o mesmo principesco salário e regalias que os de hoje recebem, mas bem que assavam o rabo em S.Bento.

Não guardo rancor contudo, mesmo trabalhando 5a feira até á última hora do meu horário, afinal de contas há muito que conhecemos os asnos que pululam por S.Bento, os seus percursos, aspirações e carreira.

Por demais então não nos cansamos de repetir: «A casa pinga sempre pelo tecto»

O que eu gosto de feriados à 6ª feira...

Faltava bater nos deputados.
Essa classe de gente tão evoluida, que tem tempo para estudar os problemas, questionar e fiscalizar as pessoas que nos governam, de as encostar contra a parede, e ainda apresentar os projectos legislativos com vista a alterar as bases em que se fundamenta a nossa vida, resolveram baldar-se.
Quer dizer, não foi propriamente baldar-se... foi mais... como ei de explicar... esticar ainda mais um fim de semana mais comprido.
No fundo foi o exercício tão português e que apenas um engenheiro consegue plenamente exercitar que é "Ora bem, já agora que temos feriado na 6ª feira e 5ª à tarde é ponte, não vale a pena aparecer na AR na 4ª feira... e que tal a semana toda?? AH! isso era entigamente (conforme confessado pelo vice presidente da AR Guilherme Silva (PSD) e por um ex-vice presidente Narana Coissoró(CDS))".
Isso de trabalhar é para os privados, porque a função pública tem direito a férias no meio da semana, e os deputados, que deveriam dar o exemplo ao país ( e não à função pública) resolvem fazer ainda pior.
Procurar justificar isso é assaz lamentável. Vir dizer que antigamente não se trabalhava na semana santa, que as votações ocorrem à 5ª feira, e sempre às 6 da tarde apenas vem agravar o problema.
Pergunta. Quantos deputados teriam aparecido na quinta feira às 6 da tarde?
Faço minhas as palavras de Paulo Portas, excepto quanto à conclusão. Estado Laico, Semana de trabalho. Quinta feira de trabalho, votações às horas normais, com os deputados presentes. Será que é assim tão dificil sairem dos gabinetes e irem votar durante 30minutos?
Agora que o mal está feito, o mínimo que se deveria fazer era obrigar os deputados que faltaram (sem razões que não sejam as normais, como morte, casamento ou nascimento de filho, ou doença, ou em representação na AR) a abdicar do salário daquele dia.
Estão na Comissão, ou no gabinete a estudar ou preparar intervenções. Param. Votam. E voltam a trabalhar.
De facto deve ser extenuante...
P.S. Paulo Portas que me desculpe mas nenhum compromisso que ele tenha na Embaixada pode ser mais importante do que uma votação no orgão para o qual ele foi eleito, excepto se ele se encontrava em representação da AR, o que não parece ser o caso. Tapar o sol com a peneira, tentando justificar o injustificável, apenas o prejudica perante a opinião pública.

terça-feira, abril 18, 2006

Negociata? Nã!

De acordo com notícia da TSF (que poderão acessar em www.tsf.pt), o Ministro da Justiça A. Costa pretende fechar as prisões de Lisboa e Coimbra, construindo outras, fazendo a chamada permuta de terrenos...

Ou seja, o Ministro A. Costa tem uns terrenos... ou uns amigos do Ministro A. Costa... ou uns parceiros de negócios do Ministro A. Costa... vá... uns conhecidos longínquos do Ministro A. Costa tem um terreno em Vale de Meão (terra de bom vinho...). Eles ficam com os terrenos desvalorizados da prisão de Lisboa, coisa baratucha...e dão em permuta os seus terrenos em Vale de Meão. Que grande negócio... para eles claro!

Ministro A. Costa se me está a ler, não sendo seu amigo, nem conhecido, nem sequer parceiro (nem de canasta sequer), tenho uns terrenos fora do centro que dariam optimamente para uma prisaozinha... Ah e esqueça essa história da cidade judiciária... ou melhor junte tudo no mesmo sítio... No fundo, isto de governar é como fazer bolos... é bater tudo no mesmo recipiente e pôr no forno.

P.S. Parece que o Ministro A. Costa também quer pôr seguranças privados nas prisões... Ah paraíso da droga. Resta saber o que se faz com os guardas prisionais... já sei! Ficam a guardar o ministro na sua casa, a ver se não faz mais asneiras.

segunda-feira, abril 17, 2006

País Rico!

Quando se pensa que se viu tudo eis que...surge algo completamente novo!

Segundo o Jornal o Público de hoje o ministério da justiça prepara-se para alterar o presente processo de construcção da cidade da justiça em Oeiras, substituindo a presente localização do mesmo por uma expansão às presentes localizações da PJ e por meio de aquisição de terrenos em Lisboa junto da Faculdade de Veterinária.

Garantem fontes ministeriais que o projecto é o mais económico cifrando-se a nova variação da mencionada cidade em 35 a 40 milhões de Euros. A isto acrescem claro os custos de 15 milhões de euros devidos à Teixeira Duarte pelo incumprimento do contrato de empreitada contratado pelo mesmo Estado para as construções em Oeiras.

35+15=50 Milhões, ao que acrescem os custos de novos projectos, pagamento de incumprimentos vários em Oeiras etc... Tudo por conta de ser este o melhor proojecto para a Cidade Judiciária. Obviamente que confrontado o referido ministério com o impacto da alteração a resposta é obvia, a responsabilidade é dos anteriores Governos dos partidos da oposição.

Que o Costa da Justiça não acerta uma já todos sabemos contudo lembramos a quem de Direito que os compromissos foram firmados não pelo PSD ou pelo CDS mas sim pelo Estado Português, sim esse mesmo... Ao contrário do que o Costa pensa o Estado não é apropriação exclusiva dos partidos que qual parasitas sugam os seus recursos e a pouca credibilidade que este cada vez merece. Tristemente muitos dirigentes se esquecem de algo sério que se chama sentido de Estado e responsabilidade, o compromisso não foi assumido por ministros ou Governos em nome próprio mas sim pelo Estado logo o mesmo deveria ser pessoa de bem e séria, sendo cumpridor em relação aos compromissos por este assumidos a dada altura.

Infelizmente a gente é pouco séria e os palhaços que pagam a festa andam sempre pouco atentos, afinal são somente uns milhões que se poupam. Não conhecendo os detalhes técnicos da alteração do projecto resta contudo salientar o princípio da coisa, que não os compromissos neste país não são para cumprir, os contratos letra morta e a lei de interpretação selectiva...

Não é somente o Costa, o Zé, o Pedro, o Zé Manel ou o António que são assim, o grave é ser esta uma atitude endémica de um país cada vez mais africano. Chegaremos ao zénite de mais um costumeiro faralho, a Teixeira Duarte, ser-lhe-á misteriosamente não paga a indemnização justamente devida em troca de uma qualquer obra pública precedida de concurso? Será a esta adjudicada a obra da nova cidade judiciária, precedida de concurso público, depois de cobrar a indemnização ou alternativamente será a indememnização discutida anos a fio em tribunal, dando o Estado o bom exemplo que cada vez mais se lhe reputa? Virá um qualquer Governo futuro a celebrar um acordo de transacção?

Qualquer das alternativas será no minimo desastrosa, politicamente incompetente e o exemplo que passa para a sociedade é nefasto e pouco sério, contribuindo mais um pouco para a erosão dos valores cívicos e morais que devem pontuar uma sociedade que se têm por séria!

Terminando o que distingue as civilizações mais avançadas das bárbaras e retrógadas é uma linha constante de padrões e comportamentos civilizacionais. A esta linha voltaremos, para já antecipamos o vocábulo do dia... Perenidade.

quarta-feira, abril 12, 2006

Colisão

Ontem visionei o filme "Colisão" vencedor do Óscar para o melhor filme. Saudamos a presente moda de realizar produções independentes de drama social ou político mas deixando sempre ao espectador o veredicto final acerca do filme.

Colisão grosso modo trata de dias no quotidiano de diversos personagens em LA, personagens que convergem no mesmo espaço físico e por vezes temporal mas que divergem profundamente sociologiamente, quer seja por motivos económicos ou outros. Propositamente omitimos referências à multiplicidade de raças das diversas personagens e da sua forma de lidar entre estas. A dado momento do filme é dada a noção que a trama e as relações humanas são sempre com base em preconceitos rácicos ou nos já costumeiros contrastes entre brancos e pretos, mexicanos e porto-riquenhos, chineses e persas and so on...

Colisão é interessante pois serve precisamente para iludir a facilidade com que os estereotipos enganam, com que o raça influencia os contactos diários e quotidianos. A dado momento quando tudo é diferenciado com base na raça vislumbramos o génio do filme, o «flik of genious» do filme, a humanidade latente se preferirmos...

E esta é... não que a raça seja o motivo que domine as relações sociais entre diversas pessoas de raças diferentes sim que faz parte da própria humanidade e relacionamento social não como questão predominante e exclusiva mas sim como factor concorrente com outros, nomeadamente a profissão, educação, nível económico e outros. Porventura parecerá confuso ao leitor que não viu o filme mas a "beleza da coisa" é mesmo essa, a negação de um igualitarísmo desumano que ignora precisamente a questões como o preconceito e outros. Estes fazem parte da humanidade de qualquer ser humano e ignorar o mesmo ou reduzir a igualitarismos legais é simplesmente impossível e irrealista.

Em suma, "Colisão" explica que o preconceito é parte da vida, tal como a bondade e os melhores sentimentos que derivam da noção de humanidade e humanismo, por ventura que o ser humano é demasiado simples ou complexo para o ignorar, e que a natureza humana é assim mesmo e que pouco se pode fazer. Os menos preconceituosos caem no preconceito e os mais preconceitusos são tão humanos como os restantes.

Três notas finais para efeitos do presente artigo, humanidade é uma manifestação do humanismo e no nosso caso cristão já que é a nossa matriz cultural, segundo que mal está em dizer negro em vez de preto, já que a palavra negro deriva dos negreiros, traficantes de escravos, sendo muito mais correcto preto por dicotomia a branco, amarelo ou vermelho. Terceiro e último e em resposta ao douto AOC que pouco importa saber dos bombeiros ou seu número já que o resultado final será sempre o mesmo, floresta ardida, populações em pânico, frenesi mediático e bombeiros a culparem-se reciprocamente ou ao Estado pela já costumeira falta de meios ou outra porcaria qualquer que permita a todos e mais alguns eximirem-se de culpas.

Nota final propõe-se aos leitores que vejam "Colisão" e formem a sua opinião. É o mais humano, já que dimensão fundamental do humanismo é precisamente a liberdade de opinião e o livre arbítrio.

Poste-se!

terça-feira, abril 11, 2006

bombeiros, bombeiros, ora bem... Quantos são???

No seguimento da notícia de ontem, onde se afirmava que ninguém sabe ao certo quantos bombeiros existem efectivamente em Portugal, e quais as suas condições pricológicas e físicas para combater o fogo, uma coisa é certa:

'Voluntários' recebem 70 milhões em cada ano As corporações de bombeiros voluntários gastaram, anualmente, pelo menos 70 milhões de euros em pagamentos com pessoal entre 2002 e 2004.

In DN de hoje que podem ler aqui

Só uma confissão... se não se sabe quantos são, nem quantos são precisos, porque é que se gasta este dinheiro público, em gente que não existe... (pelos vistos...).

segunda-feira, abril 10, 2006

Sugestão literária da semana

Voltando somente ao Engº, recomenda-se na análise do seu périplo por terras de África a leitura

de Tintin no Congo, o Alberto Costa faz de professor Girassol, o Pedro Pereira de Milu,o

capitão Haddock pode ser o Ministro das Finanças, o Pinho e o Mário Lino de manos Dupond...

A imprensa dos mortos vivos!!

Aproveitando os périplos do Engº tão bem descritos por AOC fazemos uma viagem à imprensa do fim de semana, o Expresso que mais uma vez adopta um tom laudatório e subserviente à pata do PS.

Escrevia Nicolau Santos, o burgesso saloio que entrevistou o Presidente Sampaio à cabeceira de uma mesa sem casaco no palácio de belem. Justifica-se um pequeno àparte pois no meu país, cada vez mais idílico dizem para aí, em as refeições, reuniões e demais ocasiões quotidianas ou não os cavalheiros usam casaco de fato, não o penduram nas costas da cadeira e muito menos arregaçam as mangas para isso. Deixemos esses polimentos sociais aos cavadores e trolhas, aos trabalhadores rurais e demais profissões que embora dignas não têm o mesmo requisito de solenidade. Estabelecida a buçalidade do jornalista em questão passemos pois ao provincianismo saloio do costume.

Escrevia este iluminado que a imagem de Socrates correndo na marginal de Luanda era a perfeita imagem de que Luanda era uma cidade segura para se circular e que o Engº ilustrava o nacional porreirismo portugues num gesto que certamente seria bem interpretado entre os angolanos.

O artigo peca sobremaneira por vários motivos, primeiro Sócrates fez o seu jogging com o habitual séquito de seguranças.

Segundo creio que o que preocupara o angolano médio será alimentar-se, alimentar a sua família e prosperar minimamente num país que comumente em África consegue aliar um clã presidencial dos mais ricos com populações das mais miseráveis do mundo, certamente vítimas ainda de 500 anos de repressivo e violento colonialismo nacional que não obstante Angola ser dos maiores produtores petrolíferos do mundo ainda não se consegiu a almejada justiça social, ou seja um avião particular para cada membro da oligarquia dirigente...

Mas já estou a divagar, voltando ao jogging do Engº, desconhece o insigne jornalista a natureza dos nativos de África que se distinguem por serem ainda mais perguiçosos e indolentes que os portugueses. Certamente ver um "tonto" qualquer rodeado de seguranças a correr é certamente coisa de brancos pois o que é bom é descansar. Sem ofensa aos locais já que os brasucas não sao muito melhores mas enfim... «Foram os mundos que demos ao mundo»...

Terminando com a ideia do nacional porreirismo como uns o vêem, quando uns têm uma agenda social na qual frequentam eventos de moda ou espaços nocturnos é visto como deboche, devassidão ou coisas piores pelos zelotas do costume. As corridas do Engº no meio de um dos paises mais pobres do mundo é visto como nacional porreirismo, pena é que os que querem ver a humanidade ou a grandeza do Engº percam a noção do que se referem e do ambiente que o rodeia e do putrefacto estado da comunicação social nacional.

A cimeira dos mortos-vivos

"Cimeira Luso-francesa - Chirac e Villepain recebem o Eng. Pinto de Sousa para conversações ao mais alto nível"

Se ainda quiserem saber mais (o que acho difícil), podem ler aqui

DIário de um PM

7.00h Acordar. Ligar a televisão para ver se a Central de Comunicação está a funcionar devidamente. Ir fazer um joggingzito ao Parque Eduardo VII. Cumprimentar uns amigos.

8.15h Duche rápido. Ideias para mais uma medida do SImplex. Deixa de haver banheiras... só duche!

8.20h Vestir o fato Armani, devidamente passado pelo proletariado socialista.

8.30h Conversas várias com o pessoal do Herón Castillo. Pergunta sobre a novela, e sobre o Caso Casa Pia. Não responder a nada e fazer um ar de quem nunca viu nem sabe do que se trata.

9.00h Chegada a S. Bento. Passeio no jardim, a ver se as buganvílias já desabrocharam.

9.30h Conversa com o Ministro das Finanças, Adm. interna e Negócios Estrangeiros. Estamos apontados para a lerpa, logo à noite.

11h Depois da leitura dos jornais, preparar o discurso para mais uma festarola vácua de ideias e de projectos para o país.

12h Telefonadela ao Bill. O gates pá!. O gajo mandou dizer que estava cheio de coisas para fazer, e que falava quando pudesse. Vou ficar colado ao tlf.

13h Almoço. O Bill ainda não telefonou. Saladinha de Frango que o Verão aproxima-se.

15h Debate no Parlamento. O Mini Me lá está a dizer as baboseiras do costume. Vou passar o gajo pela direita! ahahahahahahahah.

17h O Bill ainda não telefonou. Deve estar mesmo cheio de trabalho.

17h30 Discurso em Esposende, na inauguração de um projecto piloto de criar ratos mecânicos para os polos de investigação a criar em Santa Comba relativos à manufactura de ovos da páscoa. Vou pedir um para mim.

19h Bolux! O Ministro das Finanças continua cheio de trabalho. Parece que aquilo não está fácil. Não pode jogar hoje. Ainda pensei convidar o Min. da Justiça, mas parece que está zangado com o da Adm. interna. O melhor é ficar por casa. Sozinho.

20h Jantar com o meu amor no Porto. Gostava mesmo de viver por cá. Menos confusão... Mas o Herón é o Héron!

21h O Bill mandou dizer que não pode falar comigo esta semana. E eu com tantas ideias... Viagem de Falcon para Lisboa. O PSL é que tinha razão, assim sim!

21h30 Héron Castillo. Ah! Tenho de falar com o mentor de tudo!

22.30h Falei com o António e ele disse que em Africa é uma miséria. Mas parece que em NY (onde ele está) não se está mal de todo. Pensar em marcar umas férias selvagens em Delaware. Talvez dê para ver o Bill.

23h Este PP é mesmo esperto. Vou ver se lhe dou uma telefonadela a ver se ele que vir para o lugar no Ministro da Defesa.

24h Ver noticiário Sic Notícias. Tudo corre bem. O AJT continua em grande forma. Lembrar de lhe mandar umas flores. A ele e à F.

24h15. A F. diz que hoje não vai dar. Vou dormir. Ler notas sobre o Simplex... quem terá feito isto?

Coisas que só o governo socialista pode fazer

"Governo tenciona alterar as regras e o funcionamento do subsídio de desemprego".

Notícia in www.tsf.pt

Para quem ainda tinha dúvidas, que vai continuar a arder...

"Portugal não sabe quantos bombeiros tem, nem quantos têm condições para combater o fogo"

Título do DN de hoje, e que podem ler aqui.

sexta-feira, abril 07, 2006

Operação Mar Verde

Operação Mar Verde é o título de um livro que visou ser um bom exemplo de jornalismo de investigação acerca da operação militar com o mesmo nome decorrida na Guiné Portuguesa em 1970. O livro de António (?)Marinho é interessante pois cumpre a promessa constante da contra-capa, recrear as emoções e ambiente que cercearam a mesma.

Vamos por partes, Guiné, 1970, Governador da Província o General António de Spínola(G.A.S). Nomeado no final de 1968 o G.A.S. decide mudar a política de combate ao PAIGC, não através de uma escalada do conflito mas sim através de um reforço nas zonas fronteiriças que por serem demasiadamente porosas permitem que os guerrilheiros do PAIGC, com bases na República Democrática da Guiné penetrem no território nacional e inflijam perdas não somente às tropas portuguesas mas também e especialmente aos civis. O G.A.S. ciente da importância de ganhar o apoío das populações autócones lança uma campanha de "marketing político" de forma a convencer as populações a não apoiarem o PAIGC. Em troca oferece melhores condições sanitárias, de saude, assistencia social e formação escolar, é a política dos aldeamentos fortificados, dos quais os civis seriam a primeira linha de defesa contra a guerrilha. G.A.S. enfrentando as resistências de Lisboa inicia o armamento e instrucção dos locais.

A política de Spínola têm sucesso, a situação na Guiné entra num controlo mais ou menos estável e as vias fluviais mantém-se controladas pelas tropas nacionais que lançam frequentemente emboscadas às tropas do PAIGC, as tropas portuguesas mantém-se na ofensiva, o PAIGC se não fosse o apoío soviético e dos paises vizinhos, nomeadamente a Rep. da Guiné de Sekou Touré teria sido virtualmente destruído e a quimera da independência desejada da Guiné por parte dos guerrilheiros adiada vários anos.

Não obstante a evolução positiva no terreno Spínola entende que a situação na Guiné só poderá ser vencida em termos políticos, são conduzidas aproximações no terreno ao PAIGC e aos vizinhos da Guiné. Estas são dadas como goradas entende o General que é altura de arriscar e de ganhar manobra, na sua opinião que favoreça maior manobra à mesa de eventuais negociações. Especula o autor do livro se na cabeça do General já teria germinado a ideia do livro "Portugal e o Futuro", asseverando contudo que as sementes do mesmo, bem como a ideia de uma Federação Luso-Africana na qual os portugueses nativos da Guiné tivessem maior autonomia se conquistaria de espaço de manobra conquistado no terreno.

São estes os preliminares da operação Mar Verde. Spínola, com base em planeamento de Alpoim Calvão, decide lançar uma ambiciosa operação militar contra um país terceiro, neste caso a R.D.Guiné de Touré. Objectivos vários:
(i)Com ajuda de exilados Guineenses lançar um golpe de estado contra Touré (aniquilando o mesmo)
(ii)destruição da marinha e força aérea da Guiné
(iii)destruição de base do PAIGC e suas estruturas, comunicações, sede, escolas de guerra e doutrinação política, prisões políticas afectando gravemente a sua capacidade de levar a guerra à Guiné Portuguesa
(iv)libertação de prisioneiros de guerra portugueses em posse do PAIGC
(v)aniquilação de base de conselheiros cubanos na RDGuiné
(vi)captura da liderança do PAIGC inclusivamente Amilcar Cabral
(vii) destruição de outras estruturas que coloquem uma ameaça às forças portuuguesas.

A operação seria realizada por uma componente naval e terrestre, as tropas seriam constituidas por Fuzileiros Portugueses, oficiais, sargentos e praças europeus (brancos) e africanos(larga maioria, pretos) e por exilados guineenses do regime totalitário de Touré, os quais provavelment e tivessem sucesso instaurariam um regime menos homicida que o anterior cuja maior qualidade seria a de ser um regime que serviria os interesses portugueses. Total, cerca de 400 homens em iguais proporções.

Caso o bom leitor tenha chegado a esta parte, agradecemos a atenção, sintetizando a missão logrou alguns objectivos nomeadamente a libertação dos 26 portugueses prisioneiros do PAIGC, a destruição da marinha do PAIGC e guineense, a destruição das bases do PAIGC e da sua estrutura operativa entre outros. Falhou em dois objectivos essenciais, o golpe de estado e aniquilação de Touré, bem como a captura da liderança do PAIGC. Curiosamente Amílcar Cabral, o lider do PAIGC e um tipo razoavel segundo Spinola, foin assasinado em 1973 pelos seus proprios compatriotas, embora se culpe a PIDE/DGS por isso.

Resultado final, falhados os objectivos políticos valeu a operação pela libertação dos prisioneiros de guerra portugueses e mais um ou outro objecto estratégico. Spínola jogou e perdeu, a situação na Guiné escalou a partir de '71 o PAIGC obteve mísseis terra-ar que afectaram o equilibrio de forças no terreno. O golpe de mão de Alpoim Calvão e Spínola foi audaz e corajoso mas um fracasso político. Contudo a operação ouy a situação na Guiné nunca se perdeu, a nãos quase no fim nas selvas mas sim nos corredores de Lisboa. Caetano era refém entre os ultras de Américo Tomaz e outros militares e os liberais de Miller Guerra e Sá Carneiro. Em '74 já era notório que a corda ia quebrar para o lado deste com prejuízo para uma transição mais pacífica e inadiável. Caetano teve esperança até ao fim que o tempo ganho nas selvas fosse o suficiente para que Portugal conseguisse um compromisso da CEE de forma a aderir antes ao projecto europeu, permitindo aí a abertura do regime e a automia ou quasi independência das colónias.

A cartada de Spínola em '70 é ainda de dificil análise política e poderia abrir um debate histórico interessante que a poucos interessa e a menos "aquece"! Nos por cá sugerimos ao bom leitor que se interesse por estes temas a leitura do livro, este está escrito de forma emocionante e é de leitura fácil, pese mto embora algumas repetições. A reflexão política sugerida é pelo menos na nossa opinião bem mais interessante que a dos 30 anos da Constituição mais cretina de sempre na historia constitucional portuguesa que é a semente do retrocesso cultural e que protege os interesses instalados e os senhores dos partidos políticos, veremos contudo até quando...

quinta-feira, abril 06, 2006

Leitura do dia

Chama-se a atenção ao querido leitor para o excelente artigo no DN de hoje por Luciano Amaral acerca do Iraque. Excelente por dois motivos, primeiro porque eu concordo com ele, segundo porque não discordo... Piada totalitarista à parte está uma súmula interessante contra o pensamento politicamente correcto dos iluministas da nossa praça...

Poste-se!

disponivel no site:
http://dn.sapo.pt/2006/04/06/opiniao/a_guerra_civil_iraque.html

Direitos e Deveres

Ponto Prévio em resposta a DML: Não gosto de "bater" por sistema no Ministro das FInanças ( ou em nenhum minitro... bom... talvez o Freitas), mas o homem não acerta uma. Tirando a ideia irrealizável, no prazo da nossa geração, de alterar a forma como procedemos ao pagamento do IRS, todas as ideias tendem a (i) aumentar a receita do Estado, (ii) dificultar a utilização dos benefícios fiscais, (iii) apanhar os prevaricadores. Se, em si mesmo, os três objectivos são bons, a forma como se faz é lamentável.
DML, não seria melhor acabar os benefícios, pagar uma taxa única, e quem ainda assim fugisse aos impostos, levar uma penhora no ordenado passado dois meses??? Alguém dúvida que, a médio prazo, isto é o único caminho possível sob pena de vivermos num sistema onde o Estado dúvida dos cidadãos e vive a querer atacar os seus direitos?
No entanto, não era isto que me trazia à blogosfera. Queria continuar um post antigo referente aos direitos dos arguidos, nomeadamente terroristas, e as novas (ou velhas?) formas de investigação criminal.
Ainda assim, tudo são direitos e deveres.
Disse na altura, e repito agora que temos de repensar o modelo penal e processual penal, de modo a respondermos de forma mais célere e mais justa aos crimes, cada vez mais sofisticados (por um lado) e mais violentos (por outro).
Não podemos ter julgamentos com o impacto social do Caso Casa Pia, a demorarem 3 ou 4 anos antes de existir um primeiro julgamento. É inadmissível, e não irá ser tolerado pela sociedade. A má imagem que as pessoas têm da justiça deriva do facto desta não passar uma imagem de rigor, imparcialidade e isenção. Todos os dias vêm a lume notícias que demonstram ou o mau funcionamento da justiça, ou das polícias de investigação, ou do Ministério Público, ou do Ministro da Justiça.
Soluções? Existem inúmeras ideias que o sistema podia adoptar, no sentido de implementar uma ideia de responsabilização dos agentes de justiça. A primeira das quais, e a meu ver a essencial, é o estabelecimento de prazos de inquérito sérios (onde se abrangem os prazos para prisão preventiva e os seus pressupostos). Sem isto, não existe nada.
Em segundo lugar, é necessário estabelecer um conjunto de penas bastante mais gravosas para os crimes mais comuns (tráfico de droga, roubo, etc), no sentido de possibilitar ao MP a negociação de confissões com os arguidos. Enquanto tivermos penas de 3 anos ou cinco anos, que necessitam de um gigantesco esforço da PJ para obter os meios de prova necessários (e bem) a uma condenação que depois não ultrapassa os três anos ou nem isso, é deitar dinheiro à rua, e desmoralizar os orgãos de investigação. A descriminalização e a passagem para processos sumários ou sumaríssimos dão ideia de fraqueza e indiferença dos agentes de justiça que danifica a imagem do Estado de Direito, o que é francamente perigoso.
Em terceiro lugar, terminar com grande parte da actuação dos advogados de defesa nomeadamente quanto a poderem levantar suspeições sobre os magistrados na centésima sessão do julgamento. Essas manobras já não só dão mau nome aos advogados, mas ao próprio sistema que não as consegue gerir com velocidade e certeza. A OA terá algo a dizer quanto a este ponto....(espero).
Finalmente, o segredo de justiça. Se o problema é a percepção que a sociedade tem da justiça, é necessário abrir a justiça à sociedade. É claro que este espírito não se compadece com a investigação séria e fundamental que tem de, como se entende, decorrer em segredo. Mas a partir da Acusação, deve ser o próprio MP a divulgar (dependendo dos casos, e se estes tem relevância) aos Media, os contornos do caso e as provas que existem (sem obviamente proceder a uma descrição completa das mesmas, sob pena de violar o princípio da imediação - o juiz só aprecia o caso de acordo com o que lhe é apresentado na Audiência de Julgamento). Tudo o que ultrapasse este limite deve ser punido exemplarmente, uma vez que julgamentos na praça pública existiam em Epocas medievais, e não são toleráveis.
Quanto a Guantanamo, falamos de outras situações. Terroristas e outros "certos" criminosos, têm de merecer outro tratamento uma vez que, quer queiramos quer não, eles são vistos como assassinos de inocentes, o que os coloca numa situação delicada. Aí, as fronteiras entre os direitos dos arguidos e a protecção da segurança interna dos Estados, justificam, no meu ponto de vista, um direito a procederem à violação de algumas liberdades individuais dos arguidos e de nós.
Fascismo? Comunismo? A meu ver, não falamos de actuações totalitárias, mas antes proteccionistas. Isto não significa que se justifiquem Tribunais escolhidos a dedo, nem processos sem advogados devidamente informados. No entanto, entre os dois pratos da Balança, escolho o da Paz, Segurança, Liberdade e Democracia.

Disse.

Abéculas de sempre....

Segundo a prensa económica o Ministério das Finanças quer impedir a invasão e fraude fiscal que se verifica no sector da restauração, propósito louvável e benéfico para todos pois como dizia a ministra das Finanças de governos anteriores "quando todos pagamos, todos pagamos menos".

Contudo o camarada ministro na sua eterna sapiência visa impedir não a evasão fiscal dos proprietários e empresários do sector mas sim o abuso de certos cidadãos que pedem factura e seguidamente a dão a terceiros para que estes possam amortizar fiscalmente a despesa. Independentemente dos motivos que presidem a esta transacção ou doacção não são chamados à colação.

Ideia de uma abécula qualquer lá nas finanças este género de medidas serve somente para desincentivar a criação de hábitos cívicos salutares como são o facto de pedir facturas ou de criar uma mentalidade de consumidor exigente em termos de qualidade de serviços. Importa pois às referidas abéculas evitar que os portugueses impelidos por ferverosa determinação contra o fisco deixem de pedir factura para a que a possam usar na sua declaração de impostos. Acabou já o presente governo com a dedução à colecta em sede de IRS para as despesas com restauração e agora visa restringuir a transmissibilidade de facturas, pelo andar da marcha qualquer dia devem ser os contribuintes a fornecer o material logístico para a emissão da dita factura ou outra estupidez qualquer somente por conta dos cretinos das finanças.

Qual é o estímulo para se pedir factura de forma a que a restauração tenha de descontar mais em impostos? Nenhum, o fornecimento de nome para as facturas por parte dos clientes vai somente fomentar as práticas cretinas dos comerciantes deste país, do género:
« qual é o seu nome e numero de contribuinte, sabe que agora têm de apresentar o BI e o cartao de contribuinte?» ou outra chatice qualquer como se nós enquanto cidadãos tivessemos de apresentar o que quer que fosse a qualquer privado numa banal transacção diária.

Em vez de fomentar este género de comportamentos as abéculas das finanças deviam era incentivar hábitos salutares de dedução nos nativos do país, no longo prazo será certamente mais proveitoso em termos de receita fiscal banalizar o acto de pedir factura independentemente do seu uso que tornar o processo mais inconveniente para o contribuinte.
Pessoalmente não tenho nenhhum interesse fiscal em pedir factura salvo a convicção de que este hábitozinho contribui para um aumento na receita, gosto pouco do chico esperto médio da restauração não somente por achar que grosso modo são desonestos nas suas relações com clientes e compromissos com os seus trabalhadores mal pagos e descontentes, logo piorando a qualidade de serviços mas também por ser curioso o fenómeno que num país em contexto recessivo e diminuição paulativa de consumo, cada vez abrirem com mais frequencia cafés e restaurantes...curioso, parece que mais de 60% das "empresas criadas na hora" são precisamente estabelecimentos deste género, ao mesmo tempo a receita fiscal em termos de IRC continua a baixar, é um paradoxo interessante não...

Nota final os talibans burocráticos das finanças e outros sectores continuam estúpidos que nem portas, os canalizadores, merceneiros, donos de café e trolhas deste país agradecem. Porque estas classes profissionais e não outras, porque o pobre trabalhador por conta de outrém não consegue fugir aos impostos e vê os seus míseros beneficios fiscais(mm para quem nao goste deles!!) a minguarem a cada ano que passa.

Correcção ao post de ontem...

Por lapso no post de ontem trocamos Mouzinho da Silveira com Mouzinho de Albuquerque, ambos contemporâneos do mesmo século mas com papeis diferentes, Mouzinho de Albuquerque, insigne militar que conduziu expedições contra os Vátuas em Moçambique. Mouzinho da Silveira, político, ministro e par do reino.
Fica a correcção bem como um pedido de desculpa ao bom leitor.

quarta-feira, abril 05, 2006

Barcelona, Catalunha, Estatuto....

Em dia de febril animação futebolistica, aproveitamos o mesmo para falar da Catalunha, não dos seus clubes, seus assombrosos futebolistas que hoje seram travados pelo engenho e arte luso (esperemos), mas sim da recente turbação causada pela aprovação do Estatuto Catalão. A análise ontem feita por Paulo Portas em o Estado da Arte foi precisa e equilibrada, o homem não perdeu os seus talentos com uma passagem pela defesa, muito antes pelo contrário apurou-os e refinou-os, acreditamos piamente que PP regressará à política a medio prazo com ou sem africanização do CDS devemos lembrar ao Gungunhana do Ribeiro e Castro que o Mouzinho da Silveira correu com ele do mapa noutros tempos. Prometendo voltar a esse assunto com mais tempo migremos então ao estatuto catalão.

Somos da opinião de PP que não serve os interesses de estado portugueses a secessão da Catalunha ou de qualquer outra Região de Espanha. Motivos, vários PP salientou que interessa a Portugal ser visto como o outro Estado da Península com a sua vocação específica, constituida a Península Ibérica por dois Estados soberanos e independentes para os que a observam por fora um processo de balcanização da mesma só seria prejudical para Portugal já que seria visto numa amálgama de pequenos paises independentes em detrimento de ser o outro estado. Adiantamos que a projecção de Espanha não é desfavorável em Portugal por dois motivos, primeiro por nos obrigar a tentar dentro de nossas limitações a acompanhar os vizinhos , especialmente no crescimento económico e desenvolvimento. Afinal de contas parece que a mesquinha inveja nacional poderá ser aproveitada para propósitos positivos. Por outro lado, uma Espanha forte obrigará as restantes potencias a buscarem aliados para uma contenção da esfera de influência espanhola. Portugal como vizinho territorial estará numa posição óptima para buscar apoios nas potencias que se sintam melindradas pelo crescimento potencial português, neste caso leia-se especialmente a Inglaterra (questão de Gibraltar e controlo das entradas no mediterrâneo), a França e a Itália, média potência a ser ultrapassada pela Espanha a breve trecho...Obviamente que esta lógica classica de avaliação de poder se encontra mitigada pela inserção comunitária e por a Europa não ser a do século XIX mas sim a do século XX em que os EUA são a primeira potência, mudando assim as tradicionais regras de equilibrio de poderes dos séculos anteriores.

Continuando não interessa uma Espanha fragmentada já que como o demonstram os indicadores económicos não interessa trazer turbação social e política ao nosso principal mercado de exportação e parceiro económico, quer se goste quer não.

O estatuto catalão encerra em si três caracteres que per si permitem avaliar a sua prejudicialidade e o grosso erro político que representa a longo prazo para a Espanha, a consagração de uma Nação Catalã, a prevalência do catalão sobre o castelhano e uma espécie de "I wan my money back policy" em relação aos investimentos. Por partes;
(i) Nação Catalã- a ideia de nação implica uma comunidade cultural, uma identidade comum cultural e um património histórico comum, nação não implica independência leia-se mas abre uma porta para afirmar uma especialidade supra regional entre a Catalunha e o resto de Espanha que poderá intoxicar-se com fumos nacionalistas e independentistas. Conhecem-se os males excessivos do nacionalismo, na ex Jugoslávia e noutros locais na Europa, as sementes da violência terrorista encontram-se em plena germinação, será na minha opinião somente uma questão de tempo até que venham a público sob a forma de um grupúsculo nacionalista e terrorista em moldes de ETA ou assim... è de lógica indiscutível que a Catalunha é uma nação mas infelizmente a subtileza do seu conceito para o Zé da rua não será por inteiro entendida...
(ii)Prevalência do catalão sobre o castelhano ao acesso na função pública é outro precendente independentista e pouco salutar, note-se que prevalência implica prevalecer sobre, sendo assim uma relação de hierarquia entre ambas, o catalão sobre o espanhol, os nativos sobre os outros, os falantes do dialecto regional sobre os demais nacionais, temo que não seja de alimentar este género de preferências especialmente se vistos os seus efeitos a longo prazo.
(iii)coesão territorial, o estatuto catalão consagra que aos montantes para os quais a catalunha contribua para o orçamento de estado espanhol deve corresponder igual investimento, ou seja, o que a catalunha paga para quer de volta. O princípio parece-me pouco solidário e cristão condenando assim as regiões que são pobres a continuarem a ser pobres, vilipendiando um princípio essencial em qualquer país, dentro dos devidos limites, o da solidariedade nacional entre o povo de um mesmo país, nestes termos a Catalunha continuará a ser rica, a Andaluzia e outras sob a mesma lógica a ser pobre. Para além de não acharmos ser esta a via para o desenvolvimento de harmonioso de qualquer país chama-mos a atenção às suas consequências para a coesão nacional e territorial num país que como o nosso têm fortes assimetrias.

O post já vai longo mas terminando somente sublinhando que a proposta do Sr. Zapata é mais uma das suas asneiras, com a agravante de ser uma com consequências bastante nefastas para Espanha enquanto projecto nacional de país.
Ahh e já me esquecia, força SLB, boa sorte pra logo.

O governo de olhos fechados mas boca aberta

Enquanto 1/3 do PIB viaja pela Savana africana (bem sei que com umas minas pelo caminho) liderados por esse caçador de carnes fracas - Sr. Eng. Sousa, homem com vasta experiência em guiar pessoas pelas reservas animais desse continente, ficaram por cá, para mal dos nossos pecados, alguns ministros (parece que o charter não tinha lugar para todos...).

Mas parece que desde então (ontem de manhã) o Governo só arma faralho. Parecem bebés!

Para quem não sabe o quer é faralho, peço que sinta a fonética da palavra a imagine o sentido.

O Ministro das Finanças veio congratular-se com o valor de 6% de déficit. Glorioso trabalho. Era 5,2% o ano passado (sem receitas extraordinárias) passando agora para o referido valor. Claro que a culpa há de ser do orçamento irrealista de Santana Lopes (ler DN do fim de semana), ou da chuva que não vem, ou das calças do Eng. Sousa estarem largas e não fazerem parelha com a jaqueta Armani. Remete a restante argumentação para o post do meu caríssimo co-bloguer, uma vez que, grosso modo, ele foi "straight to the point".

Hoje, esse marco do pensamento modernista deste país, Alberto Costa, cortou a cabeça ao director da PJ, o primeiro que tinha algum projecto para essa instituição. Caros leitores, um Juiz conselheiro! tratado sem qualquer pudor, nem respeito, demitido na praça pública dois dias antes da reunião.

Não há palavras. (Nem sequer falo da nomeação de um magistrado do MP para o comando da instituição... a guerrilha interna vai paralisar a PJ, abrindo finalmente a brecha que o Governo quer para a subordinar de vez ao Ministério Público, que consequentemente também perderá a sua independencia (como aliás defendido pelo irmão gémeo, Tó Costa - nome de bombeiro voluntário não?).

Finalmente, o grande Mário Lino, o homem do TGV para quatro bacanos que querem ir "mamar" umas espanholas a Madrid e que são suficientemente mitras para não irem de avião, ou tesos para não dividirem um carro, resolveu dizer que "não vê razões para o Estado abandonar a golden-share (na PT)".

OK. então tá-se. A comissão avisa que é ilegal. Viola o Tratado. Diz que a notificação vai chegar. Eventualmente um processo judicial. E o que é que o Estado faz. "Tá-se". Parece-me bem.

Não entrando na querela propriamente dita, como é que podemos ter ministros que pensam que violar a lei é permitido porque ainda não fomos notificados. E que o diz sem pudor.

Em suma, estamos entregues à bicharada socialista. Ainda bem que a Ministra da Cultura ficou por cá para limpar o rabinho ao "nilas" do Berardo, para o homem abrir um museu no Parlamento, ou no Palácio de Belém, ou da Sé de Braga, ou na cabeça da Estátua do Marquês de Pombal.

Quando tudo está à venda... desde os tribunais, aos juízes, à polícia, aos jornais, e até o próprio Governo, resta dizer:

Querem mais alguma coisa?

P.S. Voltando ao Mário Lino, este ainda teve a coragem para dizer e cito a notícia do Público - Mário Lino recordou que os direitos especiais foram aprovados em assembleia-geral em Abril de 1995, altura em que Cavaco Silva era primeiro-ministro e o actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, fazia parte do Governo."É curioso que 11 anos depois a Comissão Europeia tenha descoberto que estes direitos estão em contradição com o Tratado da União Europeia", afirmou.

Falta de senso, de respeito e de decoro. Merecia o que irá ter se o P.R. não for um manso (como infelizmente julgo que é): demissão à vinda de Angola ou na próxima remodelação!

terça-feira, abril 04, 2006

That's a point!

Ontem em programa televisivo o Sr. Ministro das Finanças com o seu estilo do costume, encontrava-se em longa predica auto elogiativa acerca dos méritos do governo no combate ao deficit quando , chegados que somos ao âmago da sua argumentação o referido, brinda-nos com comentário do género, este ano o combate ao deficit foi um sucesso já que este foi orçado em 6% e o seu valor real são 6% de acordo com as previsões iniciais. Continuando e terminando a sua saloia homilia salutava o Ministro que o Governo não tinha recorrido a medidas extraordinárias como os anteriores governos.

Decompondo o o júbilo governamental este deve-se pois ao facto do deficit orçado ser o verificado e também não se recorrer a receitas extraordinárias.

Oh triste fado!!

Por partes, orçar um deficit e corresponder este ao final do ano é algo estranho? Penso que não daí ser o orçamento uma previsão que se espera correcta, parece que o número redondinho (6%) do ministro bateu certo, bem isso é o normal em qualquer pais civilizado europeu, não vejo motivos de regozijo por aí além, ainda me lembro dos zelotas dos tempos Ferreira Leite em que o deficit orçava em 3,8% e se cifrava no mesmo montante nunca tendo visto a mesma vir a terreiro gabar-se a ela própria, mas enfim isso foi nos tempos do pluralismo dos media.

Agora sim à piece de resistence as receitas extraordinárias, bem lá isso é verdade o Governo não recorreu a isso ao contrario dos anteriores, fez pior, aumentou o IVA em 2%, aumentou o escalão máximo do IRS em 2%, aumentou o Imposto sobre produtos Petrolíferos desalmadamente,aumentou o Imposto Automóvel, instilou nas relações entre particulares serviços tributários uma mentalidade de terror sendo os mesmos multados por tudo e por nada sem apelo nem agravo.

Obviamente para o Camarada Ministro aumentar excessivamente os impostos nada têm de extraordinário, certamente será ordinário num estado socializante no qual os cidadãos com rendimentos existem pro Estado andar apertar os mesmos até aos ossos. De facto nada de extraordinário há aí nos Governos socialistas, é o já costumeiro business as usual, o facto de servirem os impostos para alimentar os já costumeiros desperdícios e tribo de parasitas de sempre nada têm de extraodinário, os autarcas e os FP's a mais (FP's- Funcionários públicos leia-se), as SCUT's e os demais vícios do Estado social português...

Termino com uma pergunta é preferível vender créditos de duvidosa e difícil cobrança, fazer jogos contabilisticos com fundos de pensões que em nada resultam num prejuízo directo para os cidadãos ou agravar a já ditadura do fisco sobre o consumo e rendimentos que nos vai ao bolso, termino com um xiste fácil e de natureza sexual,

oh Sr. Ministro deixe de ser mais ordinário e tire as mãos dos meus bolsos por favor...

Disse

segunda-feira, abril 03, 2006

Os marretas fazem 1 mês!

Ao longo do primeiro mês de existência deste blog publicaram-se 40 posts, dois por dia útil (aprox.)

O balanço deste marreta é positivo para o futuro contunuarei, para além de ser um leitor atento das crónicas do Dr. AOC a tentar marretar da melhor forma e c'alma livre.

Os marretas podem ser velhos e pelo andar das modas até ultrapassados mas em caso algum conformados ou rendidos a conveniências de oportunidade ou outras...

Propaganda a velha amiga...

Felizmente vivemos num país democrático com liberdade de imprensa e de expressão, os media são plurais, adoptando todos um manifesto de princípio, estando alinhados conforme as susceptibilidades políticas e ideológicas. Se esta afirmação é verdadeira o Dr. Santana ainda deve estar em S. Bento certamente....

Não creio, desde a Revolução Socrática entramos numa nova era da comunicação social em Portugal. A comunicação social tomou o gosto pela veia unanimista e rendeu-se aos encantos do novo Governo de Portugal, cuja legitimidade era tão boa como a do anterior. Quem não se lembra dos tempos do Antigo Regime durante o qual até agastava mentalmente ler um jornal, tamanho era o rol de desgraças e incompetências dos Governantes desse tempo. As trapalhadas do Dr. Santana, as pedofilias e toda e qualquer medida que incomodasse um qualquer descamisado deste país gozaria logo de prime time, capitalizando o toda e qualquer gota de descontentamento social. Honra seja feita à comunicação social, depois do Dr. Sampaio foram os líderes da oposição.

Felizmente hoje entramos num Portugal melhor, onde, por este ritmo a substituição de rolos de papel higiénico numa qualquer repartição pública será ao abrigo do Simplex e mais uma vitória do Governo e do seu chefe. Verdade seja dita que o Dr. Santana exagerava na publicidade enquanto alcaide de Lisboa, contudo os mesmos zelotas do pluralismo portam-se que nem fariseus quando confrontados com a manobra do Engº Pinto de Sousa...

Rigor e isenção jornalistica, para as malvas o que interessa é intoxicar a opinião pública com as pretensas medidas do Governo que devem ser anunciadas aos quatro ventos... Uma lógica de tudo vai bem e o País segue em desenvolvimento debate, nada disso, Quem está contra o Progresso está contra o Governo... Já todos ouvimos isso nalgum lado.

A crítica nem é para o Engº Pinto de Sousa, esse faz o que lhe compete, obedecendo á lógica maquiavélica, conquistar o poder e manter este, ora se a primeira é mais fácil já a segunda têm que se lhe diga, mas sim para os mediocres jornalistas que chamam a eles o papel de nos informar mas com respeito às conveniências de seus mestres...

Ao Engº Pinto de Sousa apenas se diz, propaganda, a velha amiga dos governantes...

A censura essa é agora feita por quem controla as redacções ou por conveniências de ocasiaão...

domingo, abril 02, 2006

Manifesto Liberal

Hoje faz 30 anos que foi aprovada a Constituição da Republica Portuguesa.

Em 1976, em clima de pós-revolução, foi desenhada uma constituição que já na altura não transparecia o desenho político do país, e que hoje é claramente um entrave ao desenvolvimento do mesmo.

Relativamente à análise da constituição e a sua evolução desde 76, remeto para o texto escrito pelo historiador Rui Ramos na revista Atlantico.

Apenas queria afirmar o seguinte:

A constituição, ainda que tenha sido alterada, e o seu cariz profundamente socialista e estatizante tenha sido esbatido, continua a impedir uma verdadeira política liberal e de centro-direita que este país precisa.

Nenhum governo liberal, com esta constituição, poderá apresentar um programa reformista acerca da saúde, da segurança social e no direito do trabalho.

Se isto é uma constituição democrata, eu sou o Jerónimo de Sousa vestido de pai natal a cantar o hino da Mocidade Portuguesa.

Ver pessoas tão distintas como a deputada Ana Drago (essa democrata), e o prof. Marcelo Rebelo de Sousa dizerem que a constituição de ontem (76) como a de hoje (06) são diferentes mas não influem nas políticas de nenhum partido, é esquecer o conjunto de vetos jurídicos proclamados pelo T.C. e pelo P.R. nos últimos 5 anos (já nem falo dos governos do prof. Cavaco Silva).

Desde o Código do Trabalho, até à alteração da Segurança Social, até à proibição dos despedimentos na Função Pública (nem falo das tropelias face à RTP) são eventos que demonstram a politização que a CRP pode criar.

Dizer que está bem como está, é impedir, como aliás é querido pelas forças de centro esquerda e os bandalhos do costume, que uma política liberal e conservadora seja proposta aos portugueses, em vez de ser feita, como agora, após MENTIR em eleições e usando o poder sobre os media e os tribunais para fazer passar entre os pingos da chuva propostas que são, à luz desta constituição, inconstitucionais.

Quem gosta de jogos florais e de influências nojentas sobre os tribunais, as polícias e sobre os media (vulgo socialistas), deve adorar esta constituição.

Para quem quer a possibilidade de afirmar valores e ideias diferentes, esta constituição impede sequer a apresentação da ideia.

Se isto é democracia, em Angola existe uma igual! A diferença está que aqui é uma família política lá é uma família.

Disse.