Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

sexta-feira, abril 27, 2007

O espírito e a realidade

Portugal é um pais amputado. Amputado por ser uma faixa esguia de terra mas mais ainda por ser amputado na cabeça. Oh lá vem mais uma crónica de sem pudor negativismo e “bota abaixismo” como diz o nosso primeiro bacharel da nação, e depois qual é o mal, posso não posso Dr. Pina Moura? Dr. Santos Silva?

Bem à revelia da resposta destes vou continuando enquanto posso… O actual estado de coisas faz lembrar os belos tempos da I República em que um punhado de burgueses da velha esquerda governavam o pais como um clube privativo. Os tempos de Afonso Costa entre outros… Nesse tempo uma pequena plutocracia, fervorosamente republicana e socialista à moda do século XIX, governava por decreto de Lisboa para o resto do pais, assente em compromissos com núcleos do Exército e da Marinha. Alias como bons meninos que eram a primeira coisa que fizeram foi decepar o “povinho” que militava nas carbonárias e afins à bastonada e de forma mais bem repressiva do que os velhos caciques monárquicos. Parece que lá para ’26 acabou a festa e ainda hoje pululam para aí uns ressentimentos e ressabiamentos… O clube privado dos velhos republicanos rapidamente se cindiu e com o passar dos anos a “Velha” e a “Nova” República lá chocaram ambas, um pouco à medida do que se passou com o fim da predominância dos putrefactos “Soaristas”, “Sampaistas” e outros que deram lugar a comunas retintos ou a novos fenómenos meteóricos como o “bonzinho” Guterres ou o Conde de Abranhos “Sócrates”. Lá nos perdemos como habitualmente sucede nesta pesarosa cróonica…

Somos amputados pois claro, no espírito, seja pela pequenez atávica do pais que se reflete nos espíritos, seja por séculos de ignorância do povo e das classes mais educadas que sempre andaram longe do mainstream de pensamento europeu, ou pior a reboque no pior sentido, a verdade é que o panorama intelectual e o espírito crítico dos portugueses não vale um diploma na Universidade Independente ou uma pós-Graduação em sanitas e afins…

A liberdade não vive do papel, mas nele se projecta, assim e acerca do libelo criativo luso cumpre questionar quantas centenas de obras estariam por publicar nos arquivos da censura? Afianço que muito poucos, ou mesmo nenhuns, ademais porque os censores, filhos do mesmo pais que os corajosos resistentes anti-fascistas eram broncos como as portas… O bom autor destas linhas é sempre em prol da liberdade do espírito e da criação artística contudo é nesse aspecto que os portugueses deixam muito a desejar. Sejamos pois francos a liberdade de pensamento, a verdadeira, que deriva somente da educação que resolvemos dar ao nosso espírito dificilmente está no DNA dos nativos. Pelo contrário, quanto mais contacto social tenho com os nativos no quotidiano mais acho que o Português agonia na liberdade pois infelizmente não conhece o seu verdadeiro significado, sucedendo o mesmo com a democracia, conceito que é confundido com tudo e mais alguma coisa, inclusive com anarquia.

Assim digo e de pleno pulmão, em Portugal sufoca-se num ambiente intelectual deprimente, numa comunicação social imbecil, e numa democracia proporcionalmente idiota, à mesma medida pois jornalismo e política andam de braço dado, se uns dão o palco, outros nele actuam e quem se quem dá o palco escolhe o show, neste caso de uma pobreza franciscana quem nele decide actuar faz na consciência de que para garantir um bom palco é necessário agradar aos seus donos.

Recentemente assisti a debates em meios de comunicação, fossem entre jornalistas, políticos, especialistas e mesmo a pequenas vox populi e fiquei enjoado para não dizer desesperado com a cretinice dos seus diversos intervenientes. Desde há uns meses deixei de ver noticiários televisivos e sou mais feliz, deixei de ler o jornal em mais de 5 minutos e sou mais feliz. Mais ainda deixei de passar cartão à gentalha nauseabunda política, a jornalistas e a televisões e sou mais feliz e livre mesmo. Deixei de comer a pacotilha do regime e muito me agrada. Evito discussões politicas, excepto com algumas pessoas mais próximas pois acho que qualquer debate em Portugal serve para tudo menos para esclarecer mas sim para “imbecilizar” qualquer tema, de maneira a discutir pormenores e historietas ao invés dos assuntos importantes…

Mais ainda dá-me um profundo asco ouvir as proclamações bacocas e os “samaritanos” que existem em cada português pois se o D. Sebastião se foi em Alcácer Quibir, deixou um pequeno Messias luso em cada “salvador da Pátria” investido de sapiência omniciente, é que não há saco, especialmente porque cada “Messias” luso têm o condão de se transformar em bovino sempre que se senta de fronte a um televisor, a par de ter o condão de se transformar em palhaço sempre que lhe colocam um microfone e uma câmara de tv de fronte.

Há muito vivo sob o lema de que para este pais que durante um pirafo de tempo durante o século XVI foi grande como mais ninguém o conseguirá, digo,e de bom som:
«Quero é que vão à M…. e dinheiro pra Suiça»

É tudo,foi um desabafo que me deixou feliz e sentindo-me como um ser livre pois escrevo o que penso e pouco me importa como serei julgado pelos meus pares…


PS: Este texto fantástico foi escrito por DML, na véspera de seu aniversário!

Descaramento e falta de pudor

A Prisa adquiriu o controlo da TVI. Pensou em alguém para presidir a essa tão boa instituição nacional, e convocou o Dr. Pina Moura, essa cabeça, para gerir a televisão.

Vasta experiência de gestão (parece que o Sr. geria o dinheiro da mercearia lá de casa) e interesse pelo assunto, é o homem escolhido para atacar o mercado audiovisual nacional. Projecto ideológico para o qual foi escolhido pela PRISA - empresa privada espanhola, que não defende a escolha, deixando essa tarefa aos parvos que estão em baixo na cadeia alimentar, ou seja, o Governo de Engenheiros que defende a nomeação.

O que é surpreendente? Existir alguém que é membro de um partido (e um dos mais altos membros, uma vez que fazia parte da Comissão Política e Permanente do PS e seu deputado na Assembleia da Republica) na presidência de uma televisão... mas e o ex- PM Francisco Pinto Balsemão? Também não o é.

Meus caros, não, não é.

O presidente da Impresa já o era antes de desempenhar cargos políticos relevantes, e deu mostras de ser independente e sério, coisa que o Dr. Pina Moura já deu mostras de não ser. Ademais, o presidente da Impresa é dono de um grupo de jornais e revistas do qual a ultima vertente é a televisão.

Tudo o que não acontece com a Prisa. Esta adquiriu o controlo de um bem escasso, uma vez que o mercado televisivo é um bem público onde as licenças são atribuidas pelo Estado. Onde o mercado é dominado por esta televisão, que conjuntamente com a televisão pública, têm uma quota de mercado de perto de 70%.

Parece-me bem. Assegurar que o PS tem uma televisão favorável. Comparar esta actuação que tem em vista o domínio do mercado televisivo português de um projecto ideológico, com a actuação do governo de PSL no caso Marcelo é pura e simplesmente atirar poeira para os olhos e querer fazer dos cidadãos descerebrados.

Mas há mais. O Governo diz que como o cidadão Pina Moura saiu de todos os cargos que desempenhava no PS, é completamente isento e imparcial.

Risos! Muitos e Bons!

Exacto, temos o Pina Moura, presidente da Iberdrola, o Pina Moura, gajo porreiro lá de casa, o Pina Moura, presidente da TVI, Pina Moura ex-ministro das Finanças e Economia, ex- deputado e membro da direcção do PS.

Claro que não tem nada a ver com isso nem vai ajudar o Governo Socialista ou a futura oposição deste partido. Ele nem sequer faz parte dos orgãos do partido!

Realmente, atoardas da blogoesfera contra o Pina Moura!

quinta-feira, abril 26, 2007

Portugal: The new sickman of Europe

Não, não sou eu quem digo mas sim a The Economist na edição da semana passada.

Um singelo artigo de duas colunas em que puxa as orelhas a Durão Barroso, ignora o furacão Santana e deixa as culpas pelo miserável estado da economia portuguesa nas costas de Guterres. E bem.

Como diz o artigo Portugal, ao contário de Espanha (sempre a comparação com o vizinho do lado...) não soube aproveitar o boom antes do euro para meter as finanças em dia. Viveu um regabofe até ao dia em que passou a viajar na mesma carruagem monetária com os outros 11 (agora 12) Estados membros aderentes.

Estranhamente o artigo é bastante simpático para Sócrates, enaltecendo o seu espírito reformador. Para quem é um mero Bacharel em Engenharia (num país habituado a apenas a ser governado por doutores) não está mal.

Se calhar a tal agência de comunicação/marketing de imagem funciona mesmo bem...

segunda-feira, abril 23, 2007

Breve apanhado de coisa nenhuma

(i)

O caso Sócrates vai de vento em popa, ou seja coisa nenhuma. Revelações bombasticas que redundam em coisa alguma mais um processo de aluno que como diz Pacheco Pereira se encontra eivado do toque de Midas, ou seja, erros, obscuras prácticas, títulos de engenheiro etc... tudo claro produzido por terceiros. Para gaudio da populaça o brilhante exame de ingles técnico de Sócrates era acompanhado do papelinho do Sr. Secretário de Estado ao seu bom amigo. Que mais haverá a dizer? Eu sinceramente não vejo muito, para além de que todo o processo cheira mal e depois?

Depois vêm a réplica dos sicofantas e mais a historieta da determinação do primeiro ministro, a par do afã reformista. Alias determinada também é a "Euribor" do anúncio magistral do BES que não obstante a voz de seu dono não lhe obedece. Pois certamente estão ambos impregnados pela mesma determinação, com uma ressalva, a Euribor é obstinada e Sócrates é somente mau carácter no mínimo e um "cara desonesto" se quisermos ir por aí.

O "canudo" de Sócrates é coisa nenhuma, excepto claro se quisermos ver ai malícia num determinado homem. Para encerrar e com determinação eu julgo é que o Zé das Beiras quando preencheu os papeis em apreço ou outros quaisqueres era já um determinado engenheiro, sendo que o reconhecimento era somente uma manigância burocrática. Enfim, um homem determinante... Não sei porque mas o pelo da Euribor não cessa de me vir à memória juntamente com o determinado engenheiro ambos determinadamente montados no seu determinado vigor reformista. Enfim e o burro? Esses somos nós que levados por um afã de má fé questionamos o bom e determinado engenheiro. Cá para mim nem uma nem outra...

(ii)

As eleições em França foram um belo fenómeno de democracia, com uma taxa de participação superior a 80%. Os gurus nativos da comunicação lá conseguiram fazer uma cobertura mediática digna da Voz da Paróquia ou pior do Borda D'Água. Breves afunilamentos sobre o programa dos candidatos, eram servidos por entrevistas a emigrantes portugueses que iriam votar. Suponho que tenham sido escolhidos a dedo pois nenhum votou Sarkozy ou Le Pen, aproximadamente 44% dos eleitores, sendo todos anti alguma destas personalidades ou somente parvos... Curiosamente hoje cantam a derrota de Le Pen que colheu somente 11% das inclinações de voto, ou seja mais ou menos 4.5 milhões de eleitores, enfim somente mais de metade dos eleitores inscritos em Portugal (mortos incluidos) ou ainda mais do que elegeram o determinado engenheiro.

Continuando o unanimismo dos comentadores portugueses é estupidificante, votariam todos em Segolene Royal, pois poucos ou nenhum teria coragem, não se entendendo bem porque de votar em Sarkozy. Alias o preconceito com que este foi tratado pelas imparciais reportagens é notório, fazendo-se o já costumeiro relambório anti qualquer coisa pois é sempre melhor que falar da Segolene que caracteriza a coisa e sua metade na mesma frase...

A ver vamos, eu cá para mim antecipo já o galo, o Sarko vai limpar aquilo na 2a volta e os bem pensantes europeus Bruxelas, desde o Edificio Euratom à ponta da pilinha do "Manikempiss" vão ter de fazer os flik flaks e piruetas verbais do costume. Por cá a ignorancia é tanta que somente interessa o coração do King, num pais que se orgulha de ser uma república... Mas enfim, é impossivel entender gente obtusamente imbecil...

quarta-feira, abril 11, 2007

What if George W. Bush was a Jedi?

Priceless.

terça-feira, abril 10, 2007

Os novos-ricos do canudo (e bater no ceguinho)

Tenho acompanhado à distância a bronca com a Independente (este nome está enguiçado, primeiro o jornal, agora a universidade) e com o Sr. (por via das dúvidas...) Pinto de Sousa.

E quanto mais olho para a história pior me cheira. Aliás, fede. Vide a mais recente notícia sobre este tema.

A verdade é que desde sempre conhecemos o Eng. Sócrates, digo o Sr. Pinto de Sousa, como o Engenheiro. Pelos vistos, um Engenheiro de obras feitas. Aliás, o que não falta para aí são "engenheiros", "arquitectos" e "doutores" com cadeiras dos respectivos cursos por acabar.

Quantos "ilustres" fizeram o curso de Direito na Universidade de Lisboa nos anos 70 com as famosas passagens administrativas ou orais votadas por camaradas com braço no ar? Uma boa mão-cheia dos mui ilustres doutores da nossa praça jurídica. Mas disso ninguém fala.

Mas também não interessa. O que é relevante é a mentalidade e a cultura do país que levou Pinto de Sousa (e muitos outros) a acabar a sua licenciatura a contra-relógio para se manter a flutuar na política ou a intitular-se de algo que não são. É que nos dias que correm, quem quiser ter uma carreira política (excepto para o poiso de cacique local) necessita do canudo.

Infelizmente em Portugal continua-se a viver com o estigma do "Dr.". É a tacanhez de espírito, da primeira geração com uma percentagem elevada de diplomados que levou à criação desse grande mito do "Dr.". Em Portugal, ou és "Dr.", ou não és nada. Sendo certo que o grau académico correcto seria "Licenciado". Mas licenciado é feio. Nada como criar e manter o mito (sim, porque de mito se trata, sem substância histórica) do Dr.. Pena é que o grau de Dr. não exista enquanto verdadeiro grau académico. É apenas um costume. Existe o Doutor, naturalmente, mas esse ou é médico ou é doutorado.

Como nos países que aproveitam um boom económico e vivem como novos-ricos (exemplo: Irlanda), em Portugal as pessoas promovem-se à custa do título académico. Como disse, a geração do Sr. Pinto de Sousa é a primeira geração com uma boa percentagem de diplomados. E é uma vergonha para os não-diplomados viver com esse "estigma".

Cortesia da política do Estado Novo em deixar o povo instruído no limiar do analfabetismo.

Da mesma forma que na Irlanda o standard de comparação é o tamanho da casa ou do carro (e o que se torra em ambos), em Portugal, pobres como somos em diplomados, a distinção é feita entre os Drs. e os "outros". Como no Lost, the Others.

Vejamos um exemplo prático. Falamos ao telefone ou enviamos um email pela primeira vez a alguém. Por via das dúvidas colocamos sempre o Dr. antes do nome, não vá o diabo tecê-las e criarmos um "incidente".

Ou seja, somos uns novos-ricos do canudo.

Com portugueses não vamos lá

Usando a já famosa frase dessa corja de comunas que responde pelo nome de Gato Fedorento (e que eu tanto admiro... comicamente falando), hoje resolvi lançar o meu vil veneno contra o Futebol, nomedamente o LB e Eng. do Penta.

Eu sei que muitos vão dizer que é sempre a mesma conversa, contra os árbitros, contra os outros, a favor do meu clube.

Como verão tentarei ser imparcial, e espero que quem não concordar ou achar que estou a ser completamente parcial o diga. Neste blog ainda há liberdade nos comentários, ao contrário do que acontece nos blogs verdes e azuis que para aí andam.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer, para aqueles que não sabem, que sou do Benfica. Sócio com cativo e fervoroso adepto. Típico benfiquista que acha que o treinador nunca sabe nada de nada, e que diz que os jogadores são todos uns chulos quando perdem e os maiores quando ganham.

Em segundo lugar, gostaria que felicitar o Eng. do penta pela época que está a fazer. A lutar pelo campeonato, nos quarto de final da Taça Uefa. Para um clube que há cinco ou seis anos andava pelo 5 lugar, parece me uma evolução. No entanto, e como bom benfiquista saliento os seguintes aspectos:

É necessário contratar treinadores que percebam o que é um clube grande. Que consigam conciliar o facto do clube ter de ganhar sempre, com o facto de que os jogadores são humanos e consequentemente não podem fazer 90 minutos de 3 em 3 dias sem se ressentir psicologica e fisicamente. É preciso rodar jogadores, mesmo que eles estejam bem. De modo a motivar os que estão de fora, e melhorar os que estão na equipa.

Ontem fizeram o seu 3 jogo em menos de uma semana, a mesma equipa. Jogadores nucleares como Petit, Quim, Nelson, Leo, Nuno Gomes e Simão não conseguem manter o ritmo de jogo durante noventa minutos e nomeadamente no início das partidas. É preciso mudar.

- A segunda questão é mudar para quê? Se é para retirar no Nuno Gomes e pôr o Derlei, mais valia termos ficado todos em casa... É preciso ter coragem para arriscar nos jogadores que nada tem a perder e não naqueles que jogam sobre brasas. Mantorras, Paulo Jorge, Miguelito ou João Coimbra tem de ser titulares em jogos de menor dimensão desde que o treinador trabalhe psicologicamente os jogadores para isso. Jogos contra o último classificado exigem uma maior concentração e disponibilidade física do que jogos contra grandes onde todos querem jogar.

- A terceira questão está no facto do Benfica não marcar golos. Nuno Gomes marca golos tinhosos de mês a mês, e Miccoli já não está na sua forma habitual, falhando golos inacreditáveis. O que é preciso para colocar de início outros jogadores? nomeadamente o Mantorras, já que Derlei é nome de chulo. Estes erros apenas tem prejudicado os jogadores de banco, o treinador e os jogadores que jogam (mais propensos a lesões). Pergunto: Alguém sairá vitorioso desta escolha?

- Finalmente, é necessário falar. Fazer barulho. Não se pode passar semanas a falar sobre o óbvio. "O Benfica onde vai joga sempre para ganhar". Boa! Alguém pensava o contrário? Alguém não estava convencido disso?

O treinador do FCP passou a semana antes do clássico e a passada semana a falar de como tem sido prejudicado pela arbitragem neste campeonato, e como o Benfica tem sido beneficiado. O que disse o eng. do penta? Nada.

Desde então o Benfica empatou em casa com o Porto, num jogo onde a equipa nortenha praticou anti-jogo durante toda a segunda parte, e quando o Benfica empatou, o árbitro parou o ritmo do jogo marcando faltas atrás de faltas. Ontem, o Benfica foi escandalosamente roubado.

6 foras de jogo mal assinalados, um dos quais aos 43 segundos de jogo que deu golo. Aos jogadores do Beira Mar foram perdoados cartões amarelos por sucessivas entradas por trás sob jogadores com Petit e Karagounis (jogadores já castigados e com problemas de lesões), e substituídos por cartões por protestos inexistentes ou chutar bolas para longe para que no fim...

O descaramento dos descaramentos, o treinador do Beira Mar diz que a sua equipa foi prejudicada! O penalti foi duvidoso? (risos) Para quem?

O jogador Ricardo (que faz a falta), fez 5 faltas ao longo do jogo, duas delas por trás, e um penalti e não é expulso?

Do Eng. do Penta não ouvimos uma palavra. Ouvimos o churrilho de asneiras habituais, que envolve as expressões "azar", "falta de sorte", "estrelinha de campeão (ou falta dela)"...

Ó Sr., o jogo foi roubado! O Senhor LB (e seus auxiliares) fizeram com que o Benfica (i) fosse obrigado a jogar 90 minutos a correr atrás do Beira Mar, (ii) sofresse faltas perigosas por trás que poderiam causar lesões sem dar os devidos cartões. Agora vamos ter um jogo na quinta feira, onde a equipa vai normalmente estar cansada de ideias e motivações, contra uma equipa onde dez jogadores descansaram para o jogo de quinta feira.

No entanto o Eng. vai lançar mais um "o Benfica joga sempre para ganhar". Boa! Com que jogadores?

Perdemos por causa do árbitro. Mas também por sua causa! Anderson continua em campo, Quim continua a frangar e Nuno Gomes continua a passear no relvado.

É claro que todos os benfiquistas que são queridos (no fundo uns sportinguistas desportivos) dirão que é necessário apoiar a equipa. Concordo. Mas acho que para que ela seja apoiada, não podem ser constantemente cometidos os mesmos erros. O Benfica perdeu o campeonato o ano passado (com melhor plantel que este ano) porque o seu treinador holandês não fez a rotação de jogadores, e perdeu pontos contra os ultimos classificados.

Onde é que eu já vi isto?

Depois vamos dizer que tivemos "falta de sorte em alguns lances capitais"...

Ps: Se é para colocar o Rui Costa ao intervalo todos os jogos, porque não ao contrário? Porque não de início, deixando o Simão no Banco e colocando o Manu ou o Paulo Jorge de início. O mesmo acontece com o Mantorras. Pq é que o Beto não joga, para dar descanso ao Petit em jogos menores?

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segunda-feira, abril 09, 2007

Carta aberta ao Senhor Primeiro Ministro Pinto de Sousa

Caríssimo Primeiro Ministro,

Escrevo-te ainda embargado de dor. Dor por ver todos aqueles que ainda há duas semanas falavam de ti como o novo messias, o primeiro ministro que nunca tiveram e que sonhavam ter(não era contigo propriamente mas um rapaz como tu) desde o camarada Vasco Gonçalves. Um homem com coragem e determinação, com mau feitio perante colegas e jornalistas, que se desinteressa pela opinião pública quando ela é contrária, e quer dominá-la quando a questão são novas oportunidades, novas fronteiras ou choque tecnológico.

Não percebo estas acusações. E depois? Passaste a Eng. (ou não) através de umas equivalências pouco explicadas e participadas. E depois? Não meteste os pés nas aulas e fizeste os exames todos no mesmo dia (de manhã à noite, pobre rapaz) e nenhum colega te viu? E depois? O prof. das cadeiras fala de ti como sendo o aluno dos porquês, sendo que ele é amigalhaço do Vara e não deu aulas no ano em questão (uma vez que não existiam as cadeiras)? e depois?

Isto é irrelevante, pá! A malta do PS gosta de ti na mesma... sem curso, um carismático bacharel da Guarda, amigo de Guterras (nem tanto assim, mas enfim), secretário de estado e ministro do ambiente, e do desporto, e de pastas sem importância em termos de coisa nenhuma. Homem liberal nos costumes e socialista nos gastos. Homem que promete uma coisa e faz outra, em favor dos camaradas do partido.

Homem cuja vida privada é uma segredo, uma vez que o curso que fez parece que é privado. Tudo é privado! É assim mesmo.

Tens de fazer frente a esta corja de bandidos que te quer deitar abaixo... Onde já se viu não respeitar um telefonema do Primeiro Ministro (quanto mais seis????)??? Se se diz que não é para publicar, não é para publicar. É assim tão dificil... ? Porque é que não falam do défice, ou da função pública, ou do Benfica ou de um qualquer ministro que meteu a pata na poça nesse dia (são tantos!)?

Bandidos!

Corruptos!

Investigadores!

Ainda bem que a RTP continua controlada, e a TVI dá sempre as notícias que não interessam a ninguém e a SIC é controlada pelo irmão do Costa. Isto das televisões não fazerem perguntas é simpático... mas também qualquer coisa e uma telefonadela resolve... pelo menos até aqui tinha sido assim.

De resto, apenas de peço que clarifiques como te devemos chamar. Dou-te as seguintes possibilidades (acho que esgotam as vertentes a explorar):

a) Exmo. Sr. Primeiro Ministro Pinto de Sousa;
b) Exmo. Sr. Primeiro Ministro José Sócrates;
c) Exmo. Sr. Primeiro Ministro Bacharel Pinto de Sousa;
d) Exmo. Sr. Primeiro Ministro Bacharel José Sócrates;
e) Exmo. Sr. Primeiro Ministro Eng. Pinto de Sousa;
f) Exmo. Sr. Primeiro Ministro Eng. José Sócrates;
g) Sr. Pinto de Sousa;
h) Sr. Zé Sócrates;
i) Aquele grisalho que aparece na televisão com um fato justinho e uma gravata vermelha.

Eu por mim, acho melhor clarificar, não vá V. Exa. ficar zangado por ser chamado de Sr. Pinto de Sousa e ter que despedir uns quantos simpáticos jornalistas.

Isto de ser PM é muito dificil e tem umas contas de telefone complicadas.

quarta-feira, abril 04, 2007

Crónicas de Província

O recente episódio do proto-Engenheiro Sócrates têm sub-episódios que são da maior importância para compreender o pais em que vivemos. Ainda ontem o Director da SIC-Notícias e irmão do ministro da Administração interna veio à antena dar o seu contributo, dizendo que é perfeitamente normal que o Primeiro Ministro lhe ligue, alias será a coisa mais habitual de sempre e que deve ser vista como salutar até.

Óbvio que acontecendo na RTP, vindo o seu director a público revelar o assunto e seria pano para mangas na SIC e na TVI sobre a independência da informação e a governamentalização da estação pública de informação. Estariamos perante um novo caso «Marcelo», aquele que abalou o pais e pôs a lume a discussão sobre a liberdade de informação, motivando até chamadas a Belém pelo sempre presciente Sampaio.

Sem nos perdermos contudo, garante o Sr. Costa que às normais conversetas de Sócrates com os directores de informação, estes, no sector privado, respondem com uma ímpar integridade e indepência. Alias sendo o Sr. Costa, podemos excluir logo à cabeça uma situação de conflito de interesses... Mas diz a mesma estrela do firmamento mediático que este governo não é diferente dos outros, somente «têm uma estratégia mais eficiente». Numa frase se vê a credibilidade deste indivíduo, das duas uma ou manipulado na teia de Sócrates, ou no papel de estoico D. Quixote que luta, até em conversas privadas com Sócrates pela liberdade de expressão e notícias recentemente vindas a lume sobre métodos pouco claros de obtenção de qualificações literárias.

Em Portugal, pais baço por regra e sujo por feitio, tomadas de posição virtuosas como as do Sr. Costa demonstram somente o quão podre vai o pais. Alguém acredita que este Sr. não compos umas noticiazinhas sobre governos, não conduziu campanhas de imagem nem têm o que os ingleses denominam de bias enorme para certos governos em detrimento de outros. E isso o que abona do sacrossanto estatuto deontológico ou da independência da informação? Nada, a política e o jornalismo deste pais nadam no mesmo charco verde e cheio de limos. Um e outro são a mesma coisa, a mesma gente e frequentemente partilham interesses conjuntos...

Garante o sr. Costa que é independente, imagino pois claro que em Cuba o director da televisão cubana e na Coreia do Norte também venham frequentemente garantir fidelidade aos canônes de verdadeira informação jornalistica. Este episódio de Sócrates, que nada traz de novo sobre o seu carácter, mas muito demonstram sobre o carácter de outros e especialmente da maneira como as coisas são feitas em Portugal, do jornalismo à obtenção de qualificações, à moralidade pública e ao perfil do profeta do progresso que dá pelo nome de Sócrates....

Algo de novo em tudo isto e até nas minhas ideias, cada vez mais desenquadradas no seu tempo temo, julgo que não, mas também estas breves linhas são somente uma pequena crónica de província e de paróquia na qual os habitués discutem entre si, em prol do interesse público ou em nome de grandes princípios quando depois são todos amigalhaços, se tratam por pá e outras coisas...

Alguém acredita nisto? Alguem acredita que a vida em Portugal têm alguma moralidade e que os media ou políticos são guardiãos de alguma moralidade ou legitimidade especial para que em nosso nome levem a cabo nobres e honoríficas missões? Eu cá acho que não... Mas também antes já o achava!

terça-feira, abril 03, 2007

Sim, são bons ventos!

Há uns tempos sobre a mudança de poder na Alemanha e subsequente mudança de atitude desta potência europeia em relação a Washington, à época por ocasião da primeira visita externa de Merkel ser aos EUA e ao Presidente Bush.

É verdade com Chirac de saída e desacreditado a níveis inauditos depois da grande eleição Presidencial de 2002 na qual defrontou Le Pen, Merkel assumiu desde o primeiro dia as rédeas da política externa alemã e por arrasto a europeia. Os ares de "grandeur de France" já foram e Schroeder, macio e com simpatias francesas e russas deu lugar a Merkel, fria, discreta mas tremendamente arguta. Será por ser de Leste e conhecer bem os russos? Não saberemos mas esperemos que influa na sua actuação pois os russos são outro povo. É portanto em Washington que reside o principal aliado da UE, não na China e não na Rússia. A destrinça entre parceiro comercial e político é hoje, mais que nunca uma necessidade.

Em washington também se deram alterações de vulto. Os erros de 2002 e 2003 foram apreendidos e não obstante a linha mais consensual de Powell, somente hoje com Condolezza Rice se vêm mudanças na actuação americana, não tanto de dividir os estados europeus mas antes lançar as bases de um entendimento mais abrangente e pacífico. Com sorte a saída de Chirac e a, por nós almejada, entrada de Sarkozy levaram a Europa a um novo patamar de entendimento com os EUA, mas enfim são somente conjecturas.

Linhas de fundo, Condi re-alinhou os interesses americanos, saindo de um período durante o qual o terrorismo foi a prioridade única para que faça parte de um quadro mais lato que embora nunca esquecido foi negligenciado. Lembremo-nos de recentes visitas à America do Sul, o «backyard» americano e sobre o qual foi verdadeiramente escrita a incompreendida doutrina Monroe, mas também de uma nova política face à Rússia até porque a pressão incidente sobre a Mittel Europa quer-se diferente.

São bons ventos sem dúvida contudo o fim de mandato de Chirac será sempre momento de fim de festa e não de grandes inciativas. Uma vitória de Sego mudaria a equação e levaria a uma tensão enorme sobre o eixo Paris-Berlim, não apenas porque Merkel não estará pelos ajustes, Sego não aparenta grande fiabilidade. A isto acrescerá o facto que duas mulheres que comungam interesses comuns raramente se dão bem... Excepto Condi e Merkel pois claro.

A fragilidade destes bons ventos é ainda notória, contudo poderemos estar na Europa à beira de uma nova viragem à direita, seja pela eleição de Sarkozy, pelas eleições de 2008 nos EUA e em Espanha e por uma eventual mudança em Inglaterra depois de anos de Labour, após a saida de Blair... A ver...