É consabido que em termos económicos o resultado de todos os factores produtivos é sempre superior à soma das parcelas. É o argumento das economias de escala dizem os teóricos da economia. A minha formação em economia esgotou-se aqui e portanto vamos mudar a agulha para outra linha.
A cessante liderança do PSD, com Menezes e Ribau à cabeça demite-se, com estrondo e espalhafato. Para gaúdio dos opositores desta direcção Ribau no próprio dia da demissão de Menezes dera uma entrevista dizendo que era inaceitável o cenário de eleições antecipadas. O único comentário que me ocorre é que Ribau pode dizer o que quiser pois ninguém o leva a sério. Mais ainda nessa pérola de pensamento político contemporâneo disse ainda o ilustre edil de Ílhavo que «quem se opuser a esta direcção será varrido do mapa». Mais uma vez tudo o que diz Ribau é na minha opinião envolto num cordão sanitário, devidamente avalizado pela ASAE claro, e portanto fica dentro da zona contaminada pelo mau senso político.
Afirmações como esta nem o PCP têm o mau senso de as dizer,até porque a dissidência e ainda o fenómeno de criticas internas, salvo para os lados dos vermelhos, é algo normal e saudável até. O único remédio que se lhes conhecesse ou pelo menos forma de aplacar a sua relevância é por meio da credibilidade das lideranças, solidez do projecto (estes para os mais crédulos) ou pela expectativa de se poderem montar no próximo ciclo eleitoral na chefia da nação. Uma liderança que apresenta resultados ou se encontra com boas perspectivas de tal une e pacifica pois os críticos internos, tão oportunistas como as direcções políticas empossadas, sentem a «cheirinho do poder» e portanto preferem não abanar o barco sob pena de na próxima distribuição e postos serem atirados borda fora...
Mais ainda uma liderança não vale por proclamações autoritárias e ameaças veladas, no dia em que a forma de exercício de autoridade num partido político se realiza assim mal vai esse partido se têm por missão defender os valores ditos erradamente no léxico português como "democratas", embora eu prefira a utilização de terminologia como o pluralismo e as liberdades. Os brados de Ribau valem tanto como os de tantos outros que montados em estruturas de poder fizeram valer ortodoxias ideológicas ou simplesmente grupos de pessoas que se misturam com partidos tal como se viu no PCP no final dos anos 80 ou depois. É verdade que Menezes e Ribau guardam ainda a chave do armários dos magros "tachos" que o PSD poderá distribuir em 2009 mas no entanto com as perspectivas de um armário cada vez mais pequeno a multidão exalta-se mais e até os fieis passam fome, coisa que não se admite pois gente que anda na política não pode passar de um dia para o outro para o mercado de trabalho... Há que salvaguardar a dignidade dessa gente e da classe política pois claro, até porque o abegnado exercício de cargos públicos e das populações por ele beneficiados a isso obriga, tudo em nome do interesse público claro!...
Passando ao âmago da questão. A presente liderança do PSD encabeça pelo Autarca de Gaia e seu Secretário Geral Ribau já demonstrou a sua fibra. Menezes terá credibilidade? Pergunte-se primeiro ao partido, que certamente conspira neste momento de forma febril? Foi Menezes uma alternativa séria ao engenheiro Sousa? Ele próprio tomou-se como tal?
Sou de opinião que, não obstante o que possas dizer AOC, NÃO! Menezes realizou um discurso sem uma linha coerente. A sucessão de proclamações contraditórias e mesmo mirabolantes sucedeu-se. Vejamos, «desmantelava o Estado em 6 meses», a exemplo do PSD na certa, ao mesmo tempo que «não fechava nenhum serviço e não despedia nenhum funcionário». A par ainda harmonizaria ainda fiscalmente com Espanha e realizaria a regionalização a começar em 2009 contra o "centralismo" de Lisboa.
Mais ainda prometia tudo e mais um par de botas, apoiou manifestações de professores que ocorreriam fosse o PSD governo e certamente apresentaria uma proposta semelhante, deu um volte face na posição do partido em relação ao referendo sobre o tratado Europeu e ainda conseguiu enfiar o PSD nos 26% nas sondagens que valem o que valem bem sabemos...
Sem querer alongar a coisa demasiado, alguem, mesmo com boa vontade vê Menezes a ganhar as eleições de 2009? A ser primeiro ministro? E Ribau a Ministro de alguma coisa? É um lider credível? É um estadista?
Não! Não e Não!
Porque sai Menezes? Má imprensa? Os críticos internos? Qual é a "bomba" que o desalojou? São as críticas? É que as críticas valem o que valem, se forem destrutivas ou sem qualquer fundo de verdade ou solidez passam para o bueiro, mas se forem sérias e verdadeiras aí já há poucos que a estas resistam, o resto é conversa. Se quem critica esta direcção política não desse tiros certeiros Menezes e sua pandilha passsariam entre os pingos de chuva...
A verdade e numa palavra porque Menezes caí é porque não têm perfil e os portugueses não lhe reconhecem autoridade, competência e seriedade.
Já conhecemos as amargas críticas de inveja ao fenómeno vencedor de eleições em Gaia, os criticos internos, os que criam obstáculos à liderança etc...
Mais umas linhas, a toada de discurso de Menezes, a culpa é dos outros, a boa direcção política caí pela malícia dos inimigos. O rumo era certo, alias comprovadamente certo daí os inimigos. O PS estava já arremetido às cordas. No discurso de Menezes não se vislumbra uma linha de autocrítica, já com Santana foi o mesmo, este injustiçado em boa parte não obstante, Menezes também como grande estadista vai andar por aí, oferencendo os préstimos a uma nação ingrata fruto de uma imprensa inimiga e dos "notáveis elitistas" que não deixam que se governe com o povo...
Tomam-nos por imbecís ou que? Sarava Sr. Menezes e obrigado....