Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

quarta-feira, abril 15, 2009

Europeias, dilema ou talvez não!

No simulacro de democracia em que vivemos, nestas instituições se incluindo as europeias de quando em vez há votos. Isso não implica que vivamos numa democracia plena na qual as escolhas verdadeiramente relevantes são colocadas ao escrutínio da opinião pública mais ou menos esclarecida. Pede o tolerante leitor um exemplo, nenhum melhor que o Tratado de Lisboa e a reforma das instituições europeias ou mais ainda a velha questão do federalismo na UE e que rumo para a Europa.

É evidente que a Europa vai para algum lado, não equivale contudo a isso dizer que tal é um rumo certo, seguro e ponderado. Vai andando será o termo mais adequado... Como e para aonde não se percebe bem, nem em Bruxelas nem em parte nenhuma pois não se põe aos eleitores a verdadeira escolha, a de uma crescente integração numa federação europeia. Previsivelmente os europeus recusariam este rumo pois não lhe vêem grandes atractivos. E felizmente que é assim.

Sendo a integração de cariz federal o rumo delineado pelas maiores famílias políticas europeias, o PPE e o PSE as restantes escolhas são meramente incidentais, ou seja ou corolários deste rumo delineado mas não querido pelo povos, ou outras meramente acessórias como o "canalizador polaco", a "fruta normalizada" entre outros de maior ou menor interesse. Num ponto estamos assentes, quer queiramos quer não iremos levar com o Tratado de Lisboa ou outro cozinhado entre os principais líderes europeus e seus sátrapas menores.

No plano nacional pouco ou nada separa o PSD do PS em termos europeus. Se de cores falássemos um seria verde seco claro e o outro verde seco escuro. O PP de Portas, rumo a que Ribeiro e Castro e outros se acomodaram meteu o seu anti-europeismo na gaveta e alinhou pela bitola do PSD com as mesmas nuances antes apontadas ao PS ou outras menores. Foi esta a contrapartida paga por Portas para a infelizmente breve entrada do PP no "arco da governação".

Resultado à direita a diferença é a mesma que entre a coisa e si mesmo. Infelizmente.
Assim sendo a campanha europeia resume-se à politica da paróquia lusa, excepto para os irlandeses que, povo casmurro não entende que os referendos europeus só podem dar os resultados que os iluminados de Bruxelas desejam. Gente pouco esperta decerto.

Assim sendo a Dra. Ferreira Leite apresentou, finalmanente, o candidato do seu partido às eleições Europeias. Iremos passar revista resumidamente às desvantagens e vantagens da escolha antes de dar-mos a nossa pouco relevante opinião:

Desvantagens:
  1. PR (Paulo Rangel) é conhecido desde há pouco como líder parlamentar do PSD
  2. É um membro do círculo próximo de MFL pelo que poderá, erradamente em nossa opinião evidenciar que as escolhas são mínguas nesse campo
  3. Perde-se um bom lider parlamentar que têm vindo a marcar gradualmente pontos contra o Engenheiro favorito da nação, de forma paulatina e segura
  4. Uma derrota forte de PR é uma derrota da linha MFL que poderá ter efeitos nefastos no período inter eleitoral, e obrigará a novas eleições na bancada parlamentar, apresentando assim um novo rosto nos debates quinzenais com o Eng. Sócrates.
  5. Fará falta até às eleições legislativas na AR depois de eleito
  6. Seria num futuro que se quer longínquo uma alternativa credível aos habituais notáveis à liderança do PSD e que ficará ligado a um mau resultado eleitoral.

Vantagens

  1. Têm sido um bom líder parlamentar
  2. É uma das faces da estratégia desta direcção
  3. Têm sido leal e verdadeiro na cena politica
  4. É um bom candidato face à poule de disponíveis. Têm boa imagem pública.
  5. Não é Luis Filipe Menezes nem um de seus apaniguados.
  6. Não é um ex-comunista ou comunista rosa.
  7. Têm sido um dos rostos de MFL que se têm evidenciado com mais sucesso.
  8. Sabe argumentar forte e feio quando necessário

Dirá o bom leitor que muitos dos argumentos são conjunturais e alguns são até ubíquos, vide 2 das desvantagens e 7 das vantagens. Sem dúvida e não vamos escamotear esses argumentos tal como outros que valeram muito se o resultado for positivo para o PSD e pesaram bastante se for negativo ao PSD e especialmente a MFL.

Assim sendo que motivos presidiram à escolha da Dra. MFL foram decero vários, contudo somes inclinados a apontar que um dos mais fortes tenha sido o de assegurar a visibilidade dos adeptos da sua linha e ainda de na eventualidade de se obter um bom resultado criar um personagem que possa suceder a MFL, especialmente se Santana Lopes vencer Lisboa o que não é de todo dispiciendo.

Alias o ano de 2009 para a liderança MFL é complicado pois o computo geral será aferido através da conjugação dos vários resultados eleitorais, especialmente da legislativas pois a mesma é candidata directamente mas também dos resultados eleitorais, especialmente se o Santana conseguir ser eleito para Lisboa. Aí teremos um recrudescer do Santanismo, seja lá o que isso for e mais importante ainda que quem quiser governar o PSD têm de contar com Santana.

2009 promete sem dúvida, no entanto somos de opinião que quem ganhar Lisboa leva o país e vemos, malgre tout que o PSD se encontra melhor colocado, especialmente autarquicamente fruto da pulverização de votos à esquerda na qual todos acreditam vencer e almejar um bom resultado.

A este assunto oportunamente voltaremos...

Já agora alguém têm visto o Prace? E o deficit para o ano em que "metemos as contas públicas em ordem" ficará nos 7% ou nos 8%...

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