Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

quinta-feira, agosto 31, 2006

Marreta em mudanças

Caros comarreteiros e leitores,
Estou de saída para Barcelona na próxima semana e como já não tenho internet em casa, não irei postar mais até à minha instalação definitiva na cidade condal.
Assim, cumpre-me tecer umas breves considerações sobre a UNIFIL e o Líbano.
Penso que a nova força será tão (in)útil como a anterior para evitar hostilidades ou conseguir o desarmamento do Hezbollah. Lamento, mas cheira-me a tigre de papel com um mandato pouco claro e sem a força necessária.
Assim, acredito que a paz podre se irá manter no Líbano, não por acção da UNIFIL (que nem vai patrulhar a zona da fronteira com a Síria...porque será?), mas sim por vontade implícita de ambas as partes.
Nasrallah já obteve o que queria: reconhecimento, credibilidade junto do mundo islâmico, provar que é possível resistir-se a Israel, negociações para uma troca de prisioneiros e a possibilidade de esconder as armas sem na realidade se desarmar. Qualquer retomar das hostilidades poderia perigar as suas conquistas. Daí o seu mea culpa público sobre as consequências da guerra sobre o povo libanês. Tratou-se de uma mera operação de relações públicas. Não acredito que Nasrallah não tivesse presente as consequências de uma provocação a Israel. Como qualquer bom político, mentiu à sua base de apoio e demonstrou alguma consideração para com os seus adversários internos.
Se tivesse a jogar BlackJack teria obtido um 18 ou 19.
Israel já percebeu que a estratégia da guerra foi um erro: não libertou os soldados, não destruiu o Hezbollah militar ou politicamente, não conseguiu que existisse uma força de paz com mandato para desarmar o Hezbollah e demonstrou as fracturas existentes dentro da cadeia de comando e dentro do próprio executivo de Olmert. Enquanto continuar a caça às bruxas em Israel pelos erros cometidos neste conflito, não irá importunar o Hezbollah. A sua única vitória foi demonstrar à Síria e ao Irão que não irá tolerar ingerências no seu território e fazer prova que numa guerra convencional está preparado para criar estragos em qualquer um destes países.
Em BlackJack teria estoirado os 21.
Por fim, termino com a frase de capa da The Economist da semana passada: Nasrallah wins.
Saudações e até ao meu regresso!

UNIFIL... para quê?

Reconheço que não sei o suficiente para me pronunciar sobre o envio de tropas para o Libano...

Mas de um ponto de vista de um puro leigo, deixo aqui perguntas ( e algumas respostas) quanto ao meu ponto de vista:

(i) Para que serve esta força de interposição?

No meu ponto de vista para rigorosamente nada. Não vão desarmar o Hezbollah. Não vão desmantelar o Hezbollah. Não vão libertar os soldados reféns. Servem para passear os uniformes. E provavelmente para ter umas baixas...

(ii) Então para que serve?

Exactamente para aquilo que DML disse mas não concluiu. Para que a Europa possa demonstrar aos Estado Unidos que consegue ter uma presença militar significativa fora do seu continente sem ser através da NATO.

(iii) Porque Portugal participa?

Ninguem sabe. Libano é uma terra sem futuro, entre a influência mórbida do Irão e da Síria, contra um Estado de Israel que está encurralado pelo Mediterraneo.

(iv) De acordo com o PR é "absolutamente natural" participar nesta missão. Porquê?

Não é natural porque Portugal não tem o papel no mundo e em particular naquela zona do globo que o obrigue a facultar tropas para esta missão. Se promove a imagem e o nome de portugal? Sinceramente duvido. Ficamos bem vistos na Europa, mas quando chegar a altura somos passados para último plano... como de costume.

Naturalmente... pah nem sei o que significa! (diria Sampaio).

P.S. E sempre que o grande ministro da Defesa aparece, tendo a desconfiar das razões da actuação... deve ser pelo facto do ministro gostar de falar, aparecer e dizer que existe!

terça-feira, agosto 29, 2006

Participação portuguesa na UNIFIL Prós e Contras

A questão da participação de forças portuguesas na Unifil encontra-se em discussão entre o Governo e o PR, em princípio sabemos já que Portugal participará na missão de paz com um contingente em caso algum superior a 200 homens, sensivelmente o mesmo empenhado na Bósnia.

Posta a questão supra somos de opinião que Portugal se deverá abster de participar na Unifil, se uma eventual participação implicar em primeiro lugar a retirada de forças da missão na Bósnia. Porquê? Porque a missão na Bósnia, que dura desde os tempos do pouco sentido Eng. Guterres é feita ao abrigo de uma missão da NATO, ora sendo a NATO a nossa primeira linha de defesa e aliança fundamental e primordial. O nosso compromisso internacional deverá ser sempre com a NATO primordialmente, não apenas pelas verbas mas também por na NATO se potenciar uma integração operacional com exércitos ocidentais que são os nossos aliados, opor-se-à que a missão da UNIFIL será sempre em contexto de cooperação com outras forças europeias, contudo como é sabido a integração somente europeia a nível de defesa é limitada e fraca se comparada com a NATO.

Continuando, missões NATO, salvo a intervenção no Afganistão, implicam um interesse estratégico superior para a política externa portuguesa e sua projecção de entre aliados. Já antes saudamos as ponderadas decisões do governo nesta matéria, contudo acreditamos que o interesse nacional não é servido pela participação na UNifil, se a aposta portuguesa é na Europa, deverá ser nesta esfera de influência que deve priviligiar a intervenção de nossas tropas. A questão a colocar é: servem-se de que forma melhor o interesse nacional, na Bósnia ou no Líbano?

Reforçando a posição de que é no quadro da NATO que devemos cimentar e afirmar o nosso prestígio, ressalvamos que a missãoi extra europeia desta instituição é realizada em condições muito especiais que resultaram do 11 de Setembro e reacção norte americana, a barbarie do atentado e seu significado justificam reafirmação da coesão dentro da aliança num momento de grande aperto e redefinição estratégica que foi o 9/11. Serviu-se bem o interesse nacional, ao dentro da NATO participar nesta e noutras missões, não só porque demonstra que dentro da sua capacidade, Portugal é um aliado credível, mas também que é na NATO que se jogam os nossos interesses superiores de defesa, mais do que nas instâncias europeias de defesa pelo menos...

A posição de manutenção de um empenhamento de forças em dois teatros de operações não é possível, não dispõem as Forças Armadas e o País de recursos para tal, a opção naval no Líbano não é igualmente uma opção viável uma vez que tal implicaria, num momento em que a capacidade submarina está reduzida a um mínimo e os ciclos de emigração do norte de África avançam sobre as canárias e mais tarde ou mais cedo sobre a Madeira, paralelamente a "Guerra das Drogas" que se trava nas nossas costas, com apreensões recorde todos os anos, são argumentos que justificam que não sejam alocados meios para fora do nosso dispositivo naval sem que tal resulte numa perda na nossa capacidade de defesa primária e prioritária. O emprego de uma fragata em águas mediterrânicas implicaria também que a breve trecho o dispositivo naval nacional, já desde si no limite ficasse na Época de inverno no atlântico privado de um recurso valiosíssimo. Caso o bom leitor ainda esteja conosco, a partir de Outubro, Novembro nos Açores e Madeira são os meios navais reforçados por conta do agravamento das condições metreológicas que justificam uma maior necessidade de saídas operacionais e suplemento de meios.

No mais é dentro da NATO que jogamos primordialmente, não dentro do quadro da ONU, que por mais benemérito e bem intencionado, não serve o nosso interesse nacional número 1, a política atlântica e europeia. Timor não interessa discutir, contudo presentemente é primordial que Portugal se projecte dentro da NATO, sendo a missão da UNIFIL coordenada por países europeus é normal que haja a tentação de aí participar, até porque a política de defesa não deve andar dissociada de outros ramos da política externa, contudo numa questão de prioridades, a UNIFIL deve ser subalternizada por força do real interesse estratégico português. Ficam certamente argumentos de fora, e sem prejuízo de voltarmos novamente a esta questão se os argumentos o justificarem, temos a maior confiança de que aonde seja e de que forma seja os homens e mulheres das nossas Forças Armadas faram o melhor trabalho possível com os meios que dispõe, sempre no melhor interesse da soberania e prestígio nacional.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Repto!

Lanço o repto aos co-bloggers para se pronunciarem acerca de uma eventual participação portuguesa na UNIFIL, com as implicações daí inerentes a outras missões internacionais já em curso.

Algo completamente inesperado? Nem por isso!

Em entrevista a um canal de notícias árabe o número 1 do Hezzbolah declarou que a reação israelita ao rapto de dois soldados foi inesperadamente forte e que em caso nenhum os beneméritos do Partido de Deus esperavam ou desejavam infligir sobre as populações do Líbano tamanha ordalia de destruição e morticínio. Causando espanto podem as declarações do Zé Manuel número 1 ter diversas intrepretações, nomeadamente que as demonstrações e declarações da "rua árabe" não são tão unânimes como os agit-prop do Hezzbolah enganam alguns media ocidentais.

Em bom rigor, e não dispondo de elementos que o sustentem inteiramente somos de opinião que a campanha aerea foi mais eficaz do que se julga, sem excluir que vítimas civis não puderam ser evitadas, somos de opinião que tal se deve à persistência do Hezzvolah em se misturar com as populações e suas estruturas, bairros residenciais, escolas ou mesquitas, prova, em diversas zonas urbanas do Líbano foram prédios específicos destruídos de entre diversos circundantes...

Será que não obstante o monismo da rua árabe e o que o Hezzbolah deixa passar para o mundo ocidental as populações tenham visto que a a destruição se deveu ao facto dos terroristas se esconderem entre as populações e não a um genocídio deliberado pelos temíveis zionistas?

Pois enganaram-se e não esperavam isso, que Israel retaliasse como retaliou que Olmert fosse um "tenrinho" que quisesse ir dialogar com as paredes, já antes reiteramos que israel tinha demonstrado um posição de força naquela zona, especialmente a quem manipula as marionetas do Hezzbolah acusou o toque e avaliou mal a reacção psicológica das populações e ainda a resolução estranha da "comunidade internacional" que promanou a 1701, que não obstante a sua redação ambígua e pouco precisa é desfavorável ao Hezzbolah e aos interesses sírios e iranianos na zona.

A campanha correu mal ao Hezzbolah em todos os planos, mesmo no militar, no qual a resistência tenaz não se consubstanciou em pesadas baixas ou ganhos significativos. Ficando-se pelos adjectivos perde-se nas capacidades militares, agradecemos, felizmente também a campanha de terror e lançamento de rockets indiscriminados colheu pouco apoio salvo de entre os já convertidos ao velho credo que Israel por existir deve ser apagado do mapa.

Resultado práctico da campanha de ambos os lados, vantagem Israel, com todos os perigos e riscos será mais conveniente a israel ter na fronteira libanesa uma força minimamente convincente, como será a missão da UNIFIL. Aportando a comunidade internacional à lide consegue-se introduzir uma nova variável no terreno que poderá influenciar o resultado a médio prazo. Valendo como especulações devemos ser optimistas uma vez que a força composta por exércitos à séria como o Frances ou italiano oferece condições diferentes que uma força maioritariamente composta por paquistaneses, nigerianos e gajos do bangladesh como vem sendo o clássico em missões de paz.

Por ser optimista prefiro acreditar que a Europa sofrerá e terá uma posição difícil, contudo preocupar-se-à mais com a manutenção e cumprimento do mandato, em detrimento de considerações mórbidas de franjas minoritárias nas opiniões públicas que gozando de força de ajuntamento não gozam de força nas urnas, claro falamos de sectores de esquerda e extrema esquerda que se refugiam sobre a ambígua 1701 para clamar que esta é perigosa e comporta riscos e mais o credo useiro e vezeiro de que nada nunca esta bem a não ser quando está ao nosso gosto.

Lançando a questão estará a Europa à altura? Só o futuro dirá, a priori direi que sim sempre com atenção à ressalva acima ou seja, cumprimento da resolução 1701 sim, promover uma agenda francesa ou fazeramigos entre terroristas ou estados parias em caso algum...

domingo, agosto 27, 2006

Baterias explosivas

Recentemente dois dos maiores fabricantes de computadores (Dell e Apple) decidiram recolher milhões de baterias de iões de lítio de portáteis vendidos devido ao perigo de explosão. Esta decisão permitiu trazer para o conhecimento do grande público os riscos inerentes a esta tecnologia.

As baterias de iões de lítio por natureza têm uma tendência de aquecimento quando são carregadas ou utilizadas e basta a presença de uma partícula metálica no seu interior para se iniciar uma reacção em cadeia.

Nos meios entendidos estes riscos têm sido debatidos mas sem qualquer repercussão pública. A nossa sede por dispositivos portáteis cada vez mais pequenos, com mais funções e maior autonomia tem levado ao extremo a capacidade de uma tecnologia, cujos riscos (mal comparando) me fazem lembrar os zeppelins e o seu gás inflamável. A culpa é nossa e dos fabricantes que têm até agora feito passar a imagem que esta tecnologia é segura como as anteriores.

Mas não é. Todos os anos são reportados casos de acidentes menores com estas baterias a bordo de aviões, estando contabilizadas 61 ocorrências desde 1991. Ainda para mais, o incêndio químico de uma bateria de iões de lítio não se apaga com água ou com uma manta como um fogo normal.

Portanto, estamos perante um desastre à espera de acontecer.

Em Julho, um avião de carga da UPS que transportava baterias e um líquido inflamável foi obrigado a uma aterragem de emergência, devido a um incêndio no porão. Este só foi controlado ao fim de quatro horas.

Por fim, também este ano, em Maio num vôo da Lufthansa de Chicago para Munique, um portátil e as respectivas baterias incendiaram-se antes da descolagem sendo atiradas borda fora.

Estes dois exemplos sustentam a posição tomada no início do mês pelas autoridades inglesas em limitar o acesso à cabine (e o transporte em carga) destes dispositivos, não só pelo risco inerente, como à facilidade como podem ser transformadas em armas.

Para quando o primeiro acidente grave?


sexta-feira, agosto 25, 2006

Debate estúpido!

Segundo o Público de um universo de 58 partos realizados em Elvas somente 5 se realizaram em Portalegre, os restantes, serenamente e sem quaisquer altercações, manifestações patrióticas ou incentivos do lider da oposição ou remanescentes spin doctors dos diversos sectores da inteligenzia nacional foram realizados em BAdajoz, sem que tenham nascido com caramelos na boca ou falando castelhano.

Rios de tinta e minutos de televisão foram gastos com entrevistas, depoimentos de sofrimento do que seria não nascer no solo pátrio, juras, ódios, pragas e lençoís nas janelas para que, de uma forma serena e tranquila, passados dois ou três meses se desenrolem as coisas com a maior calma e paz a vida continua a despontar dos ventres maternos sem que mereça o menor pasmo ou espanto uma vez que as coisas decorrem com a expectável regularidade!

O que se prova:
i) que 9/10 dos debates neste país são estúpidos, realizados por estúpidos que invariavelmente recorrem a argumentos estúpidos
ii)o remanescente 1/10 é acerca do futebol ou da próxima ponte
iii)que os partidos políticos capitalizam sempre a atenção mediática conforme o papel, oposição ou governo
iv)que estão dispostos a tudo por uns bons minutos
v)que debatem tudo e mais um par de botas por forma a terem prime time mediático
vi)que não valem os fatos que usam e muito menos devem ser responsáveis por algo mais que seja a gestão corrente de um quiosque de jornais
vii)que pouco interessa o bem comum em detrimento da gestão das carreiras políticas a 20 ou 30 anos

Em suma o debate das maternidades era estúpido, árido e sem qualquer interesse, no entanto fomos banqueteados pelos media com o reality show do costume ao qual quem com responsabilidades contribuiu activamente!

As usual! As ever!

quinta-feira, agosto 24, 2006

O Umbigo vermelho

Na sequência do post de DML, queria apenas deixar uma nota sobre a questão, bem como uma sugestão.

Começando pela nota, parece-me vergonhoso que um partido com acento parlamentar desde 1976, que esteve na génese da Constituição actualmente em vigor, que lutou contra um regime fascista (terá lutado mesmo?), tenha mais uma vez retirado o apoio a um presidente de câmara, dez meses depois deste ser eleito, supostamente para dar "uma nova frescura ao município".

Uma vez que frescura só com Brise, parece-me que o que o PCP está a fazer é perseguir os renovadores que, arduamente e à custa de bons trabalhos concretos nas Câmaras Municipais, conseguiram ganhar Câmaras que de outro modo penderiam para os socialistas locais.

Vender a ideia de preocupação com a Câmara é demagogia (e de esquerda que ainda cheira pior), e contraditório visto não ser papel do Comité Central do PCP avaliar as actuações dos Presidentes de Câmara sob pena destes terem de prestar contas ao referido Democrático Comité e não ao povo que os elegeu.

Proponho um jogo. Uma sugestão.

Pega-se num recipiente de Brise. Pega-se num isqueiro. Taca-se fogo às vozes do Comité Central que ainda não perceberam que já não estão na Clandestinidade (duvido que algum ainda tenha saído do Sarcófago a esta hora), e deixam-se os orgãos eleitos pelo Povo cumprir os seus mandatos, devendo sujeitar-se ao escrutínio daqueles que os elegem.

P.S. Se nenhum partido tem coragem de recusar estar presente em debates democráticos enquanto o PCP mudar de actuação, estão a colaborar com esta forma de ver a política... o umbigo vermelho sempre em primeiro lugar, sobre as populações, a liberdade de expressão e repsonsabilidade dos cargos e das actuações.

Só se serve um mestre!

Indignam-se ou louvam a atitude do PCP no caso Carlos Sousa, elogiam ou não conforme as inclinações da hora a acção tomada pelo ex-edil de setúbal. Os comentários os do costume, ou o compromisso dos autarcas com o seu povo e populações dado o vínculo estreito entre ambos, ou a dignidade do mesmo face ao réprobo julgamento do Partido e da IGAT etc e tal conforme o caso.

Sinceramente não compreendo a emoção ou comoção de muitos, este episódio, à sua escala foi somente mais um de uma longa senda vermelha de que os comunistas devem a sua obediência não ao povo, não à democracia e princípios que esta representa, não a nada mais que não seja o partido e promanação de vontade do mesmo, mais nada. Aproveitando o aforismo, só se serve um Senhor e este é o Partido.

Pouco me interessa discutir o bom timing político ou o facto do caso ser exemplar por contraste ao de Fátima Felgueiras ou outros, pouco me importa, a verdade é que num ponto muito singelo reconduz-se tudo ao facto de ser conveniente ao partido e seus interesses. Assim se vê a fibra do PC, nada de novo, dos militantes obediência, cega, acrítica e servil. Dissidências no pensamento proveniente da cúpula são reprimidas, o bem estar das populações, mandatos democráticos, compromissos ou a legitimidade do catgo, nada disso poderá entrar em choque com a linha do PC.

Do autarca, merece somente a palavrinha do líder, elogios de grande comunista, homem de causas, é um grande homem e ainda maior pelo que fez, a típica hipocrisia vermelha que sob chavões ou palavras ocas disfarça as crueis e tristes realidades que gente daquele credo acredita. O Partido dispõe do autarca, o homem, a liberdade e sua intenção são esmagadas contra o monismno dos orgãos partidários, mesmo que o partido se engane, cabe aos orgãos colectivos julgarem-se a si próprios, não ao indivíduo... Daí que como foi aqui escrito antes com Thorez, o bom vermelho é o que serve sem questionar e sem pensar, obediência e seguidismo, eis os estribos da existência individual, a masssa e o indivíduo...

Desconhecendo as ambições futuras de C Sousa, creio profundamente que qualquer eleito deve obedecer em primeiro lugar aos compromissos que assumiu e à sua consciência, só depois aos ditames de máquinas partidárias ou outros orgãos colectivos quaisquer!

O fenómeno de Setúbal não causa pois estranheza a quem leia e veja o PC como ele é, uma máquina partidária com uma lógica especialmente perversa que nega o personalismo , a democracia ou a liberdade individual em detrimento de um partido de homens mas com dogmas sacrossantos e acima de crítica!

Terminando, não entendo como um ideal destes poderá causar a menor admiração, encorajamento ou poder de atracção sobre qualquer pessoa que tenha "dois dedos de testa" e preze a sua sanidade mental e individualidade. Carlos Sousa é somente mais um cordeiro do Partido, que se sacrifica em nome de um ideal vil, torpe putrefacto e abjecto!

quarta-feira, agosto 23, 2006

TAPices

Com a minha mudança próxima para Barcelona e os problemas logísticos que tal acarreta decidi contactar a TAP para saber como poderia mandar bagagem desacompanhada (em linguagem da Convenção de Montreal de 1999 seria "cargo").

Liguei para o número geral, onde uma simpática menina ou senhora me informou que ligasse para o número do atendimento de carga.

Liguei para o número do atendimento de carga, onde um simpático menino ou senhor me informou que ligasse para o número do atendimento de vendas.

Liguei para o número do atendimento de vendas, onde uma simpática menina ou senhora me informou que ligasse para o número do atendimento de carga.

Liguei para o número do atendimento de carga, onde uma simpática máquina de voice mail (hora de almoço...) me informou que ligasse para o número comercial do atendimento de carga.

Liguei, voltei a ligar e tornei a ligar para o número comercial do atendimento de carga e ninguém me atendeu.

Moral da história, a minha bagagem extra vai, em princípio, por transitário porta-a-porta (o qual, alegadamente, é até bem mais barato que a TAP).

O transitário é, naturalmente, uma empresa estrangeira.

Tom and Jerry e o pecadilho do tabaco

Se há coisa que me consegue tirar do sério é o revisionismo histórico de ícones típicos de um dado momento histórico à luz de uma imagem dita alegadamente mais moderna.

Em tempos, os nús de Miguel Ângelo tal o sentiram, as culturas romana e grega (mais a posterior bárbara) também, e chega agora a altura de ajustarmos contas com os ícones do nosso tempo.

Depois do cigarrinho do Lucky Luke edo charuto do Winston Churchill, chega agora a vez do Tom and Jerry sofrerem na pele (na fita) uma revisão actualista dos seus desenhos animados. Sim, porque aparecer tabaco num desenho animado criado há trinta ou quarenta anos é um escândalo (já a violência dos mesmos desenhos animados passa despercebida...até quando?)!

É simplesmente ridículo. Lembro-me perfeitamente de ver esses desenhos animados em miúdo e a existência do tabaco neles em nada modificou a minha postura quanto a este. Postura essa que continua a ser a de enorme distância e repúdio, excepto da ocasional cigarrilha em social.

A continuarmos assim amanhã será o cigarro do James Bond (Sean Connery), o farto bigode do Rei D. Carlos, o Tio Patinhas e o Pato Donald por causa da gripe das aves ou as matanças de animais selvagens do Tintim no Congo a serem "corrigidos" a bem dos valores hoje em voga na nossa sociedade. E mesmo este último exemplo, na primeira edição escandinava a cores, as pranchas em que o Tintim mandava pelos ares um rinoceronte com dinamite foram alteradas.

A sociedade aceitava como naturais na altura da criação do Tom and Jerry as referências ao tabaco. Não nos cabe a nós, só por acharmos inconveniente na actualidade referir esse produto na televisão, lançar mão do lápis azul e modificar algo que é, na realidade, uma obra de arte produto do pensamento geral de um determinado momento histórico.

Tenham juízo!

PS: Esqueci-me dos desenhos animados nos Simpsons que o Bart e a Lisa adoram ver. Também estes não deverão resistir à censura do passar dos anos.

Nota Civilizacional (Solta IV)

Continuando a brevíssima análise das ideias de força da obra a Queda do Império Romano, dá no capítulo final do mesmo o autor a sua visão pessoal do final da civilização romana e subsequente transformação. Vejamos pois que a palavra civilização não é usada levianamente e muito menos por capricho ou acaso, pelo contrário a palavra civilização é algo que infelizmente se encontra arredado do léxico comum e das cabeças pensantes do nosso Império Europeu.

A civilização romana terminou a partir do momento em que implodiram as estruturas políticas e militares do império, contudo limitar o fim de uma civilização a isto é reducionista e limitado. Civilização é um conceito diferente, abrangente e mal compreendido hoje. Começa o autor, por complexo de dominação europeia e do mundo desde 1498 a 1918 a afastar o conceito de superioridade civilizacional que hoje não nos permite sem "complexos" falar de civilização ocidental ou europeia.

O que é para Ward Perkins a civilização romana, é o todo complexo de valores, forma de vida, estrutura familiar, relacionamentos sociais, vivência comunitária, cultura e literatura, artes, construcção, etc. Este modus vivendi representa precisamente o que distingue um europeu de um oriental ou um romando de um membro das tribos germanicas.

Foi esse modus vivendi que se alterou e, ao contrário do conceito de civilização que exige perpetuidade e continuidade, este foi minguando e alterando-se por forma a ficar descaracterizado e adulterado. Confortos, relações sociais etc...

Civilização, eis um conceito precioso, ontem hoje sempre, a civilização é um estado de coisas que tolerando alterações e reformas, rupturas e mudanças se mantém constante e se perpetua, mudando-se os tempos não se mudam as bases mínimos que aglutinam. Civilização é pois continuidade, manifestações prácticas, monumentos, obras musicais e literárias etc... Por exemplo aos templos romanos, estruturas e monumentos seguiram-se os seus congéneres germânicos, diferentes e que muito embora partilhando um crescendo de influências comuns que se atenuam crescentemente com o a fusão de um povos nos outros mantem sempre a traça comum civilizacional e que nos induz ainda hoje a mencionar os bárbaros por oposição aos romanos, os europeus aos orientais ou aos povos ameríndios etc...

Transpondo aos dias de hoje, que perenidade civilizacional queremos passar aos nossos descendentes? Que legado?

Não me refiro ás manigâncias quotidianas, mas a um estado de coisas. Que valores e vivências se querem passar para o futuro, a liberdade e responsabilidade individual ou a submersão de um indivíduo em sub culturas ou em grupos como "emigrantes","negros","amarelos","brancos" etc... Que pilares estruturam a nossa sociedade e que interessa perpetuar ad eternum, a família homossexual ou lesbiana? A criação de classes parasitárias como os que comem do estado social, a cultura de injustiça ao se criarem cidadãos de excepção que respondem por critérios de justiça diferentes etc...

Felizmente mudou-se o paradigma de conquista ou subversão das outras civilizações ou a peregrina ideia de levar a "civilização" aos outros, preferencialmente na bainha da espada, contragosto sobre os indígenas.

Igualmente o choque de civilizações é um falso paradoxo uma vez que nós não vemos as civilizações orientais a lutarem entre si pela democratização ou pela tolerância, o mesmo se aplica aos povos do médio e extremo oriente, não o que crescentemente vemos é uma ofensiva militante de membros que partilhando o nosso espaço, não desejam aceitar os nossos valores civilizacionais, sejam as minorias muçulmanas ou outras....

Creio que gostemos ou não os povos que vivem dentro do nosso império sabem e escolhem criteriosamente os valores civilizacionais que decidem aceitar, a liberdade individual, mas não a da mulher, a liberdade religiosa strictu sensu, ou seja que todos ou tenham a nossa ou mais nenhuma, a liberdade de expressão mas é proibido questionar os mullah's ou outras vacas sagradas, a tolerância societária e vivência comunitária mas somente dentro dos guethos que os próprios criam e gostam de viver, a protecção das minorias por forma a oprimir e causar uma sensação de culpa sobre todos os outros etc...

Como foi dito, não é fora do nosso império, mas sim dentro de portas que o nosso mundo se encontra sob ataque, sob a forma de adulteração de acomodação e de criação de privilégios morais, legais ou outros fruto da nossa descrença militante enquanto europeus.

Aproveitando o Dr. Aoc, este é o meu post estrutural!

Acreditamos na nossa civilização? Gostamos da nossa maneira de viver?

Se sim, porque não a perpetuamos, em vez de a mitigar aos mundos de outros ou a uma tolerância que relativiza crescentemente tudo causando nada mais que um nilistmo ou cepticismo descrente em relação a tudo?

terça-feira, agosto 22, 2006

Notas Soltas III

Leituras de Verão.

Profícuas que foram as diversas leituras de Verão, salienta-se "A Queda de Roma" de Brian Ward Perkins (ed. Altheia). Num livro interessante e aproveitando os paralelos aportados pela economia complexa do império romana demonstra-nos o autor que o fim do império romano no Ocidente não foi o "passeio" que muitos julgam e que a benevolência das tribos germânicas não é a que muitos autores recentes querem fazer crer.

Curiosamente segundo o autor as explicações para o final do império romano são diversas e variadas, conforme as épocas históricas em que foram formuladas. Em momentos de conturbação europeia estas tendem a ser mais caóticas com a clássica imagem das hordas bárbaras com Átila e outros à frente de um enxame de cavaleiros, decepando cabeças à torto e a direito. Por outro lado em momentos de maior euro-harmonia estas tendem a ser mais benevolentes, apontantando para uma coabitação pacífica entre os povos, vencendo pela força as tribos germânicas ao mesmo tempo que rapidamente se "romanizam" estas, vencendo-se aos confortos do império.

Pois, nem uma nem outra... Em jeito de síntese, traça-nos o autor um interessante paralelo entre certos produtos como a cerâmica, as telhas ou a moeda e a habitação conjunta entre as tribos e as populações romanas. Sem espanto constata-se que o império era uma civilização extremamente avançada no sentido em que sua economia era complexa e que desta complexidade resultava que à "classe média romana" estavam acessíveis bens de consumo variadíssimos e que a vida era confortavel, em moldes bastante semelhantes aos de hoje, água, calor, tecto e boas acessibilidades eram apanágios do império, até aí nada de novo, todos conhecemos a opulência dos Imperadores romanos e dos patrícios, contudo esta era tranversal a toda a sociedade.

A mencionada economia complexa concretiza-se não apenas nas trocas serem em moeda maioritariamente, mas também que da interacção comercial entre as diversas províncias resultava prosperidade e qualidade de vida, o escoamento de produtos era normal, pressupondo isto não apenas a rede de transportes, mas também segurança e logística, registos e etc...

Fruto do mesmo, a queda do império como estrutura política e militar dá-se fundamentalmente por dois motivos, em primeiro lugar as fractricidas lutas pelo poder em roma e inerentes guerras civis e em segundo lugar a erosão da base tributária, fruto de penetrações "bárbaras" dentro dos muros que serviram fundamentalmente para destruir a estrutura administrativa, serviços como a cobrança de impostos que sustentavam as legiões são o exemplo.

Continuando a incursão pela obra, sustenta o autor em diversas evidências o apagamento do império e da sua economia complexa, ilustrando em comodidades como o acesso massificado a bens de consumo ou a recipientes descartáveis (ânforas) ou outros como os standarts de vida baixaram e os confortos minguaram.

Para a próxima nota solta terminaremos a análise da obra, especialmente no tocante à parte axiológica ou civilazacional do império...
Para lá remetemos o climax da obra!

segunda-feira, agosto 21, 2006

"É a 5 € a 5€" !!!!

Todos nós já ouvimos este bonito pregão das nossas feiras.

"olha o collant a 5 € é a 5€".

Ao ouvir a notícia de hoje, em como o exército israelita encontrou nos esconderijos do Hezbollah, material militar que permite a visão nocturna made in UK, que supostamente teria sido vendido ao Irão para combate ao tráfico de droga, fico a pensar:

MAS ESTÁ TUDO DOIDO???????????????

Então vende-se material bélico, que como se vê até dá bastante jeito ao nosso maior inimigo para causas defensáveis, sem ter em consideração que (i) ele tem dinheiro para o produzir, (ii) pode comprar a centenas de outros produtores mundiais, (iii) o Estado comprador tem relações próximas com todos os grupos terroristas islamicos da região e fora dela, sendo inclusivamente directo financiador (através do petróleo) dos mesmos... e mesmo assim vende-se?

É caso para perguntar: e foi a € 5?

Dor de cotovelo

Há umas semanas li com afinco e prazer um livro chamado o Economista Disfarçado (The Undercover Economist) de Tim Hartford, o qual já merecia um post aqui no nosso blog.

O suplemento o Dia D do Público de hoje convenceu-me da actualidade do tema. Nesta revista encontramos um artigo sobre a recente moda editorial dos livros de economia para massas, ou ditos de economia popular. O livro de Hartford enquadra-se nesta corrente, lado a lado com Freakonomics de Steven Levitt.

Em ambos os livros algumas situações do quotidiano diário são analisadas do ponto de vista da racionalidade económica mas de uma forma acessível ao grande público. Por outras palavras a ilustre Economia dá-se ao luxo de abandonar o Olimpo das Ideias (e das bafientas cátedras universitárias), cometendo o pecado de se rebaixar ao mundo real. Quando ouvimos falar na crescente alienação entre universidades e a vida no exterior, esta deve-se, precisamente, à incapacidade das mentes brilhantes das mais diversas áreas do conhecimento em transmitir o saber à generalidade da população. Quem não tiver sido aluno de licenciatura de um professor excelente investigador/péssimo explicador que levante a mão.

Ingenuamente pensava eu em tempos, que a pequenez da trica académica era fruto e consequência da aridez dos livros de Direito. Recentemente descobri noutras áreas a inveja académica a fazer parte do plano de curso (e de vida) de qualquer investigador.

Nunca tinha reflectido (mea culpa) sobre a possibilidade desse vírus ser inerente a qualquer academia. Felizmente que o artigo de hoje da D me dissipou qualquer dúvida. Ao ler as opiniões de três luminárias nacionais (encarreiradas no estrangeiro) sobre o livro de Hartford, fiquei feliz por reparar na subtileza dos comentários que escondiam farpas carregadas de veneno, tal e qual como na análise a uma qualquer tese de mestrado ou doutoramento em Direito.

Ou seja, lá como cá, quem obtém o sucesso ou o reconhecimento público está sempre sujeito aos disparos de snipers.

Aguardo, sem entusiasmo, diga-se, que qualquer uma dessas três iluminárias produza uma obra legível por pessoas inteligentes de outras áreas e não apenas por doutorados em economia.

Naturalmente termino recomendando a leitura dos dois livros, em especial o de Hartford.

Notas Soltas II

Gunther Grass, o nazismo e Saramago.

Parece que Gunther Grass abriu o livro e "confessou" o facto de ter pertencido às Waffen SS durante três meses.

Quando um gajo de esquerda ateu se confessa, não vêm daí coisa boa já se sabe mas parece o caso causou estertor no meio literário e não só, levando até homens em exílios idílicos, ilhas democráticas e livres privativas (não Cuba!) a pronunciar-se sobre o facto. Falamos claro de Saramago.

Como somos amigos do rigor históricos e alheios a precipitados julgamentos históricos, primeiro os factos, quando a alemanha sucumbia sobre ataque aliado e da URSS, todos os homens, dos 14 ( emais novos) aos 75 foram obrigados a defender o Reich, o Gunther, tal como muitos outros não falhou à chamada porque, como se sabe a pena era o sumário enforcamento num lampião de rua como sucedeu a muitos desertores ou que fugiram à chamada da pátria. Guntherzinho como centenas de milhar de homens não fugiu foi e alistou-se.
Calhou-lhe as Waffen SS, mais precisamente uma unidade de Panzers (Blindados).
As temíveis SS eram estas, temíveis por serem o melhor corpo de elite do exército alemão, temidas pelo seu profissinalismo militar e capacidades. Diferentes das Waffen SS eram as Secções de segurança, responsáveis pelos campos de concentração e outros locais ainda piores... Parece que para a maior parte do mundo as coisas são todas iguais, mas caro Gunther, ainda fazemos distinção...

GG nada mais fez que o seu dever enquanto alemão dado o condicionalismo histórico, é normal que sinta vergonha uma vez que a Alemanha e o patriotismo alemão são coisas demonizadas pelos próprios e GG não fugiu à regra com excepção de que foi omisso ao seu passado...

Claro que da ignorância da história produzem os literatos de esquerda justificações ou atenuações para o crime do homem ter sido um patriota que quando chamado respondeu que sim (seja por que motivo foi...) e merecerá somente ser censurado por o ter ocultado dolosamente.

Parece que da ilha mais democrática do mundo (Lanzarote), Saramago lançou um brado de atenuação, uma vez que o homem deve ser julgado por toda a sua vida. Critério curioso, caro José, parece que o julgamento do ilustre torneiro mecânico é mais humano e deverá ter em causa todo o percurso de vida, por exemplo o camarada Thorez, Estaline ou outros. Claro que da sua oficina na ilha de Lanzarote o que interessa não é compreender a história ou outras coisas mas somente atenuar o ror de críticas, sem razão na maior parte, por ser um camarada que escreveu umas obras que cairam no goto do torneiro José... Óbvio que se fosse um vulto de direita estava tramado e sujeite a insidiosos julgamentos em praça pública. Sabendo que do camarda José pouco de jeito se espera, mas será que aplicaremos o mesmo aos camaradas informadores da PIDE ou outros que não tiveram a sorte de cair no teu goto literário.

Caro José, nos cá cristianamente te perdoamos, seja por serem coisas da idade ou os vapores da tornearia mecânica ou somente a intrinseca pobreza de espírito de partilha o teu ideal.

Notas do Soltas I

Não querendo plagiar o grande espaço do gigante Vitorino, adoptamos o presente título de maneira a passar em revista os acontecimentos da semana passada que infelizmente para o saudoso leitor, e felizmente para o autor foi dedicada ao repouso.

1701 é o número da resolução da ONU que instaurou no terreno um cessar fogo frágil e provisório. Não obstante tudo foi uma tangencial vitória para Israel. Vitória em três pontos, primeiro ficou reduzida a capacidade operacional do Hezzbolah, fruto da campanha aérea levada a cabo durante o mês anterior. Igualmente uma vitória é o facto de se reconhecer no Governo Libanês um interlocutor sério, ao mesmo tempo que se estabelece que o problema e o Hezzbolah, que deverá ser desarmado e desmilitarizado. As condições estão reunidas por dois motivos, primeiro o ponto anterior e segundo o facto de que o Exército do Líbano tornou a ocupar posições fronteiriças, em detrimento do Hezzbolah, cabe ao soberano governo do Líbano esta e outras funções como alias foram já objecto de post anterior. Terceiro facto que justifica a votória tangencial de Israel foi o facto de não permitir á ONU e muitos estados membros adoptar ambíguas posições quanto à situação no Médio Oriente, se a Europe enveredar pelo envio de tropas estas deveram ter capacidade de exercer o seu mandato e zelar pela paz e segurança na zona, em conjunto com o estado soberano da zona. O fracasso da comunidade internacional será um endosso à anterior política de Israel que ao abrigo do direito internacional e da carta da ONU exerceu validamente o direito de defesa do seu território.
Subjacente a estes três pontos igualmente ficou demonstrado que o Estado de Israel não tolerará ataques ao seu território, provenham de onde estes provierem, a Síria e o Irão que tomem nota. A força de 1701 reside numa solução verdadeiramente multilateral como pronunciam os artistas do politicamente correcto, Israel, Líbano, ONU e estados que componham a força de manutenção da Paz. Não obstante é minha firme convicção que quando choverem novamente as bombas (e elas voltaram), quem abandonar o barco primeiro será a comunidade internacional, respaldando-se ou na falta de clareza do mandato internacional ou em represálias do estado israelita após futuros ataques do Hezzbolah....

Incêndios, o mesmo de sempre as coisas ardem porque sim e pronto, parece que cá isto não dá mais e que em todos os portugueses reside um Nero, sempre pronto a lançar um fósforo sobre as matas, já não há saco... nem pra isso nem pro ministro costa que é o bombeiro de bancada nº1 do pais e que desempenha de forma estoica o cargo de primeiro ministro interino calcorreando o país de lés a lés sempre atrás do próximo incêndio para, aos microfones soprar umas palavras de circunstância sobre o incêndio. Esta malta profissional de política é sempre o mesmo...

Por falar no mesmo, as Férias do PR, entre a colher figos e patuscadas na vivenda mariani representam o mais sofisticado que o moderno portugal permite, enfim não consultando a 1ª Maria mas também não há paciência...

Jogging no calçadão às 6h da manhã do Sócrates, uma ode ao vaidosismo e pedantismo. Falando com a propriedade de um verdadeiro praticante de jogging, a coisa que menos gostaria seria ter seriam cinquenta jornalistas a tirarem-me fotos de circunstância, a não ser que fosse a coisa aborrecidamente mais vaidosa do mundo, mas como o José imita o Mourinho, temos que o gramar.
Com o direito de quem já fez jogging no calçadão relembra-se o Engenheiro que existe uma faixa própria para isso e não no calçadão propriamente dito, salvo se o objectivo for montar um show mediatico... Enfim não há paciência...

Parece que o governo prepara a reforma do imposto automóvel (IA), no país aonde os carros são 30% mais caros que no resto da europa dos 15, o pressuposto desta não será reduzir a carga fiscal ou o imoral iva sobre o IA, mas sim a manutenção da receita tributária que o estado mamão não abre mão, enfim não há paciência para a já useira e vezeira reforma fiscal do país ou seja, sobre a capa de reforma por os do costume a pagar mais pelo mesmo... Não há paciência...

Faz-se um apelo aos bons leitores para a sedição fiscal...~

Trabalho... não há paciência...

Labreca/Gajo do anúncio dos frangos/Tipo mais inteligente do montijo/homem que não sabe escrever três linhas/ Ricardo do SCP, não há paciência para tamanho vulto nacional, uma palavra somente, Baía!

quinta-feira, agosto 17, 2006

The Aftermath

Poderá o leitor desatento pensar que vamos falar da situação conturbada que, três anos depois da sua ocupação, se vive no Iraque. Nada mais enganoso.

Vamos falar do Líbano.

Desde os últimos posts sobre o tema (aliás, ainda não referi: bem vindo PT!) o suposto conflito chegou supostamente ao fim tendo sido tomada uma nova resolução das NU que deixou tudo como estava, com a excepção de aumentar o contingente de capacetes azuis. Resta perguntar:

Para quando paz no Médio Oriente?

Eu sei que é uma pergunta onírica, quase idealista, mas pergunto:

(i) Como é possivel o governo do Libano não obrigar ao desarmamento do Hezbollah? Mais. Qual governo do Libano, visto que quem sustenta metade do país é o grupo terrorista...
(ii) Como é possivel o Irão e a Líbia continuarem a suportar financeira e militarmente o Hezbollah sem sofrerem quaisquer tipos de sanções?
(iii) Serão 15.000 homens capazes de fazer aquilo que 30.000 militares israelitas não conseguiram?

Todas estas perguntas têm uma resposta negativa relacionada com falta de vontade e cobertura política.

Entre aqueles que votaram esta resolução estão aqueles que tendo vontade de resolver o assunto, não têm cobertura política (e mediática diga-se) para o fazer. Do outro lado temos aqueles que tendo cobertura política não têm interesse em resolver a questão à custa de vidas militares.

E assim vamos cantando e rindo, enquanto hoje morrem 30, amanhã morrem 50, e assim sucessivamente.

O problema esse mantém-se e não tem, no presente momento, e com as condições existentes, qualquer possibilidade de resolução.

Para quando paz no Médio Oriente? Para as calendas gregas...

quinta-feira, agosto 10, 2006

Maurice Thorez

Conhece o leitor esta figurinha da história francesa?

Até á leitura do livro Paris e a Libertação 1944-1949, de Anthony Beevor confesso que eu muito pouco, Thorez foi secretário do Partido comunista francês desde a década de 30 até aos anos 50. Não só foi uma das figuras da Frente Popular, eleita em 1936 como teve diferentes papeis activos no mencionado período, considerado um traidor e vendido foi um dos que pôs a França num caminho activo rumo à ditadura comunista, no período em que intelectualmente o comunismo estalinista tinha um poder de fascínio sobre parte dos intelectuais e artistas franceses, veja-se oo caso de Sartre, Vercors e Curie, Picasso e outros que claudicaram de sua forma ao monismo partidário estalinista.

O Período em causa é fascinante, Thorez é uma criatura que leva um percurso interessante, com a vitória alemã sobre a frança em 1940 Thorez de forma canina segue as indicações de Moscovo e adopta uma política de low profile e mesmo de obediência para o "boche nazi", motivo clarissimo, o Pacto Ribbentrop Molotov de 1939 que dividiu a Polónia numa partição somente comparável ao Inferno de Dante, entre a Alemanha Nazi e a URSS Comunista. Sendo que de Moscovo os ventos eram de não afrontamento, mais uma conquista de França pela Alemanha em 1940 levou o PCF (Partido Comunista Frances) a patrioticamente ter uma atitude cooperante com os Alemães.

Thorez, tomou posições públicas que foram largamente difundidas em França, de apoio ao novo status quo. Thorez, em 1941 desloca-se à URSS, onde se encontra com o início da operação Barbarrosa, em Junho de 1941. Manipulado por Estaline, passa a ter o PCF a histórica e hercúlea missão de resistir ao ocupante nazi, criando um dos mitos franceses do pós guerra, muito semelhante ao dos autócones no 25 A, mascarando uma traição e subserviência nunca antes vista desde tempos imemoriais, ou seja que o PCF estalinista foi cooperante com a ocupação.

Nasce pois a Resistência comunista, cujo nome imaculado resulta da já conhecida pauta de música, o heroismo contra os nazis, a coragem contra tão formidável inimigo, os actos de insurrecção míticos etc... Já se conhece a máxima, exagerando o inimigo os nossos feitos parecem mais heroícos, o mesmo sucede com a temível máquina repressiva salazarista, sendo o acto corajoso de ler o avante uma ode à liberdade, caro leitor que perdoe o excurso mas o único olho digno de leitura do Avante é o que anda tapado boa parte do dia...

Virando a marreta para a história de Thorez, em momento posterior a Libertação de França, previsivelmente os comunistas tornam-se senhores da verdade cultural e histórica, provendo saneamentos e julgamentoss, campanhas de calúnia e mesmo conduzindo assassinatos selectivos a torto e a direito por forma a aproveitar a oportunida de histórica dada pelo final do regime de Petain e dos colaboracionistas. Tomou também o PCF o monopólio da cultura e dos valores embarcando tudo numa linha de ortodoxia vermelha, que tal qual uma maré engalfinharia tudo e todos à sua passagem, senão pela força do número, ,pela força nas ruas, mais uma repetição de '74 cá da terra.

Thorez e seus sicofantas promoveram não só greves e rupturas, mas também colocaram a França à beira da guerra civil ou de um golpe de esquerda ou de direita. Felizmente do Kremlin o temor pelos americanos e britânicos exclamou sempre mais alto, colocando sempre em linha baixa de prioridades o PCF francês, uma vez que Estaline queria mão livre na Europa Oriental, não sendo altura de actuar abertamente na Europa Ocidental. Thorez pautou a sua linha sempre pela obediência a Moscovo, mesmo sobre o interesse de Estado da França, seu país.

Assim se vê, como são os do PC! O nosso cunhalito, mutatis mutandis pouco mudou.

Saudações ao PT, seja benvindo e desejam-se mtos post'S!

quarta-feira, agosto 09, 2006

Líbano, Líbano, Líbano

Inicio a minha actividade neste blog com um pequeno excurso sobre a actualidade internacional (que neste mês de Agosto se resume também aos fogos na vizinha Espanha), em particular a guerra no Líbano.

A título de confissão prévia, informo que não tenho partido tomado sobre esta matéria, nem pretendo vir a ter a curto prazo. Para já trata-se de uma guerra que a nós (europeus) não nos diz directamente respeito. A seu tempo veremos se nos virá a dizer e de que maneira.

Posto isto, informo também que deixo de lado quaisquer considerações sobre a vantagem moral de cada um dos lados no conflito. Seria um exercício inócuo e irrelevante peneirar os argumentos que de parte a parte suportam as linhas oficiais.

Assim cumpre olhar para o conflito que dura há quatro semanas com algum distanciamento e pensar que posição apoiaria caso fosse israelita ou libanês.

Tenho a dizer que se fosse israelita iria apoiar as medidas duras tomadas contra o Hezbollah de forma a defender a integridade e os interesses do estado a que pertencia.

No entanto, colocado na pele de um libanês também tenho quase a certeza que defenderia o Hezbollah enquanto compatriotas que lutam contra quem ataca a população civil.

Não é estranho, portanto, que a opinião pública de ambos os países suporte massivamente ambas as posições no conflito. Não vemos em Israel fortes manifestações anti-guerra como ocorreu em 2003 no Reino Unido ou nos Estados Unidos. Não vemos no Líbano o Primeiro-Ministro ou os restantes grupos étnicos não-xiitas a exigirem o desarmamento do Hezbollah, muito pelo contrário.

Este cenário pressagia um endurecimento de relações entre vizinhos habituados a não conviverem pacificamente e uma necessidade de a resolução deste conflito vir de fora.

Por fim, e para não alongar o texto, regresso ao início, em concreto à questão da tomada de posição. Por enquanto vai sendo possível manter esta análise equidistante da guerra do Líbano e a confortável posição de não comprometimento. No entanto, caso a situação se agudize e alastre, a Europa terá de identificar com qual dos lados tem maiores afinidades (mormente históricas) e ainda que com alguma azia, apoiar um determinado lado.

A resposta é fácil.

sexta-feira, agosto 04, 2006

O futuro está no CDS/PP

Eu sei que este título vindo de um "laranginha" dos tempos cavaquistas soa mal, e provavelmente até a falso. Mas para ser completamente sincero, julgo que é chegada a altura de um post estrutural.

E porquê agora?

A razão é simples. O panorama político que se apresenta ao eleitorado é demasiado seguro. Desinteressante. Diria mesmo apolítico (será possível??). O fim da linha.

Retirando desta equação os partidos à margem do sistema, que sabem que nunca serão governo, enquanto o povo tiver dois dedos de testa, os três partidos que restam ocupam, em condições normais, cerca de 75% da votação eleitoral. De entre esta percentagem temos a votação dos maiores partidos de governo - PS e PSD.

Ambos disputam o centro. Sempre o fizeram e continuarão a fazer. Actuantes do centro, a favor das forças de mercado, de uma economia privada, de uma classe média consumista motor de uma economia virada para os serviços e para o turismo.

A diferença entre eles foi o papel do Estado. Gastador, despesista, demasiado social e fornecedor de despesa com pessoal no caso do PS. Estado investidor, com preocupações sociais e de renovação do caso do PSD.

E chegamos aos dias de hoje. A situação que temos é o resultado destas políticas. Ora a manta segue para a esquerda. Ora a manta segue para a direita. No fundo fica sempre no centro!

O estado como o conhecemos terá de necessáriamente morrer. Ou por causas naturais ou por decapitação!

Aqui está, no meu ponto de vista, a solução para o CDS/PP ( e para Portugal).

Quando este partido foi criado, foi criado por juristas da escola de Marcello Caetano, democratas com sentido de Estado (como era Marcello Caetano, embora queiram fazer passar outra imagem, nos nossos dias) que tiveram a preocupação de chamar a si as boas pessoas do anterior regime, e reabilitar uma mensagem para o Portugal democrático. Uma mensagem de centro.

Ao longo da sua história, e por não haver espaço para um outro partido de centro, o partido foi caminhando para direita. Empurrado!

Alguns dirão com alguma verdade, que nunca foi de direita, antes teve posições de direita. Contra a Europa. Contra o Federalismo. Contra a PAC. Contra o desinteresse nos PALOP.

Defensor de causas sociais, embora não exclusivamente de causas sociais, o Partido cresceu quando apostou em eleitores marginais e causas esquecidas. Os Ex-Combatentes, os reformados. os Anti-Europa.

No entanto e chegado ao governo viu-se aquilo que o CDS/PP pode ser: um partido integro, composto de pessoas competentes, com visão estratégica do país, uma visão ideológica.

Quando digo ideológica, muito pensarão nesta como uma visão indesejável e de evitar.

Não posso estar em maior desacordo. Portugal precisa ao fim de 30 anos, de um partido com uma sólida base ideológica, alicerçada na figura de um lider carismático, competente e com visão.

Inegávelmente, essa pessoa não pode deixar de ser Paulo Portas.

Podemos não gostar do estilo, das coisas que diz, da maneira como o faz.

Mas o que é facto é que ninguém, nos últimos 20 anos fez aquilo que prometeu, não defraudando as expectativas criadas sobre si. Apostou num partido com pessoas, com ideias, com projecto global.

Foi o primeiro a colocar a Ordem como função principal do Estado. A falar da importância dos reformados, em todas as suas vertentes. A falar da importância dos valores. Da defesa do Estado. De uma liberalização das relações laborais e de segurança social.

É um facto que perdeu nas urnas. Em condições ainda por explicar. Mas perdeu.

No entanto, é meu entendimento que Paulo Portas está destinado a ser Primeiro Ministro. Ou de um partido novo, criado da junção de parte do PSD e do CDS/PP, ou (mais dificil) do CDS sozinho. Este último caso talvez seja demasiado optimista, confesso. Mas acho que merecia.

O que lhe falta? Falta-lhe força nas ruas... militância. Falta-lhe apoio jornalístico, falta-lhe presença mediática séria e competente.

E sobretudo. Falta defender o fim desta Constituição. Fazer esta a principal prioridade. No principio e fim de todas as conversas. Contra tudo e contra todos. Penso que para este fim é preciso, de modo definitivo, fazer uma aliança com o PSD.

Mas isso são outros trezentos...

Esperemos que o filho pródigo volte com ideias e energia! Muito ainda há por fazer!

Almoço de nulidades...

De acordo com a imprensa desta semana Ribeiro e Castro e Manuel Monteiro tiveram o prazer de almoçar um com o outro esta semana, parece que sobre a mesa estiveram cooperações estratégicas e outros assuntos igualmente interessantes que os comensais não comunicaram a mais ninguém.

Ora que comentários merecem este género de iniciativas para além do ditoso título deste post. Muito pouco, contudo e em momento de grande introspecção referimos que o grande encontro destes dois vultos de direita reforça somente a ideia de que estamos perante dois nados mortos. RC não entusiasma ninguem e há meses que não se lhe dá um dizer, um xiste, uma diatribe, uma ideia ou algo que quer que seja a não ser vituperar contra os que de dentro minam a sua autoridade de régulo máximo da cada vez mais pequena tenda de circo que é o CDS. Verdade que a seu lado só encontra nulidades, o telmo não dá dois cavacos pensantes, pautando a sua actuação por uma consistente e consequente fiada de meias ideias, meias palavras e meio tudo, nem dentro, nem fora, nem se chega à frente nem desarma, basicamente manter-se no poleiro, auferindo o que para ele será um lauto vencimento de deputado, com as regalias que se conhecem.

Voltando ao régulo RC, por ser indiferente e uma estrela cadente de pouco brilho nºao demos aqui a devida atenção à "polémica", sim porque em portugal duas pessoas virem publicamente defender ideias diferentes é uma polémica, crise ou cisma, o que abona pouco em relação às faculdades de discussão da nação, contudo virando a marreta ao assunto, dos mandatos dos líderes das distritais que deveriam ser limitados. Bem RC, interesse práctico ZERO! Ganhos face à oposição interna ZERO! Agastamento da imagem do partido TUDO! Qual foi o interesse daquele género de discussões, ZERO! Enfim a presente liderança é um ZERO e a oposição -1000 por serem corrosivamente cassiquistas ao mesmo tempo que quando confrontados com momento de tomarem posição encostam-se ao partido, ao RC ou a orgãos partidários que não tem qualquer representação, interesse ou seja o que for, mas que servem para organicamente expiar as suas culpas ou manterem-se no quentinho que nem lapas na rocha mantendo o seu estatuto profissional incólume. Verdade seja dita que o CDS anda a apanhar bonés desde a saida do Dr. Portas, e por lá andará até ao dia em que o Messias decida tornar.

RC têm internamente uma posição forte por demérito dos telmos e outros que conseguem dar menos que Zero pra caixa. Confessa-se é difícil... Externamente e por mais que culpe os media, o Eng. Pinto de Sousa ou seja quem for não poderá em bom rigor ignorar que as ideias não passam e que a impressão daí derivada é que o partido deriva ao sabor dos eventos sem qualquer fio condutor. Claro que a mentalidade desculpabilizadora reinante culpará o Dr. Portas, por ser o Dr. Portas, por ter o seu programa e dar as suas opiniões fora da arena política e sem contraditório. Ora quem se desculpa com isso é no mais invejoso e no menos reconhece as limitações do régulo reinante.

Manuel Monteiro, bem escusado será dizer que o partido da pombinha pertence ao espectro partidário de variedades político nacional ,tal como o POUS, a LCI (Liga comunista internacional), o PCTP-MRPP, o PH e outros cuja memória falha. deixemos essas interessantes luminárias para um dia mais desocupado que o de hoje se é possível.

Dado o autor não ser um falso moralista, ou dos que se esconde sob o veu de uma virginal imparcialidade, sente o mesmo a falta do Dr. Portas, somente do Dr. Portas, não da sua clique que era bastante nauseabunda... Com um bocejo rumamos ao fim de semana...

A ementa deveria ser a única coisa digna de interesse que merece menção em tão funesto repasto!

quinta-feira, agosto 03, 2006

Pacifistas? Estupidos!

Apenas em complemento ao posto de DML, ontem ouvi uma declaração de um representante Finlandês da Presidência da UE.

Caso não saibam são estes jovens que estão na presidência da UE neste momento.

E o que disse o jovem.

Disse, e passo a citar "A União Europeia deseja uma rápida melhora do estado de saúde do Comandante Fidel Castro, o seu restabelecimento completo, a bem de Cuba e da Democracia".

Estarei eu a dormir?

Em primeiro lugar, o que é que eu tenho a ver com a vida privada de um ditador terceiro mundista, que apaga a memória do seu povo há mais de 40 anos, destruindo tudo o que o país tinha, nomeadamente a sua cultura e história?

NADA.

Em segundo lugar, em que medida é que o restabelecimento deste ditador terceiro mundista, beneficia Cuba e a Democracia?

Ele não sabe o que é Democracia, e muito menos tem preocupação com o progresso e o futuro de Cuba. Quem lá foi, sabe da miséria, infortúnio e falta de perspectivas daquele povo, que a única coisa que pode desejar é apanhar uma jangada para Miami.

Tinha de ser um europeu, e um finlandês a dizer estas barbaridades que ofendem os milhares de Cubanos que desafiam a morte para poder ter esperanças em viver com condições.

Mas é algo que já estamos habituados.

Ditaduras de esquerda são sempre um regime satisfatório... Chavez, Morales, Castro e outros marmajos que tal merecem a forca.

Puro e simples!

P.S. Podem juntar também o finlandês...

quarta-feira, agosto 02, 2006

A paz e os pacifistas

Já abordado anteriormente o tema da paz, voltamos ao mesmo, desta vez e aproveitando artigo publicado por JPCoutinho na folha de S.Paulo, tratando igualmente das figuras que instransigentemente pedem o final de todas as agressões, das armas e da guerra, enfim os que são pela Paz, esse grande e nobre ideal.

Grandes luminárias dos dias de hoje, os que defendem a paz pela paz, são os que marcham contra todas as formas de agressão e violência, baseados na velha máxima que a violência não resolve nada e que qualquer agressão armada é má por ser intrinsecamente má. Normalmente trajam a rigor, com bandeiras, pombinhas e adereços do costume, uns com t-shirts do che guevara ou outras erguem a voz e o punha contra a agressão dos estados. Mentalmente são ou imbuídos de um racionalismo estupidificante pensando que todos querem a paz menos os seus inimigos e que acreditam que sentar todos em torno de uma mesa se resolvem as diferenças de forma construtiva, mesmo que isso implique negociar e aceitar estatutos soberanos a terroristas, mesmo que isso implique "apertar a mãos" sujas de sangue, entre outras coisas.

A estes pouco importa são pela paz e contra a guerra, a agressão imperialista, as guerras preventivas e todas as formas indistintas de agressão. Uns povos sofredores e mártires outros agressores com bombas e aviões amigos da América Terrorista. Óbvio que o caldo de estupidez é servido com os já costumeiros ranchos de esquerda com toda a iconografia associada, polvilhada pela instrumentalização dos protestos, ou dos manifestantes que são sempre os mesmos.

Problemas no Médio Oriente? Somos pela Paz!
Problemas no Iraque? A PAz!
Ataques terroristas? Outros começaram primeiro, somos pela Paz!

A paz é pela paz é um valor podre e destituído de conteúdo, os que são pela paz não são nunca pela justiça e liberdade, somente pela paz. Só as bombas americanas ou israelitas é que causam mortos, os rockets de outros são invariavelmente pela paz! E o que é a paz?A paz é a paz, são os povos viverem todos felizes e contentes que nem ovelhinhas no verdejante pasto dando palmadinhas nas costas uns dos outros e celebrando odes á paz! Preferencialmente sem Bush e Blair, mas com outros como Chavez e Castro ou piores...

Marchando pela paz passa-se uma esponja sobre tudo,a história, o direito, as realidades no terreno, a natureza humana etc... A paz é a paz! Marchamos pela paz contra a agressão e vivemos com a consciência imaculada, sem qualquer grama de agressão e turbação interior, uma vez que somos virgens imaculadas que de branco não têm pensamentos perversos e não são molestadas ou tentadas por clamores belicistas.

Espantoso é como merecem criaturas que pensam assim merecer algo que não o desprezo intelectual por serem uns tristes ignorantes que vêm o mundo do seu cantinho seguro e se purgam em marchas simbólicas, sendo pela paz como se esta valesse um chavelho sem justiça e segurança. Obviamente que quando ocorrem conflitos a culpa é sempre dos mesmos, da América e seus aliados, a NATO etc... È preciso ter alguem para culpar, demonizar, marchar e pintar uns cartazes coloridos e divertidos que encham o olho e esvaziam o neurónio.

Preferivel para estas cabeças é viver num transe pacifista e não perder tempo a ler, a ver os telejornais etc...

A paz pela paz é como ser contra as doenças e não se vacinar, é como ter um cão lhe catar as pulgas, ou como ser pelo higiene e não tomar banho etc... È simplesmente cretino, vão vender essa a outros...

terça-feira, agosto 01, 2006

Imposto do selo

O veículo 47-61-TZ não paga, nunca pagou e jamais pagará imposto municipal de circulação por achar que é uma chulice abusiva e sem qualquer fundamento tributário.

E agora oh Teixeira já esta na net e não pago, desconta do IRS e da Segurança social que me leva mais de 45 contos por mês em moeda antiga!

Pinhões, vai chupar outro malandro!

Direito à privacidade!

Os leitores, se quiserem, perdoar-me-ão por voltar a escrever sobre o governo que temos. E penso que até estou a repetir o título do post... mas enfim... o tempo passa mas as trapalhadas deste governo... isso continua.

Como referiu DML, a visão do inferno, na minha opinião é ver um Ministro das Finanças, com olhar sádico, a ver um monitor com todos os devedores, acesso ilimitado a todas as informações do contribuinte e poder publicar se x ou y não pagou os impostos.

E se hoje o limite são 50.000,00 €, já foi anunciado que em Janeiro passará para 40.000,00€. Mais tarde ou mais cedo, será divido por imposto, com limites muito inferiores, permitindo às Camaras Municipais publicarem os devedores da contribuição autarquica ou do selo do carro.

Sim! Pq em Portugal, sobre um veículo pagamos, imposto automóvel, IVA, Selo e ainda temos de declarar no IRS a sua venda ou mais valia! Estado Policial!

E mais.

Vamos ter listas gigantes que circularão por e-mail, na conta de email dos correios que todos vamos ter (daqui a 10.000 anos!), dizendo quem deve e quanto tempo têm para pagar.

E mais.

O governo cria um instituto público. "Os gajos do Teixeira". Serão os "supra-numerários"Andam de fato a cobrar dívidas. E colocar outdoors com os devedores, fotos e residências.

O meu ponto é simples: Se o Governo quer mais receita, cobre-a! Coloque-a em Tribunal! e cobre-a. Não vale violar todas as garantias constitucionais para obter uma receita... grande ou pequena.

Este governo tem se revelado perito em, quando se depara com dificuldades, quebrar as barreiras legais de direitos garantidos (e constitucionalmente garantidos!), violando tudo e todos em nome da receita.

Mas atacar a despesa superfula? Alterar uma Constituição retrógada que só serve governos de esquerda? Isso já seria "reaccionário"!

Se existem empresas ou pessoas que não pagam o que devem, devem ser perseguidas pela justiça e obrigadas a pagar. Assim funcionam os países que respeitam os direitos de personalidade das pessoas.

Pergunto: Se o Ministro das Finanças colocar na dita lista, alguem que cumpra os impostos. Terá esta direito de ser ressarcida?

Mas tb pode publicar uma lista ou tem de ir a Tribunal? Aqui se vêm os dois pesos e duas medidas com que o Estado trata aqueles que o alimentam.

Pergunto: Se o Ministro das Finanças se enganar na cobrança de impostos (coisa que aliás acontece frequentemente), será que tb temos de deixar o MF abrir todas as nossas contas?

Onde está a nossa privacidade?

Numa lista qualquer, com certeza...

O Lanterna Vermelha!

O Sr. Ministro das Finanças montou ontem com ajuda da SIC N uma bela encenação que lembraria o melhor dos regimes marxistas, imprensa e ministro reunidos em torno da secretária do mesmo, que de computador e internet regista com gaúdio e buçal satisfação a publicação dos nomes de devedores ao fisco...

Ora sendo o ministro um ex-vermelho, mantém este gostos antigos, nomeadamente o da encenação e da censura pública. Por partes primeiro o da encenção, curiosamente quando o ministro deu a entrevista a lista de devedores ainda nao se encontrava disponível ao comum dos mortais on line, era privilégio seu, um perk do serviço! Com notória felicidade proclamava o ministro, depois da promessa de milhares de contribuintes, que 290 inimigos públicos já se encontravam com o nome publicado on line, e que muitos milhares se seguiram dado estar ainda o programa em fase de arranque.

Pois, tá bem oh zé! pra variar a pompa e circunstância pariu um rato, milhares de colunáveis de jet set, empresários figuras públicas etc...e nada, 290 gatos pingados que porventura tiveram a inteligÊncia de não pagar ao Fisco... De facto que desde as Catilinárias não se via uma lista tão negra... A encenação mais uma vez não corresponde à realidade ou ao prometido, afinal de contas qual será o efeito prático de divulgar a conta gotas ou de surriada os nomes dos inadimplentes ao fisco?

A ponta de um corno Sr. Ministro, a encenação rapidamente se transformará numa pista de circo!! Uma vez o nome na lista o quê? Nada, está lá publicado na listinha negra do PCP, aí perdão do MF, será que os que lá figuram pagaram somente por lá estarem? Quantos mais forem mais banal e aceite será o acto, depois de meia dúzia de "famosos" lá figurarem what? Chavelho!

O mais recente super heroí português, o lanterna vermelha têm pés de barro e rapidamente se verá quando a lista for acometida à maior indiferença, por diversos motivos, seja por os serviços do estado serem maus, seja por a sangria fiscal dos últimos anos ser ainda pior vista pelos nacionais, seja por muita gente não ter internet nem saber trabalhar com a mesma, seja por não saberem ler, seja por que motivo for... Neste momento lanterna vermelha, que traja de fato rosa, ficará de cuecas que por acaso se verá que são...vermelhas e que por mais adereços rosas ou outros estão sempre à mostra...

O moralismo fiscal em Portugal é vetado ao maior ridículo uma vez que é convicção generalizada que andamos a pagar uma agência de empregos e um estado de coisas, uma mama clientar política, na qual, aproveitando a imagem romana, o estado é a loba e rómulo e rémulo são o PS e o PSD em detrimento de um estado social que preste, sem custos demasiadamente onerosos serviços a que se propõe.

Continuando a BD do lanterna vermelha, muito gosta este de apontar com a sua lanterna vermelha, aproveitando mais um tique marxista que dificilmente se arreda, o da censura pública. Á boa maneira da práctica que tanto agradou em tempos ao lanterninha em tempos mais juvenis, o apontar o dedo público, seja aos capitalistas e exploradores públicos seja aos que cometem o desplante de pagar não pagar os 50000000 impostos e taxinhas e que alimentam o Estado. Trazendo-os à praça. desmascarando-os em forum público o lanterninha usa o seu super poder da censura pública e da falsa moralidade que sob a capa do moralista e do cumpridor, esconde uma ávida e capitalista fome de dinheiro para alimentar os filhos da loba que amamentada a ouro engorda...

O que se seguirá depois Sr. Ministro/Lanterna? O achincalhamento público? Julgamentos sumários? Ou outra práctica tão vermelhinha, a das quotas, ou seja que cada repartição denuncie pelo menos um ou dez ou cem incumpridores por mês de forma a cumprir o plano e as quotas.

Não havendo incumpridores em número, inventam-se, pois o que interessa é cumprir o Plano e as Quotas e denunciar os inimigos públicos...