Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

sexta-feira, outubro 19, 2007

A coisa que não o é!

I) A GOLPADA!

O título aparentemente contraditório só poderá referir-se a uma coisa, ao trato de Lisboa, nome que importará à posteridade que começou por ser uma coisa que agora não o é mas cujo conteúdo é o mesmo. Confuso caro leitor, nós também...

Comecemos por partes, o Tratado Constitucional Europeu foi rachassado nas urnas francesas e holandesas, motivos vários que aqui não interessa aprofundar até porque estes foram ignorados pela clique de Bruxelas. Com o insucesso nas urnas e a impossibilidade de impor 3 referendos ao povo francês, um dos estados maiores da Europa, ao contrario do que sucedeu com os dinamarqueses e irlandeses no Tratado de Maastricht, os líderes europeus, burocratas zelosos e malta que anda lá por Bruxelas, fala a sua linguagem e mastiga um projecto europeu com um nome muito específico mas cuja pronúncia é proibida (FEDERALISMO E FEDERAÇÃO EUROPEIA), sob a capa de outros eufemismos entendeu que seria necessária uma alteração, um tratado novo e reformador que basicamente é a constituição europeia com menos alguns pozinhos. Diz Pacheco Pereira e outros que a similitude é de 90% com o tratado proposto a referendo. Diriam certamente os apologistas daquele documento que o Diabo está nos detalhes e que o tratado institucional é somente um instrumento que permite à UE funcionar a 27. Diriam mas não podem porque o Diabo é uma criação judaico-cristã e portanto blasfema do léxico europeista. (nota ao bom leitor: a piadola blasmefo é um termo cristão, realidade cultural cujo léxico de bruxelas desconhece...enfim boa piada na minha propria avaliação).

Continuando o que está em causa são várias matérias mas que trilham o caminho para uma integração europeia verso aos Estados Unidos da Europa ou da Federação Europeia. Por partes;

(i) diminuição do elenco de matérias sujeitas à unanimidade dos estados
(ii) aprofundamento dos mecanismos de política internacional
(iii) aumento da transferência de competências soberanas dos Estados para a União Europeia
(iii) reforço dos poderes do Parlamento Europeu em detrimento da Comissão

A respeito deste ponto e do anterior somos compelidos a fazer uma explicação. À guiza do reforço dos poderes do parlamento europeu esconde-se o germen do caminho federalista, o parlamento é em essencia o orgão representativo dos povos, veja-se nos diversos ordenamentos internos dos diversos estados. Contudo e sob este motivo nobre de aumento de poderes se esconde o monstro que abre as portas, a de que o parlamento europeu é o primeiro representante dos povos europeus e cujas competências cada vez se assemelham mais às do parlamento nacional, cujos poderes são paulatinamente esvaziados. A isto junte-se o facto dos partidos eleitos estarem organizados por famílias políticas e não por estados, estando pois criada a base para uma federação.
A esta luz a questão das minorias de bloqueio reveste especial importância pois ao contrário dos diversos parlamentos nacionais cuja regra (salvo casos excepcionais em função da lei a aplicar) é de maioria simples. Ora considerando que os principais estados congregam boa parte das populações europeias se entende o receio dos pequenos estados, não como o nosso que foi alegre e contente, e sem quaisquer interesses específicos a proteger. Note-se que a população nacional representa 10/493 dos habitantes da UE. Ou seja 2,02%...

Assim se entende o receio polaco e britânico que estão a passar um cheque em branco à UE. Daí a questão do referendo surgir novamente e daí que as cabecinhas pensantes políticas (PS-PSD-CDS) não quererem referendar um documento seco, abjecto e já recusado nas urnas de outros paises. Veja-se alias que há um compromisso europeu de não referendo, minimalizando o tratado como meramente reformador, além de querer impor uma maratona de aprovações e ratificações até ao final do primeiro semestre de 2008, ideia do "sábio" Jean Claude Junker que representa o Luxemburgo, vulgo pais que não conta pro campeonato, excepto o financeiro claro.

A golpada está à mão portanto e daí a irritação de bastantes "problemáticos" intelectuais que são contra essa coisa boa linda, unanime e maravilhosa que é a União Europeia.
E nós portugueses não necessitamos de nos preocupar, o José e o Aníbal sempre gostaram de agradar aos camones. Nada de burburinhos discussões ou manif's, aqui de serenos costumes, gente sã e boa mas desinteressada pelas políticas não se deve preocupar com isso de Europas e tal. Alias a coisa até têm um nome bonito e é de lisboa o resto são coisas para os políticos e técnicos!

II) O CORO

Os nacionais jornalistas mais uma vez deram um belo espetáculo de ignorância e obediência leal e cega aos ecos de Bruxelas. Os directos informativos como salienta JPP eram de três géneros, (i) ou que o acordo estava por minutos ou de que podia ficar tudo adiado para mais tarde, o que denota o bom trabalho e boas informações que estavam a recolher, sem nunca indicar absolutamente qualquer motivo; (ii) a teoria dos bons e dos maus (Polónia, Itália e Reino Unido) que impregnados de um egoismo histórico queriam impedir o momento de coroação dos povos europeus verso a uma europa melhor e mais não sei o que que me parecem é tretas ; (iii) e o momento fait divers, com duas sub variantes, a de propaganda a Sócrates que julgo não conseguir fazer um pensamento coerente sobre a Europa mas elogiadíssimo pelo seu papel conciliador dos diversos interesses e como Estadista (curiosamente quais eram os nossos interesses e quais foram os salvaguardados? pois ninguem entende, além de pespegar o nome de Lisboa na coisa) ou outros momentos que são especialidade dos nossos jornalistas, a informação inútil que comporta tudo, desde a mochilinha com foto células oferecida aos jornalistas e de uma originalidade extrema em homenagem ao "Choque Tecnológico", passando pela segurança, pela mobilização e mais aspectos de pormenor que sinceramente só servem para distrair do essencial, o corpo do tratado.

O coro ou récula de animais fez o seu papel verdadeiramente o de desinformar sobre o "Golpe de Lisboa". Claro que a insatisfação quanto à europa pagar-se-à com juros agravados muito mais à frente, mas cada vez mais nos aproximamos do ponto de não retorno. Um dia não muito distante prevejo que um governo secessionista europeu que se farte desta porcaria de coisa que esta a germinar mande é Bruxelas à urtigas!

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terça-feira, outubro 09, 2007

Momentos Kodak!

(i) «Não Estava cá»

Ontem uma das obras emblemáticas do período Guterrista e afins cuja inauguração sucessivamente adiada desde o século passado por problemas, vicissitudes, erros no projecto, más elaborações, inesperadas dificuldades, etc... foi palco de algo que nos faz somente pensar que vivemos num universo paralelo de Estado, Direito, bom senso e etc...

Falamos da extensão até Santa Apolónia, passando pelo Terreiro do Passo, ironicamente o local que meteu mais água... Avante contudo, em promenade solarenga de outono, o ministro Mário Lino, acólitos e charanga de jornalistas passearam-se pela estação de metropolitano. Ora em festiva perigrinação o Sr. Ministro dignou-se a responder a questões dos jornalistas, coisa crescentemente mais rara nos dias de hoje a fiar em recentes intervenções do Sr. Pinto de Sousa, vulgo Mister Pescanova.

Questionado acerca dos custos da obra o ministro falou em custos de 1997 que o orçado havia sido 165 milhões de euros e a obra ter-se-ia cifrado em 296(julgo) milhões de euros. Uma pequena derrapagem de quase o dobro, nada de especial considerando o historial socialista de obras públicas, desde a expo, estádios, às Scut's etc... A especial apetência de derrapagem não deixa de ser partilhada com o copo "meio cheio" que o distingue do PSD. No entanto e à medida que os jornalistas avançavam nas perguntas sobre a incómoda derrapagem o Sr. Ministro em momento de estado, responde somente com uma nota clara e ilustrativa do estado da nação em termos morais e éticos um xiste que dizia somente: «eu não estava cá!».

Perfeito, o alibi à prova de bala. A segurança social faliu, o estado gasta somas monstruosas em erros colossais e os Srs. Ministros de sucessivas pastas, assim como os respectivos primeiros ministros têm sempre a mezinha salvadora ~para qualquer responsabilização do estado, «não estava cá», faltou somente dizer, e se cá estivesse também me marimbava. Ao invés seria de estado adimitir o evidente, houve uma derrapagem substancial em virtude de erros que esperamos de futuro não repetir ou persistir.

Ao contrário o brado de Lino foi simples «Salve-se quem puder». Pena somente que o pais seja servido por gente assim!

Entregues aos Linos estamos nós!!

(ii) O Sr. Botas, o Sr. Lambe Top e o Contumaz Sr. Do Bolo Rei!

Há tempos em Portugal houve um senhor, que morreu muito velhinho, pobrezinho e que governou um pais durante muitos anos. O pais floresceu, bem ou mal, melhor ou pior, contudo no computo geral a coisa teve os seus méritos. Era mau contudo o Senhor velhinho, não apenas por ser intransigente na sua visão de estado mas por ser espartano e viver somente para a sua paróquia, se bem que esta não lhe guarda grandes recordações excepto aquando as coisas começam a piorar.

Enfim, criticavam ao velho "botas" muita coisa! Especialmente que não haviam sindicatos livres e que a liberdade de expressão e protesto eram quimeras e reivindicações que o senhor das botas não gostava. Uns dias, outros indivíduos, que também usavam botas mas por dever de ofício, mudaram o regime do senhor das botass que entretanto havia morrido.

33 anos depois as memórias do "botas" e outras são mais diluidas, não obstante mitómonas construções de uns indivíduos que usavam foices e marcetelos. Obvio que hoje tudo isto são histórias de embalar criancinhas politicamente mais activas, mas eis que um Senhor que trocou as botas por um "lambe top" (lap top em inglês técnico), que não gosta de insultos e protestos lá empregou as polícias para fazer o seu servicinho à Nação.

Leia-se pois retirar tarjas e adereços a velhas aves vermelhas, que tiveram o desplante de protestar contra o distribuidor de Lambe tops, mas também e pior a fiar nas ditas aves, estas receberam um aviso para não serem incómodos. Liberdadezinhas e tudo mais pois bem, mas incómodos é que não. É que qualquer dia um Engenheiro não pode andar na rua e têm de viver somente com o seu lambe top e o seu e-world.

As aves vermelhas insatisfeitas lá gritaram e protestaram contra o Senhor Lambe Top, pálida imagem do velho botas, e contra alguma proposta alteração de calendário pois "25 de Abril" sempre era o seu lema...

Ahh Velho Botas bem dizias que o povo português não era feito para viver em democracia e com as liberdades britânicas... O Sr. Lambe top também acredita...

Pena somente que o Sr. do Bolo Rei ande a ver navios oceanográficos e a furnas...

Como dizem os brasileiros: Caraca!

Já agora, o autor destas maçadoras linhas opõe-se frontalmente a qualquer coacção sobre manifestantes que exerçam o seu direito natural de protesto.

PS- a jogadas de Governo Civil e afins também, que de decreto fajuto tentam regulamentar um direito natural

PS- Lambe Top= Lap Top!

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quinta-feira, outubro 04, 2007

Dicionário de Politiquês em Portugal I

Doravante, e de forma esporádica, passarei a fazer pequenos posts versando algumas expressões do léxico político em utilização. Estes não obedecem a quaisquer critérios, além do meu arbítrio. Além disso um aviso ao bom leitor, o de que estes textos, tais como quaisquer outros são destituidos de qualquer rigor científico ou pretensão académica.

"Barões" -do PSD- (1)universalidade inanimada, destituida de personalidade jurídica e que indica um grupo quimérico de personalidades que se têm ou são vistos em alta estima e consideração intelectual;(2)Cambada de malta que já teve um belo tacho ou influência e ou deixou de a ter ou então não anda pra se chatear;(3) ver também notáveis

Notáveis - (1)rotulo genérico dado por jornalistas ou afins para descrever grupos que não existem ou estatutos que não correspondem a coisa alguma; (2) vedetas televisivas ou produtos mediáticos; (3) chavão genérico que serve indicar todos os indíviduos que se dedicam profissionalmente à política pois fazem-se notar pela sua ausência de pensamento.

"Cavala"- Forma grosseira de auto-vitimização por parte de um ignorante que não sabe falar português. Ver, Ferro Rodrigues, Casa Pia, Urdidura.

"Cabala"-Amiga da Cavala, quer dizer o mesmo mas de uma forma mais literada. Vocábulo utilizado por meia dúzia de literados que a sabem pronunciar.

"Brunas da Memória"-frase do hino nacional de significado misterioso.

"Plano Tecnológico"- (1) Modernização de Portugal por decreto, e-governament e afins; (2) distribuição de alvíssaras à chavez pela populaça; (3) Tacho do Carlos Zorrinho; (4) Ensinar às produtivas forças da função pública com mais de 30 anos de serviço o que é um computador;(5) inglês para todos;

"Impostos"- (1) onus imposto sobre tudo e mais alguma coisa em prol do bom papel do Estado;(2) coisa paga por quem não lhes consegue fugir;(3) extorsão estatal de maneira a poder continuar a ser paizinho de todos à custa dos do costume.

"150.000" - (1) Promessa eleitoral de Sócrates; (2) Sequela do filme 300 na qual Xerxes é substituido por Sócrates e no qual 150.000 funcionários da administração fiscal tentam subjugar a classe média.

"burguês"- todo aquele que pode pagar impostos e ainda têm a lata de se queixar; (2) o que recorre ao privado e alimenta o público e tem o desplante de pagar somente 42% de IRS; ver também manifestação exterior de riqueza

"manifestação exterior de riqueza"- (1) tudo o que não seja estar à espera de esmolinha do estado; (2) objecto de cobiça do estado no caminho para o socialismo; (3) vícios burgueses pedantes de ostentação material como aspirar a uma melhor existência física; (4) sonhos húmidos de qualquer socialista;

"socialista"- (1) o gajo que não consegue ser burgues, (2) indivíduo que espera alvíssaras do estado pela simples razão de existir estado; (3) indivíduo que desde tenra infância militou em juventude partidária em busca de ser burguês encapotado; (4) gajo extremamente inteligente que reconhecendo a sua aversão ao valor trabalho procura sacar o máximo do estado; ver também feijoada na ponte;

"político"-(1) indivíduo que estudou/estuda em universidade resmenga e não consegue acabar o curso excepto por correspondência; (2) carreira profissional que passa pelo culto da mediocridade e da obtenção de alcavalas junto de entidades públicas como forma de vida; (3) criatura que se dedica ao seu bem estar através do melhor interesse público; ver também descrédito

"feijoada na ponte" - (1) substituto nacional para almoço gratis; (2) impossibilidade económica; (3) zénite do guterrismo no qual depois de tremenda derrapagem em obra pública ainda se conseguiu guardar uns pozinhos para dar uma pratada de feijão à malta;(4) forma de pão e circo luso;(4) convívio popular de elevado nível intelectual.

"República" (1) Aquela merda que dá um feriado; (2) invenção maçónica, jacobina e carbonária; (3) I República, precedeu os 48 anos de "negra noite fascista", sabe-se lá porque.; (4) forma de organização de estado que permite a todos a ilusão do governo para todos a favor de algum.

"corrupção em Portugal"- (1)coisa que não existe a julgar pela jurisprudência dos nossos tribunais;


Por hoje é tudo! As definições ora introduzidas são mutáveis e reserva-se o autor do direito de as alterar a qualquer instante em posts posteriores

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Centenário da República

Parece que as altas instâncias deste país estão preocupadas com as comemorações dessa importante data que é o centenário da implantação da república. Ele é deputados, ministros, secretários de estado, e até comentadores político e professores de faculdade (A.k.a. Vital Moreira) a debaterem o assunto e como esta data será vivida.

No entanto, para a república parece que só se celebrar aquilo que dá jeito, ou seja, a Primeira República, o Gen. Humberto Delgado e o pós 25 de Abril.

Que bonito! 100 anos reduzidos a 60 anos. Pena que não se assumam os erros e se aprenda com eles a pensar o futuro.

É claro que os festejos vão durar mais de um ano. Parece que já consigo ver... milhares de pessoas na rua, gritando em uníssono: VIVA A REPÙBLICA.

Acho que nem no 5 de Outubro de 1910 isso terá acontecido mas enfim.

Gostava que fizessem um referendo a perguntar ao povo, se o nosso dinheiro não pode ser gasto de maneira mais estúpida e displicente do que em festas auto-proclamatórias de um regime ilegal.

Eu não tenciono festejar... até porque não vejo o porquê.

Penso de 50% dos habituais não votantes estarão em pulgas para participar. E você?

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terça-feira, outubro 02, 2007

Eleições no PSD IV-MENEZEZADA

Preocupado com a minha soez prosa, procurei no programa de menezes a luz que brota do norte.
A moção encontra-se disponível desde hoje no sitio abaixo indicado e é bastante ilustrativa da prosápia dos seu autores.
http://www.luisfilipemenezes.com/2007/10/02/mocao-de-luis-filipe-menezes/

Mãos à obra então.

1. Regeneração do PSD

«É igualmente necessário e urgente “rehumanizar” o relacionamento dos militantes com o partido. Com o objectivo de vir a atingir rapidamente esses objectivos desenvolver‐se‐ão as seguintes medidas e atitudes(...)»

Quanto à rehumanização, cumpre assinalar a enorme ruptura ideológica senão vejamos que desde o famoso discurso secreto de Krushchev e dos tempos do "socialismo de cariz humanista" de Breznev que a "rehumanização" não voltava ao léxico político.
Vejamos pois "rehumanizar" é tornar novamente humano o relacionamento dos membros com o partido? Isto quer dizer o que? Cartadas e Sueca na Sede, buja a 25 centimos e ecrã gigante pra bola?

Mais uma vez recorremos à glosa de Menezes.

«Debate Interno
Um dos factores mais desagregadores da ligação dos militantes ao partido decorre da completa ausência de debate interno. Um debate que se quer consequente, mobilizador de uma tomada de posição colectiva e firme à volta das grandes causas que devem mobilizar o partido.»

Veremos quão tolerante se pronunciará Menezes e sua tribo aquando as críticas surgirem, veremos pois se o debate será tido como consequente ou mobilizador ou se pelo contrário será impeditivo da assumpção de posição colectiva firme em torno das grandes causas. Estranhamente omissas do discurso.

Ou seja a afirmação é contraditória no seu amago pois procura através do debate uma posição colectiva e firme....ou seja??? Pois não dá para entender, ou serão todos caixas de ressonância ou pelo contrário dissidentes da posição colectiva. É o centralismo democrático... de cariz humana! Caraca como dizem os brasileiros!

Vamos então a momentos mais deliciosos, rumo do estado:

«Promover uma alternativa nacional de governação ‐ O PSD e o País»
5.1. O PSD como Líder da Oposição
O PSD deve pautar a sua atitude enquanto grande partido da oposição subordinada a três vectores fundamentais:
- capacidade para ser porta‐voz, por antecipação, de todas as preocupações, aspirações e legítimos descontentamentos dos portugueses.(...)

- capacidade para fazer oposição frontal e corajosa em todas as frentes capacidade para fazer oposição frontal e corajosa em todas as frentes

-capacidade para conciliar uma oposição veemente e permanente com o sentido de Estado que saiba encontrar os consensos impostos pelo interesse nacional, bem como uma atitude que privilegie a definição de propostas claras como forma de afirmar um projecto nacional mobilizador para 2009»

É pois o regresso da tese Madrinha/Alzheimer/esclerosado!

Veremos pois primeiro é Fada Madrinha, a a antecipação de todas as preocupações, aspirações e legítimos descontentamentos, se bem que a palavra legítimos impõe alguma prudência o texto de modo geral é vago e aplica-se a todas e quaisquer preocupações, ou seja tudo o que meter meia dúzia de artolas e duas câmaras de televisão. Contudo a tese sofre um refinamento, o da prevenção das legítimas preocupações, ou seja ser porta-voz da maralha e da turba de protestantes ou simplesmente de quem tenha tempo de antena. Hoje os professores, amanha os enfermeiros, no dia seguinte os do crédito à habitação, no dia seguinte os caçadores etc... enfim uma salganhada.

A tese esclerosado/alzheimer é aquela da oposição vêemente, permanente e com sentido de estado, ou seja coisa nenhuma, consoante os ventos, mas que ao mesmo tempo saiba encontrar consensos nacionais. Esclarecido bom leitor? Eu também não!

«Promoção do crescimento económico e política fiscal»

Aqui encontramos pérolas, senão vejamos:

«O primeiro resultará, entre outros, da adopção de um projecto estratégico de investimento público com “reprodutividade” económica, que privilegiará projectos de modernização e ampliação dos nossos principais portos, de construção de uma nova e competitiva rede ferroviária de transporte de mercadorias, de construção e manutenção de um renovado parque escolar e da restante rede rodoviária prevista no Plano Rodoviário Nacional, bem como da aceleração de projectos de reabilitação urbana.»

Aqui as diferenças do Engº Socrates são notórias alias enormes. Fresquíssimo! São SCUT's, TGV's e linhas de mercadorias, renovação do parque escolar etc... Ou seja despesas reprodutivas, vejamos, a CP dá prejuizos sucessivos, a reprodutividade do investimento em escolas, a palavra reprodução. Fiquemos por ai. A aceleração de projectos de reabilitação urbana? Será o POLIS socialista?

«A segunda – a contenção da despesa pública [...]Por consequência, esse programa definirá com clareza o papel do Estado na nossa vida colectiva, privilegiando uma proposta substantiva para a reforma da Administração Pública.»

Epá!Como diriam os monthy pytons...e agora algo completamente de novo a Reforma da Administração Pública... Grande alternativa!

«Combate ao Desemprego»

A grande linha de fundo é esta.

«O PSD proporá, para os primeiros, programas de formação/educação que, financiados pelo Estado, os habilitem com uma formação complementar em gestão, tecnologias de informação/comunicação e aprendizagem de uma nova língua, preferencialmente ligada a países das chamadas novas economias emergentes. Porque um licenciado em humanísticas conhecedor de tecnologias de informação e comunicação é um empregado certo e seguro amanhã, como o é um psicólogo que domine, para além do inglês, por exemplo o mandarim»

Roncos de riso!Ou seja além do inglês, também o chinês. Isto tudo claro pago pelo Estado através da formação profissional. Genial, novo e mais uma vez... Fresco que nem uma Spur Cola com prazo de validade de 1986. Já agora não anda para aí um Engenheiro qualquer a dizer EXACTAMENTE O MESMO!

«Como, por exemplo, apoiará através de um programa ambicioso a criação de micro empresas no domínio dos serviços que, mormente na área social, permitam, em estreita ligação com as autarquias, respostas a nível local financeiramente possíveis»

Ou seja micro-empresas e autarquias, que bela combinação! ao menos será um programa ambicioso! Cheira-me a tacho! Grande Menezes!

«Reforma da administração pública»

«De acordo com a prévia definição de um paradigma de áreas de intervenção do Estado, será definida uma nova realidade orgânica e funcional que enquadre quantitativa e qualitativamente os recursos humanos da administração pública portuguesa»

Infelizmente estas, nem quaisquer directrizes são indicadas.

«Descentralização»[forma encapotada de por regionalização]~

«O PSD deve assumir, sem preconceitos, a defesa de um processo de regionalização político/administrativa do País, assente nas cinco regiões plano, no respeito pelos princípios da subsidiariedade e da solidariedade nacional, numa lógica descentralizadora, pela não substituição de uma centralidade por novas centralidades, e traduzida por um regime financeiro que contribua para a estabilidade orçamental do Estado e para o crescimento económico.

A adopção do princípio da não simultaneidade do processo, pode contribuir para a sua consensualização nacional, bem como para a aplicação de uma lógica gradativa e experimental que assegure o sucesso desta reforma.»

Ou seja a regionalização ou descentralização? Pois ficamos na mesma. Mais ainda contudo não substituindo uma centralidade por novas centralidades, ou seja o que? Auto gestão? É a revolta da provincia pelo jugo de Lisboa? Claro os tiranetes lá da zona são sempre melhores... Pra rir e chorar por mais.

Temos ainda a demonstração da máxima 1 pais vários sistemas, a chamada lógica gradativa e experimental que consiste em autonomizar partes do território. Infelizmente em Lisboa e nas restantes partes do pais não se entende que estas são formas de sacar mais recursos para estruturas políticas e administrativas cada vez mais complexas, desorganizadas e que duplicam a burocracia e os processos de decisão pois em Portugal é sabido que todo o mundo gosta de espetar a sua colher...

Agora chamo ao bom leitor a atenção para esta tirada do manifesto de menezes:

«E. Reforma do Estado Social
O PSD defende, sem transigências, os princípios fundamentais definidores do Estado Social Europeu.
Os direitos sociais por essa via consagrados na Europa asseguraram a sua coesão social, a paz, o desenvolvimento e a superioridade ética do nosso continente no contexto planetário»

Sieg Heil Mein Fuerer! A raça superior voltou.

A nossa superioridade ética no contexto planetário. Ressuscitou o último imperialista europeu, levar a civilização ao menos desenvolvidos! Que ror de baboseiras e idiotices!

Mas há mais:

«Seria um profundo erro continuar a alimentar a ideia de que a competitividade económica da Europa só se atingirá transferindo os recursos orçamentais aplicados na promoção do Estado Social para a promoção do crescimento económico. Por mais direitos que se retirem a Ocidente, nunca se retirarão tantos quantos os países nossos competidores, nomeadamente os do Extremo Oriente, nunca terão.»

Ou seja defensores intransigentes do modelo social mas a expensas de quem? Do cidadão? do Noddy, do Pai Natal? Então dr. menezes?

A retórica de retirar direitos sociais faz lembrar alguem? Será a CGTP? Palmas dr. Menezes, nem o Louçã diria melhor....

Enfim...depois disto repito! O tempo dar-me-à razão!

Liberdade

Parece que o tema é quente...

Continuemos então.

Parece que não fui perceptível da primeira vez. Eu não defendo as ideias de Luis Filipe Menezes. Não defendo o seu socialismo e busca por um regime absolutamente assistencialista àqueles que precisam. Não defendo o modo como geriu ou gere a 4ª ou 5ª maior camara municipal do país.

Até pode ser uma discussão interessante mas acho que nenhum de nós no blogue, tem tempo ou saúde mental para estudar os últimos 12 anos de governo de Luís Filipe Menezes em Gaia.

Defende coisas para o país que eu não defendo. E então? Não pode ser lider de um partido por isso? Porque não tem a cartilha de pensamento que as Exas. que iluminam o nosso caminho colectivo?

Mas só para descargo da minha consciência, vamos aos factos:

Impostos - que eu saiba, não existe ninguém no mundo económico que seja favorável a uma baixa de impostos - nem a MFLeite, nem o homem do Goldmen, nem o Relvas nem nenhum economista credível que não faça parte da bancada de Marques Mendes. Tudo dito quanto à loucura de Menezes.

Que eu acho que deveriam deixer os impostos? claro! A questão não é essa. É antes de saber que, para os descer, precisamos primeiramente de definir os limites da actuação do Estado e as formas de garantia de defesa dos verdadeiramente carenciados.

Centro de Estágios do Porto - Perguntaria se a camara do Seixal, de Alcochete ou de Sintra (que queria tb o centro do Benfica) não dão condições igualmente vergonhasas ou desiguais. E as ajudas para a construção dos estádios? e as áreas de construção? Má gestão anda de braço dado com autarquias locais e Estado.

Regionalização - e Menezes é a favor? e então? juntamente com 40% da população de acordo com o último referendo. Eu, por princípio não sou a favor, mas não me repugna que se estude novamente o problema e eventualmente se definam verdadeiras regiões de desenvolvimento sustentado.

OTA e TGV - Ele é a favor ou contra? nem percebi. Mas uma coisa ou outra, ambas parecem ser defensáveis, especialmente para quem sempre esteve fora de Lisboa.

No fundo, isto para dizer que, para ganhar ao PM Sócrates não é necessário ser contra tudo aquilo que ele propõe. O que é necessário é ter, ao mesmo tempo, ideias próprias, abordagens inovadoras e pensamentos claros. Serão as nossas ideias? Espero que não. Mas isso não é uma "desgraça" ou o "definhamento" de um partido.

P.S. Ah e o endividamento da camara de gaia. Espero pela análise final do Tribunal de Contas que não seja produzida, de preferência, antes das eleições.

P.S. 2. Ainda quanto ao definhamento, gostaria apenas de relembrar que Menezes ganhou mais eleições sozinho que Sócrates e Marcelo juntos...

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segunda-feira, outubro 01, 2007

Eleições no PSD III - o Contraponto

Não querendo tornar-me em Pacheco Pereira, antes do mais e por não ser do PSD, não ter nenhuma filiação e excepto em campanha autarquica ter votado em coligação da qual este partido era integrante, vejo-me forçado a lançar uma outra luz sobre as recentes eleições e com algum pessimismo militante ou objectivo consoante o bom leitor me conceda razão em alguns pontos.

Não querendo transformar este post em contraponto ao AOC, devo salientar que Menezes é tão fresco a Lisboa e às tricas partidárias como a reabilitação do Parque Mayer em Lisboa. Mas enfim sobre Menezes importa ver o "trabalho político" que endividou a camara de Gaia tremendamente. Têm obra? Sim mas a que preço? Enveredar pelo critério da obra é tecer elogios às SCUT's pagas por todos, ou por outros investimentos ruinosos que se avizinham como TGV's, OTA's e afins... Pior impôs onus sobre os seus governados quando um dos objectivos dos políticos é precisamente o contrário ou seja, fazer escolhas hoje mas que não comprometam o futuro da comunidade. Valem pro Eng. Socrates estas considerações quando se fazem concessões a 90 anos como se pretende ou ainda pro Professor de Boliqueime que concedeu o exclusivo das travessias sobre o Tejo à Lusoponte, por decreto-lei... Não enveredemos por ai contudo.

Sobre Menezes importa ainda sublinhar as vergonhosas atitudes para com o seu vizinho Rui Rio, desde o de abertamente conduzir uma política contra a camara do Porto, dando palco a todos os descontes e descamisados, como ainda promovendo activamente as forças de oposição a RR, casos do Plano de Pormenor das Antas, abrir a Câmara de Gaia para festejos do FCP entre outros, sempre tentando capitalizar meia dúzia de votos entre a plebe da qual se proclama amigo (plágio a artigo de VPV).

Continuando pois o fresco estadista é ainda o homem de negócios ruinosos para a Câmara que preside como do Centro de Estágio do FCP em termos económicos, cedido a 99 anos a troca de uma renda miserável, pago pelos contribuintes. Mais uns votinhos amealhados a expensas do erário público no caminho deste estadista.

Quereis mais? Cá vamos atão!

Nos últimos dois anos Menezes têm emitido opiniões sobre tudo e mais alguma coisa, com a agravante de várias destas serem diferentes umas das outras. Até aqui nada mau, contudo o problema surge quando o objecto da opinião é o mesmo. Veja-se com a OTA ou com o TGV, acerca do qual, depois de feroz defensor defende agora uma solução de compromisso, ou seja construido por troços. Ja imagino uma viagem até ao Porto no veloz comboio, com diversos transbordos, pois como é sabido os custos da empreitada não podem ser suportados pelo pais.

No plano fiscal defende a manutenção da presente carga fiscal. Boa menezes! O Sócrates agradece. Regionalização é outra das medidas do cardápio que fede a socialista ou pior a esterco sem cor política pois dentro de chavões vagos como saneamento financeiro ou diminuição da despesa se escondem muitas coisas. Já vão dois autogolos.

Outro autogolo, aqui vai, falemos de saneamento financeiro das autarquias. A pergunta põe-se Sr. Menezes, que exemplo dá S. Exa. ao resto das Câmaras na hora de apertar o cinto? Com que legitimidade? Pois é a obra também tem custos graves é um facto?

Em abono da verdade concordo plenamente com AOC na medida em que se refere a Fernando Santos e a Marques Mendes, a verdade é que por culpa própria, feitio, má imprensa ou somente´um inimigo avassalador como o é a Central Sócrates de Governo, a imagem e a convição a esta inerentes eram as de que jamais e em tempo algum aqueles homens iram ter sucesso na sua empresa. Era essa a imagem, especialmente quando uma mentira repetida à exaustão se torna verdade, como foi no caso da imagem de MMendes.

Um facto resta contudo inegável, Mendes trouxe novamente a moralidade à vida pública ou pelo menos envidou de sérios esforços nesse sentido uma vez que afastou e começou a varrer muito lixo do PSD, gente que ja regozijou com a vitória de Menezes. Gente que curiosamente já não milita ou é membro do partido...

Menezes será o culminar de um caminho de auto-flagelação infligido pelo PSD contra si próprio, caminho esse que começou no dia em Durão foi para Bruxelas e o partido começou a ser domado não com suplesse mas antes numa lógica de autofagia e conflito contra si próprio as sementes já lá estavam, o resto foi facil de vir. Este post é negativo admito, uma vez que não acredito em estados de graça ou outros pois quem aceita um trabalho deve agir da mesma forma do primeiro ao último dia e portanto não merece tratamentos especiais. Acredito profundamente que Menezes se irá estampar e com ele oferecer de bandeja a 2ª maioria absoluta a Sócrates, permitindo assim quase 17 anos de Socialismo ininterrupto em Portugal com resultados que se conhecem e estão à vista. O pais continua a sua marcha "pro definhamento"(se é que a palavra existe).

O tempo dar-me-à razão.

Nota: os alegados ou auto-intitulados Barões do PSD valem tanto como o Rui Santos a comentar na SIC-N ou seja muito bons sem contraditório. Com pergaminhos no papel e sem galões de combate...

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Os iluminados e as iluminárias

Este post não tem por motivo nem como intuito justificar o injustificável, defender aqueles que não têm ou não merecem defesa, muito menos encontrar o motivo "de prata" para factos políticos recentes que mexeram com o meu partido, o PSD.
Por isso, não vou rejubilar com a eleição de Luis Filipe Menezes com líder do PSD, muito menos com a derrota "tardia" de Marques Mendes. Penso que a situação do PSD era insustentável da mesma maneira que a situação de Fernando Santos (ou de Ferro Rodrigues) era insustentável nas respectivas instituições. Qualquer instituição que se queira dar ao respeito e que queira vencer, no sector onde se insere, tem de saber gerir expectativas. No dia em que aqueles que lhe dão força percebem que a instituição não tem rumo e não vai ter sucesso, é óbvio, claro e perceptível, que alguém tem de cair... normalmente é o líder.
Assim explicada a queda de Marques Mendes (sozinho e sem apoios à muito tempo ao contrário do que agora se diz), falta perceber aquilo que Menezes poderá trazer de novo.
A meu ver, falar de "correntes populistas" a Menezes é tentar colar-lhe uma imagem que não joga com ele. Menezes não oferece brindes na Câmara de Gaia. Nem frigoríficos. Nem tostadeiras. Menezes trabalha e mostra obra. Desenvolveu a cidade de Gaia, fez frente ao Porto e criou, ao contrário de que por exemplo Almada faz, uma cidade virada para o rio. Ou seja, mostrou um projecto de cidade e tentou concretizá-lo.
Poderão discordar da vertente demasiado social. Poderão até vasculhar os inúmeros licenciamentos ou negócios da Camara de Gaia. Mas o que é inegável é que a obra ficará depois de Menezes sair (como tudo indica) da camara de Gaia, deixando-a ao seu "camarada" Marco António (o que eu gostava de ter este nome!!!!).
As "tias" do costume já iniciaram o trabalho de desconstrução da realidade, defendendo o "fim do PSD", a volta dos "trogloditas", o PSD "de esquerda" e todo o restante bando de estupidezes que apenas aqueles que, fechados entre livros e "marmeleiras", observam a realidade sem querer meter as mãos na massa.
Quanto a Menezes, vejo-o como alguém que não estando viciado por Lisboa, poderá trazer alguma frescura na forma de lidar com José Sócrates, o que, quer se queira ou não, será sempre benéfico para a vida política portuguesa.
Ideias e Programa, tem 2 anos para as fazer. Cumpre limpar o partido das tricas que comandaram a campanha eleitoral, tornar todos os registos informáticos e virar a página nestas trocas a baldrocas de politiquice.
Depois, cumpre estabelecer linhas de rumo, concretas e perceptíveis quanto a 5 ideias fundamentais: Papel do Estado, Função Pública, Impostos, Segurança Social e Justiça.
Penso que, em muitas destas coisas, não estarei de acordo com o novo presidente do PSD (como não estaria se fosse Marques Mendes o líder), mas penso que mais facilmente este apresentará um rumo certo e de oposição ao governo, do que o ora ex-líder.
Esperemos para ver...

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