Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

sexta-feira, março 20, 2009

Apontamentos sobre a nova era Obama

Não não vi nem quero ver. É demasiadamente anómalo o facto de um chefe de estado se diriguir por vídeo ao povo de outro pais. O preocupante contudo é o padrão que este evidencia. O de que com um gesto simbólico produzido pela sociedade da imagem se mete o contador a zeros.

A animosidade das relações entre EUA e o Irão radica em situações muito específicas e que devem ser desarmadilhadas com muitíssimo cuidado.
Tanto um como outro financiaram os seus oponentes recíprocos, com o preço de vidas entre outros. Tanto um como outro partilham interesses divergentes no médio oriente e não só. Uma aproximação deste género, sem quaisquer contrapartidas não passa de um frívolo gesto ridículo.

Ja antes e a expensas de uma estratégia de contenção da Rússia e expansão da NATO, os russos haviam sido presenteados pela Sra. Clinton com um botão de reset. Os povos do leste europeu agitam-se nervosamente sabendo que cada vez mais poderão ser moeda de troca dos melhores interesses americanos geo-estratégicos em detrimento do cometimento com os aliados europeus numa estratégia "Obama" diferente.

A estratégia consiste em fazer pontes com os mais fortes antagonistas dos EUA em troca de concessões sobre pontos em que a Administração anterior se havia cometido, veja-se o caso da Europa de Leste e do escudo anti-missil, veja-se o caso do Irão.

É o início da "nova era Obama". Quando o urso russo esticar a garra e o Irão desestabilizar o Iraque então aí vamos ver se se pode sair do "faralho" com sorrisinhos e conversa mole, botões de reset ou afins.

A fina textura da "sociedade da imagem" passa a ser diferente quando levar dois safanões bem diferentes... Temo contudo que isto seja somente o princípio de uma espécie de política de détente fraca e de fraqueza decerto mais emocial e menos real.

Decerto colherá muito apoio entre os "multilateralistas" e adeptos do direito internacional...

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