Vários temas são merecedores das nossas palavras,
i) Sarko vs. Sego
Acho que devemos anunciar as nossas escolhas, não ao jeito de Pina Moura mas antes de forma clara e inequívoca. Ou seja se votasse em França votaria toujours em Sarkozy. Royal é pouco real, é mais virtual, promessas, juras eternas de empenho, muitíssima prosápia e boas intenções mas pouco comprometimento e uma aversão genética a qualquer tema que indicie perder alguns votos. Com a Turquia, cujas negociações começaram em 1964 para adesão à EU umas palavras ocas e sem quaisquer sentido, umas vagas menções ao invés com Sarkozy a posição é clara e bem explanada foi por AOC. Continuando ao longo do debate era visível o nervosismo de Royal notório nas contracções esporádicas no pescoço ou na brusquidão de movimentos aquando respondia a Sarko. Bem no marketing e melhor industriada Sego ao falar buscava sempre a câmara, falando para os espectadores, ao invés de Sarkozy que respondia à sua interlocutora.
Cansa-me Sego contudo pois “matraqueia” vezes sem conta as expressões vazias que caracterizam o socialismo. À politica educativa, Sarko apôs rigor, exigência, disciplina, trabalho e autoridade. Sego preocupa-se em que “todos consigam”, chavões como mais cultura nas escolas, que é necessário motivar os professores e impedir com que os alunos cheguem com medo de manhã à escola por não terem os deveres feitos, ou melhor ainda semanas com os pais na escola, enfim o disparate corria largo. Mais ainda é a douta socialista contra a competição e os rankings na escola pública, é o velho “colinho” socialista no qual devem todos ser medíocres para que não hajam bons. O bom e velho igualitarismo que afina a bitola pelos piores e que os melhores sim são casos de mau exemplo e que descobre sempre um fundamento económico-social ou seja a luta de classes para explicar que o menino têm é preguiça de estudar e que sendo pobrezinho só poderá ser pobrezinho. Enfim a receita é a já sabida, os que tem que paguem impostos os que não tem que mamem do estado.
Continuando o périplo “Segolenico” é muitas vezes dito e escrito que Sarko será eleito com os votos da extrema direita do Sr. Le Pen, pois é a Sego só conta com os votos de todos os comunistas, estalinistas, trotskistas e vermelhos retintos cuja última novidade política são as directrizes da V internacional socialista de 1936 e cujo modelo social só conhece virtudes e para quem o “gulag” é um prato culinário exótico. Mas enfim nem iremos para aí, figuras como José Bové, Cohen Bandit ou outros são sempre mais picturescos se o sol for vermelho. É o mesmo com Chavez ou mesmo o mítico comandante, mas nem vamos por ai mesmo. Sego sobre a Europa continua com as tiradas do dia de Bruxelas, uma Europa mais forte, cooperações reforçadas. Diálogos, Uniões, tratados, cimeiras e boas vontades que chocam sempre na exiguidade dos povos ou nos que simplesmente não se rendem a um estado europeu criado sem convicção, necessidade ou mesmo apoiantes, fora dos corredores de Bruxelas. Quanto à constituição europeia, «sitalão», ou seja, sim, talvez e não! Sarko é claro, não, os franceses já se pronunciaram sobre o documento, pelo que andar a recalchutar pneus é mais para o Khadafi dos pneus que para líderes europeus.
Não preciso de veicular os méritos de Sarkozi, mas aponto alguns por alto, i)posição em relação à emigração; ii) a política do real, ou seja que o estado de coisas que vigora têm de forçosamente mudar, e que é melhor mudar hoje e por vontade própria que daqui a 10 anos no meio de profundas e perigosas convulsões sociais; iii)menos impostos; iv) uma política europeia clara e dirigida a objectivos claros em vez de declarações de princípios inócuas e perigosamente irreais; v)política de combate criminal no qual têm provas dadas; vi)regresso de palavras como esforço e trabalho como sinónimos de cometimentos longos, sérios e árduos em vez de facilitismos socialistas que vêem e pintam a realidade en rose sempre à custa dos outros; vii) porque se opõe por razões históricas e culturais perfeitamente fundadas à demente entrada da Turquia na EU; viii) porque entende que a Europa e a França devem ter nos EUA um aliado de peso e que a melhor maneira de influenciar um aliado é trabalhar com ele, ao invés de contra ele e em parcerias estratégicas com a Rússia ou acordos com a China; ix) porque não é socialista.
ii) TGV-LISBOA-MADRID
Em artigo rapidinho do público disponível on line, é realizada uma brevíssima entrevista com uma secretária de estado que nos diz que o preço de um bilhete entre LIS e MAD rondará os 100€, ou seja aproxidamente o mesmo que as carreiras aéreas de custo normal e mais caro que as low cost… Genial, gastar milhões e milhões de euros para igualar a concorrência é digno de mentes socialistas e pouco abonatório para o interesse público. Isto numa primeira fase, uma vez que as linhas aéreas ajustaram a tarifa conforme o TGV ou seja farão melhores preços, apresentando mais vantagens como a rapidez e comodidade, a par de outros motivos de índole económica. Ou seja o TGV propõe-se a biliões de euros depois a realizar o mesmo serviço pelo mesmo preço mas por comboio. Suponho que a viabilidade económica da coisa se apresenta como muito baixa a solução, subsídios, taxas, etc… ou seja distorcer a concorrência de maneira a galopar o TGV a bem ou a mal pelas planícies do pais…
Quem não se encontra convencido da boa vontade do projecto, provavelmente será alguém que não foi iluminado pela divina razão Socrática como eu, admito, contudo ainda bem que não o fui,é sinal que não andei na Independente ou que somente não imagino uma família de 4 a ir a Madrid ao preço de €800 ou €600(com bilhetes p/os petizes a meio preço) quando uma viagem de automóvel custa 150€ (aproximadamente)… Não entendo a matemática da coisa…ou pior a entendo, há negócio como sempre… É demente…
iii) CMC
Parece que vamos para eleições em Lisboa, eu nem lá voto. Registo contudo que Marques Mendes teve a coragem de fazer o que há muito vinha prometendo e que causa angustias no PS uma vez que chegará a sua vez e não terá a mesma coragem. A par do digno registo, outros se impõe, primeiro de que a reacção popular não será a esperada, uma vez que o sentimento de atoleiro e de eterno retorno aos clichés do costume mantem-se. Ou seja um abano de leque não afasta o fedor que se faz sentir em toda a vida pública portuguesa, o de imoralidade, de ausência de valores e de soluções para um mal estar cada vez maior e exacerbado pelos tempos de vacas magras e de redução de mínguas regalias em que vivemos. É um facto, o ar que neste pais se respira é puído, o clima intelectual é limitado e o pluralismo na comunicação social começa e acaba no “Público” e isto com muitíssima boa vontade…
Era pois imperioso este gesto? Claro que sim, mostra uma diferença clara e o desiderato de cortar à séria com o lodaçal e grosso pantanal autárquico nacional.
Os portugueses irão jullgar MM e o PSD de outra maneira? Não!
Mudará algo? Nem por isso!?
Conclusão: Maus são os tempos em que os actos corajosos são fúteis e não servem de exemplo a ninguém ou poucos dividendos colhem junto da opinião pública.
Explicação, simples em Portugal não se vive, existe-se, não se respira, sufoca-se, não se pensa, vai-se com a maralha…
Como dizia alguém hoje: “Em Portugal está cada vez mais difícil saber em quem votar”.
POST DML!
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