Em artigo de Sábado no Público VPV salientava e com razão que os três partidos, PS,PSD e CDS são a mesmíssima coisa, ou seja o regime, ou em jargão de dona de casa, produtos de marca branca leia-se tudo com o mesmo sabor e bem baratuchos!
Começemos por explicar o porque do CDS?
Pela simples razão de que foi Governo e paga ainda os dividendos desssa empresa.
Além disso, verdade seja dita o partido descaracterizou-se bastante, também por ser Governo, mas também porque uma crescente franja de eleitores deixar de se identificar com causas do CDS, e porque este as deixou cair, como o Euro-cepticismo que passou a Euro Unanimismo, cujas nuances são somente aprovar ou não tratados por referendo ou não.
Outras causas como a segurança, os reformados, os descamisados ou outros são somente causas de circunstância, logo transitórias ou de passagem, o chamado voto mão estendida, ou seja vota-se na expectativa que o messianico partido cumpra, marginalmente com alguma alcavala qualquer, uns tostões ou umas palavrinhas simpáticas. Enfim, o chamado eleitorado girassol, que roda o circulo político conforme as promessas de conveniência.
Moral da história e provar-se-à se estarei errado mas aquele CDS, o de Portas ou de Ribeiro e Castro(se é que existiu), ou qualquer outro está moralmente falido, kaput, a lenta e agoniante descida aos infernos. O caso do PSD é diverso, sempre foi falido de ideias, alias a social-democracia é um socialismo mais envergonhado em termos de ciência política, a veia cavaquista, os seus herdeiros e etc em anos a fio não conseguiram promover alguem fora dos governos do mago das Finanças de Boliqueime, a verdade é essa, e uma vez dissipada a pretensa imagem de competência das maiorias absolutas o que fica é o mesmo de que no CDS ou no PS, uma gente bafenta que anda à procura de emprego e ao sabor das conveniências.
A falência do PSD é contudo menos grave que a do CDS, pois se este é incapaz de produzir algum líder, seja pela autofagia dos partidos pequenos, seja pela macrocefalia em Portas já no PSD os recursos humanos são melhores, ou pelo menos se vislumbram duas alternativas de alguma credibilidade pública, a primeira e por minha ordem de preferência Ferreira Leite, uma espécie de Tatcher à portuguesa e Rui Rio, uma espécie sui generis mas que oferece uma imagem séria e de dinamismo e coragem de romper com o politicamente correcto. Poderam alguns leitores apor, reservas, até admito, mas de certa medida contudo ambos são o melhor que pulula na política nacional e especialmente no PSD. Resta ainda o mal amado pelo partido Prof. Marcelo cujas intenções, se algumas, além de uns bons mergulhos de praia, se desconhecem por completo se é que existem algumas.
E o PS? O farol da esquerda, o partido que não recebe lições de liberdade de ninguem? Bem esse já faliu de ideias há muito, a navegação é completamente de cabotagem, governasse e pensa-se conforme as conveniências. O drive do PS qual será? Socialista ou Liberal? O que representa o ideário político seu? Basicamente o socialismo que o PS é ser igual aos outros mas de esquerda, uma espécie de Magnum Branco, que é igual ao Preto e ao de Leite mas a crosta é ligeiramente diferente. Abortos sem taxas moderadoras, casamento de homossexuais, uniões de facto e casamento por igual etc... Bottom line, umas nuances que disfarçam uma gula estatizante contrariada e frustrada, ou seja querer aumentar o Estado mas na convição de que cada vez mais os ventos são avessos. Ou seja igual aos demais.
Sócrates terá uma ideia estruturante, além de cobrar mais impostos e distribuir diplomas, computadores e achar que modernidade são computadores nas aulas em vez de um sistema de ensino que dê uma liberdade intelectual? Sócrates que entende que modernidade é aborto e pagar impostos a troco de menos e sem qualquer contrapartida estruturante é de esperar algo mais?
A esta luz a tese de VPV faz sentido de facto, o que distingue estes três grémios, excepto meia dúzia de questiúnculas quase pessoais? Nada. Que finalidades procuram estes partidos para a sociedade portuguesa no futuro? Que projecto de fundo, que ideias a continuar a explorar a fundo?
O que os une, tudo, o cambalacho, o sistema, a negociata e o traficozinho de influências e a grande mitificação nacional, a ideia de União Europeia, coisa que ninguém saberá bem o que é mas que todos estao de acordo, senão veja-se, Constituição Europeia, venha de lá isso homem, um desígnio e um dever nacional segundo o ex-soba Sampaio. Tratado Europeu minimalista, uma honra, um dever, um desígnio nacional e já agora venha de lá isso, o Tratado de Lisboa, isto servido pelos mesmos que há meses serviam a Constituição Europeia como algo certo... Que pensa esta gente? Eu cá diria que em sí próprios e na sua carreira de anos e anos em política.