2007 (i)
Galgando-se a passos largos ao terminus do ano é comum e não despiciendo fazer um balanço antes de virar a página e passar a previsões futuristas. Começando pelo sucesso dos marretas, este blog completa 9 meses muito em breve, não apenas é o tempo de gestação de um ser humano, mas também representa o amadurecer de um projecto comum que se quer leviano. Grosso modo os objectivos vão sendo atingidos com coerência, talvez não tanto de opiniões mas antes de princípios, os marretas são uma zona franca de pensamento.
Para mim já basta, um sítio aonde os diversos intervenientes escrevem o que bem lhes apetece e o lê quem achar que valerá a pena perder o tempo com essas coisas ou simplesmente por piedosa caridade cristã para com um ou demais dos intervenientes. Neste ponto então objectivo cumprido. Da minha parte os venerandos leitores poderam esperar o mesmo que em 2006, sem prejuízo de me encontrar em reflexão, por forma a tornar o meu estilo mais agradavel, soft, sintético, compreensivel e ligeiro é este o meu compromisso para 2007.
Passando o ano a breves pinceladas, na actualidade nacional o Engº Sócrates gozou de um estado de graça que será somente contrastante com o estado do país. Coisa pouca na cabeça de muitos sicofantas e oportunistas que gravitam em torno de do PM "Sol".
Em 2006 o esforço para a consolidação foi à custa de sacrifícios do contribuinte, não de reformas estruturais, o monstro continua vivo, nem sequer é mais simpático, pois as suas presas estão crescentemente mais aguçadas e sagazes. Reduções na função pública, só à custa de famélicos cortes de circunstância, congelamentos de salários e carreiras, ilustrando que com o mesmo Estado somente se consegue gastar menos através de medidas de congelamento e não de reforma como muitos apregoam aos sete ventos.
Aproveitando mais um cliché do Prof Marcelo, para mim a figura do ano é... You, não nos termos da revista time, mas sim You, taxpayer, contribuinte ou seja o Zé que anda a pagar esta utopia social do qual o Bloco Central é tremendamente responsável.
Continuando, 2006 foi o ano em que algumas SCUT's passaram a ser pagas, fazendo jus ao seu nome, Sem custos para os Utilizadores, ora em vez de aproveitar o exemplo e cair na real, ou seja ver que o pais têm os recursos bastante finitos, o Governo da Nação lançou um ambicioso programa de Obras Públicas, do qual a OTA e o TGV são bastiões. Através de PPP's conseguir-se-à este mundo e o outro, como se tal fosse a panaceia mágica do que quer que fosse. Um dia descobre-se que as previsões falharam, as coisas são mais caras e mais uma vez o Estado português ficará depenado para pagar a A,B, C e D. Como? Perguntem ao contribuinte.
Mais eventos, duas OPA's que põe a nú as fragilidades da legística, burocracia, capelinhas e feudozinhos nacionais, ou seja as turras entre Autoridades e todo o tempo que a coisa leva, com a habitual cantilena de falta de isto e daquilo... Em 2007 ainda correram muitos rios de tinta acerca das OPA's e em 2008 também.
Na justiça, esse cavalo morto, Maria José Morgado ira dirigir um task force no caso apito dourado, que trata de arbitragens, da camara de gondomar, do gondomar, da flatulencia do pinto da costa, deste mundo e do outro, no final «burros na água» afianço. Num pais tremendamente falso e hipócrita a lentidão da justiça apenas serve para espiçar e aguçar as diletantes mentes em suspeições, boatos e rumores que restaram sempre por confirmar num kafkiano sistema processual de recursos e contra recursos. Enfim nada de novo.
2006 também o ano em que conhecemos que o único projecto educcativo dos professores deste pais é reivindicar pelas suas carreiras e estatutos profissionais, o resto é so para entreter entre recibos de vencimento. A solução miraculosa do governo está à mão, trespassar boa parte do sistema de ensino às autarquias, e correspetivo pessoal educativo, aligeirando assim a folha de vencimentos em mais de 160.000 leais servidores públicos. A par igualmente terminaram os exames nacionais, única prova que avaliava todos os alunos nacionais num pé de igualdade e verdadeira justiça, podendo assim através de avaliações contínuas ou outros expediente escamotear a crescente falta de qualidade educativa.
2006 foi o ano também em que os lusos continuam fieis a si mesmo, a atirar papeis para o chão, a consumir desenfreadamente, a comprar com meia duzia de tostões este mundo e outro, a praticar e exigir maus serviços, a contentarem-se com um estupidificante estado de coisas, desde a educação à saude, à cultura, ao modo de vida, a degladiarem-se nas estradas quais Ben Hur's and so on.
Bem até aqui nada de novo... Amanhã rematamos o balanço internacional e lançamos as previsões. Apenas adianto que 2006 não me deixará saudadades algumas, em todos os aspectos. Em suma 2006 foi um não ano!