Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

quarta-feira, maio 31, 2006

" Flashes,Beijos e Sortezinha!!"

Visitou ontem o Eng. Pinto de Sousa e seu séquito de apaniguados o estágio da selecção nacional, estilo casual, pose desportiva e sem gravata a entourage do primeiro ministro la foi para as fotos do costume e para as palavras da praxe.

De forma brilhante o insigne estadista, trajando sem o referido adereço burguês asseverou que veio somente desejar boa sorte, ao mesmo tempo que referia que bastava um pouco de sorte para que as coisas corressem bem a um grupo tão talentoso de jogadores.

Impõe-se umas reflexões...da praxe. È impressionante o já costumeiro beija mão dos do poder aqueles que praticam em iniciativas desportivas populares, a passagem dos séquitos governamentais, a fotografia amiga com jogadores e a clique dirigente do sistema desportivo, a troca de camisolas e sorrisinhos do costume, a palmadinha amiga e a típica bonacheirada nacional porreirista, obviamente servida com a já costumeira pontinha de sorte que parece ser o ingrediente mágico que compensa a falta de trabalho e método ou que resolverá as habituais trapalhadas de sempre...

O popularucho Eng. não escapa á objectiva fácil, trajando sem a gravata, porque a obsessão pela gravata perguntam suas Exas.? Porque o trajo nos homens de estado ou de negócios ou nos simples, mortais e fungíveis servidores do grande capital como é o meu caso é uma marca, ponto de honra e prova de código de conduta, em determinados ramos de actividade há códigos de conduta e de vestir que as chefias devem cumprir e impor. Enfim o bacoco Eng. ignora isso e muito mais já que sendo "político de carreira" seja lá o que isso for têm de cair bem nas objectivas da praxe.

Encontramo-nos a derivar do assunto, a sortezinha e o beijinho na mão. SOrte é tudo mesmo o que falta à Selecção esse grupo "valeroso" de artistas pagos a peso de ouro e com feitios de prima donas, mimadas pelos plebeus que se insurgem contra os populismos e aforismos do costume, seja pelos salários milionários dos gestores, seja pelas suas regalias obviamente e como vêm sendo costume ou pelo menos inaudito, até ao momento não vi ninguém invejar ou criticar as suas responsabilidades ou funções, somente o seu status. Obvio que os trogloditas da bola são herois e filhos do povo, Oh gente dócil,ignorante ( ignorante dados os conhecimentos de alguns será um elogio, que me desculpem os restantes ignorantes e crédula populaça da bandeirinha e do patriotismo de bola, tremoço e cerveja)....

Mas enfim, hoje o tema teima a saltar e mais uma vez entregamos os nossos pensamentos à navegação sem rumo verbal, a sortezinha do Eng. aquele grupo talentoso de valerosos portugueses, estaria o Eng. a pensar também no seu governo, imagine-se o conselho de ministros em estágio para 5ª Feira e o Filipão aparecer e dizer: "José boa sorte ai no deficit cara" ou o Cristinano Ronaldo a dar boas fortunas ao Ministro da Segurança Social e Trabalho com votos que os portugueses "desatem a transar até cairem para o lado para inverter a crise demográfica" enfim saltemos o ridículo. A sortezinha do Eng. é o velho fado lusitano de que as coisas já se sabem que vão correr mal, já há previsões e diagnósticos mas que no final a pontinha de sorte, a milagreira santinha do Scolari ou seja o que for venha a endireitar as coisas ou compor as contas públicas.

Sortezinha Eng. é coisa para gente que não se prepara, que aguarda pelos milagrezinhos do costume, das circunstancias de última hora etc e tal... Enfim Eng. assim se quer sorte reze pela PEste negra que afecte só funcionários públicos e que leve uns quantos milhares.

Teminando os episódios usuais como este dos "Beijos e Sorte" levam-me a questionar se sempre foi assim e se os políticos deste país cada vez mais pequenino e sorumbático, pelo menos de espírito se comportaram será que foi assim em '86 ou em '66? E muitas outras coisas também foram assim?

Acerca dos futebolismos nacionais será que é espontânea esta mobilização popular em torno do futebolzinho ou é mais um circo mediático servido pelos media e agências publicitárias? Do generoso leitor que foi benevolente para o autor destas linhas não sei mas já eu , ando farto de "futebois de interesse público" de "estádios pagos pelo contribuinte" ou de "brasucas merdosos e seus feitios execráveis mais as santinhas e mezinhas de sempre", olhaqualquer dia e como dizia o Gen. Costa Gomes: «BASTA desta merdosice de espírito». Caro General desculpe-me pelo rude acrescento.

terça-feira, maio 30, 2006

A volta do Berliner - Tomo II

Voltando a falar de Berlim, existe naquele povo uma alma de sobrevivência de quem passou por cima de todas as adversidades, desde o tempo dos Romanos.

Cometeram e sofreram atrocidades ao longo da História, mas não olham para trás, crucificando-se. Olham aprendendo com o passado e tentando não cair nos mesmos erros.

Veio-me à memória isto, ao lembrar-me do enorme culto que os Berlinenses tem do Muro. Culto não esquerdizante, mas culto de respeito. De admiração. De coragem.

Não passa pela cabeça retirar todo o muro ainda existente (cerca de dois quilometros). O que interessa é mostrá-lo às novas gerações.

Em Portugal, esconde-se a história do país, e especialmente do Reino. Nos ultimos anos, o enfase que tem sido dado ao século XX da história de Portugal, esquece um país de oitocentos anos de história, que muito antes de ser uma republica era um dos centros decisores do mundo... um povo globalizador. Vemos castelos a ruir, património a ser deitado a baixo para a construção de mais casas sem gosto e, claro, sem história.

Podemos todos construir prédios, casas, torres... mas essas nunca serão nada se a história não for respeitada.

Nem tudo pode ser dinheiro e governado por ele...

Pena é que o governo socialista não perceba esta verdade essencial... antes da economia está a história de um país... toda a história!

Num pequeno e de longa história país plantado à beira mar, com colónias ultramarinas e no qual reinava um mau estar que promanava do facto do sistema político se encontrar bloqueado um grupo de militares bem intencionados, desavindos com a política e sem qualquer programa político ou linha concertada decidiu por motu proprio e de forma espontânea e desorganizada marchar em coluna para Lisboa.

Desengane-se o leitor que julge que nos referimos ao 25 de Abril de 1974, corridos que são 80 anos sobre o 28 de Maio de 1926 não podiam estes deixar de passar incólomes pelo crivo deste repositório de pensamento modernista portugues, ou seja o nosso mui humilde blog!

Ontem em choque ideológico Costa Pinto e um artista qualquer discutiram largos minutos o movimento militar de 28 de Maio de 1926, seus antecedentes e consequências, bem como a dissociação que deste deve ser feito do Estado Novo e de Salazar.O jornalista servia de elemento decorativo no já de si soturno cenário interessante programa.

O movimento do 28 de Maio foi protagonizado exclusivamente pelos militares que, após o levantamento sem sucesso do ano anterior e um julgamento militar hilariante e pleno de episódios burlescos se revoltaram com sucesso contra o status quo à altura. Qual era o status quo? De desorganização nas contas públicas, de deficit, de crise económica e estagnação, de continuada imigração que sangrava o interior do país, de miséria e de uma total falta de desenvolvimento nacional que poderá ser exemplificado pelo facto do país à data não ter o presente autor e poucas pessoas terem conhecido um obra pública de relevo do período da I República. Mas enfim adiante, em 1926 estavamos já com 16 anos de I República, a tão prometida República que resolveria todos os males do sistema político rotativista somente serviu para perpetuar os anteriores problemas, substituindo a camarilha progressista ou regeneradora pelos Republicanos que dentro de uma generalidade que chamavam república escondiam fracturas interiores e grupusculos de quase infinitos e que transpuseram para a ordem interna do pais os seus achaques diários.

Embora não se estivesse no período pós-Sidónio, durante o qual os governos se sucederam, as conspirações de militares e civis ibidem e a violência grassava sem qualquer aparência de ordem ou direito, lembremo-nos do episódio da "noite sangrenta" de 1921 durante a qual elementos de esquerda revolucionária limparam o sebo a alguns dos velhos republicanos entre outros episódios, os governos sucediam-se com melhores ou piores resultados eleitorais e não tinham força ou simplesmente competência para resolver os males da pátria. Obviamente que a síntese não estando terminada é obviamente crua e básica, contudo crescentemente desde 1921-1922, a ideia de que estando trancado o sistema político era necessário ao sustentáculo do regime, que governava contra quase todo o paíss, num democrático sistema cujo voto se encontrava limitado a alguns letrados escolhidos a dedo, que era necessário aos militares enquanto instituição pegar em armas e alterar o estado da república. Não obstante o fenómeno fascista de 1922 de Mussolini com a famosa "marcha sobre Roma" que se aproveitou da saturação e passividade do Exército, que erradamente é associada ao 28 deMaio era almejado um pronunciamento militar
a maneira espanhola de 1923 com Primo de Rivera, semelhantes movimentos surgiam um pouco por toda a Europa, naGrécia, na Turquia e em muitos outros paises.

A historiografia moderna portuguesa desejosa de afirmar e criar mitos como o fascismo em Portugal e outros decalcam no 28 de Maio influencias fascistas italianas que não existem, existem sim semelhanças com a militarização dos sistemas políticos que se verificou em toda a Europa. O 28 de Maio como o 25 de Abril foram coligações "negativas"(vide Público de 28/5) que juntaram descontentes de todas as facções contra a República velha e demo liberal que nada trouxe de prosperidade ou de paz social. Costa Gomes, vice-comandante do Corpo Expedicionário Português pronuncia-se contra o Partido Democratico que monisticamente vinha dominando de Lisboa o resto do País, famosa ficou a sua frase:«Basta!» que numa palavra resume todo o ideário do levantamento militar. Tomando facilmente o poder que estava maduro instalam-se os militares no poder. Costa Gomes foi prontamente enviado para os Açores, aonde vêm a falecer no ano seguinte, tomando Carmona o poder.

Entender este período de estabilização da "situação" nome dado á ditadura militar não é fácil, os problemas do país mantém-se e agravam-se, um dos principais conspiradores Sinel de Cordes, figura interessante acerca da qual Salazar disse:«grande patriota mas um incompetente» toma desastrosamente conta da pasta das Finanças. Curioso é que os miltares gozam de prestígio e autoridade não só entre a populaça ansiosa por ordem e estabilidade por oposição à efeverscente República, mas também entre os denominados intelectuais, veja-se o caso de F. Pessoa que desde há muito se pronunciava por uma ditadura militar.

O 28 de Maio como amálgama ideológica que é rapidamente se instala e ganha consistência, por oposição á antiga República mais do que por ideário, entender este período, tal como outros de longo despotismo em Portugal é entender o homem da sombra, aquele que poucos conhecem mas que permite que outros ponham em curso o seu programa político, neste caso Carmona, noutros casos D.José. Aos mitos de e Pombal e Salazar voltaremos um outro dia...

Continuando, Carmona, militar, republicano e conservador toma conta do aparelho militar, contudo e depois do zénite revolucionário, não se esqueça o bom leitor que o séc. XX nacional foi pródigo em revoluções, muito embora nem todas sejam feriados, toma como necessário regularizar ou institucionalizar a situação política, os primeiros civis começam a ocupar postos nos ministérios, tomando especial destaque Salazar pelo trabalho nas Finanças. Salazar homem de perfil interessante, de origens humildes, bom académico e beato serve a Carmona que dá margem de manobra ao mesmo para encetar o seu programa revolucionário em contraposição ao anterior momentum republicano e liberal.

Carmona e Salazar formaram uma parceria militar e civil, Carmona tratou de por ordem e restaurar o prestígio dos militares fosse por uma melhoria do seu estuto profissional e carreiras, fosse por estes acederem facilmente a postos de prestígio na administração civil, veja-se por exemplo os casos dos Governadores ultramarinos que eram quase sempre militares e com poderes sobre as autoridades civis, mas não só. Os quadros e oficiais militares prosperam sobre Carmona que gerindo com astuta inteligência as suas aspirações políticas conservou sempre uma quota parte de militares nas estruturas políticas, fosse nas camaras corporativas, fosse no Governo de Salazar aonde os militares bem para além de Carmona conservaram sempre feudos ou quotas mínimas.

Salazar levou o seu programa a cabo, modernização e escolarização q.b. mas sobretudo reformas e estabilidade que tomaram de assomo os corações da classe média que a partir de 1932 prospera. Embora essas e outras matérias sejam temas para outros posts, voltamos á linha mestra ou seja que temos que distinguir dois períodos distintos, a turbação revolucionária e tomada de poder pelos militares a 28/5 com a sua subsequenbte institucionalização e devolução so civis, sendo para esse efeito coroado como presidente do conselho Oliveira Salazar. Desde 1926 e não obstante ameaças proletárias e levantamentos militares como o de 1961 e a Revolta das Caldas ou outros pseudo levantamentos a génese do Estado Novo manteve-se ou seja os militares a eles respondiam e entre eles se governbavam enquanto que os civis mantinham na sua esfera o resto.

O 28/5 marca algo de extraordinário, o início da institucionalização das Forças Armadas enquanto elemento de estabilidade da Governação em Portugal, exclua-se portanto o termidor do PREC e do 25 de Abril e veja-se que só em momentos cruciais voltaram os militares à política, a formula de Salazar e Carmona funcionaria enquanto em Belém se mantivessem os sabre alinhados e com dono, em Belém governariam as autoridades civis.

Conflitos houve entre Salazar e Craveiro Lopes, entre Caetano e Américo Tomás, contudo caí a ordem do Estado Novo precisamente por ser o pilar militar o fraco, é Tomás que não controla os militares e manieta a acção reformista de Caetano, não o contrário. Carmona era um homem interessantíssimo que sem ter uma linha política de fundo soube lidar com os fumos do 28/5 e suas tentações uma militarização excessiva, uma caudilhização ou a tentativa de criar um híbrido civil e militar.

Se sobre Salazar se escrevam bibliotecas e livros e se destilam ódios ou amores, sobre Carmona, homem franzino e fulcral do 28/5 e da história de Portugal pouco se fala e menos se lê, as semelhanças da relação entre Pombal e D. José á sua maneira são as mesmas com as devidas ressalvas. Ignoram os letrados e os historiadores da praxe as regras do poder ou seja que foi sempre Salazar que precisou de Carmona, já que os militares eram a salvaguarda e o pináculo musculado do sistema político.

Entender o 28/5 é entender o Estado novo, para o entender é necessário entender a I República que por sua vez implica entender o rotativismo consitucional, ou seja a história é uma longa cadeia intricada sem rupturas mas sim com uma continuidade inexóravel ora mais pacífica ora mais violenta, os revolucionarios de pacote ou os que manietam as forças históricas a seu bel prazer para interpretações a lá minute falham redondamente em buscar visões ideológicas ou metafísicas de capitães gloriosos em manhãs de Abril ou de militares carrancudos e sem graça que num solarengo Maio se pronunciam contra um estado de coisas, não sendo herois eram ambos homens corajosos e á sua maneira patriotas. Florir com cravos ou pintar de negro períodos históricos ou datas não abona muito sobre a lucidez de um povo que como ontem vimos é governado novamente por camarilhas e pandilhas que se servem a seu bel prazer.

(post nao revisto)

Timor Lorosae

"What goes around, comes around" - ditado popular inglês
Os meus caros leitores (será que deveria colocar isto em singular...?) provavelmente encontram-se perplexos tal como eu.
Todos os dias são mais de 15 minutos de prime-time falando sobre a situação em Timor, a situação de pré Golpe de Estado e Guerra Civil que lá se vive, existindo todos os dias uma nova invasão a uma embaixada ou ministério do recém eleito governo de Mario Alkatiri.
A pergunta que eu deixo é a seguinte: Who cares??????
Sou muito sincero... não tenho qualquer simpatia especial ou interesse por Timor. Apesar de ser uma ex-colónia, Portugal foi responsável por décadas de sofrimento daquele povo, aparecendo em 1999 como salvador da pátria de cara lavada, como se não tivesse qualquer responsabilidade sobre o assunto. Temo-la e é grave!
E não são 240 milhões de euros de ajuda em 5 anos que vão ajudar. Aliás comparado com a ajuda prestada pela Austrália, são literalmente peanuts.
Em 1999 deixamo-los novamente sozinhos. Com uma força transitória das NU, que, como já se sabia era insuficiente a longo prazo. Ou bem que queriamos um Timor livre com condições económicas e políticas para sobreviver, ou então a independencia era uma arma, com uma bala suicidária.
Revela-se agora que Portugal não tinha qualquer previsão para o aftermath de Timor (qual Iraque...). Não existe futuro económico e político (com mais de 50% de desempregados e sem qualquer aparelho produtivo excepto o do Café Delta e do petróleo australiano).
Tenho pena em afirmar que a responsabilidade é novamente, em grande parte, nossa.
Mas pior do que isto, é o facto de não a assumirmos. Depois de lutarmos pela independencia de um povo que, embora tendo o legitimo e natural direito à auto-determinação, não tem meios económicos e sociais para andar sozinho, não investimos, não ajudamos militarmente, apenas falamos. Mandamos umas bocas aos australianos que já lá colocaram uns milhares de militares para assegurar um mínimo de condições de estabilidade. Mas e fazer alguma coisa?
Porque até dizer que não temos nada a ver com isso é fazer algo...
Decidam-se e larguem a perspectiva de que o que é preciso são palavras... o que é preciso é acção, investimento, apoio humanitario, social e militar. Em último caso, e como dizia Sousa Tavares, ocupar Timor através de uma força multinacional durante décadas no sentido de assegurar o desenvolvimento de um aparelho produtivo e social que seja suficiente para sustentar um país.
Se infelizemente a guerra civil for uma realidade, não serão novamente os indonésios a tomar contar do território outra vez?

segunda-feira, maio 29, 2006

Os esquecidos...

Vinha o autor com o animo reforçado depois de um fim de semana profícuo de sol e copos escrever sobre a inauguração de um novo espaço de recreação nocturna que teve a sua inauguração este sabado quando é confontado com um artigo lúgebre, por comparação a outros assuntos como são noite e "mulherame"envergando trajes reduzidos, decotes convidativos e corpos dourados pelo sol...

O referido artigo é assinado pelo Coronel Vitor Santos, veterano de campanhas ultramarinas portuguesas. Começa o mesmo por referir que curiosamente em campanhas militares do século XX em que um pais se viu acometido a uma guerra em diversas frentes o comportamento da Nação Portuguesa e de seus militares foi exemplar ultrapassando largamente o desempenho dos EUA e da Grã-Bretanha. O cometimento PortuguÊs em três frentes, Guiné, Angola e Moçambique foi exemplar se tivermos em conta as reduzidas capacidades logísticas portuguesas, a vastidão dos territorios ultramarinos, o contexto político adverso aos interesses nacionais ou seja os ventos históricos e demais factores que influenciam a condução de operações militares.´

O cometimento humano dos portugueses no período entre 1961-74 foi algo espantoso, não somente pelo seu estoicismo mas também pela sua coragem e vigor. Neste ponto este autor pede desculpa por incluir neste grupo os corajosos lutadores "anti-fascistas" que tomados por um assomo de coragem fugiram a muito custo pessoal para os cafés de paris ou de outros locais para daí encabeçarem a luta contra o regime repressivo, opondo.se ao imperialismo salazarista e caetanista etc e tal...

Continuando e voltando aos comuns mortais, deixando os deuses da luta democratica serenos no seu olimpo em S.BEnto ou noutro lado qualquer, refere o dito Coronel que após tão brilhante serviço e distinta actuação dos militares, deveriam os veteranos esperar igual tratamento da sua Pátria a quem deram anos de vida nas selvas ou no continente africano. África e as suas campanhas estoiraram com os veteranos que lá lutaram é indiscutível, contudo a ingrata Pátria muito lamentavelmente não premeia os veteranos com regalias na velhice, nem com pensões especiais com o seu sofrimento nem homengeia os que morreram ao seu serviço estando diversos talhões em cemitérios públicos votados à degradação dos anos que passam.

Os cortes cegos e irracionais do social governo socialista e de outros ao terminarem com sub-sistemas de saude e equiparando militares veteranos aos comuns funcionários públicos fizeram o resto ou seja, acabaram com as" migalhinhas" que alguns que muito pouco têm tinham. Enfim o portugues não é o melhor mas fica a nota, ou seja que o pouco que tinham lhes foi retirado.

O Coronel Santos compara a protecção social na velhice dos veteranos portugueses com os dos restantes paises, louvando certos exemplos como nos EUA ou em Inglaterra ou mesmo...no ´Quénia quando comparados com a pobreza franciscana de cá da terra.

As pandilhas e camarilhas que sucessivamente governam este país encontram sempre maneira de proteger e dar resposta a autarcas,professores, enfermeiros,médicos e demais amanuenses que são pagos ás custas dos contribuintes e sobre os quais várias linhas escrevemos já aqui (veja-se o "Paizinho") mas infelizmente nunca encontram fundos ou timing para dar resposta a outros que com dignidade, sem greves cegas e que não gozam de nenhum estatuto corporativo de eleiçãop fazem à sua maneira para ganharem algumas amenidades sociais que minorem a difícil e muitas vezes marcante experiência que foi combater em África. Infelizmente vergonha é coisa que não abunda neste país, qualquer inválido da função pública que recorre sucessivamente a baixas ou outros expedientes para perpetuar a sua condição de vencido da vida e vítima de todas e mais algumas medidas governamentais têm o direito de erger a sua bandeirinha idiotica e cretina em prol de reivindicações mesquinhas e idiotica, ao inves os veteranos de guerra desta pais são sucessivamente maltratados e ignorados por governos do pós abril que já cresceram na liberdade e na falta de compromissos...

É este o estado de coisas segundo o veterano corononel SAntos que merece aqui não só o nosso respeito mas também elogioi pelas virtudes castrenses e profissionais, que num aritigo frio e lúcido jamais teve uma palavra de ingratidão pelas causas que lutou e que bem ou mal à data eram lutas da Pátria e causas nacionais. A ingratidão é sim daqueles que são políticos e têm a seu cargo a condução das escolhas de hoje. Infelizmente hoje a mobilização cívica portuguesa só dá para Euros de futebol e outras competições desportivas espúrias e idioticas, jamais se honraram os militares tombados e veteranos das campanhas de Àfrica...

Uma palavra de alento e esperança, o novo PR é o primeiro do pós 25 Abril que cumpriu serviço militar enquanto miliciano e que não sendo militar de carreira serviu no ultramar muito se espera...

quarta-feira, maio 24, 2006

Uma resposta interessante

Cito da entrevista de Gil ao Público:

P. — É aquilo a que chama "não inscrição". Que significa?

R. — Significa que os acontecimentos não influenciam a nossa vida, é como se não acontecessem. Por exemplo, quando uma pessoa ama, esse sentimento não afectar a outra pessoa, objecto do amor. Quando acabamos de ver um espectáculo, não falarmos sobre ele. Quando muito, dizemos que gostámos ou não gostámos, mais nada. Não tem nenhum efeito nas nossas vidas, não se inscreve nelas, não as transforma. Ainda outro exemplo: o primeiro-ministro, Santana Lopes, classificou a dissolução da Assembleia da República pelo Presidente como "enigmática". Não disse que era incorrecta ou injusta, mas "enigmática", o que é a forma mais eficaz de a transformar em não-acontecimento.

P. — E, não tendo acontecido, ninguém é responsável.

R. — Exactamente. Pode-se continuar como se nada se tivesse passado. Os acontecimentos não se inscrevem em nós, nem nas nossas vidas, nem nós nos inscrevemos na História. Por isso, em Portugal nada acontece.

(retirado do blog abrupto)

segunda-feira, maio 22, 2006

O Código de Da Vinci II

É com agrado que li o post do Dr. AOC, agrado da sua imaginação, agrado deste espaço ser fertil em pluralismo e ideias, agrado pelo que li embora discorde.

Primeiro ao agrado, um elogio ao Dr. AOC, traça uma boa fronteira entre realidade e ficção, quanto a um livro mediocre e ao "resto" que em parte é somente a base e fundações dos valores da Europa. Infelizmente tornamos ao Código mas desta vez por um bom motivo, uma "piquena querela" com sua Exa. o meu co-blogger,ai ai ai!Eu que tinha um belo post sobre o procurador e o envelope 9...

Enfim, voltando á vaca fria, ao referido Código saio em defesa do meu post anterior, o âmago do mesmo era que realidade e mediocre ficção não se devem confundir(não me refiro À ficção da TVI leia-se). Enfim continuando, à moda da propaganda vermelha ou de outros vendedores de banha da cobra ou de petróleo no "Beato" o referido livro vende uma tese falsa, apócrifa e acima de tudo insultuosa.

Obviamente que a culpa não é do autor, a "Sabrina"ou outros livros de cordel que se vendem nos escaparates dos quiosques também têm fortes capacidades de influenciar a leitora contudo valem o que valem e são tidos como isso, alias creio que a editora Harlequim não tenha pretensões de fazer doutrina ou expor sobre teses alternativas uma parte importante da hiostória do Cristianismo, alias para além de seguramente arrebatar o coração das suas leituras com amores calientes e picantes as mesmas certamente não acreditaram que existem ~ligações amorosas como aquelas.

O já não se pode dizer a respeito do livro de Dan Brown, o autor é oportunista e aproveita-se de meias verdades e de muita ignorância para fazer o vil metal. Aproveita-se da Igreja Católica, aproveita-se de divindades e episódios religiosos sagrados e o pior é que tudo é servido sob a aparência da verdade e da Revelação escondida. Continuando aquele livreco merdoso é simplesmente ganancioso, tendencioso e mentiroso, é verdade uma leitura de praia da qual se deve alteranar com a vista de outras coisas mais bonitinhas que povoam o areal.

O repúdio por esse livrinho prende-se precisamente por isso por vender meias verdades troca tintas para enganar os tolos, tudo bem isso ainda se admite, verdade seja dita já li ejá deixei a meio livros piores mas contudo nenhum deles se aproveita de certos assuntos para vender, aproveitam-se de outros.

É o pior do show biz, aproveitar temas que tocam as pessoas para vender, passa-se o mesmo com as noticias dos serviços informativos ou com as bandeirinhas do scolari feitas na china em condições degradantes e sub-humanas.


Não se trata de defender a doutrina da Igreja, já que o essa esta bem defendida, trata-se sim de repor verdade e de levantar o véu sobre certas formas de entretenimento que nos são vendidas. Eu por mim ainda não me decidi se vou ver o filme ou se vou fazer 500.000 copias ilegais até queimar o gravador de CD's la em casa ou a fotocopiadora da minha entidade patronal, Aos que querem queimar o livro não recomendo esse caminho alias, recomendo o contrário exponham o livro como a fraude que ele é e ataquem o oportunismo aonde lhes doí, na carteira, já que o livro se propõe a certas verdades e ataca elementos e escrituras e seja o que mais que não se encontra protegido por direitos de autor proponho a suspensão dos mesmos e que cada um copie 500.000 vezes aquela prosa mediocre.

Lamenta-se que a inspiração não seja muita mas o tema já me causa nauseas, alias e em jeito de confissão a actualidade noticiosa causa-me nauseas, o scolari mete nojo e a selecção om os seus aborrecidos directos de 15 minnutos ja me metem nojo.

Nota final ontem o Prof. Marcelo entendeu que dois temas de justificado interesse público e que merecedores da actualidade eram a seca da selecção e a escolha de treinador do SLB, acho piada uma pessoa com pretensões de ser levada a serio para falar de temas serios escolhe abrir o seu programa com fait divers... Como se dizia no filme Jerry Maguire: «Show me the money!»

Um elogio a Sampaio!

O cidadão Jorge, estatuto ignoto a que tornam todos os ex-Presidentes da República merece um elogio. Está calado há mais de dois meses...Desculpa Jorge lembrei-me de ti... Olha saudadinhas!

Mas que diabo... é apenas um livro

Pergunto ao meu caro co-bloguer e a cada um dos leitores se, cada vez que lêem um livro, concordam com cem por cento do que lá é dito ou opinado.

Antecipadamente digo que não.

Não por razões diversas, mas antes por razões intrinsecamente simples.

Em primeiro lugar, porque nenhum livro possui a verdade inteira das coisas (nem qualquer outra coisa diga-se...). Nem os livros sagrados das religiões mais representativas devem ser entendidos assim, sob pena de voltarmos a sociedades onde imperava a escravatura, o desrespeito pela dignidade humana ou pelo papel da mulher (ainda hoje negada nos países muçulmanos). Não sendo a verdade absoluta, é permitido que, sobre eles, sejam feitos trabalhos jornalísticos (esses sim preocupados com a verdade dos factos) ou trabalhos ficcionais, de cariz cómico ou tragico, que poderão ter os mais bizarros fundamentos, e que apenas os consumidores desses mesmos bens deverão julgar.

Em segundo lugar porque o homem é um ser dotado de imaginação. E isso faz com que ele queira acreditar nas ideias mais bizarras. Desde o principio dos tempos, pensavamos no absurdo, entendendo-o como possível. Terra plana? Monstros no horizonte marítimo? Extraterrestes que fizeram as piramides? O Homem das Neves? O monstro do Loch Ness? a "mágica" ida à lua, ou os extraterrestes em Roswell.

Nenhum destes cenários existe. Ainda que muitos creiam intimamente na sua existência (onde eu me insiro...).

Porque será que não podemos questionar alguns factos que fundam a igreja católica? ou melhor... porque será que a sociedade se encontra impedida de pensar diferente... pensar ao lado.

Será descabida a tese? Talvez. Certamente. Mas não será possível? E não seria bom que o Messias tivesse deixado prol?? Não é uma ideia acreditáveL?

Aproveita-se do neo-paganismo militante? Sinceramente não me parece. É uma obra literária que, como a grande parte, para não dizer 98% das obras literárias dos nossos dias, não perdurará uma década que seja. Mas isso não quer dizer que seja um bom divertimento. E é isso que interessa.

Se alguém tivesse escrito em livro as aventuras de Indiana Jones, provavelmente seria similar àquilo que todos os escritores referidos pelo DML escreveram. E também referia o descobrimento do Santo Graal, e a arca da Aliança. Que teria imprecisões históricas, certamente. Mas diverte. Esse é o objectivo da ficção.

Que não se goste, se ache uma perda de tempo tudo bem. Mas defender a veracidade da doutrina da igreja contra uma obra de ficção, denota apenas a situação de inferioridade que a Igreja se coloca. Colocar-se no mesmo patamar de obras de ficção (especialmente aquelas que não tem como escopo uma nova concepção histórica), revela uma Igreja que não lidera os seus fiéis, mas antes se questiona a ela própria, como que admitindo o peso da instituição e naquilo que por ela foi deliberado em Niceia, ou praticado durante a Inquisição.

Pergunto: Será que alguem será ou não será crente ou cristão se vir/ler a obra? E não será bom ver a obra e questionar-se depois sobre os factos lá descritos?

Sempre fui adepto que a curiosidade é uma das funções primordiais do homem, e nada melhor que uma boa ficção para a aguçar.

Vão ver o filme... ou melhor... leiam o livro.

P.S. Mas leiam os outros dele... são melhores!

quinta-feira, maio 18, 2006

O Código de Da Vinci

Como introito lamenta o autor não ter podido o seu contributo a este pequeno repositório de pensamentos quotidianos. Mas enfim, ficam dado o esclarecimento. Saudamos igualmente o regresso do Dr. AOC de terras da Prússia, seja bem vindo Sua Exa...

O tema de hoje, finalmente chega as telas o filme inspirado no livro de Dan Brown, partindo do pressuposto que o filme é uma adaptação fidedigna do livro podemos pronunciarmo-nos do mesmo com igual legitimidade de quem viu o filme. Alias e como ponto prévio lamenta-se como posição de princípio a estreia de filmes que vocacionados para as massas com pretensões de serem inteligentes decidem empanturrar os cinemas de gente mascadora de pipocas e demais alimentos ao mesmo tempo que passam umas opiniões grosseiras sobre os eventos do filme ou seja sobre o Cristianismo e a SAnta Madre Igreja.

Voltando ao livro, leitura de praia, ligeira e de densidade mediana, Dan Brown recorre a artifícios estilo semelhantes a Jeffrey Archer ou ao mais antigo Frederick Forsyght. Grosso modo o estilo de escrita e rápido com constante acção e em que o foco da escrita muda constantemente de personagem, ou seja tão depressa descreve a situação do ponto de vista de A, como, recuando no tempo descreve a mesma situação mas do ponto de vista de B. Archer ou Forsyght são ambos bons escritores, reputados e que escrevem sobre temas interessantes mas polémicos, política, corrupção, guerra, intrigas judiciais etc...

A diferença entre estes e Brown reside precisamente aí, claro que Brown escreve de uma forma pior e com reduzido interesse, mas são os seus temas que fazem vender os livros. A tese vendida no "Código" é estúpida, destituida de fundamento científico e prolifera somente por conta de gente ignorante e cretina que investida de um neo-paganismo militante que renega não apenas a sua própria matriz histórica e cultural mas também os próprios valores que constituem o cimento social que une uma Europa cada vez mais descrente em si própria. Enfim claro que não podemos passar um juizo em massa a todos os que iram ver o filme, até porque boa parte certamente o verá com genuína curiosidade e espírito crítico. De lamentar é contudo uma certa sacralização de livros e de teses fáceis ou simplesmente "catchy", isto é que fiquem na cabeça das pessoas que cada vez menos prioritarizam as coisas colocando tudo num mesmo plano óu seja valores Cristãos que confundem com Igreja Católica etc...

Como apreciador de leitura faz-me pena ver livros como os publicados por Dan Brown chegar ao top de vendas porque denotam somente que a porcaria, a mentira e o engodo histórico são uma coisa que rende. Tomar como sério o livro de Brown é quase insultuoso, alias e como foi acima dito, de entre os pobres de espírito ou os que ignoram por completo que certos valores europeus vividos e entendidos desta maneira são cristãos.

Provavelmente depois do primeiro impacto levantar-se-á um rol de críticas ao filme, boa parte serão sinceras outras serão por solícita e já costumeira beatitude de trazer por casa. Obviamente que os do costume, na sua campanha contra o Cristianismo em prol de outras religões terrenas mais mundanas e totalitárias teram o filme por bom e de mensagem verdadeira.

Recomendações breves somente ao futuro visionador, em primeiro lugar é só entretenimento e em segundo o livro era uma merda portanto o mesmo se espera do filme, quando o for ver tratarei de fazer um post a esse respeito. Finalmente sobre sociedades secretas, não devemos nunca confundir estas, o seu credo ou mensagem com a mensagem que por canais próprios nos é veiculado tal como de sobremaneira não devemos nunca esquecer o eixo axiológico do Cristinanismo.

A volta do Berliner - Tomo I

Embora os caros leitores não saibam, moi meme esteve em Berlim...

Capital da Prússia (esta é para ti DaD), cidade de inúmeros requintes e qualidades, justificaria um post cujo o tempo me impede de continuar.

Apenas deixo uma ideia.

Durante cerca de quarenta anos, foi uma cidade cortada ao meio, sem identidade e sem perspectiva de futuro. Hoje, pouco mais de quinze anos após a queda do Muro de Berlim, a cidade é cosmopolita, arranjada, organizada e próspera.

Ao invés, chegamos a Lisboa e vêmos uma cidade com uma matriz histórica e uma dimensão milenar com enorme potencial, com um clima fantástico, mas que denota uma pobreza em termos de oferta cultural, de vida quotidiana, que nos deixa a todos, Lisboetas, envergonhados da nossa cidade.

Será que somos assim tão tristes e melancolicos que não conseguimos virar a cidade do avesso, como os Berlinenses o fizeram em quinze anos?

(Sugestões aceitam-se)

Continua...

sexta-feira, maio 12, 2006

Um post excepcional!!

Não obstante as fracas qualidades do seu autor, os parcos recursos estilísticos a limitadíssima qualidade da escrita, bem como o longo historial de chumbos e más notas a português que ainda hoje assombram o autor este será um post excepcional.

Não o autor não melhorou nem tragou um dicionário durante a noite, e muito menos foi iluminado por uma inspiração divina ou diabólica, o post será excepcional pois será abordado um assunto que na sua vertente lúdica ou puramente de entretenimento não costuma ser abordado, o Campeonato Nacional de Futebol 2005/2006. Dias viram em que trataremos do histerismo provocado pelo cada vez mais próximo Mundial de futebol, as massas ululantes e buzinantes, os comentadores da praxe com os comentários de sempre, o estertor patriótico que tomara de assalto o País fazendo o país rodar a 180º sobre o seu eixo, passando do estado de depressão moribundo a um assomo patriótico arrebatador, a bandeiras, gritos e berros etc... Mais interessante será quando se cair na real, seja por uma participação inglória seja por uma derrota, sinceramente e se não tocar nada de mau ao meu FCP a mim...tanto me dá é da maneira que se trabalha menos nesses dias...

Voltando sim à paixão irracional do autor, o FCP que, como regra foi campeão nacional. Dizemos como regra já que na última década o FCP foi 7 vezes campeão nacional, uma normalidade excepcional diram os adeptos e sócios, o Estado do país e da corrupção e da justiça e mais a ladainha do costume das velhas carpideiras de sempre.

Adiante, o meu FCP foi campeão, desculpa lá oh AOC tar sempre a repetir, a época foi longa e controversa, não me agradam as opções do treinador e muito menos a sua política de gestão de recursos humanos mas mérito lhe seja dado as opções resultaram. Alias o grande vencedor desta época não é Pinto da Costa é sim Co Adriaanse, contra tudo e todos, impos o seu modelo e maneira de jogo. Obviamente que com muita asneirada pelo meio leia-se, opções mais ou menos discutiveis mas com resultados palpáveis e levando a cabo a tão necessária transição, criando novos valores e referências no FCP.

È verdade que a concorrência também deu abébias, como todos claro, tivesse o SCP arrancado antes ou mesmo superiorizado em sua casa e a história seria outra, mas não foi...
O FCP foi campeão por diversos motivos dos quais saliento somente dois, o "bairrismo" ou "regionalismo" e o da estabilidade e da perenidade. Primeiro pelo "bairrismo" como pretendem muitas vezes denegrir os adversários, o FCP é um clube local ou quiça regional mas com uma implantação crescente a nível nacional. Felizmente não somos 6 milhões e não estamos sujeites aos arrufos de viscondes, somos pequenos, da cidade do Porto e arrabaldes, não obstante honrosos e corajosos adeptos que vivem fora dos muros da cidade invicta, especialmente para o Sul. È essa a maior força e fraqueza do FCP, força já que as hostes são mais unidas, o Porto dista em 300 km's de Lisboa tornando assim o FCP um clube muito mais estável e menos sujeito a infiltrações ou capas de jornais que causam problemas de balneário. Felizmente no FCP também há problemas de balneário, guerras entre dirigentes e associados e mesmo claques contudo e sendo o clube menos representativo e secretivo as coisas resolvem-se com mais facilidade intra-muros. Por outro lado é verdade que pode ser uma fraqueza, nos anos em que os resultados desportivos e as exibições minguam, dentro de um clube com menos adeptos é mais difícil encontrar soluções ou mudanças, quereis um exemplo disso, as épocas de Fernando Santos, a imbecilidade que foi ter Octávio Machado a treinar ou a já muito comentada época anterior.

Os que se gabam de serem 6 milhões ou oclube dos viscondes de chinelo no pé, ou de sapato de dedo à mostra esquecem-se de que o futebol se joga nas quatro linhas e aí nos últimos anos ninguém rivaliza a nível interno com o FCP, desculpa lá oh AOC (mais uma farpa!!). Continuando e aproveitando o balanço já que o tema é propenso a menor racionalidade, o FCP têm menor implantação a nível de torcida em Portugal, é um facto, mas na Europa do Futebol é um clube respeitadíssimo e conhecido, que não obstante derrotas frente ao Artmedia é sobejamente conhecido por boas equipas e resultados, mas também por dirigentes sérios e cumpridores, prova do mesmo é o facto do FCP ser membro fundador do G-14.
Desde há muito Pinto da Costa entendeu uma coisa que somente LFV parece ter entendido, que não interessa ser grande em Portugal pois este sumidouro é pequeno, interessa sim ser grande na Europa, essa foi a estratégia na qual o FCP embarcou desde 1982 e com os resultados conhecidos... Quem diria há 20 anos que a época do dragão chegaria e pra durar?

Continuando esta ode de uma só cor, "azul e branca", o outro aspecto que interessa sublinhar na campanha deste ano do FCP é a estabilidade, estrutural, emocional e financeira. Falar destas vertentes é falar de Pinto da Costa, homem controverso que inspira entre a clique de adversários um sentimento misto de admiração e inveja há um elogio que se lhe deve fazer, fenómenos como Dias da Cunha, Luís Duque e outros que venceram um campeonato e depois foram triturados depois de afastados os fumos da vitória não chegam sequer aos calcanhares de Pinto da Costa, seja como político, empresário ou homem. Tentemos uma explicação...económica ou de mercado. O FCP vêm a superiorizar-se de maneira claríssima da concorrência desde 1982, ora desde aí o mercado de dirigentes não foi capaz de produzir alguém que se superioriza-se ao "Papa".

Derrotas e épocas más já conhecemos todos os que gostam de futebol, ao invés contudo dos restantes clubes no FCP pós-1982 há uma constante, Pinto da Costa é presidente e as vitórias alternam com derrotas. Porque? Não é o momento de explicar, somente de sublinhar de forma vêemente o seguinte, Pinto da Costa já perdeu, foi ao tapete e levantou-se, conheceu a derrota e aprendeu com ela, melhorou e consegue ser superior aos concorrentes. Ora é este o ponto, a forma como se avalia um homem é a maneira como este lida com a derrota e aí Pinto da Costa continua a tirar coelhos da cartola como poucos. "Portismos" (não do Paulo Portas) à parte á aí que Pinto da Costa bate os outros ao palmos, porque é um grande Homem, porque fez erros e ultrapassou os mesmos, porque depois de passados os fumos da vitória aguentou-se à borrasca como poucos, o barco abana mas o comandante têm a mão firme, ele derrapa mas não caí.

Terminando somos um clube pequeno mas só fora das quatro linhas, somos grandes mas fora de Portugal.

à concorrência resta somente uma palavra de conforto, foi digna e valente e...para o ano há mais!

(este post não foi revisto, lamentam-se os erros de sintaxe ou de escrita!)

segunda-feira, maio 08, 2006

Uma Terceira Via?

Após leitura de um dos muitos (hum.. ok só um) comentários ao post do meu caro co-bloger, não resisto em fazer uma adenda.

Se é verdade que as raízes do CDS, se fundaram da doutrina social da igreja, não é menos verdade que esta era uma necessidade de quem precisava de se distanciar do PSD pós Prec, mas não se encostar à direita salazarista, considerada anti-democrática e ultra-conservadora.

Foi por esta razão, que Freitas do Amaral entendeu colocar o Partida supostamente no centro político, mas com o apoio da Igreja, o que obrigou o partido a tomar posições consideradas conservadoras. Daí a alinharem-no à direita foi um salto.

No entanto este posicionamento, no final dos anos oitenta já não fazia sentido, uma vez que a importância da Igreja na vida dos eleitores deixou de denotar tão grande importância, e os valores por ela defendidos (mal ou bem) deixaram de garantir uma representação suficiente no Parlamento.

É claro que se pode discordar do caminho tomado depois, quer por Manuel Monteiro, quer por Paulo Portas. Mas o que é um facto, é que estes dois líderes, defenderam a mudança num partido que tinha de mudar, apresentando novas bandeiras e ideias para Portugal. Perceberam o modelo esgotado de CDS. Primeiro CISMA.

Assim, partiram para um partido de causas: primeiro o euro-cepticismo, depois a segurança, em seguida o combate às injustiças da guerra do Ultramar, as pensões de pobreza etc.

Dir-me-ão... mas eles foram opostos...defenderam pólos no modo de fazer política. Concordo. No entanto, ousaram reformar um partido cuja base ideológica, perdeu sentido ao longo dos tempos, nomeadamente a partir da entrada de Portugal na CEE.

Voltar ao velho CDS? Essa base de apoio não existe. As pessoas que votaram em 76 já desapareceram. O que existe sim, é um vazio na area da direita democratica e responsável, onde o CDS se pode colocar.

No entanto, o partido das pequenas causas também se esvaziou uma vez que o eleitorado desconfia dessas soluções.

Assim é necessário uma clarificação. É preciso que o partido diga o que pensa sobre um conjunto vasto de matérias. Sobre os grandes problemas da sociedade portuguesa. Não chega dizer que somos a favor do progresso económico e social e contra a pobreza. Todos o são.

Se é necessário caminhar para um neo-liberalismo, então é esse o caminho que deve ser trilhado pelo CDS.

Sob pena de se fechar em si mesmo, e implodir como o PRD...

Partido de pequenas e parciais causas, ou partido religioso, são dois moldes que se encontram gastos. Quem percebeu isto, foram todos os lideres do CDS/PP que abandoram a vida do partido... todos sem excepção.

Desculpem... faltou Portas. Ora bem, Portas pretende que alguém execute esta transição, sem ter de sujar as mãos. Ou melhor, sem ter medo do resultado eleitoral que advirá da alteração ideológica que o partido irá sofrer, uma vez que poderá culpabilizar o último que esteve sentado no "cadeirão".

Assim para uma pessoa como eu, espectador em casa de vizinho, se o PSD se encontra numa encruzilhada, o CDS há muito já vislumbrou um beco, para o qual ainda não arranjou caminho alternativo.

Congresso de nulidades!!

Para tristeza do Dr. AOC o nome Castro só causará arrepios aos nativos da ilha de Cuba, ao invés o nome Ribeiro e Castro só poderá causar um esgar de sorriso na face de qualquer simpatizante ou militante do CDS, mas não é o único.

O recente congresso do CDS trouxe ao de cima o pior que existe num partido, especialmente num partido político que se tinha ambicioso e que visava dar o exemplo não pelo seu número mas sim pelo seu projecto. Tal fazia sentido nos tempos do saudoso Dr. Portas, quando causas eram associadas ao CDS, vejamos o caso dos antigos combatentes, da segurança e do desagravamento fiscal entre outras. Lamentavelmente o mais recente congresso serviu somente para ilustrar o exemplo pior que salta à vista num pequeno partido. Os membros do Congresso do CDS deviam ter vergonha do espetáculo ridículo que montaram esta semana.

Começando pelo seu líder que numa tragicomédia ensaiada ou espontanea, o que torna a coisa ainda mais sinistra em ambos os casos começou por dizer algo que a mim me parece absurdo, ou seja que os deputados do grupo parlamentar devem emitir e condicionar a sua actuação política aos ditames do partido. Tristemente e como salientou Pires de Lima em caso algum houve quebra na disciplina de voto ou nas directivas do partido portanto ou RC quer que os deputados sejam meros mandaretes de serviço ou então simples autómatos que devem condicionar toda a sua actuação por instrucções do partido não sendo mais que meros instrumentos da vontade colectiva dos orgãos do partido. Agradecemos a RC a sovietização e colectivização do partido em prol do interesse colectivo que por acaso é ele que o define... Continuando RC têm um estilo muito particular de discursar e de fazer política, o estilo Zé Colmeia, dando urros e grunhos sempre que pressente alguma ameaça, por mais ridícula ou pequena que seja mas ficando na Caverna dormitando quando é necessário fazer oposição, saindo poucas vezes para dar uns urros e apanhar um solzinho ao mesmo tempo que lança umas larachas fracotas como a do Simplex, que foi aliás o ponto alto da sua intervenção, entre idas e voltas de Bruxelas.

Sobre RC pouco mais há a dizer, chavões como estou ao serviço do partido etc... num partido conhecido e afamado pela sua fraqueza interior que sempre foi compensada por lideranças fortes e centralizadoras mas que fracas permitem que venha ao de cima o pior que o CDS têm que são os militantes que se entregam a querelas internas e zangas de caciques com a maior das facilidades contribuindo a largos passos para o regresso ao taxí quer com o presente estado de animo quer com a presente liderança.

A "oposição" à liderança porta-se de forma inadmissível com raras excepções. Basicamente os Telmos e outros decidiram agarrar-se ao tacho em ´S.Bento, a vida está dificil e o CV não têm sido melhorado desde o grande dia em que se entrou na Assembleia, alias nem anda para isso, isto de trabalho a seria sem faltas certas, mini-férias, interrupções de 2 meses no verão e etc, não é fácil de encontrar no sector privado. É que há gente esperta, o melhor e deixar o RC queimar-se enquanto se mandam uns bitates. Tristemente e ao contrário do que uns julgam não é Paulo Portaas que quer voltar à liderança do CDS mas sim o contrário. PPortas têm outros planos mais a longo prazo e que passaram caso se mantenha o presente estado de coisas pela criação de uma nova força política que venha, de nome e de direito substituir o decrépito CDS. Numa coisa RC têm razão quem se opõe sistematicamente á Direcção e pratica uma guerrilha interna endémica deve vir a terreiro dar a cara e mostrar o seu projecto e colocar o mesmo a discussão no partido, não deve entrar por meias palavras e discursos que ora demasiado críticos ora demasiado solidários e contentes com a liderança do partido.

Terminando, o congresso lembrou o de outros tempos, com amuos e birrinhas, com ameaças, só faltou a saida de cena do Monteiro para que a sequela se assemelha-se demasiadamente à versão original.

A este tema voltaremos...e ao do PSD também oh Dr. AOC, nomeadamente das eleições com candidato único melhor disputadas de sempre!...

MI nombre es Castro... Ribeiro e Castro

Bem sei que o título causará alguns arrepios ao meu caro DML. Ainda assim, ao assistir durante a noite de ontem aos discursos do Presidente do CDS-PP, e da chamada minoria de bloqueio (Pires de Lima, Telmo Correia e Nuno Melo) não pude deixar de pensar como os partidos políticos em Portugal são cruéis com quem os governa.

Lembrei-me daquilo que, no PSD, fizeram com Fernando Nogueira, um dos delfins do Prof. Cavaco Silva, e que foi trucidado pela máquina do PSD, comandada com mestria desde então por Dias Loureiro e Marques Mendes. São estes que permitem qualquer um ser ou não Presidente do PSD.

Ora, no PP, é o próprio PP (Paulo Portas) que comanda os destinos do Partido. Obrigando um bom samaritano ( e não ponho em causa as ideias e valores que defende) a vir para a frente de um Partido sem ideologia, sem propostas, sem rumo, sem líder.

É claro para toda a sociedade portuguesa que o grupo parlamentar do PP tem refêm o Sr. Castro. E vão continuar a ter. Independemente de votações mais ou menos expressivas. Independentemente de declarações mais ou menos inflamadas de Maria José NP ou Lobo Xavier.

E mesmo adoptando uma postura "castrista", no sentido de que ou se está comigo ou se está contra mim, muito pouco democrata cristã.

É triste ver uma pessoa a tentar comandar um destino que o ultrapassa... e não aceitando as coisas como elas são, ou seja, o CDS PP não existe enquanto Paulo Portas não o quiser comandar ou deixar comandar.

Esta é a mensagem que os três apaniguados de PP fizeram passar, e que os votos transpareceram.

Pena é que no fim do Congresso, Castro não tenha batido com a porta e viajado para o seu endereço final... Bruxelas.

sexta-feira, maio 05, 2006

Paula Bobone

Uma breve nota geográfica, o nome verdadeiro do País que se chama impropriamente República Checa é Chéquia.

Usar República Checa é apelidar um país pela sua forma de Estado.

Pela mesma ordem de ideias Portugal deixaria de existir sendo rebaptizado por República Portuguesa and so on...

O que é simplesmente absurdo, deve-se definir o nome de um país com base na área que ocupam mas e não da relação entre a sua forma de Estado e sua relação com a terra que ocupam.

Em suma non sense!!!!!!!!

Maquiavelismo Barato

Não resisto em aditar umas considerações ao post do meu co-bloger. O tema é simplesmente irresistível... O Engº propõe-se a penalizar os casais sem filhos no IRS. Bem que o IRS é penalizador em relação aos casais é já ponto assente, os direitos constitucionais da família e protecção desta infelizmente vêm a chocar com pequenas manigâncias como são a receita fiscal ou outras, ou seja com o vil metal. A constituição laica é neste estado sacrossanta mas claro...com limites muito peculiares.

Enfim adiante, a penalização dos casais sem filhos é simplesmente cretina e não se compagina com a instituição do casamento civil ou católico. A procriação é uma finalidade do casamento católico mas não é nenhum imperativo, nem mesmo para os católicos. Para o casamento civil então nem se fala a comunhão estável de vida, mesa e cama não implica a criação de pequenos rebentos em caso algum. O Engº é perverso, a prossecução e assalto ao casamento e à família são diárias, contudo prejudicar quem de livre direito e no exercício de uma opção pessoal e conjunta decide não ter filhos é simplesmente de má fé e de intenções torpes.

De má fé pois quase que obriga as pessoas, a ameaça de arma, ou de fisco a terem filhos ou então a declararem situações extremas como impotência, estirilidade etc... que para além de serem intromissivas implicam um violar dos segredos de alcofa são pura e simplesmente estúpidas e ilógicas.`

Continuando é de facto vil e torpe a intenção que para além das verdadeiras razões de fundo vêm sob o manto da promoção da natalidade problema esse sim grave na sociedade portuguesa. Por curiosidade a idade média do português cifra-se em 40 anos (aprox) , a de outros países na UE como a Chéquia (verdadeiro nome para a República Checa) é de 35, tal como para a Espanha. Assim sob a melhor das intenções, já de si por meios ínvios, escalpelizados pelo Dr. AOC vêm já a caça à receita fácil sob um pretexto estúpido e abusador mas fácil de contabilizar.

Por dinheiro prova o Engº vale tudo. Por uma boa foto idem. Obviamente o Engº não vê mais vida para além da receita a não ser a própria receita fiscal. Vale tudo para combater o deficit, atropelar conceitos sacros da sociedade, ser especialmente perverso, aproveitar todo e qualquer pretexto para sacar dinheiro aos contribuintes, sacrificar o interesse nacional etc... tudo claro menos as receitas extraordinárias, é mais das estranhas taras do Engº e sua corte de aduladores.

Penalização à não natalidade

Notícia de hoje in www.tsf.pt: "Governo procura incentivar a natalidade através de penalização no regime do IRS sobre os casais que não tenham filhos".

Há qualquer coisa que me escapa, mas deve ser deficiência em compreender frases e determinado léxico. Quando eu aprendi português com a minha professora primária, existia uma diferença entre um incentivo e uma penalização.

Quando se incentiva, concede-se a alguém alguma coisa, desde que se encontram cumpridos determinados requisitos. E penaliza-se quando alguém faça algo que o Estado/sociedade entenda ser prejudicial ao bem comum.

O governo do Eng. Pinto de Sousa tem outro entendimento: "Nós incentivamos penalizando aqueles que não possuem determinados requisitos." Ora pois... é a história do ovo e da galinha. Ou melhor, é mais uma forma habilidosa de passar uma mensagem negativa num pacote cor-de-rosa.

Defendemos a natalidade, abusando daqueles que, livremente escolheram não ter/ainda não ter filhos. No fundo não incentivamos ninguem a ter filhos, através da concessão de um benefício fiscal. Sacamos é mais através dos impostos a todos aqueles que optaram em não ter filhos.

Uns pagam o mesmo (demasiado) e têm filhos. Outros pagam ainda mais e não têm filhos.

É preciso é continuar a sacar!

P.S. Gostaria de deixar uma pergunta: E os solteiros que adoptam um filho? Pagam o mesmo, ou pagam menos... no fundo não existe a figura do casal... enfim dúvidas que só uma medida pensada por descerebrados e ladrões poderia causar.

quinta-feira, maio 04, 2006

O regresso do Carioca!!

Pois é para tristeza mútua do leitor que se fustiga a si mesmo com a leitura destas linhas escritas com a pueril paixão dos 26 acabados por fazer, ele voltou depois de périplo anunciado por Dr. AOC em praias de Copacabana e ainda melhor, de Ipanema.

Tantos tópicos pululam no espírito do regressado e mentalmente ressuscitado Lázaro que um só post não serviria.

Em prol da criação de intimidade nestas linhas com o leitor de forma a que ele julge de forma mais abonatória o seu estilo crú e muitas vezes não revisto resolvemos tratar em primeiro lugar da paixão que o mesmo nutre pelo Rio de Janeiro.

O Rio é uma cidade especial, os seus picos que cortam a paisagem urbana caractreristica de qualquer metrópole e que tornam a sua construcção sui generis, a sua mistura de pessoas de diferentes níveis e classes sociais, a beleza de suas praias a sua flora e fauna (feminina) etc... podiam justificar um post interminável que por ventura esgotaria rapidamente o exíguo léxico do autor do seu elogio e que seria de pouco para descrever a bela cidade que como tudo têm o seu lado menos belo.

Fruto de seu relevo e geografia, o Rio têm uma traça única, está tudo à vista... Não somente a pobreza individualizada ilustrada pelos que dormem nas ruas de Copacabana ou do Leblon, mas também e mais interessante para o post a generalizada ou seja da Avenida Vieira de Souto com seus condomínios luxuosos perscutam-se diversas favelas, sucedendo o mesmo em relação às favelas. Uma estranha cumplicidade parece envolver os seus habitantes que ignoram estas desigualdades, no Rio temos perfeita noção que a paz social é estabelecidada de uma forma muito peculiar, a riqueza de uma habitação ou de um estilo de vida é admissível se não for ostentatório, trajes demasiado berrantes chamam a atenção, carros demasiado vistosos ibidem, os que optam por agir e ostentar desta forma têm plena consciência a posse destes bens levam a que se tornem alvo de criminosos. O contrário sucede também...bandido demasiado violento ou ganancioso será sempre apanhado e provavelmente abatido pelas forças de segurança.

Não são estas as caracteristicas que me atraem no Rio, mas essas ao menos em parte guardo-as para mim.

Aproveitando a América do Sul e o escaldante tema do petróleo chamamos a atenção à revolução Boliviana do "Cocalero" Evo Moralles. Parece que na Bolivia o Evo sem gravata entendeu que as riquezas naturais deviam ser do Estado de forma a que todos possam beneficiar das mesmas. Evo-ine, discípulo de Lenine lança o já comum programa de apropriação dos diversos sectores da economia pelo Estado. Mais nacionalizações se seguiram de acordo com Evo-ine.

Ahhh pena o Vasco Gonçalves não ser vivo para ver que a sua herança perdura, num campeonato de Gonçalvismo radical o despique seria até ao último minuto. A retórica do "cocalero" é a já costumeira dos Robin Hood's de esquerda, vamos roubar aos ricos para dar aos pobres. Na prática claro o que se consegue é tornar os ricos pobres e os pobres mais pobres ou tão pobres como os ricos. Nada de novo, nada antes visto, nada que não tenha um final brutal e sanguinolento sem dúvida. Estranho que o Evo e Chavez vendam e ponham em prática a sua nauseabunda e putrefacta doutrina marxista em países ricos em petróleo no preciso momento em que o crude ultrapassa máximos históricos.

Meus senhores é a Globalização no seu melhor, as políticas que conduziram a breve trecho à ruína e empobvrecimento desses paises são financiadas por dólares americanos... O momento político na América do Sul é merecedor de atenção, o Chile, Argentina, Bolívia e Venuzuela cairam nas mãos de governos que embora sendo democraticamente eleitos somente contribuiram para a disseminação da pobreza de uma forma democrática levando a médio prazo à falência do modelo democrático e a que os militares ou outros grupos venham tomar em mãos o poder. Tal pode não ser verdadeiro no Chile ou na Argentina mas na Bolívia e Venuzuela inchadas pelos petro dólares será somente uma questão de tempo...

Democracia implica maturidade e responsabilidade na escolha, os mesmos que criticam a mínima língua de populismo de direita são os que vibram com os discursos de Evine ou Chavsky!

Lembrem-se do Chile em '73, depois do devaneio de Chavsky e Evine (perdão mas adoro a expressão) uma ditadura militar a la Pinochet virá mesmo a calhar...

quarta-feira, maio 03, 2006

Irão ou Iraque? EUA ou Europa?

O caro internauta provavelmente estará a pensar o porquê deste título, mas ele, como se verá, é auto-explicativo. Basta relacionar... No entanto, peço lhe que antes que pare para pensar, leia.

Encontramo-nos neste momento, com uma das situações mais explosivas e perigosas das últimas décadas no Médio Oriente. A situação do Irão é apenas aquela que nos permite colocar uma face, e uma país, no centro dos nossos medos. Mas a verdade é que por todos os país daquela zona, não se respira um vento favorável de democracia e prosperidade... antes pelo contrário.

Se os regimes moderados do Egipto e da Jordânia encontram-se num semi-impasse, uma vez que todos os dias os seus regimes sofrem maior pressão por parte dos líderes religiosos para tomar posições cada vez mais duras contra os regimes e posições ocidentais (nomeadamente americanas), nos restantes países da região a situação social e política não é melhor. Iraque em clima de tensão, com constantes ataques terroristas, ainda que acredite que o pior já passou. A Palestina com um governo terrorista disfarçado. Israel com um poder político em busca de afirmação. A Arábia Saudita no mais cruel das encruzilhadas: riqueza mas um descontentamento religioso que pode pressionar mudanças no espaço de uma geração.

E o Irão...

O Irão, como se vê, é apenas mais um. É verdade que procura energia nuclear e entende que é seu direito as obter e desenvolver. No entanto, e devido ao equilíbrio (alguns dirão desiquilíbrio) presente na zona, este direito é negado.

Mas convém dizer... é negado por nós. Europeus. É claro que os Americanos também não querem, nem deixarão que a Arma caia nas mãos erradas, mas desde à vários anos (nomeadamente desde a eleição do actual presidente iraniano), este dossier foi entregue à Europa. Cabia a ela, conseguir "dominar" os desejos do Irão, e dos Xiitas.

O que verificamos, no impasse vivido no momento, é a falta de respostas da Europa. Tendo uma abordagem compreensiva e aberta com o regime iraniano, não obteve qualquer benefício nesta actuação, tendo sido manipulada da mesma forma como os Americanos o foram no Iraque até ao início da 2ª Guerra do Golfo.

Aqui se encontram as semelhanças... Situações onde países com a mesma matriz ideológica, baseada na liberdade, democracia e liberdade de confissão religiosa, chocam com países que têm uma matriz em tudo oposta. E abordam o problema de maneira diferente.

Penso que ainda é cedo para verificar como a situação do Iraque se irá desenvolver, no entanto, e desde já, me parece que não apresente tão graves problemas como o Irão. Aqui não existe acordo na ONU (até porque a Rússia e a China, também não partilham integralmente os referidos valores), nem a potencialidade de uma actuação unilateral por falta de meios (e de interesse)por parte do EUA.

Resta saber... estamos todos preparados para dar as boas vindas a mais um membro dos países com arma nuclear?

terça-feira, maio 02, 2006

Segurança Social ou falta de decisões estratégicas?

Confesso que não ouvi o debate no Parlamento onde o PM Pinto de Sousa resolveu apresentar um conjunto de medidas que no fundo visam sacar mais a quem está agora a trabalhar, não retirando um milímetro àqueles que continuam a ganhar multiplas pensões do Estado, por terem estado na CGD, no BP, ou na AR e Governo durante uns anitos.

Mas, no sentido de me esclarecer, resolvi ver o debate prós e contras de 2ªa feira. As minhas conclusões são as óbvias...

Se todos estão de acordo em que se devem penalizar as reformas antecipadas, que se deve "obrigar" na medida em que a entidade patronal o aceite, o trabalho até mais tarde, nomeadamente até depois dos 65 anos, porque é que se considera este tema fracturante?

4 pessoas de diferentes quadrantes políticos. Todas com opiniões relativamente concordantes face às medidas do governo. É este o amplo debate que a sociedade portuguesa merece?

Mas... que ouço eu... um dos participantes a por em causa o timing? A dizer que a Segurança Social sem crescimento económico é dar dinheiro a quem não o produz não exigindo nada em troca...

Este homem deve estar louco... então mas não estavam todos de acordo?????

"De facto, pôr em causa o TGV, a OTA, as SCUTs... quem o Sr. pensa que é?"

"Pensamento único na sociedade una" - Semelhanças de Salazar no Ministro Vieira da Silva.

Peço apenas ao internauta, que pense nas seguintes questões:

- Até quando poderemos pagar subsídios de desemprego a quem trabalhou 6 meses?

- Até quando os quadros das instituições supra referidas, poderão continuar a recebê-las? Qual a legitimidade de pedir esforços a todos se, dentre eles, existe quem não o tem de fazer?

- Até quando poderemos continuar a não aumentar a idade da reforma? De forma clara e objectiva? e não atraves de penalizações e instrumentos burocráticos que não enganam nem o careca?

- Em suma, até quando poderemos tomar decisões estratégicas que consomem grande parte do plano de investimentos de um governo, durante décadas, sem existir um acordo entre partidos de governo?

- Será aceitável investir em infra-estruturas vagamente necessárias para o país, e não utilizar os recursos no sentido de reformular toda a organização do Estado em Portugal?


Se o problema está no Estado (e parece ser essa a questão, uma vez que as empresas privadas de sucesso continuam a dar lucros incalculáveis), ataque-se o Estado. Não a segurança social que é de todos, e para a qual todos contribuimos. Se ela está mal calculada nos seus três eixos fundamentais, que se reorganizem os eixos. Que se invistam em políticas de natalidade. Que se alterem as fórmulas de cálculo das pensões.

Estamos todos de acordo. O problema é o que acontece depois. O dinheiro poupado não pode ser desbaratado em mais pontes que não servem ninguem, em feiras que se transformam em casinos, em estádios que estão na segunda divisão, ou em aeroportos ou caminhos de ferro que não tem nenhum, repito, nenhum impacto na economia nacional. Gastamos biliões para possibilitar reduzir em 30 minutos a distância entre duas cidades.

Quantas pessoas tiveram que trabalhar mais anos, reformar-se mais cedo, ou fechar fraudulentamente as suas empresas para que o Estado se possa vangloriar das suas conquistas de Piro?