Espaço de crítica tendencialmente destrutiva

terça-feira, setembro 25, 2007

Apontamentos

i) Eleições no PSD II

Parece que Menezes está apostado em enlamear tudo o que toda, mesmo antes das eleições. Note o bom leitor que eu antes votaria num animal, doméstico ou não que no autarca de Gaia. Não que o termo de comparação seja justo ou mesmo comparável pois os animais não têm nem personalidade jurídica nem capacidade de exercício contudo serve somente o propósito de ilustrar o meu desagrado com o funesto político. Já antes de ir a votos se prepara para destruir toda e qualquer credibilidade ao vencedor futuro, alegando fraudes e preparando petições e providências judiciais.

Fica a questão e no princípio que se realizará o acto, se Menezes for vencedor, qual a sua legitimidade? A do vencedor de umas eleições "fraudulentas"? Enfim, qualquer que seja o resultado é evidente que o descrédito será evidente, para qualquer um dos candidatos. É caso para dizer que o PSD continua numa rota de auto-destruição infligida a si próprio e com a ajudinha dos spin doctors dos media socialistas.

ii) O rotativismo ao seu melhor

Parece que um obscuro decreto de 1994 concede o exclusivo da concessão de travessias rodoviárias a jusante da actual ponte de Vila Franca de Xira à Lusoponte. O decreto data dos tempos do saudoso Professor de Boliqueime e continuou em vigor até aos dias de hoje. Atroz! Escândalo! Vergonha! ! Bradam os diversos sectores da opinião pública com a respectiva indignação.

Nada de novo muito antes pelo contrário, situações destas só teram tendência a multiplicarem-se uma vez que desde muito antes de 1994 os diversos governos e primeiros ministros fizeram gala em serem displicentes com o interesse público. Que compensações para os cidadãos advem da concessão do exclusivo aquela concessionária? Aposto que nenhuns, ou pior, ainda sairá dos nossos bolsos o pagamento de qualquer indemnização.

Novidade? Julgo que não, o governo PS de Guterres, aquele que derrapou a Ponte Vasco da Gama como poucos sabia há muito que o exclusivo havia sido concedido e alertou, ou corrigiu a deficiente negociação do PSD? Nada disso, alias nem um pio. A manietação do novo aeroporto vai mais funda e mexe com mais interesses? Estará a Lusoponte nos contribuintes para o Estudo de Alcochete? Que agendas se escondem? Uma coisa é certa muita coisa roda debaixo da mesa nos dias de hoje!...

E por hoje é tudo!

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quinta-feira, setembro 20, 2007

Aí o Monstro e afins!!!

i) ainda o Monstro

O bom leitor poderá acusar o autor destas linhas de fixação fiscal e com a aberração em que se tornou o nosso Estado, não coisa deste governo, nem do anterior mas sim antes do desgoverno que vive Portugal há anos em razão de ser um pais sem rumo e que circula a reboque de Bruxelas e dos ventos que daí sopram.

O sucesso da consolidação orçamental como dizem os chavistas governamentais é um enorme flop e é feito às custas não de sacrifícios ou de poupanças no que verdadeiramente interessa, os custos com pessoal e de funcionamento do monstro, leia-se a mama, mas antes à custa daqueles que o Estado deve servir ou seja os seus cidadãos, mais alguns que outros por certo. Continuando é factor de regozijo que o deficit se situe dentro do orçado e que o Ministério da Extorsão consiga cumprir com os seus objectivos.

Ora vejamos pois em revista os seus números, começando pelas despesas, aumentos com pessoal e despesas correntes 3,2% mais. Despesas de capital diminuidas mas em -0.7. Passando à receita, crescimento de 8% na receita fiscal, e se quisermos detalhar 14.2% sobre os impostos directos (IRS e IRC) e 4.4% sobre os indirectos (IVA, ISP e o infame Imposto do Selo). Sendo justo cumpre referir que parte, não detalhada no relatório da DGO que parte destas despesas são motivadas por transferências para SNS, Seg Social e Autarquias Locais.

Ou seja continuamos no alegre caminho já antes reiteradamente aqui abordado, o de que a consolidação orçamental é feita às custas de sucessivos aumentos da carga fiscal sobre os contribuintes. Alias o exponencial aumento destas receitas ultrapassa o expectável de melhores métodos de gestão e motivação na DGCI, o que se passa sucessivamente e por anos a fio e especial pendor neste governo é pura e simplesmente que a cobrança de impostos é o único meio que o monstro conhece para emagrecer.
É contraditória a afirmação? Metaforizando, o monstro continua cada vez mais balofo mas ao menos tem umas calças mais largas. Belo trabalho.

Já agora viu o PRACE? O desígnio estratégico e linha condutora deste Governo? Pois ele «anda ai».

ii) Dieta-Liberal

O monstro ao invés do que pintam os spin doctors socialista continua a aumentar desde 2000 pelo menos a sua voraz despesa, não obstante as cosméticas e propaganda, resultado mais impostos, em campanha eleitoral promessas, sucessivamente mais impostos. Têm sido este o guião da história até hoje e especialmente desde o segundo mandato de Guterres, aquele que terminou com o pântano ou o atoleiro de M.... se preferirem.

Reformas, reformas, reformas ad nauseam, têm sido o ensejo de sucessivo de diversas oposições e governos, «promisses, promisses» como dizem os britânicos, contudo em bom rigor a verdade é que já desde os tempos do Eça a conversa é esta e provavelmente assim o continuará. Um sinal de esperança ao qual voltaremos adiante é uma alteração no discurso, ao menos de Marques Mendes que como salienta Pacheco Pereira colocou a palavra liberalismo e desregulação de novo na agenda política, por mais efémera que seja a sua continuidade.

Solução, além de uma alteração no politiquês, ou seja nos chavões dos dirigentes e da velha cançoneta de atrair os melhores para a política é algo que Sarkozy se encontra a promover, seja por necessidade e insustentabilidade do presente "modelo Europeu", seja por convição própria, seja por que motivo for, a necessidade de um novo Contrato Social.

Contrato Social é o instrumento que liga o cidadão ao Estado e que serve de cartilha de direitos e deveres de ambas as partes. O estado existe para servir o indivíduo e não o inverso, assim como que um indivíduo não deve ser escravo do estado e dentro da paz social por este garantida deve prosseguir a sua vida. Ora como muitas vezes ao longo da história o que começa com boas intenções facilmente descamba e o estado social de modelo europeu não é diverso. Nos dias de hoje o estado transforma-se crescentemente num escolho à vivência quotidiana do indivíduo, privando-o de maiores e maiores rendimentos mas também impondo-lhe um excesso de regulamentação e obrigações, a par de lhe oferecer a troco serviços de péssima qualidade.

Evidência do falhanço deste modelo em Portugal é o facto de que a situação se torna crescentemente insustentável e somente pela via repressiva, dos impostos, da regulamentação que compele os indivíduos a adoptarem planos públicos de segurança social ou a financiarem um serviço de saude a grande sacrifício é que o status quo se consegue manter. Alias e como escrevi anteriormente, é paradoxal vermos que anos e anos de socialismo e alegre caminhada neste sentido, com um aumento crescente de funções do estado resultam somente em maiores desigualdades e numa divergência em relação à Europam e desta aos Estados Unidos. Ninguem para para perguntar isto ou seja só há este caminho?

A resposta é não, há outro caminho, custuso sem dúvida, impopular, talvez mas também desejado por cada vez mais pessoas, o de um estado menor, que seja um parceiro e uma máquina ao serviço do ser humano, que promova a sua dignidade proporcionando melhores condições de vida e que lhe permita realizar-se plenamente. Não digo que deixemos de proporcionar saude e educação para as pessoas por exemplo, mas também é necessário que tais sejam sustentáveis e razoáveis, que quem não usufrui destes serviços não deve ser pagador destes em dobro, de que o Estado redefina e cumpra certas funções e que deixe à sociedade o que é seu. Mas acima de tudo que se inverta na cabeça de luminárias políticas como a de Sócrates que o socialismo é intrinsecamente errado e que a deriva regulamentar somente contribui para a inversão do paradigma ou seja ao invés de ser o Estado ao serviço do indivíduo, é este que deve servir e suportar os excessos daquele.

Em suma: um New Deal Europeu

iii)Eleições no PSD

Se tivesse de fazer uma escolha nas eleições internas que se avizinham votaria Marques Mendes. Não apenas pela péssima qualidade de Meneses, cujo discurso é errático e "catch all" mas sem qualquer coerência, mas também porque e como salientou Pacheco Pereira há ou começa a ver-se uma pequeníssima inversão no discurso dominante, entrando a palavra liberalismo económico no léxico mas também por este ter um pensamento mais coerente, estruturado e defender uma baixa de impostos. Como ontem se referia na "Quadratura do Círculo" é frequentemente apelidado de irresponsável quem defende esta via, contudo quem defende mais e onerosas políticas sociais de resultados duvidosos ou investimentos faraónicos a expensas do erário público é visto como virtuoso. Além da cosmética que é óbvia realizada pela central de comunicação do Governo, é notório que já se viu como Meneses e Sócrates querem continuar a promover o rotativismo chavista dos dias de hoje, ou seja, através de umas esmolas a bom tempo para capitalizar a populaça ao voto.

Prova da incongruência de Meneses, a sua afirmação sobre os professores não colocados, a par de defender um corte na despesa, ou seja admitir os 40,000 imberbes a par de cortar na despesa, é somente um exemplo de diversas contradições, ontem afloradas na peça Ill uomo mobile escrita por Graça Moura no DN.

Meneses não me agrada, pessoalmente e por ser clara a inconsistência do seu pensamento político do qual não se conhecem grandes ideias, além de ser o "politicão" caciqueiro e ronceiro que é mais do mesmo. Alias e sobre o mesmo há que notar a sua pequena atitude para como Rui Rio, do qual aproveita toda e qualquer oportunidade para denegrir por representar a nemesis ao seu chavismo social democrata.
Marques Mendes não é grande alternativa, contudo é bastante melhor e inspirador de confiança que Meneses. Aos eleitores do PSD é dada a palavra, ficando contudo meu contributo na esteira do artigo de AOC.

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sexta-feira, setembro 14, 2007

O PSD

A 15 dias das eleições directas para a Presidência do PSD, resolvi que estava na altura de me armar em Z'ndinga, e portanto o vencedor das directas será...aquele que já lá está.

A maioria (para não dizer a totalidade) dos caros leitores provavelmente tem a mesma opinião.

No entanto gostaria de deixar uma questão: alguém sabe o que o Dr. Marques Mendes defende para o país? Qual a sua ideia sobre a educação, saúde, segurança social, justiça ou mesmo sobre a cor preferida ou prato predilecto?

Nada. Do lider do PSD, representativo de no mínimo 28% dos votantes, sabemos 0.

O seu oponente, morto politicamente deste a célebre frase "sulistas, elitistas e liberais" tem ideias e tem demonstrado trabalho na 3 maior camara do país, mas não chega para ressuscitar ninguém.

Durante semanas a fio, atacam-se pessoalmente e politicamente sem que ninguém esteja a prestar atenção. Ganhará o mais fraco, aquele que perderá em 2009. Depois outro perdedor virá, até 2011 onde alguem com pulso pegará no partido para liderar 10 anos.

É a história do costume. E vai acontecer outra vez.

No entanto e ainda que ache que tal vai acontecer, julgo muito perigoso e indesejável manter este primeiro ministro no poder. A sua sede de protagonismo e poder poderá afectar o equilíbrio (já de si tenue) do estado de direito democrático e a influência que a Esquerda vem desenvolvendo no país podendo tornar-se insustentável e só resolvida através de um novo movimento político ou partidário que exigirá uma nova constituição reguladora e não restritiva.

Espero enganar-me na previsão e que Portugal renasça.

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O pais das Maravilhas

i) Viva o Cabo

Os casos mais badalados do momento ultrapassaram todas as fronteiras do pudor, decência, moral e bons costumes. Em ambos os casos vemos a mãozinha do show-news, ou seja de que a realidade noticiosa deve ser uma constante excitação, uma catadupa de novidades e sentimentos que empolgam o espectador. Por oposição na última semana tenho visto o noticiário da TVE internacional que além de ser muito mais sóbrio e tranquilo não contem todo o género de menções rolantes em rodapé a toda a hora, com informações inúteis e trocadilhos verbais. Só para começar. Conhecendo o nível de ileteracia dos nativos questiono-me se a população consegue acompanhar tanta informação ao mesmo tempo, desde o jornalista e as imagens ao texto rolante, ao tempo, às horas e a outras coisas...

Continuando, sobriedade e seriedade são duas caracteristicas que não distrinçamos na cobertura noticiosa, desde logo porque os nativos são avessos a isso, contudo o que espanta mais é o tom das notícias, as intervenções dos jornalistas que sem pejo ou dignidade deontológica manipulam ou repetem ad nauseam factos mastigados e sentimentos como "os habitantes de Rothley" ou a população do Reino Unido, entre outros factos de suprema importância como a opinião dos indígenas da pérfida Albion sobre a polícia portuguesa, os métodos de investigação e toda uma pleiade de factos irrelevantes.

Já o caso Scolari é um remake de muitos outros, ou seja como um pequeno facto pode tornar-se um ponto de partida para uma discussão sobre tudo, culminando numa discussão sobre tudo e mais alguma coisa e sem qualquer ponto ou interesse palpável. Prova, a SIC colocou a meio do telejornal um painel de comentadores desportivos para comentar a soberba importância do acto.

É consabido que os media portugueses vivem virados para dentro, para a polémica de paróquia, da lana caprina e para a aldeia, são media mais vocacionados para alimentar problemáticas estéreis repetindo as mesmas coisas até à exaustão ao invés de alimentarem um culto de seriedade noticiosa. Ademais a ignorância dos portadores de notícias, aliada a estratégias de comunicação cuidadosamente orquestradas colocam o pais à beira do estrangulamento intelectual e numa autofagia sentimental que em ultima instância, além de não servir qualquer propósito digno e honroso, deprime e pior manipula grotescamente realidades ou eventos que deveriam ser tratados com sobriedade e síntese.

Sou oposto a qualquer entidade de regulação de conteúdos noticiosos ou outros, alias é aos tribunais que compete a defesa e delimitação dos direitos que se encontram fundamentalmente assegurados, obviamente que numa sociedade de informação instantânea e imediata a morosidade da justiça não é um ponto a seu favor contudo a imposição pela via administrativa de conteúdos através da Entidade da Propaganda (ERC) é soez, atroz e acima de tudo totalitária pois toda gente conhece em Portugal que quanto mais puro e límpidos são os princípios da carta constituitiva mais suja, politizada e "compadria" é a prática.
Assim e posto este introito, acho que os jornalistas devem meter a mão na consciência quando falam de auto-regulação uma vez que o tratamento de Casos como o de Maddie ou de Scolari levam-nos às palavras de Afonso Costa, de que é preciso «proteger o povo do povo». Enfim Deus sabe no que isso deu...

Em suma e como vivemos no pais das maravilhas: Viva a TV CAbo que vai passar a 106 canais...

ii) Manifesto de Sócrates

Sócrates e sua corte reescrevem a modernidade a jeito de Marinetti. As máquinas e laboração mecânica são substituidas pela internet. A velha retórica substituida por galicismos ingleses como o e-governament entre outros, enfim e todo um pais que progride sob a batuta do engenheiro que faz peelings sucessivos à Lusa patria.

Fica a insidiosa questão, terá sido do Inglês técnico da Universidade?

Desde os tempos de Eça que estratégias como as de Sócrates eram sobejamente conhecidas, antes fora o caminho de ferro hoje a internet. A modernidade portuguesa não é a de transformar os analfabetos em menos analfabetos, ou dar valências profissionais às pessoas de maneira a que possam singrar na vida e serem elementos contribuitivos da sociedade. Ao invés apostamos numa cosmética de formações profissionais que além de colherem milhões de euros anualmente pouco adiantam, investir obras megalómanas e desproporcionais às necessidades do pais ao mesmo tempo que as infraestruturas elementares continuam a demonstrar carências várias e ainda de apoiar a natalidade com 20€ por mês de subsidio e de permitir abortos à pala para todas as meninas e meninos que não sabem o que são métodos contraceptivos. Se for diabético, insuficiente renal ou simplesmente um doente paga as 2000 taxetas que se inventam no Serviço nacional de saude, se for pro aborto é "grates".

A modernidade nacional padece de um mal estrutural à partida, o de que se querem construir casas pelo telhado, ou simplesmente o de lançar projectos faraónicos num pais que é mais pobre e atrasado que os restantes da Europa. Prova cabal o nosso nivel de rendimentos per capita e outros indicadores como os da educação. Curiosamente não vemos os primeiros ministros dos paises de leste preocupados com TGV's e OTA's mas antes com o dinamismo económico e em minimizar o estado, cobrar menos impostos e oferecer boa educação, valorizando o mérito e não praticando uma apologia contra a riqueza. Em Portugal ao invés há uma busca incessante pela mediocridade, por baixar as expectativas e por estar à espera do amanhã.

É curioso notar que nos últimos 20 anos a carga fiscal têm aumentado paulatinamente, assim como as receitas do Estado, ao mesmo tempo as desigualdades são já as maiores da Europa dos 15, o "fosso" entre ricos e pobres aumenta, e no entanto continuamos a nossa marcha para o socialismo, continuando a pagar cada vez mais e mais vezes a mesma coisa, Saude, educação etc... Posto isto qual o caminho adoptado, o da modernidade ou seja computadores a rodos, internet pra todos, mesmo que nada mude a cosmética sempre conta para alguma coisa. Creches pra todos em 2010, inglês para as escolas, subsidios maiores para os desfavorecidos, novas oportunidades, ota e tgv. Alguma destas medidas é estrutural e conseguirá colocar o pais no bom caminho?

Achamos que não, alem de que a única modernidade que se alcançará será a pobreza moderna, por oposição à pobreza novecentista, por oposição à pobreza oitocentista. E dai em diante até aos tempos do Viriato. Quando entenderam os sobas que não é com modernidades à pressão que se vai lá mas antes com crescimento sustentado e ponderado alicerçado em estratégias realistas?

Já agora e o PRACE, alguem o viu? Pois é golpada, venha mais uma caixa de PC's para moimenta da beira!?

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quinta-feira, setembro 13, 2007

"É a cinco euros... a cinco euros"

Parece que acusaram o governo de fazer propaganda nas escolas...
Meus senhores,
Para ganhar eleições vale tudo, vale o governo colocar-se em posição para fingir resolver todos os problemas, beneficiar todos aqueles que valem votos e assim preparar a próxima maioria absoluta.
- 70.000 pessoas inscritas para que o Estado lhe dê (ou ajude a comprar) um computador portátil?
- Adiamento da reforma da Adm. Pública para 2009 (depois das eleições)?
- Suposta baixa de impostos em ano de eleições?
- Estado a negociar com instituições bancárias as ajudas a prestar à Maconde (empresa que, a curto prazo, irá com toda a certeza falir)?
Pergunto-me se os nossos governantes sabem efectivamente governar. Se sabem o que ter vergonha na cara.
Não sabem, nem querem saber. Querem ganhar a todo o custo, aumentando "encapossadamente" os impostos sobre os trabalhadores, as contribuições para a Segurança Social, etc.
E a oposição?
Essa está perdida em combate e nem sequer diz o óbvio. O Governo está a comprar votos, da mesma forma que o Major Valentim o faz, através das torradeiras que oferece.
O que deve ser dito, é que enquanto todos nós pagamos a gasolina mais cara da Europa, a electricidades mais cara da Europa, os impostos mais altos da Europa sem qualquer tipo de retorno, o Governo faz propagando junto dos desfavorecidos com o dinheiro de todos nós.
É a educação da vida. É a educação da "Independente".

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terça-feira, setembro 11, 2007

Cada Pais cada Justiça

Espantam-se os nativos com a condução do "Caso Maddie". Espantam-se com a complexidade, os twists repentinos, a tolerância das autoridades, a existência ou não de vestígios etc... Enfim e como descreve AOC mais uma crónica judiciária. Mais uma vez a impotência ou a complexidade da Justiça são provas do Estado de Direito que temos. Os habituais "bonzos", ou seja desde figuras de estado a dirigentes sindicais, polícias e magistrados lá vêm com a mesma lenga lenga da falta de meios, de homens, das dificuldades disto ou daquilo ou simplesmente do habitual requiem carpideiro que já cansa por ser velho e conhecido.

Sobre a justiça em Portugal tenho uma opinião que já partilhei por diversas vezes, mas mais uma vez a repito, primeiramente a nossa justiça é ao nível do pais, muito embora passe ou queira passar por impoluto, independente e célere muito antes pelo contrário, pelo menos para certo tipo de criminalidade. Impoluta e independente não é por certo, alias como o demonstram as cumplicidades entre políticos e altos funcionários do MP, conforme se infere das escutas do caso Casa Pia ou outras como as famosas escutas de Belém que motivaram já uma alteração de lei à medida e sem exposição de motiações. Da celeridade não vale a pena falar também, basta constatar que há julgamentos que seguem com centenas de sessões ou outros que se arrastam pelas secretarias durante anos e que depois não têm nenhum final digno de menção como o Caso CGTP de desfalque a fundos comunitários que terminou por prescrição.

Assim repito o meu argumento, a justiça é a do pais que temos, se o Estado Português é ineficiente, tremendamente displicente com os interesses públicos e desconfiado do cidadão porque deveria a justiça ser diferente? Pelos seus fins e valores atinentes diram os puros, contudo esta argumentação que já foi a minha esbarra na realidade do pântano ou lodaçal de cumplicidades políticas e partidárias que governa o pais conforme fosse coutada sua exclusiva.

Continuando e demonstrando a evidência de que a Justiça de independente nada ou pouco têm temos a recente ofensiva governamental sobre um sistema de si já fraco, seja através de velhos meios como os Conselhos de Magistratura e do MP que contam sempre com os comissários políticos do PS e PSD nas suas fileiras, seja através de novas peças de legislação que além de inúteis ilustram bem a "manápula" partidária Estatal sobre as forças de investigação, ou seja a lei de política criminal, o novo codigo penal e de processo penal entre outros que impõe constrangimentos vários que servem um propósito claro, o de instrumentalizar a justiça de maneira a proteger os respectivos aparelhos partidários.

Esta claro é a grande Justiça, a dos grandes princípios e dos ilustres magistrados, aquela que arquiva processos de criminalidade fiscal quando os montantes são pagos, a mesma que em anos e anos é tão cega que não vê a corrupção, ou crimes piores que grassam em Portugal enfim, o rol e extenso e já conhecido pelo que repetições apenas e a título ilustrativo temos, o Caso das FP's 25, o Caso Camarate, o Caso Melancia, o Caso Costa Freire, o Caso António Preto entre outros....

Por outro lado existe a outra justiça, a que escapa ao mainstream mediático ou somente aquela que se destina a garantir a paz social mínima, ou seja aos indivíduos viverem em relativa segurança, falamos claro da célere e dura justiça que se aplica ao ladrão de auto-rádios, ao pequeno meliante de supermercado, ao bêbado ao volante, às agressões entre vizinhas, às injúrias, ao toxicodependente, ao rapazola e em resumo ao pobretanas ou aos que não estão aliados à clique do poder por qualquer maneira. Essa sim a grande justiça, impiedosa célere, retumbante e sucedida. Ou seja a justiça dos badamecos que não conseguem contratar um bom advogado para emperrar os processos ou simplesmente e numa visão minimalista a "justiça aplicável aos pobres".

É de esperar outra do Justiça do Pais que temos, de um Estado que tudo controla e regula, que faz inspecções em certos dias para autuar as caixas de fruta dos comerciantes, as máquinas de distribuição de gelo ou outras coisas absurdas como os CD's das discotecas quando a grande criminalidade anda aos tiros e em ajustes de contas ou o pais é um fartar de vilanagem pago com os nossos impostos? Eu cá pessimisticamente acho que não. Alias e terminando este capítulo o paradigma social alterou-se existem vários estados consoante a classe social, aos que simplesmente trabalham e desejam viver uma vida "normal"( como se o conceito existisse!!), somos os alvos priviligiados do Estado "Mama", ou seja aquele que nos mama os impostos, a paciência, a qualidade de vida, tudo em prol dos melhores motivos ou seja o socialismo do melhor, aquele que têm com concepção que as pessoas existem para servir o Estado, seja pelos impostos, seja para alimentar a burocracia. Tudo claro em nome dessa pessoa de bem, há muito defunta.

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segunda-feira, setembro 10, 2007

O caso Maddie

Os caros leitores se calhar estão a pensar que este blog já não é o que era, já não discute política nem o futuro, mas de facto o marasmo é de tal ordem que não há saco para falar dos 50 computadores dados pelo Governo ou das viagens dos PSD's pelo país a fora.

Então sobra a Maddie e o circo mediático (o que eu gosto desta expressão!) que ele revela, e que infelizmente mostra a falência da justiça portuguesa e da investigação criminal e, especialmente, dos media. AH... e uma rapariga desaparecida.

Quanto à investigação criminal e consequentemente quanto justiça portuguesa, pouco há a dizer excepto que ainda vive nos tempos da inquisição. Andou cerca de 4 meses à procura de uma criança que agora julga ter sido morta pelos pais. Revelou a falta de meios e de experiência neste (como noutros) casos. Não transmite segurança e verdade, mas antes desconfiança e secretismo.
Não faz parte da sociedade o que leva que esta também não a veja como interlocutora.

Todos estes erros, prejudicam a imagem da polícia e fragilizam a posição do Estado enquanto garante e protector da paz social.

Para quando um processo aberto? Com conferências de imprensa? Com divulgação de dados e de estados processuais? Com observância das regras internacionais de investigação e do respeito pelos direitos das pessoas?

Se os Mccann são os principais suspeitos é preciso dizer isso ipsis verbis. E dizer com que base é que são suspeitos. Isto não fará com que eles sejam julgados em praça pública, mas antes respeita o princípio da igualdade de armas que se deveria pretender instituir, em todos os momentos, em processo penal.

A Polícia tem uma versão dos factos e divulga-a oficialmente. Os Mccann não o entendem assim e são livres de o demonstrar publicamente, se assim o entenderem.

Não será este um melhor caminho?

Note-se que nem sequer estou a falar do mérito ou demérito da investigação, uma vez que essa "deveria" estar em segredo. Deste modo tudo o que se sabe veio da porta do cavalo,e eu nem sequer gosto desse cheiro.

Se são culpados ou inocentes ainda teremos que esperar por uma eventual acusação e condenação. Mas que a polícia não sabe gerir a informação que dispõe, isso é um facto.

Finalmente os Media.

Se é verdade que o circo mediático foi montado desde há muito, parece claro que a classe jornalística encarnou o papel de palhaço, uma vez que estão a ser tristemente manipulados por ambas as partes ao sabor da investigação.

Informação não deveria existir uma vez que existe segredo. Mas existindo, ao menos que fosse boa.

O que temos é gente a falar sobre coisas que não sabe, jornalistas a fazer perguntas descabidas e o povo a ver tudo como uns tótós (onde eu me incluo).

Assim como assim, comigo já não contam.

Que o circo continue!

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